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LIVRO COMÉRCIO INTERNACIONAL Bibligrafia Básica 2017

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COMÉRCIO EXTERIOR
Welinton Santos
Alessandra Andrade Pereira
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. 
Imagem da capa: © Bakhtiar Zein // Shutterstock.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte 
desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos 
direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Copyright Universidade Positivo 2016
Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido
Curitiba-PR – CEP 81280-330
Superintendente 
Reitor
Pró-Reitor Acadêmico
Coordenador Geral de EAD
Coordenadora Editorial
Autoria
Supervisão Editorial
Parecer Técnico
Validação Institucional
Layout de Capa
Prof. Paulo Arns da Cunha
Prof. José Pio Martins
Prof. Carlos Longo
Prof. Renato Dutra
Profa. Manoela Pierina Tagliaferro
Prof. Welinton Santos
Profa. Alessandra Andrade Pereira
Bianca de Brito Nogueira
Evandro Moritz Luz
Francine Ozaki 
e Regiane Rosa
Valdir de Oliveira
FabriCO
KOL Soluções em Gestão do 
Conhecimento Ltda EPP 
Análise de Qualidade, Edição de Texto, 
Design Instrucional, Edição de Arte, 
Diagramação, Imagem de Capa, 
Design Gráfico e Revisão
Ícones
Afirmação
Contexto
Biografia
Conceito
Esclarecimento
Dica
Assista
Curiosidade
Exemplo
Sumário
Apresentação ..................................................................................................................12
Os autores ........................................................................................................................13
Capítulo 1 
A evolução histórica e o desenvolvimento do comércio exterior ....................................15
1.1 A importância do comércio exterior no cenário econômico ......................................15
1.1.1 As relações internacionais .......................................................................................................................................15
1.1.2 O que são exportações ........................................................................................................................................... 16
1.1.3 O que são Importações ...........................................................................................................................................18
1.1.4 Comércio exterior no cenário econômico ...............................................................................................................18
1.2 Bicentenário do comércio exterior no Brasil ..............................................................19
1.2.1 Introdução histórica ............................................................................................................................................... 20
1.2.2 Comércio exterior no Brasil de 1808 a 2008 ......................................................................................................... 20
1.2.3 Cacex– A Carteira de Comércio Exterior ............................................................................................................... 23
1.2.4 O processo de globalização do comércio exterior ..................................................................................................24
1.3 O potencial do comércio exterior – Brasil e a globalização ......................................25
1.3.1 Os blocos econômicos – o efeito globalização (Nafta, Mercosul, União Europeia, Aladi, Alca, Apec) ................. 25
1.3.2 As importações brasileiras .................................................................................................................................... 29
1.3.3 Produtos brasileiros de exportação ........................................................................................................................31
1.3.4 Os potenciais da exportação brasileira .................................................................................................................. 32
1.4 Órgãos internacionais ................................................................................................32
1.4.1 OMC (WTO) ............................................................................................................................................................ 32
1.4.2 Unctad ................................................................................................................................................................... 33
Referências .....................................................................................................................35
Capítulo 2 
Efeito globalização e as relações de comércio exterior ...................................................37
2.1 Os Impactos da globalização na economia brasileira ................................................37
2.1.1 Zonas de Preferências Tarifárias ............................................................................................................................. 38
2.1.2 Acordos tarifários do Mercosul .............................................................................................................................. 39
2.1.3 Acordos tarifários do Brasil .....................................................................................................................................41
2.2 Órgãos nacionais intervenientes ................................................................................42
2.2.1 Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio - MDIC ............................................................................. 42
2.2.2 Secex, Decex, Deint, Decom, Deaex e Decoe ........................................................................................................ 44
2.2.3 Camex e Apex ....................................................................................................................................................... 46
2.2.4 MRE, Bacen, IRB, Susep e MF ................................................................................................................................ 46
2.3 O território aduaneiro – Zona Primária e Zona Secundária ......................................47
2.3.1 O papel da SRFB – Secretaria da Receita Federal do Brasil no território aduaneiro ............................................. 48
2.3.2 O processo de nacionalização e desnacionalização de mercadorias ..................................................................... 48
2.3.3 Restrições tarifárias ............................................................................................................................................... 49
2.3.4 As restrições não tarifárias .................................................................................................................................... 49
2.4 As nomenclaturas aduaneiras ...................................................................................50
2.4.1 Sistema de classificação de mercadorias. O código numérico internacional – SH ............................................... 50
2.4.2 NBM – Nomenclatura Brasileira de Mercadorias .................................................................................................. 50
2.4.3 NCCA, Naladi, NCM .................................................................................................................................................51
2.4.4 Tarifa Externa Comum –TEC do Mercosul ............................................................................................................. 52
Referências ......................................................................................................................53
Capítulo 3 
Operações de comércio exterior ......................................................................................553.1 Siscomex – Sistema Integrado de Comércio Exterior ...............................................55
3.1.1 Registro do Exportador – Registro do Importador ............................................................................................... 55
3.1.2 Documentos de exportação elaborados através do Siscomex .............................................................................. 56
3.1.3 Documentos de importação elaborados através do Siscomex .............................................................................. 57
3.2 Principais documentos no comércio exterior ............................................................60
3.2.1 Documentação para fins de embarque para o exterior ........................................................................................ 60
3.2.2 Documentação para fins de negociação junto ao banco ...................................................................................... 66
3.2.3 Documentação para fins de fechamento de câmbio ............................................................................................ 66
3.2.4 Documentação para fins fiscais e contábeis ......................................................................................................... 67
3.3 Sistemática de exportação ........................................................................................67
3.3.1 Rotinas e procedimentos na exportação ............................................................................................................... 67
3.3.2 Roteiro básico de exportações: formação de preço e negociação ....................................................................... 68
3.3.3 Despacho aduaneiro e desembaraço aduaneiro na exportação ........................................................................... 69
3.4 Sistemática de importação ........................................................................................70
3.4.1 Rotinas e procedimentos na importação ............................................................................................................... 71
3.4.2 Gestão tributária ................................................................................................................................................... 72
3.4.3 Despacho aduaneiro e desembaraço aduaneiro na importação ........................................................................... 73
Referências ......................................................................................................................75
Capítulo 4 
Regimes aduaneiros especiais e regimes aduaneiros aplicados em áreas especiais .......79
4.1 Regimes aduaneiros especiais ...................................................................................79
4.1.1 Trânsito aduaneiro .................................................................................................................................................. 80
4.1.2 Admissão temporária para utilização econômica e admissão temporária para aperfeiçoamento ativo .............. 81
4.1.3 Exportação temporária e exportação temporária para aperfeiçoamento passivo ................................................ 83
4.1.4 Drawback ............................................................................................................................................................... 85
4.2 Regimes aduaneiros especiais (específicos para 
determinadas atividades econômicas e outros) ..............................................................89
4.2.1 Recof e Recom ....................................................................................................................................................... 89
4.2.2 Repetro, Repex e Reporto ..................................................................................................................................... 91
4.2.3 Entreposto aduaneiro de importação e de exportação ........................................................................................ 94
4.2.4 Loja franca ............................................................................................................................................................. 94
4.3 Regimes aduaneiros especiais (depósitos) ................................................................95
4.3.1 Depósito especial ................................................................................................................................................... 95
4.3.2 Depósito afiançado ................................................................................................................................................ 96
4.3.3 Depósito alfandegado certificado (DAC) ............................................................................................................... 97
4.3.4 Depósito franco ..................................................................................................................................................... 97
4.4 Regimes aduaneiros aplicados em áreas especiais ...................................................98
4.4.1 Zona Franca de Manaus (ZFM) .............................................................................................................................. 98
4.4.2 Zonas de Processamento de Exportação .............................................................................................................. 99
4.4.3 Áreas de livre comércio ....................................................................................................................................... 100
Referências ....................................................................................................................101
Capítulo 5 
Aspectos financeiros do comércio exterior ...................................................................105
5.1 Pagamentos internacionais ......................................................................................105
5.1.1 Pagamento antecipado ........................................................................................................................................ 105
5.1.2 Remessa sem saque ............................................................................................................................................ 106
5.1.3 Cobrança documentária....................................................................................................................................... 106
5.1.4 Carta de crédito .................................................................................................................................................... 107
5.2 Câmbio ....................................................................................................................109
5.2.1 Mercado de câmbio ............................................................................................................................................. 109
5.2.2 Mercado de câmbio brasileiro ............................................................................................................................. 109
5.2.3 O balanço de pagamento, transações correntes, contas de capitais e a taxa de câmbio ....................................110
5.2.4 Contrato de câmbio ..............................................................................................................................................112
5.3 Financiamentos às exportações ..............................................................................113
5.3.1 ACC/ACE/Proex .....................................................................................................................................................113
5.3.2 Finamex / Export Note / Commercial Papers / Supplier’s Credit ...........................................................................114
5.3.3 Securitização das exportações.............................................................................................................................115
5.3.4 Resolução 2.770/BNDES .......................................................................................................................................115
5.4 Financiamentos às importações ..............................................................................115
5.4.1 Financiamento de 360 dias ou mais (ROF) ...........................................................................................................116
5.4.2 Câmbio futuro ......................................................................................................................................................116
5.4.3 BNDES/Finamin ....................................................................................................................................................116
Referências ....................................................................................................................118
Capítulo 6 
A logística internacional e a cadeia de suprimentos global ..........................................121
6.1 Introdução à logística no cenário internacional .......................................................121
6.1.1 Histórico e conceito da logística internacional ..................................................................................................... 122
6.1.2 Evolução da logística no comércio internacional ................................................................................................. 122
6.1.3 Parâmetros logísticos: custos x tempo x qualidade ............................................................................................. 123
6.1.4 O planejamento logístico global ...........................................................................................................................124
6.2 Cadeia de suprimentos e distribuição global ..........................................................124
6.2.1 A tendência de globalização da cadeia de suprimentos ..................................................................................... 125
6.2.2 Gestão internacional de suprimentos ................................................................................................................. 125
6.2.3 Gestão da distribuição internacional ....................................................................................................................126
6.2.4 O intercâmbio eletrônico de dados (EDI) ............................................................................................................126
Referências ...................................................................................................................128
Capítulo 7 
Termos internacionais de comércio – Incoterms 2010 .................................................129
7.1 Incoterms 2000 X Incoterms 2010 ...........................................................................129
7.1.1 Publicação 715E/2010 – CCI ................................................................................................................................ 130
7.1.2 Novas informações ............................................................................................................................................... 130
7.1.3 DAT X DEQ .............................................................................................................................................................131
7.1.4 DAP X DAF, DES, DDU ............................................................................................................................................132
7.2 Incoterms 2010 e transportes – responsabilidades e obrigações ...........................133
7.2.1 EXW ......................................................................................................................................................................133
7.2.2 FCA ...................................................................................................................................................................... 134
7.2.3 CIP, CPT ................................................................................................................................................................ 134
7.2.4 DAT, DAP, DDP ...................................................................................................................................................... 134
7.3 Incoterms e transporte marítimo – responsabilidades e obrigações ......................135
7.3.1 FAS – Free Alongside Ship................................................................................................................................... 136
7.3.2 FOB – Free On Board ........................................................................................................................................... 136
7.3.3 CFR – Cost and Freight .........................................................................................................................................137
7.3.4 CIF – Cost, Insurance and Freight .........................................................................................................................137
Referências ....................................................................................................................139
Capítulo 8 
Transporte .....................................................................................................................141
8.1 O transporte internacional de cargas .......................................................................141
8.1.1 O transporte no comércio exterior ........................................................................................................................142
8.1.2 Os órgãos (internacionais) anuentes do transporte de carga ...............................................................................142
8.1.3 Transporte mutimodal de cargas..........................................................................................................................143
8.1.4 Principais rotas internacionais ..............................................................................................................................143
8.2 Modais de transporte ..............................................................................................144
8.2.1 Transporte rodoviário e o conhecimento de embarque ...................................................................................... 144
8.2.2 Transporte marítimo / hidroviário e o conhecimento de embarque ...................................................................145
8.2.3 Transporte ferroviário e o conhecimento de embarque ..................................................................................... 146
8.2.4 Transporte aéreo e o conhecimento de embarque ..............................................................................................147
8.3 A preparação da mercadoria para embarque .........................................................148
8.3.1 Embalagens ......................................................................................................................................................... 148
8.3.2 Unitização da carga ..............................................................................................................................................149
8.3.3 Frete .................................................................................................................................................................... 150
8.3.4 Cotação e serviços cobertos pelo frete ................................................................................................................ 150
8.4 Seguros de cargas do comércio exterior .................................................................1518.4.1 Conceitos de seguros ............................................................................................................................................151
8.4.2 Coberturas ............................................................................................................................................................151
8.4.3 Seguro do transportador ......................................................................................................................................152
8.4.4 Tipos de seguros .................................................................................................................................................. 153
Referências ...................................................................................................................154
A disciplina de Comércio Exterior desenvolve no aluno/profissional conhecimen-
tos e habilidades do contexto da economia globalizada, explicando as práticas interna-
cionais a todos que tenham interesse na área de comércio exterior. 
Este material pode, inclusive, ser utilizado como um manual de consulta, pois 
compreende assuntos como: as relações de importação e exportação, o cenário in-
ternacional, as normalizações do sistema, o tratamento fiscal, as taxas e os impostos 
incidentes sobre as operações internacionais, oportunidades profissionais do setor, 
os sistemas logísticos globais, incentivos e financiamentos disponíveis no mercado e 
muito mais. O objetivo é preparar o aluno/profissional para o mundo globalizado e em 
rede das relações comerciais internacionais.
Apresentação
Dedico esta obra a minha querida esposa Jocimara; ao meu filho Nicholas; às 
minhas filhas Polyanna, Gabriela e Vitória; aos meus pais Hosnil e Elisabeth; 
a minha neta Bruna; além de agradecer a toda a equipe da FabriCO e da 
Universidade Positivo que participaram deste projeto.
Os autores
O Professor Welinton dos Santos é Pós-graduado em EAD pela UBCe Graduado 
em Economia pela UNIVAPe em Psicopedagogia Clínica e Institucionalpelo ISAL. É Técnico 
em Contabilidade pelo Colégio Antônio Afonso e Técnico em Transações Imobiliáriaspela 
Escola Pan Americana de Artes, Ciências e Humanidades. Atua como comentarista, co-
lunista e articulista nacional e internacional de economia, educação, marketing, carrei-
ras, meio ambiente e gestão empresarial, com vivência em projetos na Europa e América 
Latina. É autor de livros sobre desenvolvimento pessoal e profissional e gestão de carrei-
ras e atuou na gerência geral de empresas e na prestação de serviços para multinacionais e 
prefeituras do Brasil.
Currículo Lattes: 
<lattes.cnpq.br/1592912830845504>
A professora Alessandra Andrade Pereira é graduada em Ciências Econômicas 
pela Universidade Federal de Viçosa (UFV- MG). É mestre em Gestão e Estratégia de 
Negócios na área de Gestão de Operações e Logística pela Universidade Federal Rural do 
Rio de Janeiro (UFRRJ) e especialista em Comércio Exterior pela Universidade Federal do 
Rio de Janeiro (UFRJ). 
Currículo Lattes: 
<lattes.cnpq.br/6723574787183561>
À minha família, meu 
alicerce, que me apoia em 
todos os momentos. 
1 A evolução histórica e o desenvolvimento 
do comércio exterior
O comércio exterior está intimamente ligado à história do homem. A busca por 
melhores rotas para as Índias, as grandes navegações, o mercantilismo e as diversas re-
voluções que marcaram a sociedade são apenas alguns exemplos de muitas transforma-
ções que impactaram as relações do comércio exterior. 
Essa área, que continua em desenvolvimento, também tem sido marcada por fatos 
importantes para a globalização. Com a transformação dos meios de comunicação, sur-
giu a internet, que permitiu um avanço nos processos de negociação internacional, de-
senvolvendo novas linhas do direito internacional, na logística e em tantas outras áreas 
profissionais. Essa evolução contribuiu para a formação de parcerias comerciais entre di-
versos países que estão em desenvolvimento.
Neste capítulo, estudaremos essa história, analisando os principais fatos que in-
fluenciaram o comércio internacional e os efeitos da globalização e dos acordos comer-
ciais. Também abordaremos a política do comércio exterior do Brasil, o processo de 
regulamentação do comércio internacional e os principais blocos econômicos da atuali-
dade. Para iniciar nossos estudos, falaremos sobre como o comércio exterior influencia o 
cenário econômico, abordando aspectos básicos das relações internacionais.
1.1 A importância do comércio exterior no cenário econômico
No mundo globalizado, as relações internacionais ganharam relevância no cenário 
econômico de todos os países; e o comércio exterior passou a fazer parte do cotidiano de 
nossa sociedade, embora, muitas vezes, passe despercebido por parte da população.
Para compreendermos como o comércio exterior influencia o cenário econômico, 
primeiramente vamos compreender como funcionam essas relações internacionais e 
aprender os conceitos de exportação e importação. 
1.1.1 As relações internacionais
As relações internacionais estabelecem conexões entre as atividades produtivas e 
econômicas entre todas as nações. Para uma empresa, internacionalizar significa com-
petir no mercado externo, buscando as melhores oportunidades e negociações. Para 
os consumidores, é a oportunidade de consumir produtos de outros países que aten-
dam a suas necessidades de consumo.
ComérCio ExtErior 16
Como os desejos de consumo ultrapassam as barreiras dos países, surgiu a ne-
cessidade de estabelecer negociações comerciais mais favoráveis para acompanhar o 
cenário das constantes evoluções da tecnologia e, ao mesmo tempo, estabelecer es-
tratégias de gestão para fortalecimento das relações internacionais com outros países.
No contexto atual da sociedade, em que os fluxos das informações são rápidos e 
ultrapassam as fronteiras das nações, surgem atores internacionais, tais como: empre-
sas públicas e privadas, governos, organizações não governamentais, universidades, 
centros de pesquisas internacionais, empresas transnacionais e outros agentes interna-
cionais. Nesse cenário, as relações internacionais estudam a sistemática das relações 
políticas e sociais dos países, que ultrapassam os limites geográficos de um estado.
O site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) (BRASIL, [20--]c) 
traz várias notícias desta sistemática relação entre o Brasil e outros países.
As relações internacionais constituem um campo vasto que envolve diversas 
áreas de pesquisa, como história, economia, filosofia, direito, geografia, sociologia e 
tantas outras. Englobam também vários tipos de transportes (aéreo, ferroviário, marí-
timo, rodoviário etc.) e demandam profissionais capacitados para executar as ativida-
des do comércio exterior.
Existem inúmeras oportunidades nes-
se novo cenário internacional, pois ati-
vidades anteriormente de competência 
exclusiva de diplomatas passam a integrar 
centenas de profissões das mais variadas. 
Assim, nesse ambiente de relacionamen-
tos entre países, empresas e organizações, 
surge uma diversidade para atuação, estu-
dos, pesquisas e trabalhos que envolvem acordos internacionais, projetos e pesquisas, 
além de análises de conjunturas setoriais, de países, soberania e royalties.
1.1.2 O que são exportações
Quando uma empresa no Brasil vende um produto para a Argentina, por exem-
plo, dizemos que ocorre uma exportação, ou seja, a venda de um produto ou serviço 
para outro país. Segundo Keedi (2014, p. 22):
©
 S
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M
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ComérCio ExtErior 17
A exportação pode ser de bens e serviços, entendendo-se a de bens como a transferência 
de mercadorias entre os países, e os serviços como a venda de assessoria, consultoria, co-
nhecimentos,transportes, turismo, assistência técnica e etc. 
Para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, exportação 
“[...] é basicamente a saída da mercadoria do território aduaneiro, decorrente de um 
contrato de compra e venda internacional, que pode ou não resultar na entrada de di-
visas” (BRASIL, [20--]e, s.p.).
Em suma, todas as transações comerciais que envolvem a comercialização de pro-
dutos e serviços entre um país e outro são chamadas de exportações. Por exemplo: o 
couro brasileiro vendido para empresas da Itália, o suco de laranja vendido para o mer-
cado consumidor dos Estados Unidos e o serviço de manutenção de aeronaves feitas 
por brasileiros na China são transações comerciais que envolvem empresas e políticas 
de nacionalidades diferentes. O processo de exportação, entretanto, não abrange ape-
nas grandes corporações; hoje, existem várias formas para exportar produtos, destina-
das à micro e pequenas empresas, facilitadas pelo desenvolvimento da internet e das 
redes sociais. 
Para pequenas e médias empresas, existe o Exporta Fácil dos Correios, que facilita o processo 
de exportação para empresas iniciantes no comércio exterior.
Existem várias vantagens desencadeadas pela atividade de exportação. A diversi-
ficação de mercados auxilia na diminuição de riscos empresariais, e quanto maior o nú-
mero de países e de clientes que uma empresa conquista, menores serão os impactos 
de uma recessão econômica de um mercado específico. Além disso, para as empresas 
envolvidas, as exportações refletem no crescimento e aprimoramento de recursos hu-
manos e na sinergia dinâmica de participar do mundo globalizado, necessitando aten-
der a requisitos específicos de acordo com cada tipo de cliente alvo.
Os benefícios das exportações não são só para as empresas. Quanto maior for o 
volume de exportações, maior será a quantidade de empregos gerados na economia 
do país, portanto incentivá-las auxilia no equilíbrio da balança comercial, gera divisas e 
melhora as performances das organizações envolvidas. O aumento das exportações de 
um país também eleva a renda disponível na economia, promovendo o crescimento da 
poupança interna e o poder de paridade de compra da população (KEEDI, 2014).
ComérCio ExtErior 18
1.1.3 O que são Importações
O ato de importar significa que a empresa ou pessoa física está comprando um 
produto ou serviço de outro país. Segundo Keedi (2014, p. 25), “[...] a importação tam-
bém pode ser de bens e serviços, entendendo-se como bens a transferência de merca-
dorias entre os países e os serviços como a compra de assessoria, consultoria, 
transportes, turismo, etc.”. Quando compramos um software ou um jogo eletrônico in-
ternacional pela internet utilizando transferências eletrônicas, por exemplo, estamos 
realizando a importação de um produto.
A relevância da importação consis-
te na diversificação de mercados dispo-
níveis aos compradores, principalmente 
com o advento da internet, com a qual 
os consumidores podem adquirir produ-
tos de qualquer mercado internacional 
que trabalhe com exportações. Essa ati-
vidade também é importante para pro-
mover o equilíbrio de preços internos de 
um país em caso de falta de alguns produtos (KEEDI, 2014). Um exemplo é a impor-
tação de arroz para equilibrar o preço no mercado interno. Segundo o autor, em al-
guns momentos, todavia, o que determinará o volume de importações ou exportações 
serão fatores políticos, como acordos comerciais, clima (escassez ou fartura), capital 
(taxas de juros, valorização da moeda, benefícios fiscais e outros) e trabalho (falta ou 
excesso de mão de obra disponível).
1.1.4 Comércio exterior no cenário econômico
As exportações e importações impulsionam a economia de um país, seja no abas-
tecimento de suas necessidades de consumo (a exemplo das commodities, como mi-
nério de ferro, um importante produto de exportação brasileira para o mercado 
consumidor da China), seja para promover desenvolvimento econômico pelo aumen-
to da renda.
Apesar do crescimento das exportações brasileiras, a participação do país no 
mundo ainda é pequena, representando apenas 1% do mercado global. O Brasil é uma 
das sete economias mais ricas do mundo, entretanto, no quesito exportação, não ul-
trapassou a 22.ª posição frente às economias internacionais no período de 1997 a 2012 
(CASTRO, 2014). 
Para que o Brasil seja um grande player no mercado internacional, há variá-
veis que precisam ser solucionadas. Uma delas é elaborar redes logísticas de dis-
tribuição mais eficientes. Para Ballou (2006), o desenvolvimento dessas redes lida 
©
 G
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essencialmente com decisões sobre aspectos espaciais (dimensionamento e localiza-
ção de instalações), temporais (nível de serviço ao cliente), de transporte (escolha de 
modais), entre outros.
Outras iniciativas para melhorar o posicionamento do Brasil no mercado interna-
cional incluem promover uma política impulsionadora de exportações, criar linhas de 
financiamentos mais atraentes, tornar a exportação atrativa para as empresas, entre 
tantos outros fatores.
Uma dessas medidas é a implantação pelo governo federal do Portal Único de Comércio 
Exterior, com a intenção, segundo estudos da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), de 
reduzir de 13 para 8 dias o prazo médio de exportação e de 17 para 10 dias o prazo médio das 
importações (TONI, 2015).
O país tem potencial a desenvolver na área de comércio exterior além da capaci-
dade atual. No período de 2012 a 2014, aumentou o número de organizações exporta-
doras brasileiras, em virtude dos esforços de pequenas e médias empresas no processo 
de internacionalização. Em 2014, eram 19.250 empresas brasileiras exportando (au-
mento de 2,3% em comparação a 2013), quantidade que tem aumentado ano a ano, 
pela simplificação do processo (PORTAL BRASIL, 2015). 
Embora o comércio exterior possa impulsionar a economia brasileira pelo volume 
de recursos gerados ou pela oferta de empregos, o país precisa de uma política mais 
dinâmica para incentivar as exportações. Nesse sentido, os impostos devem estar den-
tro de uma realidade de competição internacional, de modo que os custos não inviabi-
lizem o processo de comércio exterior.
Agora que compreendemos os conceitos básicos relacionados às relações interna-
cionais, vamos resgatar a história do comércio exterior no Brasil, que se iniciou com a 
chegada dos portugueses ao país no século XVI.
1.2 Bicentenário do comércio exterior no Brasil
No início do século XXI, o Brasil completou 200 anos de comércio exterior. 
Atualmente, nessa nova ordem econômica mundial, as questões da globalização, no-
vas tecnologias, sustentabilidade, meio ambiente, ordenamento jurídico, reforma 
bancária, segurança internacional, taxas aduaneiras etc. afetam o cotidiano de toda 
sociedade global.
Iniciaremos agora um resgate histórico para entender como era o comércio exte-
rior em seus primórdios, relembrando as relações entre Brasil e Portugal e apontando as 
principais inovações que surgiram no comércio exterior brasileiro nas últimas décadas.
ComérCio ExtErior 20
1.2.1 Introdução histórica
Quando os portugueses chegaram ao Brasil em 1500, iniciou-se um processo de 
colonização. Nesse contexto, o sistema produtivo era no intuito exclusivo de atender 
a Portugal, com uma estrutura que cumpria alguns requisitos do que conhecemos hoje 
como comércio exterior. Desde então, passando pelo extrativismo da madeira nobre, 
do açúcar, do café, do ouro das Minas Gerais, até a tecnologia e as commodities dos 
dias atuais, o Brasil passou por grandes transformações.
O ano de 1808 é considerado o ano zero do comércio exterior do Brasil (BRASIL, 
[20--]b). Em virtude da expansão das conquistas de Napoleão Bonaparte na Europa, a fa-
mília real portuguesase refugiou no Brasil naquele ano, a partir de 22 de janeiro, inician-
do um novo ciclo econômico da colônia portuguesa. O Brasil se tornou sede da monarquia 
de Portugal por 13 anos, o que propiciou a abertura comercial brasileira, para atender aos 
anseios da família real residente no país. Assim, em 28 de janeiro, o Príncipe Regente de 
Portugal, D. João VI, assinou a Carta de Abertura dos Portos, quebrando o monopólio co-
mercial da metrópole e abrindo os portos brasileiros às nações amigas.
A chegada da corte portuguesa à cidade do Rio de Janeiro promoveu estímulos 
sociais, políticos e econômicos ao Brasil. Surgiu, na época, a Secretaria de Estado dos 
Negócios Estrangeiros e da Guerra, com sede na cidade, um forte sinal de que come-
çariam ali as atividades econômicas de comércio exterior no país.
1.2.2 Comércio exterior no Brasil de 1808 a 2008
Nos primeiros anos de refúgio da família real portuguesa no Brasil, ocorreram 
uma série de iniciativas, como:
Regulamentação da entrada e reexportação de mercadorias, por meio do decreto complementar da 
carta-régia de abertura dos portos, regulamentando o comércio triangular;
Criação da Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação, estabelecida por alvará expedido 
por D. João VI, com intuito de estimular a economia e a diversificação de produção;
Incentivo à plantação de algodão e de frutas originárias de outros continentes;
Criação de estaleiros de reparo de embarcações. 
ComérCio ExtErior 21
Com medidas como essas, a corte portuguesa priorizou o desenvolvimento em 
sua sede provisória para melhorar sua qualidade de vida, mas ao mesmo tempo contri-
buiu para o processo de desenvolvimento da colônia brasileira.
Em 1821, D. João VI voltou a Portugal e nomeou D. Pedro I como regente do 
Brasil. Em 1841, D. Pedro II foi nomeado Imperador Constitucional do Brasil, e a ba-
lança comercial do Brasil ficou, por vários anos, com saldo negativo. As exportações 
chegaram a somar 41.039 contos de réis, e as importações, 50.639 contos de réis, isto 
é, um saldo negativo de 9.600 contos de réis (BRASIL, [20--]b). Esses constantes sal-
dos negativos obrigaram o país a buscar empréstimos internacionais para equilibrar 
as contas públicas. 
Em 1882, surgiu o Manifesto da Associação Industrial, em favor da industrializa-
ção e de uma política de proteção para diminuir a vulnerabilidade econômica. Nesse 
ano a balança comercial foi positiva em 27.599 contos de réis (BRASIL, [20--]b). No 
ano seguinte, foi criada a União Internacional para Proteção da Propriedade Industrial, 
da qual o Brasil e outros dez países eram os signatários iniciais.
No início do século XX, época em que foram desenvolvidos os primeiros aviões, 
houve a expansão do comércio exterior. Iniciou-se o ciclo da borracha, um importan-
te momento histórico econômico e social para o Brasil, com o auge de sua exploração 
na região amazônica. A exploração da borracha permitiu a expansão da ocupação na 
Região Norte do Brasil, ao mesmo tempo que atraiu riquezas e transformou a cultura 
da região. No auge do ciclo, o Brasil respondia por 97% da produção mundial do produ-
to (BRASIL, [20--]b).
Extração da borracha no Brasil
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Vários episódios políticos marcaram as décadas seguintes, provocando uma crise 
mundial que perdurou até 1933, impactando de forma direta as exportações brasilei-
ras, por exemplo:
Criação de estaleiros de reparo de embarcações. 
Fundação do partido comunista na China;
Choque entre comunistas e fascistas na Itália; 
Fim da Guerra Civil na Rússia; 
Início do fascismo na Itália; 
Criação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS);
Hiperinflação na Alemanha; 
Introdução de cotas de imigrantes nos Estados Unidos;
Alta nos preços do café entre 1924 até 1929, quando houve a queda e o crash 
(quebra) da Bolsa de Valores de Nova York.
Guerras em várias partes do mundo mudaram o cenário internacional. Uma das 
principais mudanças foi que, a partir de 1942 (durante a Segunda Guerra Mundial), o 
Brasil deixou de usar a libra esterlina como medida internacional do comércio exterior 
e passou a utilizar o dólar americano, padrão empregado até hoje. 
Após a Segunda Guerra Mundial, foram criados vários organismos internacionais, 
entre eles o Fundo Monetário Internacional (FMI), instituído em 1945. Entre suas atri-
buições, está o controle das informações estatísticas do comércio exterior. 
No Brasil, surgiu em 1971 a Carteira de Comércio Exterior (Cacex), responsável 
por elaborar publicações e informações técnicas do comércio exterior brasileiro. Vinte 
anos depois, em 1991, foi criado o Departamento de Comércio Exterior (Decex), da 
ComérCio ExtErior 23
Secretaria do Comércio Exterior (Secex), e o serviço de processamento de dados do 
governo brasileiro, o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), que per-
mitiu ao país integrar vários acordos bilaterais de comércio e participar de alguns blo-
cos econômicos da atualidade, em virtude da gestão adequada dos dados do comércio 
internacional.
Outra novidade foi o Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex)
Importação e Exportação (implantados, respectivamente, em 1993 e 1997). Por meio 
dele, usuários do software de gestão podem consultar as operações de comércio ex-
terior (importação e exportação), com indicação do status atual de cada uma das soli-
citações e a visualização completa de todas as etapas, sem a necessidade do acesso a 
diversos sistemas. 
Atualmente, todo o sistema é eletrônico, permitindo a anexação de documentos 
relacionados às operações de importação e exportação, dispensando o uso do papel 
nesses processos, o que gera um grande avanço em termos de eficiência, segurança e 
transparência. Desse modo, o Siscomex permitiu a ampliação dos registros eletrônicos 
e a desburocratização dos processos.
A partir destes avanços, o Brasil ganha espaço no mercado internacional, e várias 
oportunidades de vínculos comerciais internacionais permitem parcerias econômicas, 
científicas e tecnológicas, que contribuíram para a inserção do país na zona de influên-
cia do cenário internacional.
1.2.3 Cacex– A Carteira de Comércio Exterior
A Carteira de Comércio Exterior (Cacex) foi criada pelo então presidente Getúlio 
Vargas em 1953, como substituta da Carteira de Exportação e Importação do Banco 
do Brasil. A Cacex tinha como principais atribuições, além de quaisquer outras medidas 
relacionadas com o comércio exterior que lhe fossem atribuídas:
Licenciamento de exportação e importação;
Financiamento da exportação e da produção para exportação de produtos 
industriais;
Financiamento de produtos de importação necessários ao abastecimento do 
mercado interno;
ComérCio ExtErior 24
Elaboração, em cooperação com os órgãos do Ministério da Fazenda, das 
estatísticas do comércio exterior;
Fiscalização de preços, pesos, medidas, classificação, qualidades e tipos de-
clarados nas operações de exportação e de importação.
A Cacex ficou responsável pela carteira de comércio exterior até 1992, quando, 
por meio de uma reforma administrativa, todas as atribuições de regulação, operação, 
gerenciamento e anuência das exportações e importações foram transferidas para a 
Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
A extinção da Cacex aconteceu simultaneamente à redefinição da política de co-
mércio exterior, com base em novas condições e compromissos com a Organização 
Mundial do Comércio (OMC). O órgão foi extinto durante o governo do então presi-
dente Fernando Collor, para liberar as importações e ir ao encontro do novo momento 
econômico, que primava pela abertura comercial.
1.2.4 O processo de globalização do comércio exterior
A globalização faz parte da vida da sociedade desde o tempo das grandes navega-ções da Idade Média, apesar da precariedade da época. Teve início na Era dos 
Descobrimentos, desenvolveu-se na Revolução Industrial e se consolidou no capitalismo, 
com os avanços tecnológicos e a necessidade de expandir o comércio exterior. A procura 
por novos caminhos para as Índias em busca das especiarias e conquistas de novas terras 
promoveram o movimento marítimo e futuramente o mercantilismo. Com o decorrer dos 
séculos, surgiu o capitalismo, que impulsionou o mercado mundial com seus produtos ma-
nufaturados, e a última revolução tecnológica da internet ampliou o comércio mundial. 
Atualmente, basta acessar as redes e efetuar uma compra, ou buscar um produto por um 
sistema de pesquisa on-line, que garante acesso a um grande volume de informações. 
Nesse cenário, o comércio exterior é 
um sistema complexo interligado pelas re-
des de informação (TAJRA; SANTOS, 
2015), afinal, nossa realidade atual é em 
rede. Isso significa que estamos conectados 
com outras pessoas por meio de redes so-
ciais, de conhecimento, financeiras, enfim, 
uma grande teia global interligada por co-
municação móvel ou por computadores, que 
conectam pessoas entre si ou a empresas. © 
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O comércio exterior não ficou inerte às redes, pelo contrário, evoluiu de tal for-
ma que impulsionou vários mercados internacionais, possibilitando a criação de pro-
dutos e serviços em várias localidades do planeta, e a troca desses produtos e serviços 
de várias localidades tem impulsionado o processo de globalização atual. Essa facilida-
de permite que as empresas adquiram insumos de qualquer parte do mundo e vendam 
também para qualquer empresa em vários países. Um exemplo: existem centenas de 
peças para montar um avião. Essas peças podem ser produzidas no Brasil, mas a maio-
ria vem de outros países.
As mudanças na sociedade são contínuas, assim como as transformações nos 
processos comerciais provocados pelo efeito da globalização. Na próxima seção, en-
tenderemos os impactos do comércio exterior no Brasil e como o país se posiciona nes-
se cenário.
1.3 O potencial do comércio exterior – Brasil e a globalização
O Brasil vem apresentando um crescente volume de exportações e importações, 
mas ainda tem muito a explorar do comércio exterior. Para impulsionar o mercado bra-
sileiro, o país pode ocupar cenários de destaque com políticas de incentivos e acordos 
comerciais com blocos econômicos, isto é, parecerias entre conjuntos de países para 
melhoria das relações bilaterais de comércio, criando incentivos, aumento de produti-
vidade e intercâmbio de tecnologia para beneficiar seus participantes. A partir de ago-
ra, conheceremos os principais blocos econômicos da atualidade e as potencialidades 
da exportação brasileira.
1.3.1 Os blocos econômicos – o efeito globalização (Nafta, Mercosul, 
União Europeia, Aladi, Alca, Apec)
A criação de blocos econômicos de acordo com os interesses comerciais dos paí-
ses envolvidos promove divisões econômicas e parcerias de desenvolvimento técnico, 
científico e social. Nesse sentido, os blocos econômicos têm forte apelo na integração 
econômica.
Vamos entender um pouco os processos de ligação dessa nova teia global de 
oportunidades, negócios e acordos, que são construídos para o desenvolvimento das 
relações entre os países integrantes dessa ordem econômica. 
O mapa a seguir mostra os principais blocos econômicos da atualidade de acordo 
com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Comentaremos esses e ou-
tros na sequência.
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Blocos econômicos
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Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2011, s.p. (Adaptado).
Mercosul – Mercado Comum do Sul
O Tratado de Assunção, assinado em 26 de março de 1991, deu início ao 
Mercosul, composto inicialmente por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, para per-
mitir a livre circulação de bens e serviços, estabelecer uma Tarifa Externa Comum 
ComérCio ExtErior 27
(TEC) e harmonizar legislações comerciais. Atualmente, esse bloco é formado por to-
dos os países da América do Sul, seja como estado parte ou como associado. A Guiana 
e o Suriname foram os últimos estados associados (BRASIL, [20--]f). 
Comunidade Andina
É um bloco composto por quatro países da Cordilheira dos Andes: Bolívia, 
Colômbia, Equador e Peru. A união permitiu troca de experiências de vivências climáti-
cas, emergenciais e comerciais específicas da região. 
UE – União Europeia
É o mais importante bloco econômico mundial da atualidade, composto por 28 
países do continente europeu com o objetivo de integrar economicamente, socialmen-
te e politicamente seus interesses.
O Brasil assinou parcerias estratégicas com a comunidade europeia em 2007, o 
que permitiu maior integração comercial entre os países em mais de 30 áreas de in-
teresse, entre elas: negócios na área de paz e segurança, comércio, serviços, energia, 
educação e cultura, desenvolvimento sustentável, tecnologia da informação (TI), in-
vestimentos e outros. Estes diálogos setoriais também permitiram o aumento do in-
tercâmbio de estudantes brasileiros na Europa. 
MCCA - Mercado Comum Centro Americano
Formado pelos países-membros Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, e 
Nicarágua, surgiu em 1960 na tentativa de promover a paz na região, afetada por graves 
conflitos bélicos e, em 4 de junho de 1961, foi assinado o Tratado de Integração Centro-
Americana com o objetivo de criar um mercado comum nessa região. O bloco reúne uma 
população de 33,7 milhões de habitantes, possuindo um PIB de US$ 59,2 bilhões.
Este bloco econômico tem o objetivo de promover ações comerciais vantajosas entre 
os países participantes. O Brasil, por intermédio do Banco Nacional do Desenvolvimento 
(BNDES), financia vários projetos nesses países com um acordo bilateral.
Nafta – North American Free Trade Agreement
Conhecido também como Tratado Norte-Americano de Livre Comércio, começou 
em 1988, com um acordo assinado entre os Estados Unidos e o Canadá e, posteriormen-
te, com o México, em 1992 (KEEDI, 2014). Entrou em funcionamento em 1994, com o ob-
jetivo de diminuir as barreiras comerciais, respeitando a leis internas de cada membro. 
ComérCio ExtErior 28
SADC – Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral
Composto por 15 países da África, esse bloco econômico fica no sul do continen-
te africano. Entre seus principais objetivos, estão: o estímulo ao comércio de produtos 
e serviços dos membros, auxílio na diminuição da pobreza, maximização dos recursos 
naturais com ações sustentáveis e promoção da paz de relações de cooperação socioe-
conômica e política da região. O Brasil estabelece várias relações comerciais com paí-
ses desse bloco econômico.
CEI – Comunidade dos Estados Independentes
A CEI reúne 12 das 15 repúblicas que pertenciam à antiga União das Repúblicas 
Socialistas Soviéticas (URSS). Apesar da criação desse bloco, existem muitos atritos 
políticos na região que interferem e prejudicam as relações comerciais. Poucas são as 
relações comerciais entre o Brasil e esses países.
Além desses blocos, podem-se destacar mais três, listados a seguir.
Esse bloco iniciou suas atividades em 1980, com o processo de integração social e econômi-
ca dos países membros, que abrange uma área de 20 milhões de km² (cinco vezes maior que a 
União Europeia), com público-alvo populacional da ordem de 530 milhões de habitantes e US$ 5 
trilhões de PIB (BRASIL, [20--]g).
Aladi – Associação Latino-Americana de Integração 
Bloco composto por 34 países da América com exceção de Cuba. A proposta foi sugerida por 
Bill Clinton em 1994 para vigorar até 2005 e, apesar de pronta, foi engavetada por preocupa-
ções de vários países com o aumento do domínio do governo dos Estados Unidos.
Alca – Área de LivreComércio das Américas 
O objetivo do acordo é estabelecer o livre comércio entre países-membros, que atualmente são vá-
rias nações da Ásia (entre elas, Taiwan, Hong Kong, China e Filipinas), Américas (Estados Unidos, 
Canadá e Chile), Rússia e Oceania (Indonésia, Nova Zelândia e Austrália) (BRASIL, [20--]a).
Esse bloco econômico é o de maior crescimento da atualidade, o que despertou o interes-
se do Brasil em participar dele. Para tanto, o governo, por meio do Ministério das Relações 
Exteriores, tem realizado várias reuniões para estabelecer bases iniciais de possíveis relações 
comerciais no futuro e ser aceito como membro.
Apec – Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico
ComérCio ExtErior 29
A globalização do comércio exterior proporcionou a integração entre os países. 
Segundo Keedi (2014), entre as vantagens desse processo estão:
Revolução dos transportes;
Liberalização econômica;
Avanço das telecomunicações;
Melhoria dos processos eletrônicos com o avanço da internet;
Mudanças culturais;
Avanços científicos, principalmente na área da saúde;
Relações privilegiadas entre os países que compõem os blocos econômicos.
Concluímos que a união dos países em blocos econômicos tem como objetivo o 
desenvolvimento dos países-membros participantes, de maneira a facilitar o comércio, 
as movimentações de capital e o trânsito de pessoas.
1.3.2 As importações brasileiras
As importações brasileiras estão entre as mais baixas dos 179 países estudados 
pelo Banco Mundial. Conforme a entidade, elas representam algo em torno de 14% do 
PIB do país (WORLD BANK, 2016). 
Com algumas flutuações ao longo dos anos, atualmente a participação do Brasil 
fica em torno de 1,2% a 1,4% do total de importações mundiais, como mostra o gráfi-
co a seguir. 
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Participação do Brasil nas exportações e importações mundiais de 1950 a 2013 (%)
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Fonte: BRASIL, [20--]d. (Adaptado).
Entre os produtos importados pelo Brasil estão: petróleo bruto, automóveis, 
óleos combustíveis, autopeças, medicamentos, nafta (derivado do petróleo), compo-
nentes eletrônicos, hulha (tipo de carvão mineral que contém betume), peças de re-
cepção e transmissão, cloreto de potássio, geradores e motores elétricos, compostos 
heterocíclicos, instrumentos de medição, gás natural e energia elétrica.
A necessidade de constante readequação das políticas de importação do Brasil 
faz parte da dinâmica global do comércio exterior. Um exemplo é o dos automóveis. 
Em 2015, a Camex publicou no Diário Oficial da União a Resolução Camex n. 97/2015, 
que reduz de 35% para zero de alíquota do imposto de importação para carros elétri-
cos (BRASIL, 2015). Assim, o Brasil toma uma atitude positiva que incentiva o consu-
mo de carros importados não poluentes. 
Importações que promovam a inserção de novas tecnologias, insumos e bens de 
capital (máquinas, estruturas industriais, outros) auxiliam no desenvolvimento do país. 
Além disso, a importação de produtos para equilibrar os preços nacionais também é 
salutar, uma vez que estimula a indústria nacional a ser mais competitiva e o consumi-
dor se beneficia através dos preços mais justos dos produtos.
As importações, entretanto, podem trazer desemprego se o setor industrial não 
se tornar competitivo frente ao produto importado, oferecendo produtos com quali-
dade igual ou superior e preços menores. Caso isso ocorra, o consumidor optará pelo 
produto importado e o setor industrial será prejudicado.
A liberdade comercial brasileira impõe aos empresários que mantenham estru-
turas modernas para competir no mercado empresarial, porém, a alta carga tributária 
brasileira e os custos excessivos de transportes são alguns dos fatores que inibem no-
vos investimentos, a produtividade e eficiência das empresas brasileiras.
ComérCio ExtErior 31
1.3.3 Produtos brasileiros de exportação
A exportação brasileira vem crescendo ao longo dos anos, como mostra o gráfico 
a seguir. Entre os principais produtos exportados, estão os relacionados ao agronegó-
cio, como carnes, produtos florestais, cereais, café, açúcar, complexo sucroalcooleiro, 
frutas, flores etc.
Balança comercial brasileira de 1950 a 2013 (US$ bilhões)
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Fonte: BRASIL, [20--]d. (Adaptado).
O país também é um grande exportador de minério de ferro, aço e ferro fundido, 
soja e produtos derivados, farelo e resíduos da extração do óleo de soja, pastas quími-
cas de madeira, óleos combustíveis, autopeças e veículos, como tratores, automóveis e 
até aviões. A brasileira Embraer, por exemplo, é líder no segmento de jatos executivos 
exportados para o mundo.
Jato executivo Embraer BEM-505 Phenom 300 em exposição na Alemanha
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Os produtos brasileiros de exportação, como os aviões da Embraer, passam por 
rigorosos controles de inspeção de qualidade, pois, para atender à demanda do mer-
cado internacional, precisam competir em qualidade, preço e custo-benefício com os 
produzidos em outros países, geralmente com carga tributária inferior à do Brasil.
1.3.4 Os potenciais da exportação brasileira
Apesar de exportarmos produtos com tecnologia de ponta, como os aviões da 
Embraer, a pauta exportadora brasileira é focada em produtos da agropecuária (soja, 
café e frango por exemplo) e extrativismo (como mineração e petróleo). Setores de 
baixa tecnologia, como abate e fabricação de produtos derivados de carnes, de produ-
ção e refino de açúcar e de óleos e gorduras vegetais, por exemplo, representam um 
percentual elevado na pauta. 
“Nos cinco triênios que vão de 2000 a 2014 o peso dos dez principais produtos 
da pauta sobre as vendas externas totais passou de 35,8% no período 2000-2002 para 
49,3% no triênio 2012-2014” (SANTOS, 2015). Entre esses principais produtos, estão o 
minério de ferro, petróleo bruto, soja e produtos derivados, açúcar de cana, café em 
grão, carne de frango, pasta química de madeira, entre outros. 
Ainda segundo Santos (2015), as exportações dos segmentos industriais, que 
agregam maior valor aos produtos, ficaram estagnadas, segundo a Funcex. Portanto, é 
necessário promover a diversificação de produtos com maior valor agregado na pauta 
exportadora, o que exige políticas de promoção comercial.
1.4 Órgãos internacionais
Existem diversos órgãos responsáveis por auxiliar os países a manterem suas re-
lações comerciais. Nesta seção, abordaremos dois órgãos intervenientes da política 
comercial internacional, por serem considerados os mais importantes: a Organização 
Mundial do Comércio (OMC), também conhecida como World Trade Organization 
(WTO), e a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento, ou 
United NationsConferenceon Trade and Development (Unctad).
1.4.1 OMC (WTO)
A OMC, ou WTO, na sigla em inglês, foi criada pelo acordo de Marrakech em 
1995, após a rodada de negociações do Uruguai, e é composta por 156 países, com 
sede em Genebra. Segundo Ratti (2007), a entrada da Rússia em 2012, após a crise 
econômica mundial, é importante, por ser uma das maiores potenciais mundiais, parti-
cipando de forma ativa no mercado internacional.
ComérCio ExtErior 33
Entre as atribuições da OMC, a mais importante é a de estabelecera conduta de 
uma política justa do comércio internacional para produtores de mercadorias e serviços, 
nas importações e exportações, estabelecendo regras claras e aceitas por todos. Assim, 
a organização funciona como um fórum permanente para solução de problemas comer-
ciais entre os países, blocos econômicos e as empresas envolvidas nas negociações.
Compete à OMC monitorar os acordos internacionais em vigor, atuando como um 
foro multilateral responsável pela regulamentação, fiscalizando a execução da política 
comercial dos países-membros.A estrutura da organização é composta por conselhos gerais: para comércio de 
bens, para aspectos de propriedade intelectual relacionados ao comércio e órgãos de 
solução de controvérsias e de exame de políticas comerciais. Nessa estrutura, há tam-
bém comitês de comércio e desenvolvimento, além de balanço de pagamentos e de 
assuntos orçamentários. Existem outros comitês para assuntos específicos para agri-
cultura, barreiras técnicas comerciais, subsídios e outros.
O Brasil é participante da OMC para garantir o aumento da demanda de bens e 
serviços brasileiros nos mercados internacionais.
1.4.2 Unctad
Criado em 1964, o órgão pertence à Organização das Nações Unidas (ONU) e 
atua nas deliberações intergovernamentais, propõe discussões e experiências, promo-
ve pesquisas e debates de representantes governamentais e assistência técnica para 
questões de economia de países menos desenvolvidos.
Tanto a OMC quanto a Unctad são órgãos intervenientes que participam das 
ações de empresas e países em prol de uma política econômica comercial global mais 
justa no mercado internacional (RATTI, 2007).
O objetivo da Unctad é aumentar as possíveis oportunidades de comércio inter-
nacional, investimentos e promover progresso dos países em condições igualitárias. 
Entre suas atividades, estão:
Ajudar os países menos desenvolvidos a aproveitarem os efeitos positivos do processo de globalização;
Fomentar a diversificação de produtos e serviços nos países que dependem de produtos básicos para 
minimizar os riscos comerciais;
Auxiliar na elaboração de políticas e leis de concorrência nos países;
ComérCio ExtErior 34
Analisar os acordos comerciais realizados pelos países;
Promover ações de desenvolvimento sustentável.
Neste capítulo, estudamos a história do comércio exterior, retomando fatos que 
influenciaram o desenvolvimento das relações internacionais ao mesmo tempo que es-
tabeleceram negociações mais favoráveis que atendem às necessidades de consumi-
dores, empresas e países, estabelecidas por meio das conexões econômicas, políticas, 
tecnológicas e sociais.
Para que essa interação entre os países pudesse se tornar realidade, foi neces-
sária a criação de acordos internacionais, principalmente por intermédio dos blocos 
econômicos. 
No intuito de expandir o comércio exterior brasileiro, o governo do país criou vá-
rios órgãos destinados ao setor. No âmbito internacional, também foram desenvol-
vidos organismos internacionais que procuram a equidade nas relações comerciais, 
estabelecendo regras mais justas nas negociações internacionais.
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Referências 
BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/Logística Empresarial. 
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2 Efeito globalização e as relações de comércio exterior
A globalização aprofundou a integração econômica, social e cultural entre os paí-
ses, provocando uma reestruturação nos processos produtivos e financeiros. Segundo 
Keedi (2014, p. 62):
[...] a globalização não é um processo novo, mas muito antigo e que, assim como o ho-
mem e tudo que o cerca, apenas evoluiu com passar do tempo. Como o homem nasce e 
cresce, também o processo de globalização nasceu e vem crescendo, sendo cada vez mais 
notado, até atingir a proporção atual, ainda longe de ter completado seu ciclo, ou talvez 
nunca ocorra, já que a evolução é parte integrante e permanente do ser humano.
Nesse cenário, os países promovem negociações para facilitar o fluxo financeiro e 
de produtos por meio de acordos entre si, que defendem os interesses dos países-mem-
bros e tendem a aumentar a corrente de comércio (GONÇALVES, 1998). Essa globaliza-
ção financeirae produtiva faz com que os países busquem novas formas de inserção no 
sistema internacional, processo que promove sua integração com base em mais liberda-
de econômica.
Neste capítulo, compreenderemos os impactos do processo de globalização na 
economia brasileira, conheceremos os principais acordos tarifários do país e entende-
remos o papel dos órgãos intervenientes nacionais nas relações de comércio exterior. 
Também observaremos os impactos legais do território aduaneiro, o sistema de restri-
ções e as classificações legais de mercadorias. 
2.1 Os Impactos da globalização na economia brasileira
Segundo Morini, Simões e Daines (2006), a integração econômica no contexto do 
comércio internacional é definida por um conjunto de acordos, convênios e normas fir-
mados entre dois ou mais países, formando os blocos econômicos, utilizando como 
ferramentas a eliminação das barreiras comerciais tarifárias e não tarifárias, que serão 
conceituadas mais adiante neste capítulo. 
Para compreender a influência desse processo no Brasil, precisamos entender o 
que são blocos econômicos, conjuntos de países que visam promover o aumento da 
corrente de comércio, gerando maior renda, empregos e desenvolvimento. De acordo 
com os objetivos estabelecidos, existem etapas de integração a serem vencidas: 
ComérCio exterior 38
Zona de Preferência Tarifária.1
Zona de Livre Comércio.2
União Aduaneira.3
Mercado Comum.4
União Econômica.5
O Brasil faz parte do Mercado Comum do Sul (Mercosul), um bloco econômico 
que tem o objetivo de atingir a 4.ª etapa, isto é, tornar-se um Mercado Comum. Para 
entender como funciona esse bloco, primeiro estudaremos como ocorrem essas eta-
pas, na medida em que o processo de constituição de blocos econômicos se inicia pela 
eliminação das tarifas alfandegárias entre os países-membros com o objetivo de redu-
zir o custo da mercadoria no comércio intrabloco. Por essa razão, veremos a seguir o 
que são as Zonas de Preferências Tarifárias (ZPT).
2.1.1 Zonas de Preferências Tarifárias
Uma ZPT é um acordo entre países com o objetivo de reduzir as tarifas alfande-
gárias nas transações comerciais efetuadas por seus membros. Dependendo do acordo 
de vontade estabelecido entre as partes, essa redução pode ser fixa ou gradativa até 
eliminar totalmente as tarifas alfandegárias.
Por exemplo, suponhamos que uma mercadoria tenha o Imposto de Importação 
de 15% e preferência tarifária de 20% caso venha de algum país integrante do acor-
do. Aplica-se, então, o desconto de 20% sobre a alíquota de 15% do Imposto de 
Importação:
20% de 15 = 3
15% – 3% = 12%
Sendo assim, o valor do imposto da mercadoria terá uma redução de 3% e, em 
sua entrada no país, o imposto a ser pago será de 12%, e não de 15% como seria caso 
viesse de um país que não integra a ZPT. 
ComérCio exterior 39
A ZPT é o mais elementar dos processos de integração, apenas assegurando ní-
veis tarifários preferenciais para o grupo de países-membros. 
A etapa seguinte é a Zona de Livre Comércio, que consiste na eliminação das 
barreiras tanto tarifárias quanto não tarifárias que incidem sobre o comércio entre os 
países membros. Já a União Aduaneira visa, além de reduzir barreiras tarifárias e não 
tarifárias, a uma política comercial comum com terceiros países e a adoção de uma ta-
rifa aduaneira comum. 
A 4.ª fase é o Mercado Comum, que soma a adoção de uma política comum à li-
vre circulação de fatores de produção (capital e trabalho). Além disso, todos os países 
membros de um Mercado Comum devem seguir os mesmos parâmetros para a política 
monetária (fixação de taxas de juros), política cambial (taxa de câmbio) e política fiscal 
(tributação e controle de gastos públicos). 
Para atingir o último estágio, que é a União Econômica, além de todas as etapas 
anteriores estabelecidas, é necessária a homogeneização das políticas econômicas na-
cionais, a existência de uma moeda comum e uma política monetária única, reguladas 
pelo Banco Central comunitário.
O Mercosul, bloco do qual o Brasil é integrante, está no estágio de União 
Aduaneira e sua principal característica é a vigência plena da Tarifa Externa Comum 
(TEC), um dos acordos tarifários desse bloco, que serão vistos a partir de agora.
2.1.2 Acordos tarifários do Mercosul
Em 26 de março de 1991, foi estabelecido 
o Tratado de Assunção, que previa a integração 
dos seguintes estados-partes: Argentina, Brasil, 
Paraguai e Uruguai, por meio do livre comércio de 
fatores produtivos, serviços e bens de consumo. 
A partir de 2012, a Venezuela também se tornou 
um país membro do Mercosul e, atualmente, to-
dos os demais países da América do Sul, exceto a 
Guiana Francesa, fazem parte desse bloco econô-
mico, como associados (BRASIL, [20--]k).
Para todos os países pertencentes ao 
Mercosul, foi estabelecida a TEC, com o objetivo 
de determinar uma mesma alíquota de Imposto ©
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ComérCio exterior 40
de Importação na aquisição de mercadorias ou serviços dos países não-membros. No 
final do capítulo, aprofundaremos esse assunto. 
Além da TEC, o Mercosul tem acordos extrarregionais firmados com diversos paí-
ses, por exemplo: 
A liberalização israelense inclui 8 mil códigos tarifários que obedecerão a um cronograma de redu-
ção tarifária em um período de oito anos. Do outro lado, a liberalização do Mercosul abrange 9.424 
itens, que, em sua quase totalidade, em dez anos serão importados de Israel isentos de tarifas. 
Acordo de Livre Comércio Mercosul-Israel (vigente)
Foi o primeiro acordo que o Mercosul celebrou com um país fora da América Latina e é a primeira 
etapa de uma futura área de livre-comércio.
Acordo de Preferências Tarifárias Mercosul-Índia (vigente)
O acordo reafirma o interesse dos países-membros do Mercosul em ampliar entendimentos com 
parceiros no Oriente Médio e no mundo árabe.
Acordo de Livre Comércio Mercosul-Palestina (em processo de ratificação)
Destina-se à abertura ao mercado bilateral de bens e contém uma cláusula evolutiva sobre a 
possibilidade de entendimentos, no futuro, para acesso a serviços e investimentos.
Acordo de Livre Comércio Mercosul-Egito (em processo de ratificação)
A lista de ofertas do MERCOSUL conta com 1.076 códigos, e a da SACU, com 1.026. Os setores con-
templados pelo acordo são: agrícola, pesqueiro, têxtil e vestuário, aparelhos de ótica, autopeças, 
plásticos e suas obras, químicos, siderúrgicos, eletroeletrônicos, móveis, ferramentas, entre outros.
Acordo de Preferências Tarifárias Mercosul-SACU 
(África do Sul, Botsuana, Lesoto, Namíbia e Suazilândia, em processo de ratificação).
Também há acordos em negociação, como o Mercosul-União Europeia, que é 
um Acordo de Associação Birregional. As negociações, iniciadas em 1999, interrom-
pidas em 2004 e retomadas em 2010, têm se concentrado na elaboração do marco 
ComérCio exterior 41
normativo, isto é, acesso a mercado em bens, defesa comercial, solução de controvér-
sias, concorrência, investimentos, serviços, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fi-
tossanitárias, entre outros.
Além disso, o Mercosul mantém os diálogos econômico-comerciais: Mercosul-
Austrália e Nova Zelândia, Mercosul-Canadá, Mercosul-China, Mercosul-EFTA (Islândia, 
Liechtenstein, Noruega e Suíça) e Mercosul-Japão (BRASIL, [20--i]), nos quais se reali-
zam consultas políticas com o objetivo de garantir diálogo constante sobre as iniciativas 
de cooperação e propiciar a troca de impressões sobre temas de interesse global. 
2.1.3 Acordos tarifários do Brasil
O Brasil possui acordos tarifários com vários países, não só por intermédio do 
Mercosul, como também de maneira independente. Alguns deles, segundo Brasil 
[20--]b são:
Acordo de Preferência Tarifária Regional entre países da Aladi (Bolívia, Equador,

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