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Fontes do Direito do Trabalho Hierarquia: Constituição Leis Ordinárias Atos do Poder Executivo Sentenças Normativas Acordos e Convenções Coletivas Regulamento da empresa Contrato de Trabalho Usos e Costumes Classificação das normas trabalhistas: NORMAS DE ORDEM PÚBLICA ABSOLUTAS RELATIVAS NORMAS DISPOSITIVAS NORMAS AUTÔNOMAS INDIVIDUAIS COLETIVAS NORMAS DE ORDEM PÚBLICA ABSOLUTA Não podem ser derrogadas por convenção das partes. Prepondera o interesse público sobre o individual. Há o interesse do Estado em estabelecer regras mínimas para o trabalhador. Possuem natureza tutelar. Exemplos: Salário mínimo; Férias; Segurança do Trabalho, dentre outras. NORMAS DE ORDEM PÚBLICA RELATIVA Embora haja interesse do Estado, elas podem ser flexibilizadas. Exemplos: Possibilidade de redução salarial ou redução da jornada de trabalho por meio de Convenção ou Acordo Coletivo – CRFB, art.7º, XIII; NORMAS DISPOSITIVAS O Estado tem interesse em tutelar os direitos dos empregados, porém, esse interesse é menor, podendo ocorrer a autonomia da vontade das partes. Pode-se dizer que, a legislação apenas estabelece o mínimo, que pode ser complementado pelas partes. Exemplos: Aviso prévio de, no mínimo, 30 dias – CRFB, art.7º, XXI; Adicional noturno de, pelo menos, 20%, CLT, art. 73; Nesses casos podem as partes estabelecer patamares maiores do que esses estabelecidos. Drª Carolinsk de Marco - Ma. em Direito do Trabalho e Relações Laborais Internacionais NORMAS AUTÔNOMAS O Estado não interfere estabelecendo normas de conduta no campo trabalhista; as partes convencionam entre elas. Caso colidam com Normas de Ordem Pública (absolutas ou relativas) NÃO serão válidas. INDIVIDUAIS Cláusula inserida no contrato de trabalho de forma a beneficiar ou complementar o direito do trabalhador. Exemplo: Complementação de aposentadoria. COLETIVAS Acordos ou Convenções Coletivas que estabelecem direitos a mais do que os previstos em leis. Exemplos: cesta básica para a categoria, descontos em escolas ou universidades etc. Drª Carolinsk de Marco - Ma. em Direito do Trabalho e Relações Laborais Internacionais Aplicação das Normas de Direito de Trabalho Interpretação: •Sentido do texto gramatical da norma jurídicaGramatical ou Literal • Interpretação dos textos legaisLógica • Interpretação dada de acordo com o fim colimado pelo legisladorTeleológica ou Finalística • Interpretação dada segundo a análise do sistema no qual está inseridoSistemática •Dá sentido amplo à norma a ser interpretadaExtensiva ou Ampliativa •Dá sentido mais restrito à norma a ser interpretadaRestritiva ou Limitativa •Decorre de um processo evolutivo. Adaptação ao momento atualHistórica •Realizada pelo próprio órgão que editou a norma. Ele declara seu sentido.Autêntica •Se verifica a necessidade social na elaboração da leiSociológica Drª Carolinsk de Marco - Ma. em Direito do Trabalho e Relações Laborais Internacionais Eficácia: Significa a aplicação ou execução da norma jurídica; É a produção de efeitos jurídicos concretos ao regular as relações; Tem sentido de pôr a norma em contato com os fatos e atos; Eficácia Global Quando é aceita por todos Eficácia parcial Quando é aceita parcialmente, implicando ineficácia parcial Divide-se em: EFICÁCIA NO TEMPO e EFICÁCIA NO ESPAÇO. Drª Carolinsk de Marco - Ma. em Direito do Trabalho e Relações Laborais Internacionais Eficácia no tempo: Refere-se a entrada da lei em vigor. Normalmente, as disposições do Direito do Trabalho, entram em vigor a partir da data da publicação da lei, tendo eficácia imediata, CRFB art. 5º,§ 1º; Inexistindo disposição expressa em lei, esta começa a vigorar 45 dias depois de oficialmente publicada – LINDB, art. 1º; Se o ato ainda não foi praticado, deve-se observar a lei vigente à época de sua prática. Ex.: CLT, art. 142; Algumas normas tem um espaço de tempo que levam para entrar em vigor, a chamada vacatio legis. Ex.: Lei do FGTS (Lei 5.107/66), só entrou em vigor dia 1º de janeiro de 67; Convenções ou Acordos coletivos só entram em vigor 3 dias após o depósito na DRT – CLT, art. 614, § 1º. Drª Carolinsk de Marco - Ma. em Direito do Trabalho e Relações Laborais Internacionais Eficácia no espaço: Refere-se ao território no qual será aplicado a norma; No Brasil, tanto aos nacionais quanto aos estrangeiros se aplicará a Lei trabalhista; Aplica-se o Princípio da territorialidade: as leis trabalhistas vigoram em um determinado território ou espaço geográfico; é o princípio da territorialidade que prevalece, significando, simplesmente, que a mesma lei disciplinará os contratos individuais de trabalho tanto dos empregados brasileiros como de outra nacionalidade; aos estrangeiros que prestam serviço no Brasil, é aplicada a legislação brasileira. Drª Carolinsk de Marco - Ma. em Direito do Trabalho e Relações Laborais Internacionais Princípios do Direito do Trabalho Drª Carolinsk de Marco - Ma. em Direito do Trabalho e Relações Laborais Internacionais Os princípios são dotados de uma força normativa, pois dão sentido à norma positivada, ou atuam na lacuna da lei, orientando, tanto a integração, quanto a interpretação das normas jurídicas. Alguns princípios, por serem considerados de grande importância para o ordenamento jurídico, são legislados. Outros, menos relevantes e que constituem a maioria deles, são meros modelos doutrinários. A inserção desses princípios no ordenamento jurídico, a ponto de adquirirem força coercitiva, pode acontecer por meio do processo legislativo, mas, com maior frequência, ocorre pela atividade jurisdicional. CLT, art. 8º - “As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.” Drª Carolinsk de Marco - Ma. em Direito do Trabalho e Relações Laborais Internacionais Função: Drª Carolinsk de Marco - Ma. em Direito do Trabalho e Relações Laborais Internacionais Princípio da Proteção: Drª Carolinsk de Marco - Ma. em Direito do Trabalho e Relações Laborais Internacionais Desmembra-se em três: IN DUBIO PRO OPERÁRIO Existindo duas interpretações a um texto legal, deve-se aplicar a interpretação que melhor atenda aos interesses do trabalhador. Aplica-se também o princípio do in dúbio pró-mísero na análise do caso concreto. Se num procedimento judicial existem dúvidas, o juiz deve optar pelo julgamento da causa em favor do empregado. Existe a máxima que resume este princípio: “É melhor um empregador pagar duas vezes a mesma dívida, do que um empregado que tenha direito deixar de receber”. Drª Carolinsk de Marco - Ma. em Direito do Trabalho e Relações Laborais Internacionais APLICAÇÃO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL AO TRABALHADOR No caso de haver mais de uma norma aplicável ao caso concreto, aplica-se a norma que melhor favorecer o trabalhador. Portanto, no caso do Direito do Trabalho, não se aplica a hierarquia das leis, mas a que for mais favorável. Exemplo: A CLT prevê que ao trabalho noturno seja dado um adicional de 20% sobre a hora normal, neste caso, se uma Convenção Coletiva estabelecer que para determinada categoria que este trabalho seja remunerado com 50% sobre a hora normal, aplicar-se-á a norma convencional e não a norma consolidada. Drª Carolinsk de Marco - Ma. em Direito do Trabalho e Relações Laborais InternacionaisAPLICAÇÃO DA NORMA MAIS BENÉFICA AO TRABALHADOR Por este princípio, cláusulas benéficas para o trabalhador não podem ser retiradas do contrato ou serem substituídas por outra menos benéfica. Vantagens já conquistadas, resultantes de contrato, de lei, de normas coletivas, ou até mesmo regulamento da empresa, constituem-se em Direito Adquirido e não podem ser modificadas para pior - CRFB, art. 5º. Inciso XXXVI, e CLT, art. 468, que explica: “Nos contratos individuais de trabalho, só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e, ainda assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade a cláusula infringente desta garantia.” Drª Carolinsk de Marco - Ma. em Direito do Trabalho e Relações Laborais Internacionais Princípio da Irrenunciabilidade de direitos: É a impossibilidade jurídica de o trabalhador privar- se voluntariamente de vantagens a ele conferidas pela lei trabalhista. Registre-se que, a irrenunciabilidade, não tem caráter absoluto, pois a própria legislação pode autorizar a conciliação, a transação etc. Nesses casos, as garantias mínimas aos trabalhadores, não podem ser modificadas in pejus dos mesmos, mesmo com o consentimento expresso, nos demais casos, caberia a renúncia ou transação, desde que por mútuo acordo. Drª Carolinsk de Marco - Ma. em Direito do Trabalho e Relações Laborais Internacionais Princípio da Continuidade da Relação de Emprego: Presume-se que o contrato de trabalho terá validade por tempo indeterminado; A exceção desta regra são os contratos por prazo determinado, inclusive o temporário. TST, Súm. 212: “ O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o principio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado.” Drª Carolinsk de Marco - Ma. em Direito do Trabalho e Relações Laborais Internacionais Princípio da Primazia da Realidade: Terá valor o que acontece no mundo real e não no mundo formal. Consiste em dar preferência à realidade dos fatos existentes. O fato provado prevalece sobre documento em sentido contrário . Drª Carolinsk de Marco - Ma. em Direito do Trabalho e Relações Laborais Internacionais Exemplo: o empregado alega que começou a trabalhar em 2000, a empresa contesta afirmando que iniciou em 2001, conforme registro na CTPS. Apresentando prova testemunhal que comprove o trabalho desde 2000, provavelmente, terá o empregado ganho de causa, pois o depoimento testemunhal reflete a realidade vivenciada, e prevalecerá sobre a prova documental apresentada pela empresa. Princípio da Razoabilidade: Toda conduta humana deve ser razoável e que, portanto, tal princípio, assim como a boa-fé (que diz respeito a toda e qualquer contratação – e não apenas aos contratos de trabalho) não pode ser considerado como específico deste ramo do conhecimento humano. Drª Carolinsk de Marco - Ma. em Direito do Trabalho e Relações Laborais Internacionais Nas relações de trabalho, as partes, e juízes devem conduzir-se de uma maneira razoável na solução de problemas ou conflitos delas decorrentes. Princípio da Boa-fé: Refere-se à conduta da pessoa que considera cumprir realmente com seu dever, pressupondo uma posição de honestidade e honradez no comércio jurídico, porque contém implícita a consciência de não enganar, não prejudicar, nem causar danos. Este princípio abrange ambas as partes do contrato, e não apenas uma delas. Além disso, este princípio deve ser levado em conta para a aplicação de todos os direitos e obrigações que as partes adquirem como consequência do contrato de trabalho. A boa-fé que deveria vigorar como Princípio do Direito do Trabalho é a boa-fé-lealdade, ou seja, que se refere a um comportamento e não a uma simples convicção.
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