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Direito de Familia Prof. Nelson Matéria: Regime de Bens/ Pacto Antenupcial/ Deveres do Casamentos (continuação)/ Dissolução da Sociedade Conjugal/ Divórcio Imediato (EC/66)/ Alienação Parental/ Guarda: Natural, Judicial, Alternada e Compartilhada (próxima aula) 12/05/2011 Regime de Bens: O princípio da autonomia da vontade, em matéria de regime de bens, permiti aos cônjuges estipular o regime que desejarem. No entanto, o CC criou duas hipóteses relacionadas aos regimes de bens, são elas: 1º Os cônjuges escolhem o regime que desejarem: materializando sua escolha em documento próprio, conhecido por pacto antenupcial. 2º Os cônjuges aderem o regime legal, sem convenção, ou seja, aceitando o regime de comunhão parcial de bems. Comunhão Parcial de Bens: Não havendo convenção, ou sendo nula, vigorará, quanto aos bens, o regime da comunhão parcial de bens. Este regime determina que os bens adquiridos onerosamente na constância do casamento – se comunicam. Portanto, conforme à análise do regime da comunhão parcial de bens – existem os bens particulares do marido, particulares da mulher e os bens em comum do casal (aqueles adquiridos na constância do casamento). Dos bens que se comunicam (o cônuge tem o direito de receber a metade) são: - Os adquiridos por fato eventual ou lotéria, sem o concurso de trabalho. Ex.: Ganhou na lotérica, durante a constância do casamento – o outro cônjuge tem direito a metade do valor ganho. - Os adquiridos por frutos, juros, benfeitorias e acessões. Tem direito a pereceber das benfeitorias. Ex.: Construiu uma piscina – o outro cônjuge tem direito a metade. Tem direito sobre à acessão artificial. Ex.: Um indivíduo tinha um terreno, antes de contrair matrimônio. Sendo que, após realizado o casamento, decide construir neste terreno um prédio – o outro cônjuge terá direito a metade do prédio construído. - Os alugueres adquiridos na constância do casamento. Já os bens adquiridos antes do casamento – não se comunicam, bem como os adquiridos por herança ou os sub-rogados. Obs.: No entanto, quem falecer primeiro – a outra parte sobrevivente terá direitos sobre estes, porém a título de sucessão. - Também não se comunicam os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge. Ex.: Salário, honorários. Obs.: O STJ tem julgado – que a rescisão de trabalho, ocorrida na constância do casamento se comunicam. - Não se comunicam os bens de uso pessoal e os instrumentos de profissão. Ex.: Táxi, caminhão – não se comunicam. - As dívidas que não forem convertidas em proveito comum, bem como as dívidas pessoais (personalíssimas) – não se comunicam. Ex.: Plástica. Comunhão Universal de Bens: Este regime importa na comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges, inclusive suas dívidas. O regime da comunhão universal de bens é realizado através de pacto – escritura pública, lavrado perante o Cartório de Notas. Existem hipóteses de exclusão de bens no regime de comunhão universal, a saber: - Proventos do trabalho; - Instrumentos de profissão; - Dívidas que não convertam em direito comum; - Bens gravados com cláusula de incomunicabilidade. Obs.: Poderão ser gravados com o limite de 50%, sendo que o restante dos 50% deverão serem justificados. Participação Final nos Aquestros: Na prática este regime caiu em desuso. No Brasil, este regime também é denominado de regime misto (mistura dois regimes, para a sua concepção). Na participação final nos aquestros há formação de massas de bens particulares incomunicáveis durante o casamento, mas que se tornam comuns no momento da sua dissolução. 1º Na constância do casamento é regido como se fosse um regime de separação total de bens (não comunica-se – nada). 2º No final do casamento é regido como se fosse um regime de comunhão parcial de bens, porém se comunicam somente os frutos e juros dos bens particulares. Separação de Bens: O regime de separação de bens é aquele em que cada cônjuge conserva o domínio e à administração de seus bens presentes e futuros, responsabilizando-se individualmente pelas dívidas anteriores e posteriores ao casamento. a) Separação de Bens Obrigatória: O regime da separação de bens, será obrigatório por imposição da lei – Art. 1.641, do CC, quando: - Todas as pessoas que dependem de causas suspensivas para a celebração do casamento. - Quando a pessoa tiver mais do que 70 anos (e não 60 anos). - Todos que dependerem de autorização judicial para casar (ex.: menor de idade). STF Súmula nº 377 -Regime de Separação Legal de Bens - Comunicação - Constância do Casamento: “No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento. b) Separação de Bens Absoluta: Esta modalidade de separação ocorre através de pacto (não se comunica nada). Princípio da Mutabilidade do Regime de Bens: O regime de casamento adotado pelos cônjuges, poderá ser alterado durante a constância do casamento. Requisitos para aplicação deste princípio: - Deverá ser feito por via judicial; - Tem que ser consensual (de comum acordo) Art. 1.639, p.2º, do CC; - O pedido deverá ser motivado (justificado). Art. 1.639 § 2º “É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.” Pacto Antenupcial: O pacto antenupcial é um ato jurídico pessoal, forma, sendo indispensável a escritura pública, lavrada perante o Cartório de Notas e para ter efeito “erga omnes”, deverá ser registrada no Registro de Imóveis. Deveres do Casamento/ Art. 1.566, do CC (continuação da aula passada): - Pessoais: 1º Fidelidade recíprova; 2º Mútua Assistência -moral; -material. 3º Coabitação: - “more uxório” – convivência sobre o mesmo teto/ convivência marital; - débito conjugal - direito-dever do marido e de sua mulher de realizarem entre si o ato sexual. O descumprimento do débito conjugal, somente poderá ser constatado através de perícia na mulher. 4º Guarda, educação e sustento dos filhos menores. 5º Respeito e Considerações Mútuas: - Moral; - Física. Obs.: O descumprimento do respeito e considerações mútuas – na forma moral (agressão verbal) é de díficil comprovação probatória, enquanto que se realizado na forma física (agressão física/espancamento) – caberá a impetração de uma medida cautelar de separação de corpus, com liminar (requisitos: “fumus boni iuris” e “periculum in mora”). Dissolução da Sociedade Conjugal: A separação judicial é o caminho mais simples e imediato que os casados dispõem para promover dissolução da sociedade conjugal. A separação judicial pode ser consensual, ou seja sem litígio, ou pode ser contenciosa, com litígio. Quando é consensual as duas partes devem estar de acordo com os termos da separação (precisam ter 1 ano de casados para pleitea-la). Quando há litígio é porque um dos cônjuges não aceita a separação ou os termos impostos pelo outro cônjuge. A separação litigiosa poderá ser promovida a pedido de um dos cônjuges, quando: - Sanção: Ocorrer a quebra dos deveres do casamento. - Falência: O casal já está separado de fato a mais de 1 ano. - Remédio: Um dos cônjues contrai uma doença mental grave e irreversível, após ter contraído o casamentos.Para pleitear precisa estar casado a 2 anos. - Insuportabilidade da vida em comum. Quanto ao Divórcio: A entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 66, de 13 de julho de 2010, alterou o Art. 226, § 6º, da Constituição Federal, suprimindo o requisito de prévia separação judicial por mais de um ano ou comprovada separação de fato por mais de dois anos, para dissolver o casamento civil pelo divórcio. Obs.: O prazo para pleitar o divórciofoi extinto pela EC/66, portanto atualmente vigora que o divórcio será imediato. Alienação Parental: Vítima – menor de idade; Agressores – pais, avós ou quem detenha a guarda do menor. A alienação parental é a desqualificação contínua ou reiterada, encutida na cabeça da criança dolosamente, para prejudicar a outra parte. Portanto, a alienação parental é a rejeição do genitor que "ficou de fora" pelos seus próprios filhos, fenômeno este provocado normalmente pelo guardião que detêm a exclusividade da guarda sobre eles (a conhecida guarda física monoparental ou exclusiva). Obs.: A alienação será constatada por exame psíquico social. Ex.: Cerceamento de visitas, pode guardar relação com uma possível alienação parental, razão pela qual a outra parte poder ingressar com uma busca e apreensão do menor. A alienação parental, não enseja em infrações penais, apenas em sanções, são elas: - Perda do poder parental; - Alteração ou modificação da guarda; - Extensão ou encurtamento das visitas; - Pena de multa – diária. Guarda: A guarda constitui um desdobramento do direito de convivência que os pais possuem em relação aos filhos, a qual, portanto, deve ser vista como um dos aspecto do poder familiar. Sendo que, com o rompimento da convivência dos pais, há a fragmentação de um dos componentes da autoridade parental. Ambos continuam detentores do poder familiar, mas o direito de convivência desdobra-se. Assim, se o filho passará a viver com um dos genitores, este terá a guarda, enquanto ao outro será assegurado o direito de visita. Espécies de Guarda: Natural: É aquela que decorre da própria natureza do casamento, união estável e da comunidade formada por qualquer um dos pais ou descendentes, p.ex: mãe dos filhos do Gugu/ monoparental (Art. 226, p.4º, da CF). Art. 226 § 4º - “Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.” Judicial: - Única, exclusiva ou unilateral: Será composta pelas figuras - guardião e não guardião. O guardião é aquele que detém a posse do menor, bem como o poder de imediatividade nas escolhas e alguns deveres familiares. Ex.: Escolhe a escola, o médico, cursos que o menor irá fazer etc. Obs.: O juiz aplica o princípio do melhor interesse da criança ao decidir qual dos pais permanece com a guarda, bem como analisando qual deles tem melhores condições para ficar com o menor. Isto, não implica em condições financeiras, mas afetivas para auxiliar da melhor maneira possível a educação, sustento, criação dentre outras condições ao menor. Guarda Alternada: Alterna-se a guarda física e o poder da imediatividade – em períodos longos. Ex.: Durante 6 meses o menor permanece com a mãe no Nordeste e nos outros 6 meses permanece com o pai no Sul. Este tipo de guarda é repudiada pelo Ministério Público.
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