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Direito Civil 
 
Prof. Fabio Figueiredo 
 
Matéria: Princípio da Obrigatoriedade dos Contratos – Revisão do Contrato 
(continuação)/ Garantias Contratuais/ Extinção da Relação Contratual. 
 
10/05/2011 
 
 
Princípio da Obrigatoriedade dos Contratos: Este princípio se desdobra nos princípios 
da: 
- Obrigatoriedade; 
- Da Intangibilidade; 
- Da Revisão do Contrato. 
 
Princípio da Obrigatoriedade (aula passada): O princípio da obrigatoriedade estrita do 
contrato determina que o contrato faz lei entre as partes (“pacta sunt servanda”). 
 
Princípio da Intangibilidade (aula passada): Diante da intangibilidade nós temos que 
somente as partes contratantes podem alterar o contrato, ou seja, o contrato não pode ser 
alterado por pessoa diversa que não seja o contratante. 
 
Princípio da Revisão Contratual: A revisão comporta 2 entendimentos, são eles: 
1º A revisão contitui um limite à exceção da autonomia da vontade, em situações 
especiais – o contrato pode ser judicialmente revisto. 
2º A revisão do contrato é uma ferramenta de correção contratual. 
 
Outras terminologias para se referir a esta cláusula são: 
- Nas relações civis puras: 
Teoria da Imprevisão; 
Objetivação Contratual; 
Teoria da Onerosidade Excessiva. 
 
Obs.: O Código de Defesa do Consumidor, não admite a terminologia – Teoria da 
Imprevisão. 
 
Requisitos para aplicação da Revisão Contratual (“Cláusula Rebus Sic Stantibus”): 
1º Requisito: A onerosidade excessiva superviniente – pressupõe que o contrato terá a 
sua execução protraída no tempo. 
 
2º Requisito: Que a execução do contrato seja diferida ou continuada. Isto significa, que 
a “cláusula rebus sic stantibus” não se aplica nos contratos de execução instantânea, 
porém não significa que não seja feita a revisão a estes contratos – apenas que ocorrerá 
pela lesão (Art. 157, do CC). 
 
 
3º Requisito: Imprevisbilidade do fato que gera a onerosidade excessiva. 
 
4º Requisito: Extraordinariedade do fato que gera a onerosidade excessiva. 
 
5º Requisito: Excessiva vantagem da outra parte. 
 
Todos estes requisitos estão previstos em lei – Art. 317 combinado com Arts. 478 à 480, 
do CC. 
 
Conforme, a doutrina são considerados requisitos relativos – a imprevisibilidade e a 
extraordinariedade. Sendo que, a excessiva vantagem da outra parte é um requisito 
dispensável. 
 
Garantias Contratuais: São de duas ordens: 
1. Quanto ao objeto contratado: São garantias relativas aos vícios rebiditórios. 
2. Quanto ao direito transmitido: Evicção. 
 
Garantias quanto ao objeto contratado: 
- Dos Vícios Rebiditórios: Terminologias utilizadas – vício de rebidição, vício de 
rejeição ou vício de enjeição. 
Obs.: Vício é sinônimo de defeito para o instituto do Direito Civil, diferentemente do 
Código do Consumidor. 
 
Conceito de Vício Redibitório: É o vício ou defeito oculto que impede o devedor do fiel 
cumprimento da prestação, tendo em vista que diminui o valor da coisa ou a torna 
imprópria para o uso à que se destina. 
Fala-se que é oculto porque passa despercebido pelas partes na formação do contrato. 
 
Possibilidades de vício em um objeto, são: 
- Facíl constatação: É aquele que resta evidente em análise superficial da coisa. Esta 
proteção ocorre somente pelo Código de Defesa do Consumidor, uma vez que inexiste 
proteção pelo Código Civil, pois presumi-se a assunção do risco pelo adquirente. 
 
- Oculto: É aquele que já existe, razão pela qual já gera consequências ao tempo da 
alienação, mas depende de exame minucioso ou até mesmo exame pericial para a sua 
constatação. Obs.: O vício ou defeito pode ser oculto pela própria natureza do vício ou 
oculto pela natureza do negócio que se entabula. 
 
- Oculto de Dificil Constatação: É aquele que já existe ao tempo da alienação, mas não 
gera ainda consequências perceptíveis. 
 
Obs.: Os vícios protegidos pelo Código Civil são: o oculto e o oculto de díficil 
percepção/constatação. 
 
 
 
 
Diante de um vício rebiditório o adquirente po meio de Ações Edilícias, poderá: 
1º Rejeitar a coisa (são sinôminos de rebidicação ou enjeitar a coisa) , através da Ação 
Rebiditória; 
2º Abatimento do preço, através de Ação (“Quanti Minoris”) Estimatória; 
 
Eleita uma das vias (rejeição ou abatimento), o adquirente não poderá voltar atrás, exceto 
quando se trata de um novo vício descoberto na coisa. 
 
Tanto na rejeição quanto no abatimento, diante da má-fé do alienante, o adquirente 
poderá pleitear a indenização por perdas e danos, ou seja, quando o alienante repassar o 
bem, tendo ciência da existência de um vício. 
Caso o alienante não soubesse da existência do vício – apenas devolve os valores pagos. 
 
Obs.: Se o adquirente pedir o abatimento no preço (deseja ficar com a coisa mesmo tendo 
um vício), ainda sim terá o direito a perdas e danos, nas circunstâncias em que o alienante 
tinha o conhecimento da existência do vício. 
 
Prazos Decadências para alegação do vício rebiditório (Arts. 445 e 446, do CC): 
O adquirente tem prazo para pleitear a rejeição ou o abatimento: 
 
1º Prazo Ordinário: Contados da data do negócio (entrega/tradição – bem móvel) e 
(conclusão do registro – bem imóvel). 
- 30 dias se a coisa for móvel; 
- 01 ano se imóvel; 
 
2º Se o adquirente já estava na posse do bem, os referidos prazos serão reduzidos à 
metade e contados da alienação. Contado o prazo apartir da efetivação do negócio 
(tradição/móvel e registro/imóvel). 
- 15 dias se a coisa for móvel; 
- 180 dias se imóvel; 
 
3º Vício oculto de díficil percepção: No entanto, dependendo da natureza do vício, esse 
só se revelar mais tarde, o prazo será contado a partir do instante em que se tiver 
conhecimento desse defeito, não indefinidamente, mas até o prazo de 180 dias, com 
relação aos bens móveis, e para os bens imóveis em 01 ano (Art. 445, p.1º, do CC). 
 
Art. 445. § 1º “Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o 
prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e 
oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.” 
 
Obs.: Com relação ao vício oculto de díficil percepção versam duas correntes 
doutrinárias, são elas: 
1º Posicionamento: Conta o prazo da data do descobrimento do vício em direção a data 
de alienação (para trás), o fundamento seria a segurança jurídica. 
 
 
 
2º Posicionamento: O prazo deve ser contado da data do descobrimento do vício para 
frente, posto que não sendo desta forma resta favorecido o alienante de má-fé. 
 
Esta discussão é traçada com base no Art. 445, p.1º, do CC. 
O prazo será de até: 
- 180 dias se a coisa for móvel; 
- 01 ano se imóvel; 
4º Circunstância de Cláusula de Garantia: Trata-se de uma peculiaridade (exceção). 
Havendo cláusula de garantia contratual, não se aplicam, em seu período de vigência, os 
prazos retro-mencionados do Art. 445, do CC. 
Prevê o Art. 446, contudo, que o adquirente deve denunciar a existência do vício ao 
alienante, tão logo seja conhecido o referido defeito (vício) oculto (no prazo de 30 dias 
seguintes ao seu descobrimento, sob pena de perda da garantia contratada). 
Não notificado o alienante, da existência do vício - no trigésimo primeiro dia começa a 
fluir o prazo do Art. 445 (garantia legal), levando-se em conta que o adquirente já estava 
na posse da coisa. 
 
Art. 446. “Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de 
garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias 
seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.” 
 
Obs.: Os prazos são decadenciais, isto é, não se interrompem e nem suspendem, fluindo 
fatalmente até o termo final, e ainda em razão de tutela pleiteada pelas ações edilícias. 
 
Garantias quanto ao direito transmitido:- Da Evicção: Da mesma forma que os vícios rebiditórios, a evicção surge como 
garantia, no entanto incide sobre o direito. 
 
Conceito de Evicção: É a perda da coisa adquirirda, por contrato comutativo e oneroso 
(doação onerosa), diante de sentença judicial transitada em julgado ou decisão 
administrativa. 
 
A evicção pode ocorrer: 
-por sentença transitada e julgada; 
-por decisão administrativa (sem sentença); 
-por hasta pública. Obs.: Quando o bem for vendido em hasta pública, persistindo a 
responsabilidade do alienante, que é inerente a sua boa ou má-fe, cogitando-se de 
alienação onerosa. 
 
Sujeitos da Evicção: 
- Evicto: Sujeito que sofre a evicção - perde a propriedade ou posse da coisa; 
- Evictor: O real proprietário que pretende reaver a propriedade perdida; 
- Alienante: Sujeito que vende/aliena a coisa (responsável pela evicção). 
 
 
 
 
Deveres do Alienante: 
Responsável por tonar o evicto “indene”, razão pela qual promove a devolução dos 
valores pagos + perdas e danos. 
 
Obs.: O alienante de má-fé tem agravado o “quantum” da indenização. 
 
Do Reforço, Diminuição e Exclusão da Garantia pela Evicção (Art. 448, do CC): 
O reforço à responsabilização do alienante pelos riscos da evicção é estabelecido pelo 
Art. 448, do CC (“Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir 
a responsabilidade pela evicção”). Refere-se a possibilidade de estabelecer, com cláusula 
contratual, o agravamento da responsabilidade do alienante caso se observe a evicção. 
O reforço, portanto, poderá alcançar apenas até a soma correspondente ao prejuízo 
sofrido pelo adquirente. 
A redução da resposabilidade do alienante baseia-se na possibilidade de exclusão da 
mesma (se é possível excluir a responsabilidade, é possível, por consequência, reduzí-la, 
de acordo com a regra: quem pode o mais, pode o menos). 
A exclusão da totalidade da responsabilidade também é possível através de cláusula 
expressa no contrato. Entretanto, ela persiste apenas quando comprovado que o 
adquirente tinha ciência e assumia os riscos da evicção. 
Art. 448. “Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a 
responsabilidade pela evicção.” 
Obs.: A exclusão da garantia pela evicção só se opera se o risco que corre o adquirente 
for certo, determinado e expressamente assumida (Art. 449, do CC). Não se admite a 
cláusula genérica. 
Art. 449. “Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, 
tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco 
da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.” 
 
Da Necessidade de Denunciação pelo Adquirente: 
Embora o Código Civil determine como necessária a denunciação (quando couber) é 
absolutamente pacífico na jurisprudência – que não há necessidade de denunciação para o 
resguardo aos direitos do evicto, sob pena de faltar-lhe proteção, atacando-se assim a 
segurança jurídica das relações contratuais. 
 
Extinção da Relação Contratual: 
A extinção da relação contratual, pode ter causas anteriores (contemporâneas) ou 
posteriores. 
 
O contrato estará extinto em todas as circunstâncias de defeitos negociais, será resolvido 
por onerosidade excessiva ou implemento de condição e será resilido (por vontade de 
qualquer uma das partes).

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