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Obesidade e dieta rica em carboidratos

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Obesidade e suas complicações relacionadas a uma dieta rica em carboidratos refinados/processados
Componentes do grupo: Nayara Karla, Suzana Augusto, Eduardo Ventura, Millia Gandra, Bárbara Neves, Leonardo
Alimentação e saúde:
O corpo humano foi criado para funcionar durante uma vida longa e vigorosa. Para isso, ele necessita de alimentos sadios.
Porém, com o passar dos anos, ele torna-se cada vez mais sensível à ação de alimentos prejudiciais.
A alimentação inadequada contribui não apenas para o ganho de peso, mas também para o aumento de dores, cansaço, irritabilidade, depressão. E isso não faz parte do processo de envelhecimento.
Pessoas da pré-história, fortes e resistentes, não comiam alimentos desvitalizados, processados, com longa vida de prateleira, pão branco e pizza - e, muito menos, não consumiam açúcar (como acontece em nossos refrigerantes e sucos).
Se tivessem feito isso, provavelmente a civilização não existiria. 
O que há de errado com os carboidratos?
Não existe problema nos carboidratos encontrados nos vegetais, por exemplo.
Carboidratos prejudiciais a saúde são aqueles encontrados no açúcar, farinha de trigo refinados, leite e arroz branco, alimentos processados e refinados de todos os tipos. Contem elevado índice glicêmico e são rapidamente digeridos.
Eles não são alimentos autênticos. Estão cheios de açúcar, são altamente refinados, além da elevada quantidade de aditivos químicos. 
Carboidratos complexos não processados são alimentos ricos em vitaminas, minerais e fibras e contem baixo índice glicêmico.
Portanto, a pessoa que está querendo perder peso, deve optar pelos carboidratos certos.
A Dieta da Natureza:
No início da agricultura, o ser humano foi capaz, durante milhões de anos, de permanecer forte e sadio, em condições de privação, ao comer os peixes e animais que corriam e nadavam à sua volta, bem como os frutos, legumes e bagas que cresciam próximos.
Dessa forma, entende-se que alimentos frescos - não refinados, não processados, não manufaturados, não melhorados e não "enriquecidos" – são os mais adequados para os seres humanos.
Alimentação e absorção:
No momento da alimentação, o organismo, em alguma etapa entre as fases de mastigação e excreção, absorve substâncias que extrai do alimento, principalmente através da superfície do intestino delgado.
 Nesse momento, o alimento entra em seu corpo para ser utilizado. Dos carboidratos que você ingere, o corpo retira açúcares simples, todos os quais são ou se transformam rápida e facilmente em glicose. 
Das gorduras, absorve glicerol e ácidos graxos, e das proteínas, aminoácidos.
Evidentemente, se uma pessoa come muito carboidrato, fornecerá ao sangue grande volume de glicose, o que parece bom, mas não é.
Na época pré-histórica, a capacidade do corpo de lidar com alimentos não refinados, como os que existem na natureza, era inteiramente adequada. Já sua capacidade de processar excesso de açúcares simples, produtores rápidos de energia é bem mais trabalhosa, o que constitui a verdadeira razão por que a dieta do século XX gera tantos problemas.
Entendendo um pouco sobre a glicose:
Se seus níveis de açúcar no sangue sobem rapidamente, o instrumento que o corpo usa nessa decisão é a insulina, porque ela governa o processamento do açúcar no sangue.
A insulina libera e converte uma parte da glicose em glicogênio, um amido que é armazenado nos músculos e no fígado e se torna imediatamente disponível para uso energético.
Se todas as áreas de armazenamento de glicogênio estão cheias e se há no corpo mais glicose do que ele necessita para funcionar, a insulina converterá o excesso em tecido gorduroso denominado triglicerídeo.
 (ACHESON et al., 1988)
Hiperinsulinismo:
Alimentos ricos em carboidratos (açúcar, mel, leite e frutas, que contêm glicose, e carboidratos refinados como farinha de trigo branca, arroz branco e amido de batata) exigem muita insulina. 
As proteínas e as gorduras, praticamente nenhuma alteração produzem no nível de insulina. 
À medida que a pessoa com excesso de peso se torna mais gorda, o problema da insulina se agrava. 
Os carboidratos estão provocando a liberação de grandes quantidades do hormônio, ao passo que o corpo é incapaz de utilizá-lo eficientemente. O corpo responde produzindo ainda mais insulina.
Os receptores de insulina nas superfícies das células do corpo são impedidos de realizar sua função, o que, por seu lado, impede a insulina de estimular a transferência da glicose para as células, onde seria usada como energia.
Uma vez que a insulina não pode, neste caso, converter eficientemente a glicose em energia, ela a transforma cada vez mais em gordura armazenada (SARIS, 2003).
Com a passagem do tempo, até os receptores de insulina que convertem glicose em gordura começam a se desgastar - o que prenuncia o diabetes. 
Em casos graves, o próprio pâncreas fica exausto com o esforço necessário para produzir tanta insulina - e um diabetes de alto nível de insulina se transforma no tipo dela dependente.
 (KAHN e FLIER, 2000).
Consequência: Diabetes tipo 2
O passo seguinte nesse processo é o diabetes, uma doença epidêmica entre os obesos.
O diabetes é uma doença grave, que não só aumenta imensamente o risco de problemas cardíacos, mas gera efeitos prejudiciais a longo prazo sobre os olhos, rins, sistema nervoso e pele.
Consequência: Pré-diabetes
Nem todos os obesos chegam a ficar diabéticos, mas como sofrem de hiperinsulinismo, encontram-se em condição pré-diabética, que encerra seus próprios perigos séricos.
Consequências: crises de fadiga diária, tremores, fome, estados de depressão, irritabilidade e atividade mental deficiente.
Pessoas gordas sentem-se cansados não só porque suas células não estão recebendo eficientemente energia, mas, uma vez ou outra durante o dia são vítimas de hipoglicemia, o que é a conseqüência de consumir açúcar demais.
À medida que o homem ou a mulher mergulham cada vez mais no distúrbio metabólico induzido pelos carboidratos, a hipoglicemia se torna cada vez mais profunda.
Pouca quantidade de glicose basta para fazer a insulina subir, reduzindo os níveis de açúcar no sangue a uma taxa anormal.
Logo, a pessoa torna-se irritável, ou faminto. É muito comum um ataque de exaustão hipoglicêmica em meados da tarde. 
Percebe-se, portanto, que o que pensava ser compulsividade, um problema de comportamento, é na realidade um mecanismo detonador de glicose, um problema metabólico. 
Conclusão:
Dietas com elevado consumo de carboidratos simples/carboidratos complexos refinados podem contribuir substancialmente para o desenvolvimento e prevalência da obesidade, bem como das doenças associadas, mais especificamente o diabetes mellitus tipo 2, dentre outras.
Os carboidratos complexos não refinados devem ser privilegiados na dieta por serem ricos em fibra, saciam a fome e retardam a liberação de glicose.
Por isso, ao ingeri-los, reduzimos a elevação nos níveis de glicose no sangue e isso significa prevenir obesidade, diabetes tipo 2, pré-diabetes e outras complicações.
A qualidade do carboidrato influencia diretamente na secreção de insulina. Portanto, uma boa escolha de carboidratos levará a uma melhor condição de saúde e performance.
As recomendações da Organização Mundial da Saúde enfatiza a preocupação com alto consumo de açúcar, no entanto, estas informações no Brasil são muito pouco divulgadas.
Dessa forma, percebe-se a necessidade de campanhas de conscientização sobre os riscos causados pela ingestão excessiva de carboidratos processados/refinados e dos benefícios promovidos pelo consumo de alimentos in natura e integrais.
REFERÊNCIAS:
ACHESON, K.J.; SCHUTZ, Y.; BESSARD, T.; ANANTHARAMAN, K.; FLATT, J.P.; JEQUIER, E. Glycogen storage capacity and de novo lipogenesis during massive carbohydrate overfeeding in man. Am J Clin Nutr;48:240–7,
1988.
ATIKNS, R.C. A dieta do Dr Atikns no dia-a-dia, 2005.
KAHN, B.B; FLIER, J.S. Obesity and insulin resistance. J Clin Invest.; 106(4):473- 481. doi:10.1172/JCI10842. Ago, 2000.
SARTORELLI, D.S; CARDOSO, M.A. Associação Entre Carboidratos da Dieta Habitual e Diabetes Mellitus Tipo 2: Evidências Epidemiológicas, Arq Bras Endocrinol Metab vol 50 nº 3 Junho 2006.
SARIS, W.H. Sugars, energy metabolism, and body weight control. Am J Clin Nutr. Oct;78(4):850S-857S, 2003.

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