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Direito Civil 
Prof. Fabio Figueiredo 
Matéria: Meio Indireto de Extinção da Obrigação (continuação) – Novação/ Teoria Geral 
dos Contratos – Princípios. 
19/04/2011 
Novação em Pagamento: A novação consiste na criação de uma nova obrigação, tendo 
como requisito essencial a novação, ou seja, a intenção de novar (“animus novandi”). 
Portanto, a novação consiste na intenção de extinguir uma obrigação pela criação de uma 
nova obrigação. Esta intenção não precisa ser expressa, mas tem que ser inequívoca. 
A novação poderá ser objetiva ou real. 
- Novação Objetiva: A figura que mais se aproxima da novação objetiva é a dação em 
pagamento, pois em ambos os casos ocorre a substituição do objeto, porém trata-se de 
dois institutos distintos. A novação objetiva consiste no “animus de novar” – substitui o 
objeto, mas promete entrega-lo em momento posterior, razão pela qual consiste em um 
meio indireto de extinção da obrigação não satisfativa. Por sua vez, a dação em 
pagamento consiste no “animus solvendi” – substitui o objeto e entrega este no ato, razão 
pela qual consiste em um meio satisfativo de extinção da obrigação. 
 
- Novação Subjetiva: Poderá ser ativa ou passiva. 
- Novação Subjetiva Ativa: Ocorre nas situações em que a nova obrigação comporte 
novos sujeitos, desdobrando-se, assim, em subjetiva ativa (quando um novo credor é tido 
na nova obrigação) – substitui-se o credor. 
- Novação Subjetiva Passiva: Ocorre quando um novo devedor surge, em substituição 
ao primeiro, na nova obrigação. A novação subjetiva passiva poderá dar-se, por 
delegação ou expromissão. 
 
Diferença entre cessão de crédito e novação subjetiva: 
Pertencem a gêneros diferentes, uma vez que a cessão de crédito é um meio de 
transmissão (cedendi) e a novação subjetiva é um meio de extinção da obrigação 
(novandi). 
Se a obrigação é anulável – a novação regularmente feita corrige a nulidade relativa. 
 
Diferença entre sub-rogação convencional ativa e novação subjetiva ativa: 
Em ambos os casos temos um meio indireto de extinção da obrigação, mas a sub-rogação 
convencional ativa tem o “animus solvendi” (satisfativa ao credor), enquanto que a 
novação subjetiva ativa tem o “animus novandi” (não satisfativa ao credor). 
 
A novação subjetiva passiva extingue a obrigação com o devedor para a criação de uma 
nova obrigação com um novo devedor. 
 
 
Diferença entre novação subjetiva passiva e à assunção de dívida: 
A novação subjetiva passiva difere da assunção de dívida, pois na assunção de dívida 
têm-se a transmissão da obrigação, enquanto que na novação subjetiva passiva têm-se a 
extinção da obrigação com o devedor para a criação de uma nova obrigação com um 
novo devedor. 
É possível que na novação subjetiva passiva o novo devedor ingresse com ou sem a 
concordância do devedor primitivo, quando ingressar com a concordancia ter-se-á 
novação subjetiva passiva por delegação, quando ingressar sem a concordância será 
novação subjetiva passiva por expromissão. 
Nota-se que a diferença da novação subjetiva passiva por delegação ou expromissão – 
ocorre por meio da análise da concordância. 
- Com concordância = delegação; 
- Sem concordância = expromissão. 
Em ambos os casos – sempre será um meio indireto de obrigação não satisfativa. 
 
Teoria Geral dos Contratos: 
 
Princípios do Direito Contratual: 
1º Princípio da Autonomia de Vontade: É através da autonomia de vontade que os 
contratantes decidem se contratam ou não contratam; qual contrato devem fazer; com 
quem devem contratar e as cláusulas que regeram o contrato. 
Conclui-se que à autonomia de vontade é a expressão da liberdade de contratar. 
 
Os contratos poderão ser: típicos ou atípicos. 
- Típicos: São aqueles contratos previstos no Código Civil. 
- Atípicos: São contratos firmados pelas partes, p.ex: cessão de exploração econômica da 
imagem. 
 
O Art. 425, do CC determina que as partes podem entabular contratos atípicos, desde que, 
observem as regras gerais contidas no Código Civil. 
 
Art. 425. “É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais 
fixadas neste Código.” 
 
2º Princípio da Supremacia da Ordem Pública: Nenhuma pactuação pode agredir os 
preceitos de ordem pública. 
Trata-se de um fator limitador frente à autonomia de vontade das partes. 
 
Obs.: Autonomia Privada de Contratação – não consiste em um 3º princípio, pois trata-
se de uma releitura que funde o princípio da autonomia de vontades com o princípio da 
supremacia da ordem pública. 
Autonomia Privada de Contratação/conceito: É à autonomia de vontade nos limites da lei, 
da moral e da ordem pública instalada. 
 
 
 
 
3º Princípio do Consensualismo: Em regra os contratos são firmados diante do 
consenso entre as partes (“consensus regit actum”), por exceção alguns contratos são 
reais, ou seja, alguns contratos só se perfazem diante da efetiva entrega da coisa, p.ex: 
contrato de depósito, comodato etc, ou seja, independe de consenso. 
 
4º Princípio da Relatividade: Diante deste princípio nós temos que os contratos são 
relativos às partes que os entabulam. Sendo, assim, em regra o contrato só gera efeitos 
para as partes contratantes, no entanto esta regra comporta exceções, são elas: 
I. A estipulação em favor de 3º. Ex.: Um pai realiza um contrato com uma seguradora – 
em regra existe relatividade entre os contratantes, porém com o advento morte o 
benefício será atribuído a sua dependente – filha (3º que faz jus aos efeitos do contrato, 
mesmo que não tenha sido efetivamente parte contratante). 
 
II. Promessa por fato de 3º. Na promessa por fato de 3º, se este 3º inicia à atividade 
sobre o qual fora prometido – assumirá a posição contratual em um contrato que não foi 
por ele entabulado, ter-se-á desse modo a exceção ao princípio da relatividade contratual. 
 
III. Sucessão contratual “mortis causa”. Trata-se de uma situação em que o herdeiro 
assumi a obrigação contratual. Portanto, a sucessão “mortis causa” do contrato só se dá 
nas hipóteses de contrato não personalíssimo, já que o contrato personalíssimo resta 
extinto quando é morto o contrate sobre o qual a obrigação se apoiava. 
 
*IV. Relativização do princípio da relatividade contratual. 
O Art. 421, do CC dispõe que a liberdade de contratar será exercida em razão e nos 
limites da função social do contrato. 
 
Art. 421. “A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função 
social do contrato.” 
 
Existem duas formas de ser analisada a função social: 
1ª Expressão da função social dos contratos intrínseca (“inter partes”): A função 
social pode ser vista como princípio entre as partes (“inter partes”) e, neste caso, visa 
afastar a possibilidade de uma contratação injusta, ou seja, a relação contratual deverá ser 
equilibrada entre as partes (função social intrínseca). Portanto, o que se analisa é a noção 
de equilíbrio contratual entre as partes na relação contratual, ou seja, é a justa posição de 
sacrifício, sob este viés o contrato carece de função social quando é desequilibrado entre 
as partes contratantes. 
Consequência: Quando a lei proibe sem cominar a sanção de nulidade, ou seja, o contrato 
que carece de função social é nulo, mas a função social pode ser analisada sobre o viés 
extrínseco. 
Ex.: O Art. 2.035, do CC não comina sanção, razão pela qual – é nulo. 
 
2ª Expressão da função social extrínseca (“extra partes”): Sobre o ponto de vista 
extrínseco o que se analisa é o potencial lesivo do contrato à toda coletividade, ou seja, se 
o contrato ainda que sendo equilibrado entre as partes for potencialmente lesivo à toda 
 
 
coletividade ou a sociedade em geral será carecedor de função social, situação em que 
também será nulo de pleno direito. 
 
A função social é uma regra. 
 
A doutrina se divide com relação ao princípioda relatividade. 
Deve-se analisar a relatividade em todos os contratos? 
O elemento de relativização do princípio da relatividade contratual é a função social 
extrínseca do contrato, que exige uma analise cuidadosa das potencialidades lesivas do 
contrato frente à coletividade como um todo, o que pode gerar inclusive a nulidade 
absoluta do contrato havido entre as partes. 
 
5º Princípio da Obrigatoriedade dos Contratos: Este princípio se desdobra nos 
princípios da: 
- Obrigatoriedade; 
- Da Intangibilidade; 
- Da Revisão do Contrato. 
 
Princípio da Obrigatoriedade: O princípio da obrigatoriedade estrita do contrato 
determina que o contrato faz lei entre as partes (“pacta sunt servanda”). 
 
Art. 112. “Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas 
consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.” 
 
O qua vale mais – a intenção das partes ou o que está escrito no contrato? 
Resp.: A intenção consubstanciada entre as partes. 
Ex.: Caso as partes realizem uma dação em pagamento, porém pactuam um contrato 
dizendo que o ato é uma novação. Prevalece que trata-se de uma dação em pagamento, 
pois analisa se a intenção consubstanciada entre as partes. 
 
Princípio da Intangibilidade: Diante da intangibilidade nós temos que somente as 
partes contratantes podem alterar o contrato, ou seja, o contrato não pode ser alterado por 
pessoa diversa que não seja o contratante. 
 
Princípio da Revisão Contratual: A revisão ocorre por meio da “cláusula rebus sic 
stantibus”. 
- “pacta sunt servanda” X “rebus sic stantibus”: A “rebus sic stantibus” rompe o 
“pacta sunt servanda” (obrigatoriedade contratual)? 
Resp.: De maneira alguma uma cláusula irá romper o “pacta sunt servanda”. 
Obs.: No entanto à quem entenda que em circunstância muito particulares a “rebus sic 
stantibus” recepciona o “pacta sunt servanda”, p.ex: na execução diferida e continuada 
(posição adotada pela Maria Helena Diniz). 
Já a doutrina morderna dispõe que a “rebus sic stantibus” é um instrumento/ferramenta de 
recuperação do contrato. A revisão, via “rebus sic stantibus” tem por finalidade resgatar a 
intenção firmada entre as partes.

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