Buscar

A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS COMO EXPRESSÃO DA EDUCAÇÃO POPULAR A CONTRIBUIÇÃO DO PENSAMENTO DE PAULO FREIRE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

V Colóquio Internacional Paulo Freire – Recife, 19 a 22-setembro 2005 
A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS COMO EXPRESSÃO DA 
EDUCAÇÃO POPULAR: A CONTRIBUIÇÃO DO PENSAMENTO DE 
PAULO FREIRE 
Maria das Neves de Medeiros1
RESUMO 
 
Este trabalho tem o objetivo de mostrar a construção da Educação de Jovens e Adultos (EJA) 
como expressão da Educação Popular (EP),enfatizando a contribuição do pensamento de Freire 
para essa construção. Buscarei resgatar as primeiras iniciativas relativas a EJA no Brasil, até o 
presente momento, procurando descrever algumas possibilidades e limites para a construção de 
uma escola pública popular, que atenda aos anseios e necessidades das camadas populares. 
Faremos também uma rápida reflexão em torno da relação entre a EJA e a EP, abordando a 
contribuição dos movimentos populares para a extensão da educação para todos e por fim, tecemos 
algumas considerações em torno da temática mencionada, explicitando os principais ideais 
pedagógicos freireanos tais como: a noção de ensinar a partir de palavras e temas geradores, a 
educação como ato de conhecimento e de transformação social, a politicidade da educação, a 
preocupação com a liberdade, com o diálogo e o dialógico e a importância do respeito à identidade 
cultural dos alunos. 
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos. Educação Popular. Escola pública popular. 
 
INTRODUÇÃO 
As reflexões apresentadas neste trabalho tratam de mostrar a educação de jovens e adultos 
(EJA) como expressão da educação popular (EP). A EP como concepção geral da educação, 
passou por diversos momentos epistemológico- educacional e organizativos, desde a busca da 
conscientização, que deveria atuar sobre o nível cultural das camadas populares, em termos 
explícitos dos interesses delas, chegando até a defesa de uma escola pública popular. 
A educação popular, como prática educativa e como teoria pedagógica que nasceu, 
principalmente na América Latina, no calor das lutas populares, contribuiu para que idéias e 
atividades essenciais na educação brasileira mudassem e inovassem. 
No atual contexto a educação popular, faz-se mais do que necessária, frente à concepção 
dominante de educação que reforça, na prática, a exclusão social e a insolidariedade humana. 
Mesmo com alguns avanços em termos quantitativos, no nível de escolarização, a taxa de 
analfabetismo da população maior de quinze anos no Brasil, apontam para uma ordem de 
12,4%. Apesar de queda anual e de marcantes diferenças regionais e setoriais, a existência de 
pessoas que não sabem ler ou escrever por falta de condições de acesso ao processo de 
escolarização deve ser motivo de autocrítica constante e severa. 
O presente trabalho divide-se em quatro partes. Na primeira procuramos fazer um breve 
histórico da educação de jovens e adultos, mostrando as primeiras iniciativas, relativas à EJA 
no Brasil, até o presente momento. 
 
 
 
1 Mestranda do Programa de pós-graduação em educação da UFPB. (neves.medeiros@uol.com.br). 
V Colóquio Internacional Paulo Freire – Recife, 19 a 22-setembro 2005 
 
Na segunda parte, detivemo-nos em ver a educação popular na escola pública, procurando 
descrever algumas possibilidades e limites para a construção de uma escola pública popular, 
que atenda aos anseios e necessidades das camadas populares. 
Na terceira parte fazemos uma reflexão em torno da relação entre a EJA e a EP, abordando a 
contribuição dos movimentos populares para a extensão da educação para todos, pois são 
muitos os atores sociais que vêm se responsabilizando pela EJA. 
E por fim, tecemos algumas considerações em torno da temática abordada, enfatizando a 
significativa contribuição do pensamento de Paulo Freire para a EP e conseqüentemente para 
a ampliação de acesso ao saber das camadas populares, bem como por uma possível 
transformação da sociedade. 
 
CAMINHOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: UM BREVE HISTÓRICO 
As primeiras iniciativas sistemáticas, relativas à educação de jovens e adultos no Brasil, 
ganharam contornos claros no início do séc. XX. De fato, nos períodos que antecederam esse 
marco, ou seja, durante a Colônia, o Império e a Primeira República, ocorreram ações 
educativas esparsas, e pouco significativas, voltadas aos jovens e adultos. 
No campo dos direitos legais, durante o Império, as disposições em relação à necessidade de 
proporcionar educação aos adultos analfabetos eram vagas. Não se definiam claramente as 
responsabilidades. Vale lembrar também que, nesse período, só era considerada como 
portadora de direitos uma pequena parcela da sociedade, da qual os escravos, os indígenas e 
grande parte das mulheres ficavam excluídos, ou seja , a concepção de cidadania, era muito 
restrita, considerada apenas como direito das elites econômicas. 
Na segunda década do século XX, muitos movimentos civis, e mesmo oficiais, se 
empenharam na luta contra o analfabetismo, considerado "mal nacional" e "uma chaga 
social". A pressão trazida pelos surtos de urbanização, nos primórdios da indústria nacional, 
impondo a necessidade de formação de uma mão-de-obra local, aliada à importância da 
manutenção da ordem social nas cidades, impulsionaram as grandes reformas educacionais do 
período em quase todos os estados brasileiros. Além disso, os movimentos operários, fossem 
de inspiração libertária ou comunista, valorizavam a educação em seus pleitos e 
reivindicações. 
É a partir de 1940 que começa a esboçar-se uma política voltada para a educação de jovens e 
adultos. Um fato que contribuiu para essa política foi à apuração, pelo recenseamento geral de 
1940, de uma taxa de 55% de analfabetos na população de 18 ou mais. Segundo Beisiegel 
(2003), outros fatores contribuíram, como a luta dos educadores em favor da melhoria da 
educação nacional e as iniciativas dos grupos no poder no sentido da inclusão das grandes 
massas populares urbanas em suas bases de sustentação política. 
A educação de adultos em nosso meio desenvolveu-se a partir das atividades de alfabetização, 
dentro da concepção de universalização do ensino e do conhecimento surgidos com a idéia de 
democratização que, de certo modo, buscava a homogeneização cultural através da escola, 
 
 
2
 
V Colóquio Internacional Paulo Freire – Recife, 19 a 22-setembro 2005 
 
que fornecia certos códigos lingüísticos e alguns valores que permitiam uma certa 
participação social. Nessa perspectiva, são várias as campanhas de alfabetização dirigida às 
camadas sem escolarização que se insere dentro da vertente da educação popular, como: a 
Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (1947); a Campanha Nacional 
Educacional Rural (1952); a Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo, que teve 
seu auge em 1959 e 1960; a Mobilização Nacional contra o Analfabetismo (1962). Essa 
alfabetização objetivava integrar os adultos iletrados num mundo que a escola não lhes havia 
proporcionado; ali ensinava-se, fundamentalmente, leitura, escrita e matemática. 
É nos anos 60 que aparecem Paulo Freira e sua equipe de trabalho, que dão uma virada no 
enfoque da educação popular, ao propor que os processos metodológicos para a alfabetização 
de adultos transcendam as técnicas e centrem-se em elementos de conscientização. Lançam 
seu manifesto contra a educação bancária que desumaniza o homem e o converte num 
depósito de conteúdos; e propõem como saída a Educação Problematizadora. O desafio 
proposto por Freire era conceber a alfabetização de adultos para além da aquisição e produção 
de conhecimentos cognitivos, mesmo sendo estes necessários e imprescindíveis. 
O pensamento pedagógico de Paulo Freire, assim como sua proposta para a alfabetização de 
adultos inspiraram os principais programas de alfabetização e educação popular que se 
realizaram no país no início dos anos 60. Esses programas foram empreendidospor 
intelectuais, estudantes e católicos engajados numa ação política junto aos grupos populares. 
Desenvolvendo e aplicando essas novas diretrizes, atuaram os educadores do MEB 
(Movimento de educação de base), ligados à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do 
Brasil), dos CPCs ( Centros de Cultura Popular), organizados pela UNE ( União Nacional dos 
Estudantes), dos Movimentos de Cultura Popular, que reuniam artistas e intelectuais e tinham 
apoio de administrações municipais, a Campanha de Pé no Chão Também se Aprende a Ler, 
da Secretaria Municipal de Educação de Natal e a Campanha de Educação Popular 
(CEPLAR) na Paraíba.Essas duas últimas campanhas citadas tinham vínculos com o estado e 
efetuaram um tipo de educação popular, que, "se não estavam diretamente em função dos 
interesses dos trabalhadores, abriram espaços, a partir de interesses imediatos, para a 
conquista daqueles interesses fundamentais”.(WANDERLEY, 1984, p.106).Em 1963, a 
União Estadual de Estudantes do Estado de São Paulo realizou importante projeto piloto de 
educação popular na vila Helena Maria em Osasco, também orientando os trabalhos pela 
concepção de alfabetização de Paulo Freire. 
Segundo Jezine (2003, p.157), esses movimentos "tinham como objetivo promover a 
conscientização do povo, para que este pudesse atuar transformando sua realidade". Esses 
diversos grupos foram se articulando e passaram a pressionar o governo federal para que os 
apoiasse e estabelecesse uma coordenação nacional das iniciativas. Em janeiro de 1964, foi 
aprovado o Plano Nacional de Alfabetização, que previa a disseminação por todo o Brasil de 
Programas de Alfabetização orientados pela proposta de Paulo Freire. 
No dizer de Fávero (1983), os anos 60-64 foram, particularmente, críticos e criativos em 
quase tudo. Houve questionamentos: 
 
Pretendeu-se um projeto político que possibilitasse superar a dominação do capital 
sobre o trabalho e, em decorrência, reformular tudo o que dessa dominação decorre. 
 
 
3
 
V Colóquio Internacional Paulo Freire – Recife, 19 a 22-setembro 2005 
 
Tudo, e muito mais, foi repensado e discutido em círculos cada vez mais amplos, das 
ligas camponesas às universidades.(FÁVERO, 1983, p.8-9). 
O paradigma pedagógico que se construiu nessas práticas baseava-se num novo entendimento 
da relação entre a problemática educacional e a problemática social. Antes apontado como 
causa da pobreza e da marginalização, o analfabetismo passou a ser interpretado como efeito 
da situação de pobreza gerada por uma estrutura social não igualitária. Era preciso, portanto, 
que o processo educativo interferisse na estrutura social que produzia o analfabetismo.Nesse 
sentido, "a educação de adultos teria, portanto, objetivos de integração do homem marginal 
nos problemas da vida cívica e de unificar a cultura brasileira".(PAIVA, 1987, p.184). 
A alfabetização e a educação de adultos deveriam partir sempre de um exame crítico da 
realidade existencial dos educandos, da identificação das origens de seus problemas e das 
possibilidades de superá-los. "Uma educação que lhe propiciasse a reflexão sobre seu próprio 
poder de refletir e que tivesse sua instrumentalidade, por isso mesmo, no desenvolvimento 
desse poder, na explicitação de suas potencialidades, de que decorreria sua capacidade de 
opção".(FREIRE, 1985, p.59). Em outras palavras, uma educação que "tratasse de ajudar o 
homem brasileiro em sua emersão e o inserisse criticamente no seu processo histórico. 
Educação que por isso mesmo libertasse pela conscientização". (FREIRE, 1986, p.66). 
Além da dimensão social e política, os ideais pedagógicos que se difundiam tinham um forte 
componente ético, implicando um profundo comprometimento do educador com os 
educandos. Os analfabetos deveriam ser reconhecidos como homens e mulheres produtivos, 
que possuíam uma cultura. Dessa perspectiva, Paulo Freire criticou a chamada educação 
bancária, que considerava o analfabeto rejeitado e ignorante, uma espécie de gaveta vazia 
onde o educador deveria depositar conhecimento. No dizer de Freire (2002, p.67): 
 
A educação que se impõe aos que verdadeiramente se comprometem com a 
libertação não pode fundar-se numa compreensão dos homens como seres "vazios” a 
quem o mundo "encha” de conteúdos; não pode basear-se numa consciência 
espacializada, mecanicistamente compartimentada, mas nos homens como "corpos 
conscientes” e na consciência como consciência intencionada ao mundo. Não pode 
ser a do depósito de conteúdos, mas a da problematização dos homens em suas 
relações com o mundo. 
Tomando o educando como sujeito de sua aprendizagem, Freire propunha uma ação educativa 
que não negasse sua cultura, mas que fosse transformando através do diálogo. Na época, ele 
referia-se a uma consciência ingênua ou intransitiva, herança de uma sociedade fechada, 
agrária e oligárquica, que deveria ser transformada em consciência crítica, necessária ao 
engajamento ativo no desenvolvimento político e econômico da nação. 
O paradigma da educação popular, inspirado originalmente no trabalho de Paulo Freire nos 
anos 60, encontrava na conscientização sua categoria fundamental. A prática e a reflexão 
sobre a prática, levou a incorporar outra categoria não menos importante: a da organização. 
Afinal, não basta estar consciente, é preciso organizar-se para poder transformar. 
Sob a denominação de "educação popular", entretanto, diversas práticas educativas de 
reconstituição e reafirmação dos interesses populares inspiradas pelo mesmo ideário das 
 
 
4
 
V Colóquio Internacional Paulo Freire – Recife, 19 a 22-setembro 2005 
 
experiências anteriores persistiram sendo desenvolvidas de modo disperso e quase que 
clandestino no campo da sociedade civil. Algumas delas tiveram vida curta; outras resistiram 
durante o período autoritário. 
No plano oficial, alguns programas de caráter conservador foram consentidos, como a 
Cruzada de Ação Básica Cristã (ABC), nascido no Recife e que se espalhou por outros 
estados. 
Em 1967, visando ocupar o lugar deixado pelos movimentos sociais reprimidos pelas 
iniciativas governamentais suspensas, o governo militar lançou o MOBRAL (Movimento 
Brasileiro de Alfabetização), "que em muitos aspectos era apresentado com antítese dos 
movimentos que vinha substituir"(BEISIEGEL, 2003, p.23). 
Em meados da década de 70, movimentos populares, sindicais e de comunidades de base 
começaram a se manifestar, como uma reação da sociedade ao autoritarismo e à repressão. 
Faziam-se também presentes diversos movimentos defensores do direito à diferença e 
contestadores das múltiplas formas de discriminação entre as quais as relativas às etnias e ao 
gênero. Renascia a sociedade civil organizada, acionada pelas condições socioexistenciais de 
vida marcadas pela ausência de liberdade, de espaços de participação e de ganhos 
econômicos. 
Ganhou força a idéia e a prática de uma educação popular autônoma e reivindicativa. O 
governo Federal instituiu, o III Plano Setorial de Educação, Cultura e Desporto (1980-1985), 
tomando como base à resolução das desigualdades e assinalando a educação como direito 
fundamental para a conquista da liberdade, da criatividade e da cidadania. Nesse contexto, o 
ensino supletivo começou a contar socialmente com a mobilização pedagogicamente 
inovadora da comunidade, tendendo à não-formalização. Surgiram, então, os programas de 
caráter compensatório, que se caracterizavam por recuperar o atraso dos que não haviam 
usufruído da escolarização na idade própria. 
Com a "redemocratização" do país (1985), a chamada "Nova República” extingue o 
MOBRAL e cria a Fundação Educar, com propósitos mais democráticos, mas sendo extinta 
em março de 1990, no âmbito do processo de enxugamento do Estado promovido no começo 
do governo Collor. 
A União só voltaria a atuar na educação de jovens e adultos analfabetosa partir de 1997, com 
a criação do Programa de Alfabetização Solidária. O programa "foi objeto de críticas de 
grande parte dos educadores envolvidos com a educação popular". (BEISIEGEL, 2003, p. 
26). 
Em outubro de 1988, a nova Constituição Federal incluíra os jovens e adultos pouco 
escolarizados nas garantias de obrigatoriedade e gratuidade, antes asseguradas somente às 
crianças em idade escolar. 
A Constituição Federal garante, pela primeira vez, no plano legal, o direito ao ensino 
fundamental gratuito, inclusive aos que a ela não tiveram acesso na idade própria, incluindo, 
 
 
5
 
V Colóquio Internacional Paulo Freire – Recife, 19 a 22-setembro 2005 
 
portanto, os jovens e adultos. A Constituição afirma também, que "o acesso ao ensino 
obrigatório e gratuito é direito subjetivo" e que "o não oferecimento do ensino obrigatório 
pelo poder público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade 
competente". 
Em 1990, o Brasil participou da Conferência Mundial de Educação para Todos, em Jomtien, 
na Tailândia, durante a qual se reforçou a necessidade de expansão e melhoria do atendimento 
público na escolarização de jovens e adultos. 
Ainda, na década de noventa, destaca-se a tentativa de implantação do Plano Decenal de 
Educação, visando acabar, principalmente com o analfabetismo no país, no prazo de dez anos, 
mas que na prática nenhuma meta foi estabelecida, ignorando-se os compromissos firmados 
no Plano Decenal de Educação. A União continuou ausente dos trabalhos efetivamente 
realizados nessa área. 
A eleição de alguns prefeitos ligados aos movimentos populares favoreceu o investimento de 
recursos e de criatividade regionais e locais na educação de jovens e adultos, como exemplo 
podemos citar o MOVA (Movimento de Alfabetização de jovens e adultos), que surgiu em 
São Paulo, na gestão de Luiza Erundina e foi implementado em outras administrações 
populares. 
Desde 1997, a Presidência da República apóia ações de alfabetização por meio do Conselho 
da Comunidade Solidária que, a rigor, a partir de 1999, transformou-se em uma ONG. Seu 
Programa de Alfabetização Solidária, realizado em parcerias com o MEC e a iniciativa 
privada, atua em vários municípios, prioritariamente no Nordeste e no Norte, e, dentre esses, 
os que apresentam maiores índices de analfabetos. Universidades associadas ao programa 
fornecem apoio para o processo de alfabetização. 
Em 2003, o Governo Federal, visando à inclusão educacional, lança o programa Brasil 
Alfabetizado com a missão de abolir o analfabetismo no Brasil e aumentar a escolarização de 
jovens e adultos, promovendo o aceso à educação como um direito de todos em qualquer 
momento da vida. O programa é coordenado pelo MEC e atua por meio de convênios com 
instituições de alfabetização de jovens e adultos. 
 
A EDUCAÇÃO POPULAR NA ESCOLA PÚBLICA: POSSIBILIDADES E LIMITES 
Nos últimos anos, os educadores que permaneceram fiéis aos princípios da educação popular 
atuaram principalmente, em duas direções: na educação pública popular, ou seja, no espaço 
conquistado no interior do Estado, e na educação popular comunitária, predominantemente 
não-governamental. 
As práticas de educação popular também se constituem em mecanismos de democratização, 
onde se refletem os valores de solidariedade e de reciprocidade e formas alternativas de 
produção e de consumo, sobretudo as práticas de educação popular comunitária, muitas delas 
realizadas de forma voluntárias. O terceiro setor está crescendo não apenas como alternativa 
entre o Estado burocrático e o Mercado insolidário, mas como espaço de novas vivências 
 
 
6
 
V Colóquio Internacional Paulo Freire – Recife, 19 a 22-setembro 2005 
 
sociais e políticas hoje consolidadas com as ONGS (Organizações não -governamentais) e as 
OBCs ( Organizações de Base Comunitária). Este está sendo hoje um campo bastante fértil da 
educação popular. 
Diante desse quadro, a educação popular, como modelo teórico reconceituado, tem oferecido 
grandes alternativas. Dentre elas está a reforma dos sistemas de escolarização pública. A 
vinculação da educação popular com o poder local e a economia popular abre, também, novas 
e inéditas possibilidades para a prática da educação. Não podemos esquecer, que o modelo 
teórico da educação popular, elaborado na reflexão sobre a prática da educação durante várias 
décadas, tornou-se sem dúvida, uma das grandes contribuições da América Latina à teoria e à 
prática educativa ao nível internacional. A noção de aprender a partir do conhecimento do 
sujeito, a noção de ensinar a partir de palavras e temas geradores, a educação como ato de 
conhecimento e de transformação social, a politicidade da educação, a preocupação com a 
liberdade, com o diálogo e o dialógico, a importância do respeito à identidade cultural dos 
alunos e aos "saberes construídos pelos seus fazeres" são apenas alguns dos legados de Paulo 
Freire a educação popular à pedagogia crítica universal. 
Tornar popular a educação pública não significa relativamente criar programas paralelos, 
supletivos de alfabetização das camadas populares, particularmente de jovens e adultos que se 
encontram fora da faixa etária escolarizável-concepção desde muito prevalecente entre muitos 
autores e profissionais que discutem a educação brasileira. Ao contrário, significa 
universalizá-la e democratizá-la em seus diferentes níveis e em suas diferentes dimensões, 
tornando-a de fato acessível às camadas populares, promovendo, pela via do conhecimento e 
da cidadania, as condições de inteligibilidade necessárias à transformação social e a 
emancipação humana, o fim último da ação político-pedagógica. 
Durante muito tempo a educação popular, foi vista e realizada no espaço da informalidade, na 
prática político-pedagógica fora da escola, no interior dos movimentos populares. Nesse novo 
século que estamos vivendo, a educação apresenta-se numa dupla encruzilhada: de um lado o 
desempenho do sistema escolar não tem dado conta da universalização da educação básica de 
qualidade, ainda temos um grande contingente de crianças fora da escola e um grande número 
de analfabetos, sem contar que os resultados da aprendizagem dos que estão ocupando os 
bancos escolares é insatisfatório. Por outro lado, as novas matrizes teóricas não apresentam 
ainda a consistência global necessária para indicar caminhos realmente seguros numa época 
de profundas e rápidas transformações. 
A concepção teórica e as práticas desenvolvidas a partir do conceito de educação popular 
podem constituir numa alternativa viável, de um lado, ao projeto neoliberal da educação, 
amplamente hegemônico, baseado na ética do mercado, e, de outro lado, à teria e à prática de 
uma educação burocrática, sustentada na "estadolatria"(Gramsci). É preciso uma escola que 
fortaleça autonomamente o seu projeto político-pedagógico relacionando-se dialeticamente, e 
não mecanicamente e subordinamente com o Mercado, o Estado e a Sociedade. É necessária 
uma educação contestadora, superadora dos limites impostos pelo Estado e pelo Mercado, 
portanto, uma educação muito mais voltada para a transformação social do que para a 
transmissão cultural. 
Não podemos esquecer, evidentemente, que numa sociedade de classes como a nossa, "é 
 
 
7
 
V Colóquio Internacional Paulo Freire – Recife, 19 a 22-setembro 2005 
 
muito mais difícil trabalhar em favor da desocultação, que é um nadar contra a correnteza, do 
que trabalhar ocultando, que é um nadar a favor da correnteza. É difícil, mas possível" 
(FREIRE, 1995, p.98). Em outras palavras, é necessário reconhecer o papel da educação e 
seus limites. Mas apesar dos obstáculos, os Movimentos Populares precisam continuar sua 
luta política para pressionar o Estado no sentido de cumprir o seu dever. "Jamais deixá-lo em 
sossego, jamais eximi-lo de sua tarefa pedagógica,jamais permitir que suas classes 
dominantes durmam em paz". (FREIRE, 1995, p.21). 
Tornar a escola pública popular, para Gadotti (1998) não é tão simples, e exige autonomia 
face ao Estado, sendo autônoma terá "maiores chances de garantir a qualidade de ensino do 
que uma escola obediente, submissa e burocratizada". (GADOTTI, 1998, p.8). 
Este não é um processo isolado, e só é possível na totalidade social, no sentido de que é 
preciso popularizar as diferentes instituições da esfera pública, não apenas a educacional. E 
visto que a esfera pública é a mediadora da ação estatal e de suas políticas, popularizá-la 
implica a popularização do Estado e do poder nele constituído. 
É preciso, pois fazer uma reviravolta geral e romper com a unicidade de pensamento e com os 
limites impostos pela ordem econômica. A democratização social, para a emancipação 
humana, passa necessariamente por uma educação pública popular, democrática e 
esclarecedora, em suas diferentes etapas e dimensões. Uma escola pública popular, tem 
compromisso com as camadas populares e tem uma função social junto a essas camadas.Ela 
reflete com as camadas populares o que é feito no seu interior, pois o espaço que a educação 
escolar representa para as classes populares ainda é muito significativo. 
Para Souza (1998, p.22), "parece, hoje, ser consenso a necessidade da intervenção e do 
potencialmente dessa intervenção dos educadores populares no âmbito da educação escolar, 
sobretudo da escola pública". Isso mostra a importância das articulações da educação popular 
com outras práticas sociais. 
A esse respeito, Freire (2001) ao analisar o impacto da dinâmica da globalização econômica 
sobre a sociedade brasileira, busca refletir sobre a necessidade da construção de um espaço 
público democrático para os problemas brasileiros. E uma das alternativas apontadas por ele, 
foi pensar no fortalecimento de uma escola pública popular autônoma e democrática, isto é, 
sob a hegemonia social. 
Não podemos negar, que a educação popular sempre lutou pela ampliação do público, pela 
transgressão de fronteiras que garantem privilégios privados caracterizados como direitos. 
Vivemos em uma sociedade onde existe desigualdade em todos os planos, a exclusão, a 
injustiça e a arbitrariedade constituem o próprio chão das relações entre tipos de pessoas e de 
grupos humanos. Somos uma das nações mais mal divididas em termos de distribuição de 
renda, em todo o planeta. 
Sabemos que elementos essenciais à partilha universal como a atenção à saúde, moradia, 
saneamento básico, acesso à educação e o direito a uma qualidade de vida são negados a uma 
 
 
8
 
V Colóquio Internacional Paulo Freire – Recife, 19 a 22-setembro 2005 
 
parcela muito grande da população. E isso é o resultado de exercícios arbitrários do poder e 
do interesse de ganhos do tipo de sociedade subordinada a um modelo político e econômico 
de relações entre as pessoas e entre as pessoas e as coisas. 
A crescente perversa desigualdade entre uma educação pública precária e de má qualidade 
para os cidadãos pobres versus uma educação privada de alta qualidade, para os que podem 
pagar por ela, é um dos efeitos de um modelo neoliberal de sociedade, em que nos vemos 
submergidos.Temos consciência que para construir uma escola pública popular é algo que não 
se constrói de um dia para a noite, pois democratizar o ensino não significa apenas criar mais 
escolas, mantendo os padrões elitistas e o privilégio social. Precisamos de uma educação 
democrática na sua estrutura, na mentalidade dominante, nas relações pedagógicas e nos 
produtos dos processos educacionais. 
E para que isso aconteça, demanda tempo e espaço, mas é possível, mesmo tendo que 
enfrentar algumas limitações. Algumas experiências pelo Brasil a fora, estão mostrando que é 
possível construir uma escola a partir da incorporação dos princípios da EP, como 
democracia, cidadania, autonomia e trabalho coletivo. É o caso de Belo Horizonte, com a 
proposta da Escola Plural; Blumenau,, com a Escola sem Fronteiras; Brasília com a Escola 
Cadanga; e outras que apresentam em comum a proposta de uma política de educação pública 
marcada pela preocupação da oferta de uma escolarização como direito de todos. 
 
UMA REFLEXÃO EM TORNO DA RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E A 
EDUCAÇÃO POPULAR 
Para Jezine (2003) a educação de jovens e adultos ao longo da história, passou a ter várias 
denominações como: educação permanente, educação não-formal, educação comunitária, 
educação não escolar, educação extra-escolar, além de outras. Ela surgiu como instrumento 
primordial do processo de integração e suprimento das deficiências sociais, com o objetivo de 
responder às necessidades da população e de incorporá-la ao processo de desenvolvimento, 
tanto do ponto de vista econômico como político. 
Ao longo do tempo a EP tem ocupado os espaços onde a EJA oficial não conseguiu ocupar, 
ou não levou muito a sério. Durante muito tempo, predominou a existência de um certo pré-
conceito no que se refere às práticas de EP que se realizavam fora dos muros da escola, hoje 
existe necessidade de se "transcender o modelo dicotômico educação formal/educação não-
formal, [...]” (GONSALVES, 1998, p. 220) e se construir novas conexões entre estas 
dimensões. 
Para Freire (1995, p. 27), "a educação de adultos é melhor percebida quando a situamos hoje 
como educação popular", ou seja, ela se torna mais abrangente e representativa. 
Em muitos momentos a EJA confunde-se com a EP, mas elas têm muitos pontos em comum, 
pois buscam resgatar o direito de acesso ao saber para as camadas populares. 
Parece-nos que hoje o problema da educação para todos ainda é grave. O Brasil ainda 
engrossa as estatísticas com uma gorda contribuição no número de analfabetos. 
 
 
9
 
V Colóquio Internacional Paulo Freire – Recife, 19 a 22-setembro 2005 
 
Nos últimos anos, de maneira significativa, cresceu, as iniciativas voltadas para a educação de 
jovens e adultos. Em lugares em que a ação do Estado não chega, os grupos populares e as 
organizações não-governamentais continuam desenvolvendo projetos. As experiências mais 
significativas partem sempre da atuação dos grupos populares, que têm contribuído para as 
inovações nas relações pedagógicas. Os relatos dessas experiências oxigenam e questionam as 
formas tradicionais dos sistemas regulares de ensino. 
Atualmente existe, uma vasta produção de impressos que se espalha pelo país, mostrando a 
diversidade existente e as múltiplas possibilidades de formatos do atendimento para jovens e 
adultos. Esse material circula com freqüência nos sistemas públicos de ensino, provocando 
discussões, reflexões e mudanças nas práticas desenvolvidas nas escolas. 
A educação de jovens e adultos, tanto no passado como no presente, sempre compreendeu um 
conjunto muito diverso de processos e práticas formais e informais relacionadas à aquisição 
ou ampliação de conhecimentos. Muitos desses processos se desenvolveram e se desenvolvem 
de modo mais ou menos sistemático fora de ambientes escolares, realizando-se na família, nos 
locais de trabalho, nos espaços de convívio sociocultutral e lazer e nas instituições religiosas. 
A legislação brasileira (Constituição, LDB) e os diversos acordos internacionais firmados por 
nosso país têm assumido como desafio central para a educação de jovens e adultos a 
proposição e o desenvolvimento de políticas educacionais que contribuam, de modo efetivo, 
para a construção de uma sociedade mais justa, sustentada por valores democráticos e pelo 
respeito aos direitos humanos. 
A educação constitui condição básica para a realização da pessoa e é fator estratégico para o 
desenvolvimento social e econômico do país. A educação de adultos impõe-se como 
instrumento de conquista da cidadania, enquanto sistematizadora das experiências dos alunos 
etransmissora de um saber organizador, agindo, ainda, como elemento propulsor das 
mudanças necessárias para a construção de uma sociedade mais justa e participativa. 
Na sociedade contemporânea, a educação é condição indispensável para que o sujeito exerça a 
sua cidadania. Ela possibilita ao indivíduo jovem e adulto retomar seu potencial, desenvolver 
suas habilidades, confirmar competências adquiridas na educação extra-escolar e na própria 
vida, possibilitar um nível técnico e profissional mais qualificado. 
Com o advento das novas relações no mundo do trabalho, a educação de jovens e adultos 
passou a ser evidenciada como estratégia e elemento de requalificação profissional. A V 
Conferência Internacional de Educação de Adultos-CONFINTEA, organizada pela UNESCO 
e considerada o principal fórum mundial sobre o tema, realizada em Hamburgo, em julho de 
1997, considerou a educação de adultos como a "chave" de entrada para o século XXI. 
Portanto, ela é um componente essencial de promoção da eqüidade e da garantia de direitos 
básicos de cidadania. 
 
TECENDO ALGUMAS CONSIDERAÇÕES 
Nessa rápida reflexão sobre a EJA como viés da EP, podemos dizer que a educação ocupa 
 
 
10
 
V Colóquio Internacional Paulo Freire – Recife, 19 a 22-setembro 2005 
 
lugar central na construção da cidadania e a prática da EP ao longo do tempo tem contribuído 
de forma significativa para a extensão da educação formal para todos e, de outro lado, para a 
formação social, política e profissional, sobretudo de jovens e de adultos. 
Não podemos esquecer também, que as numerosas experiências de EP receberam e recebem 
toda a influência do pensamento freireano, pois suas idéias serviram e servem de alimento 
para os educadores, sejam populares ou não, mas que buscaram e buscam não desvincular a 
sua prática educativa e, a partir dela, refletir sobre seu mundo em busca de maior consciência 
dos problemas e de solução para eles. 
As lutas pela ampliação das oportunidades educacionais, e de alguns direitos negados, como 
saúde, moradia, saneamento básico, emprego e outros, empreendidos pelos movimentos 
sociais populares, têm sido essenciais, no sentido da construção de uma sociedade mais 
humana e mais justa. 
Infelizmente, ainda vivemos um momento de ampliação das desigualdades sociais e do 
processo de exclusão social no país, que atinge cada vez mais os setores menos privilegiados 
da sociedade, implicando em dificuldades por esses setores em relação ao acesso ao processo 
de escolarização e à permanência com sucesso no mesmo. 
São milhões de jovens e adultos, que apesar de todos os esforços que vêm se efetivando nas 
várias esferas, sejam governamentais ou não, continuam à margem da escola ou, dentro dela, 
sem aprender, ou, ainda, aprendendo, mas não sabendo o que fazer com o que aprenderam em 
seu processo de escolarização, por terem sido obrigados a estudar conteúdos sem significação 
para suas vidas. 
Assim, ainda é mais do que necessário uma concepção popular de educação, comprometida 
com a construção de uma sociedade vinculada aos interesses e a emancipação das classes 
populares. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BEISIEGEL, Celso de Rui. A educação de Jovens e adultos no Brasil. Alfabetização e 
cidadania, São Paulo, RAAB, n. 16, jul/2003. 
FÁVERO, Osmar (Org.).Cultura popular-educação popular: memória dos anos 60. Rio de 
Janeiro: Graal, 1983. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 33 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. 8 
ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001. 
FREIRE, Paulo. Política e educação. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1995. (coleção questões de 
nossa época; v.23). 
FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. 11 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. 
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 16 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 
1985. 
 
 
11
 
V Colóquio Internacional Paulo Freire – Recife, 19 a 22-setembro 2005 
 
GADOTTI, Moacir. Para chegar lá juntos e em tempo: caminhos e significados da 
educação popular em diferentes contextos. 21 Reunião Anual da ANPED. Caxambu, 1998. 
GONSALVES, Elisa Pereira. Educação popular: entre a modernidade e a pós-modernidade. 
In: COSTA, Marisa Worraber (Org.). Educação Popular Hoje.São Paulo: Loyola, 1998. 
JEZINE, Edineide. Universidade e saber popular: o sonho possível. João Pessoa: UFPB/ 
PPGE/Editora Universitária, 2003. 
PAIVA, Vanilda Pereira. Educação popular e educação de adultos. 4 ed. São Paulo: 
Loyola, 1987. 
SOUZA, João Francisco de. Educação Popular para o terceiro milênio-desafios e 
perspectivas. In: COSTA, Marisa Worraber (Org.). Educação popular hoje. São Paulo: 
Loyola, 1998. 
WANDERLEY, Luiz Eduardo. Educar para transformar: educação popular, igreja católica 
e política no Movimento de Educação de Base. Petrópolis: vozes, 1984. 
 
 
12

Outros materiais