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Direito Administrativo Prof. Celso Matéria: Atos Administrativos/ Serviços Públicos/ Estrutura Indireta da Administração Pública. 04/05/2011 Atos Administrativos: Convalidação: Convalidar um ato significa tornar válido o que de início não era (o vício foi corrigido, ou seja, convalidado). A convalidação é possível ou não? Em 1999 foi editada a Lei 9784 (regula processo administrativos na área federal) – no seu Art. 55, admite a convalidação, desde que, preenchidos os requisitos fixados no dispositivo supracitado. Art. 55. “Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.” Requisitos necessários para ocorrer a convalidação: - Que a convalidação não traga um prejuízo ao interesse público; - Que não traga lesão ou prejuízos a terceiros; - Que o erro/vício apresentado pelo ato, seja passível de correção. Um ato ao ser editado pode ser inválido se apresentar problema em um dos 5 itens/requisitos de validade: -Competência; -Forma; -Finalidade; -Motivo; -Objeto. Destes, 5 requisitos de validade - 3 deles encontram seu correspondente no Art.104, do Código Civil (competência, forma e objeto). Art. 104. “A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei.” Para que possamos saber quando a convalidação é possível ou não se faz necessário saber aonde o vício se encontra. - Ausente o motivo e/ou forma: o erro é passível de correção, ou seja, podem ser convalidado. - Ausente a finalidade e/ou objeto: o erro não é passível de correção. II. Serviços Públicos: 1) Definiçao: Serviço Público é todo aquele prestado pela Administração ou por quem lhe faça as vezes, debaixo de regras de Direito Público, para a preservação dos interesses da coletividade. 2) Reflexos: Nesta definição é possível encontrar 3 reflexos pertinentes, são eles: a) Quem presta os serviços públicos? Resp.: Administração ou quem lhe faça as vezes. Desta constatação podemos extrair as seguintes conclusões: 1º A titularidade de um serviço público, pertence à Administração e, é, intransferível. Portanto, ninguém além da Administração Pública poderá assumir a titularidade de um serviço público, ou seja, jamais um particular poderia assumir, porém nada impedi que seja transferida a execução do serviço para terceiros. 2º Quando a execução é realizada pelo próprio titular, será denominada de execução própria. Sendo que, quando é transferida para 3º será denominada de execução indireta ou descentralizada. 3º A Administração Pública nas 4 esferas de governo (Federal, Estadual, Municipal e Distrital) é composta por uma estrutura direta e indireta. - Na estrutura direta: Encontraremos os Orgãos – Ministérios, Secretários de Estado, Sub- Prefeituras, Administrações Regionais. - Na estrutura indireta: Encontramos pessoas jurídicas – Autarquias, Fundações, Empresas Públicas, Sociedade de Economia Mista. 4º Quando à Administração resolver tranferir para particulares a execução do serviço ou obras, ela utiliza os seguintes instrumentos: Concessão, Permissão ou Autorização de Serviços. O que existe em comum entre estes intrumentos? Resp.: As 3 surgem como instrumentos, através dos quais à Administração transfere a execução (e não a titularidade) para particulares. 5º A Administração quando for transferir a execução dos serviços para particulares, deverá abrir licitação. Art. 175 – “Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.” Obs.: O Art. 175, da CF quando dispõe o termo “incumbe ao Poder Público” – está se referindo à Administração. O Art. 21 da CF apresenta quais são as matérias de competência da União, razão pela qual as demais competências não poderão ingerir sobre tais assuntos. Como já visto, pela competência exclusiva, cada entidade federativa detém o seu campo de atuação próprio, excludente dos demais entes federativos. Trata-se, pois, de competência indelegável. Conforme o inciso XI, do Art.21 – dispõe que telecomunicações é serviço público de competência da União, razão pela qual ela irá decidir a forma de execução dos serviços de telecomunicações . Obs.: As emissoras de TV são concessionárias de serviço público. Art. 21 – “Compete à União: XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais.” No Art. 223, da CF é estabelecido os prazos de durações destas concessões. Art. 223 § 5º. “O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as emissoras de rádio e de quinze para as de televisão.” Se eventualmente uma destas empresas não cumprir as suas obrigações – a concessão delas podem ser canceladas? Resp. Sim, sendo promovido o cancelamento pelo titular – Administração. Agência Nacional de Telecomunicações: ANATEL – integra a esfera Federal (competência da União) : é uma agência reguladora, razão pela qual integra a estrutura indireta da Administração. Energia elêtrica é um serviço público – titular deste serviço é o Poder Público, tendo competência a União (Art. 21, XII, “b”), para decidir como esta exploração irá ocorrer. Caso, ela repasse a execução destes serviços aos particulares – quem irá fiscalizar é a União. Ex.: Caso concreto: A União repassou a execução destes serviços – para ANEEL. Art. 21 – “Compete à União: XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos.” A ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica é uma autarquia sob regime especial (Agência Reguladora), vinculada ao Ministério das Minas e Energia, com sede e foro no Distrito Federal, com a finalidade de regular e fiscalizar a produção, transmissão e comercialização de energia elétrica, em conformidade com as Políticas e Diretrizes do Governo Federal. Problema de infra-estrutura nos areoportos: é um serviço público, tendo como titular o Poder Público, conforme o Art. 21, XII, “c” – competente portanto é a União. Art. 21 – “Compete à União: XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária.” A INFRAERO (sigla para Empresa Brasileira de Infra- Estrutura Aeroportuária) é uma empresa pública federal brasileira, pertencente a estrututa indireta da Administração Pública Federal, vinculada ao Ministério da Defesa. A ANAC (Agência Nacional de Avaliação Civil) é uma agência reguladora federal submetida a um regime autárquico especial, e está vinculada à Secretária de Aviação Civil. Art. 30 apresenta as matérias que são competentes aos Municípios. Isto significa, que a União não pode invadir estas competências e nem os Estados. Exs.: Transporte Público – titular é o Município (Art. 30, V). Art. 30 – “Compete aos Municípios: V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial.” Quem tem competência para fixar limite máximo em estradas? Resp.:Depende, se a estrada for federal, municipal, estudal ou de limite dentro do perito urbano. O Art. 25, p.1º retrata a competência residual. Cabe esclarecer o que é competênciaresidual: corresponde a certa matéria jurídica atribuída pela Constituição Federal a título de competência a todos os entes da federação de forma exaustiva, específica e exclusiva. No entanto, se houver fato novo a respeito desta matéria tem que estar expressamente atribuída na Constituição Federal para um dos entes da federação. Art. 25 – “Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. § 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.” O Art. 25, p.2º apresenta a história envolvendo gás canalizada – esta é de competência dos Estados. Art. 25 § 2º - “Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.” b) Como presta o Serviço Público? Resp.: Debaixo de regras de Direito Público. Não importa quem esteja a frente da execução do serviço, pode ser o próprio titular ou particular – as regras serão sempre as de Direito Público. Entre as regras de Direito Público é apontada a continuidade da prestação do serviço público. Isto significa, que como regra geral não pode ser cogitada a interrupção do serviço (até porque a interrupção iria prejudicar a coletividade), salvo algumas exceções em que se admite a paralização destes serviços – ex.: a greve é autorizada em serviços públicos (Art. 37, VII), porém não pode ser exercida de forma ilimitada (portanto, as regras autorizadas para a realização da greve em serviços públicos é diferente das regras da greve previdenciária). O direito de regra é uma norma contida, pois inexiste uma lei regulamentando a sua ocorrência. Obs.: Os tribunais trabalhistas já fixarão o entendimento que a greve é permitida, porém não poderá ser realizada uma greve total. Art. 37 – “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica.” c) Para que? Resp.: Para a preservação de interesses da coletividade. Esta finalidade é unica, isto significa que se o serviço público não estiver sendo executado para prestar a preservação de interesse público – estaremos diante de um desvio de finalidade (ilegalidade). O usuário do serviço público prejudicado poderá se socorrer do Judiciário – que exerce o controle de legalidade. Estrutura Indireta da Administração Pública: Quadro comparativo entre Autarquias/ Fundações/ Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. Obs.: Este quadro será completado no decorrer das aulas. As definições correspondem ao fato de serem consideradas pessoas jurídicas que integram a estrutura indireta da Administração Pública nas 4 esferas de governo – Federal, Estadual, Municipal e Distrital. Portanto, na condição de pessoa jurídica – são considerados sujeitos de direitos e obrigações. As 4 (Autarquias, Fundações, Empresas e Sociedades) contratam pessoas, através de concursos. Art. 37 – “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.” Quanto a demissão: - Autarquias e Fundações: Só podem demitir com justa causa. - Empresas e Sociedades: Podem demitir sem justa causa.
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