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Producao de tilapias em tanques rede

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XXIV CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA 
Universidade Federal do Espírito Santo 
Vitória ES, 12 a 14 de maio de 2014 
A Zootecnia Fazendo o Brasil Crescer 
 
www.zootec.org.br 
Marcelo Fanttini Polese
44
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A rápida expansão da aqüicultura no Brasil nos últimos anos, a uma taxa de 15% a.a., 
vem sendo considerada como uma das melhores alternativas para diminuir a pressão da pesca 
sobre os estoques pesqueiros naturais, como também para reduzir os impactos negativos que a 
exploração pesqueira indiscriminada pode causar nos ecossistemas aquáticos (ROTTA e 
QUEIROZ, 2003). 
O Brasil é um país de dimensões continentais. É o quinto maior país do mundo, possui 
1,7% do território do globo terrestre e ocupa 47% da América do Sul. Ocupa uma área de 
8.514.876,599 km², 7.367 km de costa oceânica, 3,5 milhões de km
2
 de Zona Econômica 
Exclusiva e possui 5.563 municípios, localizados em 26 estados, mais o Distrito Federal. Possui 
características regionais bastante específicas no campo social, econômico e geográfico. A 
população está estimada em 184 milhões de habitantes em 2006. Portanto, possui um imenso 
mercado consumidor em potencial para produtos provenientes da aqüicultura. 
O Brasil reúne condições extremamente favoráveis à piscicultura. Além do grande 
potencial de mercado, o país conta com clima favorável, boa disponibilidade de áreas, grandes 
safras de grãos (soja, milho, trigo, entre outros que geram matérias primas para rações animais) 
e invejável potencial hídrico (BOZANO, 2002; KUBITZA, 2003). Rotta e Queiroz (2003) 
enfatizam que a piscicultura em tanques rede é uma técnica relativamente barata e simples, 
quando comparada à piscicultura tradicional em viveiros de terra, pois possibilita a utilização de 
ampla variedade de ambiente aquático, a exemplo dos reservatórios de hidroelétrica, 
dispensando os custos com construções de viveiros. No Brasil, a despeito do grande potencial 
representado pelos seis milhões de hectares de águas represadas nos açudes de grandes 
reservatórios, construídos principalmente com a finalidade de geração de energia hidrelétrica, a 
 
44
 Zootecnista, D.Sc. , IFES - Piúma – ES¸ E-mail: marcelopolese@hotmail.com 
 
PRODUÇÃO DE TILAPIAS EM TANQUES-REDE 
 
XXIV CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA 
Universidade Federal do Espírito Santo 
Vitória ES, 12 a 14 de maio de 2014 
A Zootecnia Fazendo o Brasil Crescer 
 
www.zootec.org.br 
 
produção comercial de peixes em tanques-rede está apenas começando e num futuro próximo 
poderá tornar o país um dos maiores produtores mundiais. 
O cultivo de peixes vem assumindo importância cada vez maior no panorama do 
abastecimento alimentar, uma vez que a alta taxa de crescimento demográfico condiciona um 
aumento populacional que poderá colocar em risco a oferta de alimentos. A produção aqüícola 
mundial teve um crescimento de 187,6%, entre os anos de 1990 e 2001, passando de 16,8 
milhões de toneladas a 48,4 milhões. Nesse mesmo período, as capturas pesqueiras passaram de 
86,8 milhões de toneladas a 93,6 milhões, demonstrando um aumento de apenas 7,8%, em 
função de reduções significativas dos volumes capturados em alguns anos. Para se alcançar 
níveis ótimos de produtividade por área numa determinada região, faz-se necessário desenvolver 
uma tecnologia de produção para cada espécie de peixe, sendo que um dos primeiros passos é a 
verificação da densidade de estocagem. O consumo de alimento e o crescimento podem ser 
influenciados pela densidade, dependendo do comportamento relacionado com interações 
sociais, desenvolvimento de hierarquia, estabelecimento de limites territoriais e/ou estresse 
associado a altas densidades. 
A atividade de criação de peixes em cativeiro vem realmente experimentando um 
crescimento substancial no Brasil, acompanhando a tendência mundial de aumento da oferta de 
pescado via cultivo. Em 1990, o país produzia pouco mais que 16.000 mil toneladas de peixes 
cultivados e, em 2005, a produção foi de 178.746,5 toneladas, registrando um crescimento no 
período de 1.017 % (IBAMA, 2005). 
Mas o país está muito longe dos grandes produtores mundiais de peixes cultivados, apesar 
do potencial hídrico que possui. Dos 39 milhões de toneladas produzidas em aqüicultura, em 
todo o mundo, em 2002, o Brasil contribuiu apenas com 251 mil toneladas, ou seja, 0,64% deste 
total, segundo a síntese mundial da pesca e aqüicultura da FAO - Organização das Nações 
Unidas para Agricultura e Alimentação, divulgada em 2004. Mas, apesar do ritmo acelerado de 
crescimento da produção mundial, a FAO estima que, até 2030, o déficit de pescados deve 
crescer em 30 milhões de toneladas e que o Brasil tem condições de participar desse mercado 
com pelo menos 10 milhões de toneladas. 
A piscicultura em tanques-rede é um sistema de produção intensivo e quando comparada 
à piscicultura tradicional em viveiros de terra, porque utiliza uma grande variedade de 
ambientes aquáticos, dispensando o alagamento de novas áreas e reduzindo os gastos com a 
 
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construção de viveiros. No Brasil, a despeito do grande potencial representado pelos seis 
milhões de hectares de águas represadas nos açudes e grandes reservatórios, construídos 
principalmente com a finalidade de geração de energia hidrelétrica, a produção comercial de 
peixes em tanques-rede está apenas começando. Nesse sentido, logrando-se a implantação e o 
desenvolvimento dessa tecnologia poderá haver um grande incremento na produção brasileira 
de pescado, criando condições para a implantação da fase de industrialização, o que poderá 
tornar o Brasil um dos maiores produtores mundiais de peixes de água doce. 
Esta palestra não tem a pretensão de esgotar todos os assuntos relativos à montagem de 
um empreendimento nessa área nem aprofundar demasiadamente nos aspectos técnicos, mas 
sim explicar porque a piscicultura é hoje uma oportunidade de negócio, os desafios a serem 
superados, os itens que compõem o empreendimento, o que deve ser observado e considerado 
ao se planejar e implantar um cultivo de peixes em tanques-rede. Por isso, é importante que, no 
processo de planejamento, o empreendedor procure um técnico especializado, para aprofundar 
mais as questões relativas às técnicas de manejo, aos itens de investimento e de custos de 
operação que terão que ser previstos e controlados. 
Para se ter um resultado mais efetivo, o foco desta palestra é o cultivo de tilápias em 
tanques-rede, uma vez que a diversidade de informações e as especificidades de cada espécie 
com relação, principalmente, às técnicas de manejo, são muito grandes. 
 
2. A TILÁPIA 
Apesar de contar com várias espécies de peixes nativos que apresentam potencial para a 
atividade da piscicultura, são as espécies exóticas, introduzidas no Brasil, como a tilápia, que 
têm demonstrado maior viabilidade econômica graças, principalmente, ao conhecimento técnico 
disponível, tanto no campo da biologia quanto nas técnicas de manejo. Dentre os peixes que 
apresentam potencial para a produção em tanques-rede, a tilápia do Nilo (Oreochromis 
niloticus) se tornou na última década a espécie mais cultivada no Brasil, sendo responsável por 
aproximadamente 40% do volume da aqüicultura nacional. Esta espécie está entre aquelas que 
possuem características desejáveis por terem boa aceitação e elevado valor comercial, excelente 
conversão alimentar e conseqüentemente custos de produção relativamente baixos, 
especialmente nos países em desenvolvimento(ZIMMERMANN and HASPER, 2003). Além 
 
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disso, pode ser considerada rústica, precoce e com hábito alimentar onívoro, de amplo espectro, 
que utiliza satisfatoriamente altos teores de proteína vegetal, despertando um grande interesse 
também dos países desenvolvidos onde predominam o cultivo de espécies carnívoras que são 
muito dependentes da farinha de pescado. A tabela 1 mostra a produção em toneladas da 
piscicultura brasileira, por espécie em 2005. 
Tabela 1. Produção (t) da piscicultura brasileira, por espécie em 2005. 
ESPÉCIES PEIXES PRODUÇÃO (t) PARTICIPAÇÃO (%) 
Aracu 92,0 0,1% 
Bagre-africano 224,0 0,1% 
Bagre-americano 1.684,5 0,9% 
Carpa 42.490,5 23,8% 
Curitamã 2.413,0 1,3% 
Jundiá 577,5 0,3% 
Matrinxã 1.517,5 0,8% 
Pacu 9.044,0 5,1% 
Piau 4.066,5 2,3% 
Pirarucu 9,0 0,0% 
Pirapitinga 327,5 0,2% 
Piraputanga 534,0 0,3% 
Pintado 1.245,5 0,7% 
Tambacu 10.874,5 6,1% 
Tambaqui 25.011,0 14,0% 
Tambatinga 2.494,5 1,4% 
Tilápia 67.850,5 38,0% 
Traíra 115,0 0,1% 
Truta 2.351,5 1,3% 
Outros 5.824,0 3,3% 
TOTAL 178.746,5 100,0% 
Fonte IBAMA 2005 
 
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As tilápias são nativas do continente africano e da Ásia Menor. São peixes que 
predominam em águas quentes e a temperatura da água para o cultivo pode variar de 20 a 30°C. 
As tilápias (Oreochromis niloticus) foram introduzidas no Brasil pela Secretaria da 
Agricultura do Estado de São Paulo, em 1952, para conter a proliferação de algas e macrófitas 
aquáticas em represas. 
A partir da década de 90, a difusão das técnicas de produção, a elaboração de trabalhos de 
pesquisa, experimentos com a espécie, e o surgimento da tecnologia de reversão sexual 
permitiram que essa atividade começasse a se estruturar e se desenvolver. O estado pioneiro foi 
o Paraná, que imprimiu um ritmo empresarial à atividade, estruturando a produção. Começaram 
a surgir os primeiros frigoríficos específicos para o beneficiamento de tilápia, particularmente 
nos municípios de Toledo e Assis Chateaubriand. Assim, foram criadas as condições para que o 
Paraná fosse, em pouco tempo, o maior produtor de tilápia do País, posição que viria a perder 
somente em 2003 quando, segundo dados do IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e 
dos Recursos Naturais Renováveis -, a produção do estado do Ceará alcançou a marca de 13.000 
toneladas, superando as 12.782 toneladas produzidas naquele ano pelo estado do Paraná. 
Em meados da década de 90, o cultivo de tilápias em caráter comercial passou a se 
disseminar rapidamente para outros estados, principalmente para Santa Catarina, São Paulo, 
Bahia, Ceará, Alagoas e Sergipe. Depois do Paraná, foi o estado de Santa Catarina onde a 
tilapicultura se estruturou mais rapidamente, alcançando uma produção de 5.200 toneladas em 
2000. Em São Paulo, o grande motor do crescimento da atividade foi o surgimento de vários 
pesque-pagues que acarretaram uma demanda considerável de tilápia. 
Nos estados do Nordeste, o cultivo comercial começou a se desenvolver em meados de 
década de 90. O consumo de tilápia no Ceará foi bastante estimulado pelos peixamentos 
realizados pelo DNOCS, na década de 70, gerando uma grande oferta do peixe. Com a 
diminuição dos estoques naturais nesses açudes, essa demanda passou a ser atendida pelo peixe 
cultivado. O preço atrativo recebidos pelos piscicultores levou ao rápido crescimento da 
atividade, produzindo 13.000 toneladas, segundo estimativas do IBAMA, em 2003, o que lhe 
deu o posto de maior produtor do país. 
A tilápia passou a ser a espécie de peixe mais cultivada no Brasil a partir do ano de 2002. 
Em 2004 a sua produção representou 26% do total produzido pela aqüicultura nacional, sendo 
que o país respondeu por 64% da produção total da espécie e 67% em receitas geradas pelo 
 
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cultivo da mesma na América do Sul em 2004; seguido pela Colômbia com uma produção de 
26%. O cultivo da tilápia desenvolveu-se de forma bastante significativa no Brasil a partir de 
1996, sendo que, em 2004 registrou-se um incremento na produção de 6,5% em nível nacional. 
 
Figura 1. Evolução da produção do cultivo da tilápia no Brasil (MPA, 2010). 
Vários fatores concorreram para o destaque da tilápia na piscicultura brasileira, além da 
fácil adaptação às variadas condições de cultivo das diferentes regiões do país: 
- alimentam-se dos itens básicos da cadeia trófica; 
- curto ciclo de engorda – cerca de seis meses; 
- aceitam uma grande variedade de alimentos; 
- respondem com eficiência à ingestão de proteínas de origem vegetal e animal; 
- são bastante resistentes às doenças, superpovoamentos e baixos teores de oxigênio 
dissolvido; 
- desovam durante todo o ano nas regiões mais quentes do país. 
 
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A tilápia, além disso, possui boas características organolépticas e nutricionais, tais como: 
carne saborosa, baixo teor de gordura (0,9 g/100 g de carne) e de calorias (172 kcal/100 g de 
carne), ausência de espinhas em forma de “Y” (mioceptos) e rendimento de filé de 
aproximadamente 33% a 37%, em exemplares com peso médio de 800 g, o que a potencializa 
como peixe para industrialização. 
 
3. O MERCADO 
 
Atualmente, o Brasil é o maior produtor mundial de carne bovina e consome cerca de 36 
kg per capita dessa fonte de proteína animal por ano. O consumo de carne de aves e suínos per 
capita são respectivamente 34 kg e 12 kg por ano. 
Os hábitos de alimentação, de modo geral, têm se alterado em todo o mundo e a procura 
por carnes com menor teor de gordura vem crescendo de forma consistente. O consumo per 
capita mundial de pescados dobrou nos últimos 56 anos, por uma mercadoria nobre e estar 
diretamente relacionada à saúde e ao incremento na renda. 
É consenso entre os especialistas do setor que, além do potencial para produção, o Brasil 
possui também um grande potencial de consumo para os produtos aquícolas. Essa constatação 
está baseada em uma série de motivos, entre eles: 
- O baixo consumo per capita atual por pescados registrado no Brasil, quando comparado 
a outros países do mundo e mesmo da América Latina, indicando um elevado potencial a ser 
explorado. Só para se ter uma idéia, se o consumo de pescados aumentar em apenas 1 kg por 
habitante por ano, o país precisaria produzir cerca de 170.000 toneladas a mais para atender à 
demanda adicional. Seria quase impossível suprir este mercado apenas com a pesca extrativa; 
- a tendência crescente de valorização e do aumento do consumo de alimentos mais 
saudáveis e com menores teores de gordura saturada, com destaque para os pescados; 
- a elevação da renda nas classes mais pobres, principalmente nos últimos dez anos. 
Apesar da facilidade de cultivo e dos bons índices de desempenho, o crescimento efetivo 
do mercado dependerá da superação de algumas barreiras que limitam o seu potencial como: a 
dificuldade de transportar o pescado às regiões mais distantes da costa e dos grandes rios, em 
virtude da deficiência da estrutura de estocagem e distribuição, dificultandobastante a logística 
 
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de entrega. Uma parte significativa da tilápia produzida no país continua sendo comercializada 
diretamente na propriedade, em uma transação que envolve produtor e consumidor final, 
limitando bastante o seu alcance comercial. No entanto, a demanda de tilápias por frigoríficos, 
que antes processavam e distribuíam apenas peixes de captura, vem crescendo bastante nos 
últimos anos; principalmente por três razões: 
- O hábito de consumo de tilápia está se ampliando bastante no Brasil, em virtude do 
esforço realizado por produtores e entidades de fomento e apoio à piscicultura na promoção de 
eventos de degustação e apresentação do peixe; 
- os estoques naturais de peixes de captura vêm diminuindo bastante em virtude da sobre-
pesca; 
- o Brasil é um dos países produtores de tilápia que possui condições, em virtude da 
localização, de exportar filés frescos do peixe para os Estados Unidos, país onde esse produto é 
valorizado e bastante apreciado. 
No entanto, é fundamental para o sucesso do negócio, que o empreendedor busque, antes 
de iniciar a instalação do projeto, identificar os canais de comercialização para a sua produção, 
fazendo uma pequena pesquisa para a identificação de pontos de venda (peixarias, 
supermercados etc.), pontos de consumo (hotéis, restaurantes, bares e hospitais), distribuidores 
de pescado e frigoríficos que possam vir a serem seus compradores, bem como estimar, através 
de contatos comerciais, a demanda dos mesmos. Esse procedimento é importante, pois o ciclo 
de produção da tilápia é curto e o produtor pode se ver com a produção pronta para ser entregue 
e ter dificuldade para vendê-la, apesar da existência da demanda. Estocar tilápias em pontos de 
abate nos tanques-rede, comendo ração por muito tempo, poderá causar prejuízos ao piscicultor. 
 
4. CULTIVO DE TILÁPIAS EM TANQUES-REDE 
 
O cultivo em tanques-rede é um sistema de produção intensivo. Os peixes são confinados 
em altas densidades, dentro de uma estrutura onde os animais recebem ração balanceada, e que 
permita uma grande troca de água com o ambiente. A Figura 2 demonstra a estrutura de um 
tanque-rede. 
 
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A alta taxa de renovação de água dentro do tanque-rede é o principal fator que viabiliza a 
alta densidade populacional e a produção de uma grande biomassa de peixes por unidade de 
volume (50 a 250 kg/m
3
), já que supre a elevada demanda por oxigênio e remove os dejetos 
produzidos. 
 
 
 
 
 Figura 2. Estruturas de um tanque-rede 
 
Aspectos construtivos dos Tanques-Rede (Malhas e componentes estruturais) 
 
Os materiais usados nas malhas e nas estruturas de sustentação e de flutuação dos 
tanques-rede e devem apresentar as seguintes características: 
- Boa resistência ao esforço mecânico e à corrosão; 
- Resistência mínima à passagem de água; 
 
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- Material deve ser o mais leve possível e de baixo custo; 
- Material não abrasivo ou cortante, que possa causar ferimento nos peixes; 
- Fácil aquisição e reposição; 
- Simples reparo, manuseio e limpeza. 
Dentre as vantagens do cultivo de peixes em tanques-rede podemos citar: 
 Menor custo de implantação em comparação com sistemas de cultivo intensivo 
em viveiros escavados e Raceway; 
 Maior facilidade e rapidez na montagem da infra-estrutura de produção; 
 A possibilidade de uma rápida expansão na capacidade de produção, de forma a 
atender o aumento na demanda do mercado; 
 Maior facilidade de controle e monitoramento do processo de cultivo; 
 O controle facilitado dos estoques de peixes e das despescas; 
 A maior proteção contra predadores naturais (aves, répteis, mamíferos e outros 
peixes); 
 O aproveitamento de ambientes aquáticos existentes, dispensando o 
desmatamento de grandes áreas e a movimentação de terra, evitando problemas de erosão e 
assoreamento de rios e lagos; 
 O baixo conflito pela ocupação da terra e pelo uso dos recursos hídricos; 
 A mobilidade do sistema de produção, podendo ser deslocado para outros 
locais, conforme a necessidade; 
 A alta afinidade com a cultura dos pescadores, apresentando em comum o peixe 
e o ambiente aquático como parte do seu cotidiano, tornando-se assim uma atividade 
econômica alternativa em regiões onde a pesca está em declínio; 
 A obtenção de um produto diferenciado, com baixa incidência e intensidade de 
problemas com o mau sabor ou “off-flavor” no pescado. 
E as desvantagens: 
 menor possibilidade de correção dos parâmetros químicos e físicos da 
água; 
 
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 o regime alimentar pode ser feito apenas com ração; 
 necessidade de fluxo constante de água através das redes; 
 risco de rompimento da tela da gaiola e perda de toda a produção; 
 possibilidade de introdução de doenças ou peixes no ambiente, 
prejudicando a população natural. 
As outras partes que compõem um tanque-rede são: 
- flutuadores: são as estruturas que impedem que os tanques-rede afundem e podem ser 
feitos com tambores plásticos ou tubos de PVC tampados nas extremidades. 
- comedouros: são estruturas que existem para evitar o desperdício de ração e servem para 
rações extrusadas, que são aquelas que bóiam na água. A tampa onde estão os comedouros 
também tem a função de cobertura dos tanques-rede, evitando, dessa forma a fuga dos peixes 
em cultivo e a ação de alguns predadores. Os comedouros ficam no centro da tampa da gaiola, e 
o seu diâmetro é de 1,0 a 1,30 metros e 0,70 m de altura, variando o tamanho de acordo com as 
dimensões da gaiola e as densidades de cultivo pretendidas. O material para confecção do 
comedouro deve ser resistente à corrosão e não causar ferimentos nos peixes, por isso deve-se 
usar telas de PVC ou nylon multifilamento, com malhas de 03 mm de abertura. Existem vários 
tipos de tanques-rede, e variam basicamente quanto à forma da estrutura (redondos, quadrados e 
retangulares), e quanto à área útil para o cultivo. Abaixo na figura 3 demonstra um comedouro 
circular, muito utilizado e o mais recomendado. 
 
Figura 3. Esquema do comedouro circular para tanques-rede. 
 
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4.1 SELEÇÃO DE LOCAIS PARA A INSTALAÇÃO DOS TANQUES-
REDE 
 
De um modo geral, os corpos d‟água mais adequados para a instalação de um projeto de 
piscicultura em tanque-rede são os lagos, as represas e as barragens. A qualidade da água nesses 
ambientes é um fator decisivo para o sucesso do empreendimento. Obviamente é impraticável 
corrigir a qualidade e as características físicas e químicas da água nesse tipo de ambiente 
aquático, diferentemente de cultivos em viveiros escavados onde é possível, através de 
adubação, aeração e outras técnicas, corrigir os parâmetros físico-químicos da água e torná-la 
mais adequada ao cultivo . Por isso, a escolha do local para cultivos de tanques-rede,é sem 
dúvida, a etapa mais importante no processo de implantação do empreendimento. Os principais 
critérios a serem considerados no processo de escolha são os seguintes: 
- facilidade de acesso: O acesso aos tanques-rede normalmente é feito por passarelas 
flutuantes ou por barcos. 
A utilização de passarelas flutuantes facilita bastante o manejo, mas nem sempre os 
recursos financeiros disponíveis para implantação do projeto permitem a instalação das 
passarelas. Por isso, a escolha do local para a instalação dos tanques deve considerar a 
proximidade e a facilidade do acesso à terra, para que a distância percorrida pelas embarcações 
de apoio sejam as mínimas possíveis. Esse aspecto é importante, pois o custo de operação do 
projeto pode ficar elevado se for necessário percorrer grandes distâncias utilizando barcos de 
pequeno porte para o transito de ração e de peixes. Um outro aspecto importante a ser 
considerado é que, em alguns grandes reservatórios de água, a declividade do terreno do fundo é 
bastante suave nas margens, o que resulta na formação de extensas praias nos períodos de 
diminuição do nível da água. Por isso, o acesso para o trânsito de peixes e insumos fica bastante 
dificultado, já que os trabalhadores têm de vencer centenas de metros de distância, caminhando 
do local onde o barco possa encostar até o ponto de terra firme onde os veículos podem 
transitar. 
- o uso múltiplo das águas: “A gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o 
uso múltiplo das águas.” A afirmação está na Lei 9.433, de 08 de janeiro de 1997, artigo 1º, que 
institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, entre outros aspectos. A gestão dos recursos 
 
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hídricos de grandes reservatórios parte do princípio que suas águas devem ser utilizadas para 
atender a diversas necessidades, respeitando os limites impostos pela legislação ambiental. 
Por isso, a escolha de um local para a instalação de um projeto piscícola deve considerar 
que outras atividades podem e devem ser desenvolvidas para atender outras necessidades, como 
a geração de energia, abastecimento humano, navegação, recreação, irrigação, dentre outras. Por 
exemplo: como a produção de peixes gera efluentes, sobretudo na forma de nutrientes, os 
tanques-rede não devem ser instalados próximos à captação de água para consumo humano sem 
tratamento ou com tratamento simples. Por outro lado a poluição das águas, principalmente por 
resíduos químicos pode causar grande mortalidade de peixes e, portanto, os tanques devem ser 
instalados em locais onde não exista esse risco. 
 - parâmetros físico-químicos e características da água: A ocorrência de ventos em 
reservatórios de água é muito comum e beneficia a troca de água nos tanques-rede. No entanto, 
ventos muito intensos podem comprometer a estrutura dos tanques, e dificultar as operações de 
manejo, como o arraçoamento dos peixes e a biometria. Por isso, é importante a escolha de 
locais protegidos da ação direta de ventos intensos e formação de ondas como baías e 
reentrâncias, mas que ainda apresentem renovação ou circulação de água, para que a oxigenação 
se mantenha em níveis aceitáveis. Com a utilização de um oxímetro pode-se medir o nível de 
oxigênio dissolvido. Devem-se evitar locais onde os níveis de oxigênio dissolvido estejam 
abaixo de 4,0 mg/l, durante 24 horas/dia, 365 dias por ano. 
Com relação à profundidade é importante que o fundo do tanque esteja há, pelo menos, 
1,5m de profundidade em relação ao fundo do corpo d‟água (represa, barragem etc.) durante 
todo o ano. Outros fatores como a dureza, a alcalinidade e a transparência da água devem ser 
medidos e observados a fim de avaliar a adequação da água ao cultivo de tilápias. Esse trabalho 
deve ser feito por um técnico habilitado para isso. 
- fixação dos tanques-rede: considerando os pré-requisitos básicos para a escolha do local, 
a figura 4 mostra como deve ser uma das fixações das linhas de tanques-rede. 
 
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Figura 4. Esquema de fixação dos tanques-rede. 
 
4.2 INSUMOS 
 
Na piscicultura, em condições normais, os recursos determinantes da competitividade do 
empreendimento são a disponibilidade e a qualidade da água, o fornecimento de alevinos e a 
oferta de ração. Portanto, em conjunto, esses fatores determinam grande parte da capacidade 
competitiva de um projeto. 
4.3 RAÇÃO 
 
O consumo de ração representa cerca de 65% a 75% dos custos de produção para a 
atividade desenvolvida de forma intensiva, tornando-se, portanto, um fator decisivo na 
viabilidade do negócio. Entretanto, para conseguir preços competitivos, a ração deve ser 
adquirida em grandes quantidades para permitir a realização de transações diretamente com as 
empresas produtoras. Caso contrário, os produtores são obrigados a negociar diretamente com o 
varejo, onerando os custos de aquisição e, podendo, inclusive inviabilizar o projeto piscícola. 
 
4.4 ALEVINOS 
 
 
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Quanto mais a piscicultura se desenvolve, mais se eleva o nível de exigência em termos 
de qualidade genética dos alevinos, o que vai significar maior e melhor aproveitamento da ração 
e de outros recursos utilizados na engorda. Os alevinos de tilápia nilótica (Oreochromis 
niloticus), utilizados hoje no Brasil, passam por um processo de inversão sexual, que consiste 
basicamente em mudar as características sexuais de tilápia fêmeas, tornando-as machos. Essa 
técnica melhora a conversão alimentar da tilápia. É imprescindível a utilização de tilápias que 
tenham sido submetidas ao processo de inversão sexual, ou seja, somente machos. 
A qualidade do alevino adquirido é decisiva para o sucesso do empreendimento. Por isso, 
é fundamental o produtor se informar sobre a qualidade e a origem dos reprodutores existentes 
no plantel de seu fornecedor, as técnicas de reprodução e inversão sexual utilizadas; bem como 
sua capacidade de produção. Se possível faça uma visita às instalações das unidades de 
produção de alevinos antes da aquisição para o seu empreendimento. Também é importante o 
piscicultor manter registros sobre a origem e o seu desempenho produtivo. Assim será possível 
selecionar melhor seus fornecedores. 
O seu fornecedor deve garantir ainda alevinos de tamanho uniforme e livre de parasitas e 
doenças. 
 
Características desejáveis nos peixes cultivados em tanques-rede: 
 
Algumas características desejáveis nas espécies destinadas ao cultivo em tanques-rede 
são apresentadas a seguir: 
- Boa aceitação e bom valor no mercado; 
- Facilidade de produção de alevinos em cativeiro; 
- Fácil adaptação à alimentação com rações secas; 
- Boa tolerância as condições de cultivo intensivo; 
- Crescimento rápido e bom desempenho produtivo; 
- Boa tolerância a doenças e parasitoses. 
 
 
4.5 SISTEMA DE PRODUÇÃO 
 
 
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Um sistema muito utilizado é o trifásico, a fase de pré-engorda é dividida em duas. Os 
alevinos de 1,5 grama de peso médio devem ser estocados em tanques-rede com malha de 7mm, devendo ficar aí por, pelo menos, 40 a 60 dias para atingir um peso médio de 40 gramas. 
Após este período, o lote de alevinos deve passar por jejum de 24 horas e, em seguida, ser 
classificados e transferidos para tanques-rede, com malha de 20 mm. O tempo de permanência 
no tanque-rede de 20 mm é de 90 dias, podendo, então, iniciar a retirada dos juvenis de 200 g 
para a estocagem nas gaiolas de engorda, classificados em pequenos, médios e grandes. O 
restante deve retornar para um tanque-rede, com malha menor, devidamente limpo, para que 
possa alcançar o peso adequado para o início da fase de engorda, que dependendo da exigência 
de padronização dos exemplares por parte dos compradores, pode ser dividida em duas ou mais 
etapas de cultivo para permitir uma melhor classificação por tamanho. 
Na Fase 1 – os alevinos são geralmente estocados com peso acima de 1g. Até atingirem 4 
a 5g, a alimentação é feita com ração em pó contendo entre 40 e 45% de proteína. No mercado 
existem rações em pó para alevinos com mais de 50% de proteína. Estas rações podem ser 
usadas, porém geralmente não trazem benefícios adicionais quando comparadas às rações com 
40 a 45% de proteína nesta fase. Enquanto recebendo ração na forma de pó fino, os peixes 
devem ser alimentados 6 vezes ao dia. Em cada refeição a ração deve ser fornecida pouco a 
pouco e não de uma única vez. A quantidade de ração fornecida diariamente deve ser 
equivalente a 10% da biomassa estocada. Com os peixes já por volta de 5g, já pode ser 
fornecida ração na forma de peletes flutuantes de 1,7 a 2,0mm. Estas rações geralmente contêm 
entre 36 e 45% de proteína. Nesta fase, quando se usa peletes flutuantes, o consumo de ração 
deve ser suficiente para saciar os peixes em cada refeição, sendo os peletes fornecidos até os 
peixes começarem a para de comer. Nesta fase é esperado um consumo ao redor de 8 a 6% do 
peso vivo/dia. Quando os peixes atingirem peso acima de 20g o tamanho dos peletes pode ser 
aumentado para 3-4 mm e o nível de proteína na ração pode ser reduzido para 32% PB. Os 
peixes acima de 20g podem ser alimentados 4 a 3 vezes ao dia, em nível próximo à saciedade, 
avaliado pela atividade dos peixes ao final de cada refeição. Ao final da Fase 1 os peixes são 
classificados em lotes de tamanho uniforme e estocados em tanques-rede para a segunda fase de 
produção. 
Na Fase 2 – os juvenis estocados na segunda fase serão alimentados até o final desta fase 
com peletes flutuantes de 3-4 mm e 32% de PB. Até atingirem peso ao redor de 200g o 
 
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fornecimento de ração deve ser próximo da saciedade, avaliado em função da resposta alimentar 
dos peixes. Como regra geral os peixes devem consumir toda a ração fornecida entre 15 a 20 
minutos. Se houver sobra após 20 minutos, a quantidade ofertada por refeição deve ser reduzida. 
Se os peixes consumirem toda a ração em menos de 10 a 15 minutos, a quantidade de ração 
ofertada deve ser aumentada. Nesta fase deve ser esperado um consumo de ração entre 5 e 3% 
do peso vivo ao dia. Com os peixes ao redor de 200g deve ser realizada uma nova classificação 
por tamanho, com o uso de classificadores ou manualmente através da mesa classificadora. Esta 
é a última classificação necessária durante o cultivo. 
Na Fase 3 – nesta fase, com os peixes acima de 200g, o tamanho dos peletes deve ser 
aumentado de 3-4mm para 5-6 mm. O teor de proteína na ração deve ser mantido em 32%. Até 
o final do cultivo, mesmo com os peixes atingindo o tamanho de 800g, o tamanho dos peletes 
deve ser mantido ao redor de 5-6 mm. Peletes pequenos facilitam o consumo da ração, e provê 
maior oportunidade de consumo aos peixes estocados nos tanques-rede (quanto menor o pelete, 
maior o número de peletes por grama de ração). Quando as tilápias são alimentadas com peletes 
grandes demais (8 a 10 mm), o consumo da ração é dificultado e a ração fica mais tempo em 
contato com a água, aumentando a perda de nutrientes da ração (vitaminas, minerais e 
aminoácidos solúveis na água). Com os peixes acima de 200g o produtor deve tomar cuidado 
em não alimentar excessivamente os peixes, para que não penalize a conversão alimentar e, 
assim, aumente desnecessariamente o custo de produção. Excessiva alimentação nesta fase, 
além de prejudicar a conversão alimentar, pode agravar os episódios de mortalidade dos peixes, 
principalmente sob elevada temperatura na água (>29ºC). Quando a temperatura excede a 29ºC 
é recomendável realizar apenas uma alimentação diária dos peixes acima de 400-600g, 
reduzindo para quase a metade o fornecimento diário de ração. 
Na Tabela 2 é apresentada sugestão quanto às taxas de alimentação e número de refeições 
para tilápia de diferentes faixas de tamanho sob diferentes temperaturas da água. Esta tabela 
serve como referência aos produtores. No entanto, como se faz o uso de ração flutuante, o ajuste 
da quantidade de ração a ser fornecida deve ser feito com base na observação. 
 
 
 
 
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Tabela 2. Sugestão aproximada de taxa de alimentação (em % do peso vivo) e número de 
refeições diárias (Ref/dia) para tilápias em tanques-rede. 
Temperatura 29 a 32C 26 a 28C 22 a 26C 18 a 22C 
Peso dos peixes 
(g) 
Taxa (% 
PV) 
ef. /dia Taxa (% 
PV) 
ef. /dia Taxa (% 
PV) 
ef. /dia Taxa (% 
PV) 
Ref. 
/dia 
1 a 10g 10,0% 4 10,0% 4 8,0% 3 6,0% 2 
10 a 25g 8,0% 4 8,0% 4 6,0% 3 4,0% 2 
25 a 100 3,0% 3 4,0% 3 3,0% 2 2,0% 1 
100 a 300 2,5% 2 3,0% 3 2,5% 2 2,0% 1 
300 a 600 1,5% 2 2,0% 2 1,5% 1 1,0% 1 
600 a 1.000g 1,0% 1,5% 1,0% 0,6% 1 
 
Estruturar a produção em fases possibilita um melhor aproveitamento das unidades de 
produção, aumento da produtividade média do empreendimento e redução dos custos de 
produção. Em cada uma das fases de produção a densidade de estocagem deve ser ajustada de 
acordo com os valores de biomassa econômica que são esperados no cultivo. A seguir são 
apresentadas as seguintes sugestões de biomassa econômica e densidade de estocagem em cada 
uma das fases de produção: 
Fase 1 – produção de juvenis de 40g; biomassa econômica deve ficar ao redor de 30 
kg/m3, usando bolsões de malha 7 mm; Assim, a estocagem dos alevinos deve ser feita em 
densidades próximas de 550 peixes por metro cúbico; 
Fase 2 – produção de juvenis de 200g; biomassa econômica deve ficar ao redor de 70 
kg/m3, já na malha final do tanque-rede (18 a 20 mm). A densidade de estocagem deve ser 
ajustada ao redor de 350 peixes por metro cúbico. 
Fase 3 – produção de tilápias de 800 g; biomassa econômica deve ficar ao redor de 80 a 
130kg/m3. A densidade de estocagem deve ser ao redor de 125 peixes por metro cúbico. 
 
 
 
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O acompanhamento do crescimento dos peixes e da concentração de oxigênio na água 
dentro e fora dos tanques-rede pode servir como base para avaliar a necessidade de diminuir ou 
a possibilidade de aumentar as densidades de estocagem em cada fase de cultivo. 
 
4.6 ALEVINOS E POVOAMENTO DOS TANQUES-REDE 
 
Quanto mais a piscicultura se desenvolve, mais se eleva o nível de exigência emtermos 
de qualidade genética dos alevinos, o que vai significar maior e melhor aproveitamento da ração 
e de outros recursos utilizados na engorda. Os alevinos de tilápia nilótica (Oreochromis 
niloticus), utilizados hoje no Brasil, passam por um processo de reversão sexual, que consiste 
basicamente em mudar as características sexuais de tilápia fêmeas, tornando-as aparentemente 
macho. Essa técnica melhora a conversão alimentar da tilápia. A qualidade do alevino adquirido 
é decisiva para o sucesso do empreendimento. 
Produção em fases 
 
Biomassa Econômica = 30 a 130 kg/m
3
 Fase 1 Fase 2 Fase 3 
60 dias 
5 a 40 g 
DE = 550 px/m
3
 
60 a 90 dias 
40 a 200 g 
DE = 350 px/m
3
 
90 dias 
200 a 800 g 
DE = 125 px/m
3
 
 
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Por isso, é fundamental o produtor se informar sobre a qualidade e a origem dos 
reprodutores existentes no plantel de seu fornecedor, as técnicas de reprodução e reversão 
sexual utilizadas; bem como sua capacidade de produção. Se possível faça uma visita às 
instalações das unidades de produção de alevinos antes da aquisição para o seu 
empreendimento. Também é importante o piscicultor manter registros sobre a origem e o seu 
desempenho produtivo. Assim será possível selecionar melhor seus fornecedores. O seu 
fornecedor deve garantir ainda alevinos de tamanho uniforme e livre de parasitas e doenças. 
O povoamento consiste na colocação dos alevinos nos tanques de pré-engorda. O 
transporte dos alevinos deve ser feito em sacos plásticos, com água e oxigênio, ou em caixas 
próprias para transporte de peixes. 
Ao receber os alevinos, o produtor rural deve verificar as temperaturas das águas do 
recipiente, no qual os alevinos estão sendo transportados, e da água do lago. 
A diferença entre as temperaturas não poderá ser superior a 2°C. Caso isto aconteça, o 
Produtor Rural deverá, lentamente, adicionar água do lago no recipiente com alevinos, até as 
temperaturas se igualarem. Após esta operação, os alevinos deverão ser transferidos para o 
tanque, lenta e cuidadosamente. A esse procedimento dá-se o nome de aclimatação e deve ser 
feito nas horas mais frias do dia. 
Até 8 dias após a colocação dos peixes, pode haver mortalidade decorrente de transporte 
mal realizado, mesmo havendo uma aclimatação adequada. A mortalidade aceitável no 
transporte é até 5% do total adquirido. A contagem dos peixes mortos deve ser feita por 
amostragem, já que contar peixe por peixe morto em todos os tanques vai demandar muita mão-
de-obra. Essa contagem é importante e deve ser feita durante todo o período da pré-engorda, a 
fim de identificar problemas no manejo, arraçoamento, doenças e evitar prejuízos. 
Alguns sinais podem indicar que os alevinos não estão muito bem de saúde: peixes com 
ferimentos devido à captura, peixes desnutridos, fezes de peixes na água de transporte. Pouco 
oxigênio nas caixas ou sacos de transporte e aclimatação incorreta são as causas mais prováveis 
de mortalidade em massa dos alevinos nos primeiros dias após povoamento. 
O manejo alimentar da alevinagem deve ser bastante cuidadoso devido às formas físicas 
das rações a serem utilizadas (fareladas e extrusadas de pequeno diâmetro), pois, além de evitar 
desperdícios, um bom manejo permite que todos os alevinos se alimentem adequadamente e 
cresçam uniformemente. A taxa de sobrevivência nesta fase situa-se entre 70 e 90%, em média. 
 
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4.7 ARRAÇOAMENTO 
 
Arraçoar é fornecer ração ao peixe. Como a ração, nos cultivos de tanques-rede é a única 
fonte de alimento dos peixes ela deve ser completa e devidamente balanceada com teores de 
proteína variando entre 56% a 32%, a depender da fase do cultivo. O regime alimentar dos 
peixes vai depender de cada fabricante de ração, e deve ser seguido à risca. 
 
4.8 MANEJO NA PRÉ-ENGORDA 
Quando o sistema é feito em duas fases, os alevinos, com peso médio em torno de 1,0 
grama, ficam estocados por cerca de 60 dias nos tanques-rede de alevinagem, com malha interna 
de 5 a 8 mm, até atingirem o peso, que varia entre 20 e 30 gramas. Quando atingem esse peso 
são repassados aos tanques-rede de engorda, onde permanecem por cerca de 120 dias até atingir 
o peso comercial, entre 600 a 850 gramas. 
Quando o sistema é feito em três fases, os alevinos, com peso médio de 1,0 grama, devem 
ser estocados em tanques-rede com malha de 5 mm, devendo ficar aí por, pelo menos, 21 dias 
para atingir um peso médio de 10,0 gramas. Após este período, o lote de alevinos deve passar 
por jejum de 24 horas e, em seguida, ser totalmente transferido para tanque-rede com malha de 
8 mm. O tempo de permanência no tanque-rede de 8 mm é de 30 a 40 dias. O manejo alimentar 
da alevinagem deve ser bastante cuidadoso devido às formas físicas das rações a serem 
utilizadas (fareladas e extrusadas de pequeno diâmetro), pois, além de evitar desperdícios, um 
bom manejo permite que todos os alevinos se alimentem adequadamente e cresçam 
uniformemente. A taxa de sobrevivência nesta fase situa-se entre 70 e 90%, em média. 
 
4.9 MANEJO NA ENGORDA 
Os alevinos, que passaram para fase de engorda e que estão acima de 20 gramas, são 
agora chamados de juvenis. Eles são estocados em tanques-rede, com malha de 17-19 mm na 
densidade de 500 peixes/m3, até atingirem 200 a 250 gramas, quando devem passar por uma 
classificação, estocados na densidade de 250 peixes/m3 até atingirem o peso médio de abate. 
 
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Esta classificação é comum em cultivos de peixes em tanques-rede, pois possibilita uma maior 
uniformidade de peso e tamanho no momento da despesca. Os principais pontos críticos na 
engorda são: densidade de estocagem, uniformidade dos juvenis estocados, retirada de peixes 
mortos, manejo alimentar e classificação por tamanho. O tempo de cultivo previsto, nesta fase, 
varia entre 110 e 120 dias, período em que os peixes alcançam um peso médio de 700 gramas 
(tilápia nilótica chitralada). A taxa de sobrevivência situa-se entre 90% a 95%, em média. 
 
4.10 AMOSTRAGEM BIOMÉTRICA E RAÇÕES 
Quando cultivadas intensivamente em tanques-rede, as tilápias dependem exclusivamente 
da ração fornecida, não sendo capazes de filtrar adequada quantidade de alimento natural. 
Portanto, todos os nutrientes necessários ao desempenho produtivo e a manutenção de adequada 
saúde dos peixes devem estar presentes de forma equilibrada nas rações. Assim, o uso de rações 
de alta qualidade é fundamental ao sucesso do cultivo de peixes em tanques-rede. 
A amostragem biométrica ou biometria é o procedimento utilizado para acompanhar o 
crescimento e o ganho de peso dos peixes. Deve ser realizado a cada quinze dias ou uma vez no 
mês. Deve-se retirar de cada gaiola cerca de 3% a 5% da população, contar e pesar para se o 
peso médio. O peixe, para passar por tal procedimento, deve estar em jejum e ser manejado nas 
primeiras horas da manhã, com delicadeza e rapidez para evitar estresse e mortalidade. A ração 
deve ser reajustada semanalmente, com base na última biometria e na tabela de arraçoamento 
fornecida pelo fabricante. 
Como o intervalo entre duas pesagens é de 15 dias, recomenda-se acrescentar 15 % do 
peso da ração, semanalmente ou corrigirconforme tabela fornecida pelo fabricante de ração. 
Durante o período de inverno, ou seja, de maio a agosto, o metabolismo e, 
conseqüentemente o desenvolvimento do peixe é reduzido. Sugere-se que o fornecimento diário 
de alimento seja diminuído, observando-se o próprio consumo dos peixes ou as tabelas de 
arraçoamento recomendada pelos fabricantes de ração. 
Na Tabela 3 são apresentadas sugestões quanto à estratégia de alimentação a ser 
empregada no cultivo de tilápias em tanques-rede, mas é bom lembrar que cada fornecedor de 
ração tem sua tabela de recomendação. 
 
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Tabela 3. Sugestão de manejo nutricional e alimentar para o cultivo de tilápias em 3 fases 
de produção. 
Fases 1 2 3 
Peso inicial (gramas) 1 40 200 
Peso final (gramas) 40 200 1.000 
Tempo médio de cultivo esperado 40 a 60 dias 60 a 90 dias 90 a 120dias 
Granulometria da ração Pó fino 2mm 3-4mm 5-6mm 
Taxa de alimentação (% do peso vivo/dia) 10 a 5% 5 a 3% 3 a 1,5% 
Número de refeições/dia 4 a 3 3 a 2 3 a 1 
Proteína bruta aproximado na ração (%) 40 a 32% 32% 32% 
Conversão alimentar esperada (kg rac / kg peixe) 1,0 : 1 1,2 : 1 1,6 : 1 
 
Para a fixação dos tanques devem ser utilizados cabos de nylon de 14 a 20 mm de 
espessura ou cabos de aço. As extremidades dos cabos podem ser presas nas margens ou fixadas 
ao fundo com poitas ou outro equipamento de ancoragem. É importante, no momento da fixação 
dos cabos, deixar um canal de navegação. 
A distância entre os tanques-rede deve ser de uma a duas vezes o seu comprimento, ou 
seja, se o tanque rede tem 2 m de comprimento a distância para o outro tanque-rede tem que ter 
de 2 m a 4 m. 
 
4.11 FATORES QUE AFETAM A PRODUTIVIDADE EM TANQUES-
REDE 
 
No cultivo de peixes em tanques-rede é possível a obtenção de altos índices de produção 
(expressos em Kg de peixes/m3) devido à constante renovação da água no interior das unidades 
de cultivo, mantendo uma adequada concentração de oxigênio dissolvido e permitindo a 
 
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contínua eliminação dos resíduos orgânicos (fezes e sobras de alimento) e metabólitos (amônia 
e gás carbônico). Porém, se considerarmos um corpo aquático de área e volume limitados (um 
açude, por exemplo), a produtividade total do mesmo seria semelhante cultivando peixes soltos 
ou confinados em tanques-rede. O piscicultor menos experiente, ao visualizar o grande espaço 
superficial disponível devido ao confinamento dos peixes num pequeno volume de tanques-
rede, tomaria a iniciativa de aumentar o número de tanques-rede num próximo cultivo. 
Procedendo assim, aumentaria o risco de poluição da água do açude devido ao excessivo aporte 
de ração e, conseqüentemente, de morte dos peixes causados por problemas na qualidade da 
água. Os principais fatores que afetam a produtividade no cultivo de peixes em tanques-rede: 
- a qualidade do ambiente onde estão instalados os tanques-rede; 
- a taxa de renovação de água no interior do tanque-rede, que depende: 
 - do tamanho/volume do tanque-rede; 
 - da velocidade das correntes de água; 
 - do formato do tanque-rede; 
 - da área vazada da malha. 
- a qualidade do alimento utilizado; 
- a qualidade dos alevinos; 
- as características da espécie de peixe cultivada; 
 
Vamos aborda um pouco o fator da taxa de renovação da água nos tanques-rede, pois os 
outros fatores serão abordados em outros tópicos. 
A renovação da água é promovida pelas correntes naturais e pela movimentação dos 
peixes dentro dos tanques-rede. A facilidade de renovação de água depende, em grande parte, 
do tamanho dos tanques-rede e da resistência das malhas à passagem de água. 
 - tanques-rede de pequeno volume ou grande volume: os tanques-rede são agrupados 
em duas categorias, de acordo com sua capacidade volumétrica e produtiva: os tanques-rede de 
pequeno volume/alta densidade (PVAD) e os tanques-rede de grande volume/baixa densidade 
(GVBD). Na tabela 4 são apresentadas as principais características e uma rápida comparação 
entre tanques-rede de PVAD e os de GVBD. 
 
 
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Tabela 4. Comparação de algumas características dos tanques-rede PVAD e GVBD. 
Característica PVAD GVBD 
Volume útil (m
3
) Até 6 Acima de 18 
Capacidade de renovação de água Maior Menor 
Biomassa econômica (kg/ m
3
) 100 a 250 20 a 80 
Custo de implantação por m
3
 Maior Menor 
Tempo de retorno ao capital investido Menor Maior 
Custo de mão-de-obra/m
3
 de volume útil Maior Menor 
Custo de mão-de-obra/kg de peixe produzido Menor Maior 
Porte do empreendimento onde são mais usados Pequeno Grande 
 
- Capacidade de suporte em tanques-rede: Capacidade de suporte é o termo utilizado para 
definir a máxima biomassa sustentável dentro de uma unidade de cultivo. Quando a capacidade 
de suporte é atingida o ganho de peso ou de biomassa da população estocada é zero, ou seja, os 
peixes param de crescer. Na capacidade de suporte, algum fator limitante restringe a 
continuidade da produção. Na piscicultura em tanques-rede, como em qualquer outra 
modalidade de piscicultura intensiva, a concentração de oxigênio dissolvido na água é o 
primeiro fator limitante ao aumento de produção nas unidades de cultivo. 
No cultivo de peixes em tanques-rede, a capacidade de suporte, expressa em quilos de 
peixe por metro cúbico (kg/m
3
), em geral, está relacionada de maneira inversa ao volume 
(tamanho) das unidades de produção. Os tanques-rede PVAD permitem alcançar uma maior 
capacidade de suporte comparados aos tanques de GVBD. A principal razão disso é a maior 
taxa de renovação de água, e conseqüentemente maior aporte de oxigênio, em tanques de 
pequeno volume, conforme ilustrado na Figura 2. 
 
 
 
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Figura 5. Troca de água em tanques-rede de pequeno e grande volume em função 
da corrente de água. 
No entanto, os peixes estocados nos tanques-rede não podem depender da existência de 
correntes naturais de água para garantir seu suprimento em oxig6enio. De fato, muitas vezes não 
há correntes em represas e açudes, bem como nas baías de grandes reservatórios. Sendo assim, 
qual seria a explicação para as produções bem sucedidas de peixes em tanques-rede sob alta 
densidade em locais onde não há correntes? 
O deslocamento de água promovido no interior dos tanques-rede pela natação dos peixes 
é responsável pela troca de água e a reoxigenação do interior dos tanques-rede. Desta forma, 
quanto menor for a massa de água contida no interior dos tanques-rede, em relação à biomassa 
de peixes estocada, mais facilmente ocorre a renovação da água nos tanques-rede. Em tanques-
rede de grade volume, a distância do centro ás laterais é maior, comparado aos tanques-rede de 
pequeno volume. Isto faz com que os peixes consigam deslocar apenas parte da massa de água 
da região central para fora dos tanques-rede, não realizando, portanto, uma renovação e 
oxigenação tão eficaz (Figura 3). 
Velocidade da água = 0,5m/min. 
TR (2m X 2m X 1m) = 4m
3 
1 troca em 4 minutos ou 15 
trocas porhora 
TR (5m X 5m X 2m) = 50m
3 
1 troca em 10 minutos ou 6 
trocas por hora 
 
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Figura 6. Esquema da troca de água em tanques-rede de pequeno volume/alta densidade(PVAD) 
e tanques-rede de grande volume/baixa densidade(GVBD). 
 
4.12 PREVENÇÃO DE DOENÇAS E ESTRESSE DO PEIXES 
Todos os dias devem ser retirados os peixes que eventualmente aparecem mortos dentro 
dos tanques-rede. Estes devem ser imediatamente retirados e enterrados com cal, pois peixes 
mortos podem tornar-se fonte de doenças. A taxa normal de mortalidade em um cultivo em 
tanque-rede, na fase de engorda, é de 5% a 10% até o final do ciclo. Os peixes mortos devem ser 
contados, pois o número restante de peixes é um dos fatores que determinam a quantidade de 
ração a ser oferecida. Também se deve limpar periodicamente as gaiolas, bolsões de recria e 
comedouros devido à colmatação que pode servir de substrato para agentes patogênicos. O 
estresse é um fator que devemos levar em consideração, podendo estar associado a diversos 
fatores, dentre os quais podemos destacar: os fatores químicos (características da água, poluição 
e etc.), os físicos (temperatura, luz e som), manejo (transporte, aclimatação, manuseio e certos 
tratamentos) e os biológicos (qualidade da ração e densidade de estocagem). O estresse, sem 
4 m3 18 m3 
- TR PVAD: menor massa de água/peixe = maior renovação de água 
- TR GVBD: maior massa de água/peixe = menor renovação de água 
 
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dúvida, é uma porta de entrada para doenças oportunistas, e deve ser enfrentado de forma 
preventiva, pois geralmente os tratamentos de doenças são onerosos e nem sempre eficazes. 
Geralmente as infecções dos peixes ocorrem através do contato peixe a peixe ou através 
da ingestão de água, alimentos ou fezes contaminadas com os agentes patogênicos. Alguns 
ajustes no manejo devem ser realizados de forma a prevenir problemas com doenças e 
mortalidade dos peixes no cultivo: 
 Monitoramento diário do oxigênio dissolvido na área dos tanques-rede e dentro 
dos tanques-rede (principalmente nos bolsões com alevinos que possuem menor 
abertura de malha, e nos tanques-rede com maior biomassa por metro cúbico), para se 
certificar de que o oxigênio está OK; 
 Identificação de fornecedores de alevinos de boa qualidade sanitária; 
 Se necessário, realizar banhos com formalina e sal nos alevinos na chegada à 
fazenda, para eliminar parasitos como a tricodina (vale a pena fazer exame 
microscópico de raspados de brânquias e muco antes de decidir pelo tratamento). Estes 
banhos podem ser feitos dentro das próprias caixas de transporte ou em tanques de 
alvenaria ou caixas d‟água. Deve ser mantido adequados níveis de oxigênio nos tanques 
durante o tratamento preventivo (aeração ou injeção de oxigênio); as doses de formalina 
devem ser entre 80 e 100ml por 1.000 litros de água durante 20 a 30 minutos; sal na 
dose de 12 a 15kg por 1.000 litros por 30 minutos. Sal e formalina podem ser usados em 
conjunto. Deve se atentar para a concentração de sal já existente nas caixas de 
transporte e adicionar sal equivalente para chegar a 12 a 15kg por 1.000 litros. 
Monitorar o oxigênio dissolvido constantemente durante o tratamento. Mesmo que não 
seja necessário tratamento com formalina (no caso na inexistência de tricodina), o 
banho com sal deve ser mantido, para minimizar problemas com infecções fúngicas 
(Saprolegniose) ou por bactérias externas (Columnariose); 
 Manutenção de adequadas densidades de estocagem no cultivo, dentro dos 
limites de biomassa econômica estabelecidos e com base no monitoramento do oxigênio 
dissolvido dentro e fora dos tanques-rede; 
 Remoção contínua de peixes mortos ou moribundos. Isso ajuda a diminuir o 
potencial de infecção dos peixes aparentemente sadios nos tanques-rede. Peixes 
moribundos ou mortos são reservatórios de agentes patogênicos (vírus, bactérias, fungos 
 
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e parasitos) e contribuem para a constante liberação e manutenção dos patógenos no 
ambiente de cultivo. Com isso o potencial de infecção dos peixes sadios aumenta; 
 Diminuir o fornecimento de ração quando a temperatura da água excede 29-
30ºC, particularmente nos peixes de tamanho acima de 400g; 
 Estocagem de alevinos e juvenis recém recebidos em uma linha afastada dos 
demais tanques-rede, pelo menos na primeira semana, para que seja feita uma avaliação 
inicial das condições sanitárias do lote recebido; 
 Análises de rotina de infestações por parasitas. Estas análises podem ser 
realizadas “in loco” por pessoa especificamente reinada para isso; 
 Exames bacteriológicos de rotina de exemplares de peixes colhidos 
aleatoriamente nos tanques-rede, representando diversas classes de tamanho, tanto em 
peixes sadios como peixes moribundos. Nestes exames deve ser feito antibiograma para 
se determinar a sensibilidade das bactérias aos antibióticos disponíveis para uso no caso 
de infecção; 
 Estrutura adequada para a classificação de juvenis de tilápia (tanque de 
classificação com água salinizada e com o uso de grades de barras tubulares). Se ainda 
assim persistirem os problemas com mortalidade de peixes após o manejo de 
classificação, pode ser avaliado um tratamento preventivo dos peixes com ração 
medicada, 4 a 5 dias antes do manejo de classificação e 4 a 5 dias após; 
 Banhos profiláticos ou mesmo curativos com o uso de bolsões fechados 
(recobrimento dos tanques-rede. Estes tratamentos geralmente são feitos em altas 
concentrações de produto por um período curto de tempo. Se houver a possibilidade de 
prover aeração / oxigenação no interior dos tanques-rede durante o tratamento, este 
pode ser mais prolongado e com o uso de menores concentrações do medicamento. Sem 
aeração, abrir o bolsão quando o oxigênio chegar a 2,0 a 2,5 mg/litro. Se houver 
aeração, manter o tratamento pelo tempo recomendado. 
 Caso seja observada pelo técnico alguma anormalidade nos peixes, será 
necessário o manejo sanitário. 
 
4.13 DESPESCA 
 
 
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A despesca é o resultado final do ciclo de cultivo, sendo por isso bastante esperado. O 
que se espera tirar de cada tanque-rede varia normalmente de 50 a 250 kg de peixe por m
3
, em 
cultivos em grandes barragens. Antes de qualquer outra atividade, é necessário fechar os custos 
de produção e determinar o preço da venda do peixe. Feito isto, o peixe deve ser preparado para 
a despesca, passando por período de jejum, que pode variar de 24 a 48 horas para que esvazie o 
intestino. Esta prática possibilita melhor sabor, aspecto e textura da carne. No ato da despesca, o 
peixe deve ser morto com choque térmico (água e gelo) e transportado para o local de 
processamento. Em hipótese alguma se deve eviscerar peixes nas margens do lago. 
As principais produções de tilápias no Brasil em tanques-rede tem o escoamento de sua 
produção para frigoríficos que processam esses peixes fazendo a comercialização principal de 
filé fresco e congelados, as carcaças são normalmente descartadas para fabricasde farinha de 
peixes. 
 
5. LEGALIZAÇÃO AMBIENTAL DO PROJETO 
 
O licenciamento ambiental é necessário para a localização, construção, instalação, 
ampliação, modificação e operação de empreendimentos e atividades utilizadores de recursos 
ambientais, quando consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras. Licenciar uma atividade 
significa avaliar os processos tecnológicos em conjunto com os parâmetros ambientais e sócio-
econômicos, fixando medidas de controle. 
Segundo a legislação vigente considera-se como: 
- licenciamento ambiental: o procedimento administrativo pelo qual a administração 
pública, por intermédio do órgão ambiental competente, analisa a proposta apresentada para o 
empreendimento e o legitima, considerando as disposições legais e regulamentares aplicáveis e 
sua interdependência com o meio ambiente, emitindo a respectiva licença ambiental. 
- licença ambiental: o ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente 
estabelece as condições, restrições e as medidas de controle ambiental que deverão ser 
obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e 
operar empreendimentos ou atividades consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou 
 
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aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental. O licenciamento 
ambiental para Aqüicultura, em nível Federal, tem a SEAP - Secretaria Nacional de Aqüicultura 
e Pesca – como órgão competente, para que o aqüicultor possa dar entrada ao processo de 
licenciamento. Em nível estadual, a responsabilidade pelo licenciamento ambiental passa para 
os OEMAs – Órgãos Estaduais de Meio Ambiente - e obedece à legislação estadual vigente que 
não pode ser mais permissiva que o estabelecido na Lei Federal que regula o licenciamento. 
Existem três tipos de licenças necessárias para o funcionamento do empreendimento: 
- licença prévia (lp) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento 
ou atividade, aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e 
estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de 
sua implementação (validade 05 anos); 
- licença de instalação (li) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de 
acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo 
as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo 
determinante (validade 06 anos); 
- licença de operação (lo) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a 
verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de 
controle ambiental e condicionantes determinados para a operação (validade de 04 a 10 anos). 
 
REFERÊNCIAS 
 
BOZANO, G. L. N. Viabilidade técnica da criação de peixes em tanques rede. In: 
Simpósio Brasileiro de Aqüicultura, 12., 2002, Goiânia. Anais... Goiânia: ABRAq., 2002. p. 
107-111. 
FAO - FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS. 
Exame mundial da Pesca e Aquicultura, 2004. Disponível em: <www.fao.org>. 
IBAMA – INSTITUTO BRASILEIRO DE MEIO AMBIENTE. Estatística da Pesca, 2003. 
Disponível em: <www.ibama.gov.br>. 
 
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IBAMA – INSTITUTO BRASILEIRO DE MEIO AMBIENTE. Estatística da Pesca, 2005. 
Disponível em: < www.ibama.gov.br>. 
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa de 
orçamento familiar, 2003. Disponível em: < www.ibge.gov.br>. 
KUBITZA, F.; ONO, E. A. Projetos aquícolas: planejamento e avaliação econômica. 1. ed. 
Jundiaí: F. Kubitza. 2003. 88 p. 
KUBITZA, F.; ONO, E. Cultivo de peixes em tanques-rede. Jundiaí, 2003. 115 p. 
KUBITZA, Fernando. Nutrição e alimentação dos peixes cultivados. 3. ed. Judiaí: Acqua & 
Imagem, 1999. 126 p. 
OSTRENSKY, A.; BORGHETTI, J. R.; SOTO, D. (Eds). Estudo setorial para consolidação 
de uma aqüicultura sustentável no Brasil. Curitiba, 2007. 
ROTTA, M. A.; QUEIROZ, J. F. Boas práticas de manejo (BPMs) para produção de peixes 
em tanques-redes. Corumbá: Embrapa Pantanal. 2003. 27 p. (Documentos, 47). 
ZIMMERMANN, S.; HASPER, T.O.B. Piscicultura no Brasil: o processo de intensificação 
da tilapicultura. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 
40, 2003, Santa Maria. Anais... Santa Maria: SBZ. 2003. CD ROOM 
ZIMMERMANN, S. Recentes avanços no manejo alimentar da aqüicultura intensiva. Revista 
Brasileira de Agropecuária, v. 1, n. 11, 2001.

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