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WEB AULA 01 DIREITO TRIBUTÁRIO

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DIREITO TRIBUTÁRIO
Unidade 1
Legislação Tributária
Para iniciarmos este texto, é importante mencionarmos que nós, contribuintes, somos a fonte de riqueza de um Estado, já que é por meio do pagamento de tributos que subsidiamos o Estado para que ele exerça seu papel. Entretanto, o poder do Estado de tributar precisa de limitações, e essas limitações são impostas pelas próprias leis, já que vivemos sob a égide de um Estado Democrático de Direito e precisamos ter segurança jurídica, bem como os tributos também não podem ter natureza de confisco.
 
Saiba mais:  Entenda o Princípio do não confisco tributário acessando o link a seguir: <>. Acesso em: 4 dez. 2015.
 
Assim, para entendermos de fato o que é tributo, é essencial que tenhamos como ponto de partida os dois conceitos de tributo existentes - o legal e o doutrinário -, definidos pelos estudiosos do direito.
No tocante ao conceito doutrinário, não dispomos de um conceito único. Desta forma, para ilustrar nosso estudo, vamos utilizar o conceito definido por Alexandre Mazza (2015, p. 37): “Direito Tributário é o ramo do direito público que estuda princípios e normas disciplinadores do exercício das atividades de instrução, cobrança e fiscalização de tributos”.
O conceito legislativo de tributo encontra-se apresentado no artigo 3º do Código Tributário Nacional, Lei n. 5.172/1966, que dispõe: “Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída por lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.
Partindo deste conceito, obtemos as seguintes considerações: a obrigação de pagar o tributo e seus requisitos precisam ser instituídos em lei, considerando que o pagamento deve ser realizado, em regra, em dinheiro e não há uma faculdade no pagamento, já que é compulsório, portanto, obrigatório. No mais, tributo não pode ser entendido como sanção de ato ilícito, do qual decorre uma multa, por exemplo, e, por fim, o lançamento por parte do fisco para receber o tributo é uma obrigação.
Indo um pouco além do conceito de tributo, deparamo-nos com uma situação interessante, já que o Código Tributário Nacional foi instituído em 1966, por meio da Lei n. 5.172, ou seja, tal Código foi instituído muito antes de nossa Constituição vigente, que fora promulgada em 1988. Vocês devem estar se perguntando a razão dessa consideração, não é mesmo? Pois bem, a Constituição Federal é a lei maior de um país, a lei suprema, a lei que norteia a edição de todas as outras leis do ordenamento jurídico.
Dentro do contexto de nosso estudo, é preciso considerarmos que, quando a Constituição Federal foi promulgada, ela recepcionou, ou seja, recebeu o Código Tributário Nacional dentro do que era com ela compatível. Assim, quando precisar fazer uso da legislação tributária, você deverá primeiramente se dirigir à Carta Constitucional, observar os preceitos trazidos por ela, para somente depois acessar o Código Tributário Nacional. Desta forma, você deverá utilizar o CTN no que não for contrário à Constituição Federal, e, se ambos trouxerem dispositivos sobre o mesmo tema, permanecerá o constante no texto constitucional.
É importante destacarmos que, mesmo com vários dispositivos não recepcionados pela Constituição Federal de 1988, bem como pela presença de diversas normas esparsas sobre o tema, o CTN é legislação referencial sobre direito tributário.
Dentro da análise de tributo, precisamos considerar que os tributos incidem inclusive sobre atividades ilícitas, que advêm de um princípio chamado de non olet, que significa “o dinheiro não tem cheiro”.
 
Reflita: Como você vê a necessidade de pagar tributos, mesmo quando sua origem é ilícita?
 
Saiba Mais: Quer saber mais sobre o princípio do “dinheiro não tem cheiro”? Então acesse os links a seguir: Disponível em: <>. Acesso em: 4 dez. 2015. Disponível em: <>. Acesso em: 4 dez. 2015.
A composição do Sistema Tributário Nacional encontra-se no artigo 2º do Código Tributário Nacional, nos seguintes termos:
Art. 2º O sistema tributário nacional é regido pelo disposto na Emenda Constitucional nº 18, de 1º de dezembro de 1965, em leis complementares, em resoluções do Senado Federal e, nos limites das respectivas competências, em leis federais, nas Constituições e em leis estaduais, e em leis municipais.
Assim, como é possível verificar, o Sistema Tributário Nacional está relacionado às fontes de legislação sobre o tema. Entretanto, em que pese a várias fontes sobre legislação tributária, precisamos nos atentar para a hierarquia das normas.
Mas o que é hierarquia das normas? A resposta é simples. Partimos do fato de que a Constituição Federal é a lei maior de um Estado, sobrepondo-se a todas as demais normas do sistema, de forma que todas as normas editadas antes de sua promulgação precisam ser com ela compatíveis, enquanto as editadas posteriormente não podem contrariá-la.
Neste mesmo diapasão, precisamos considerar que as normas infraconstitucionais de âmbito federal se sobrepõem às estaduais e municipais, sendo que estas não poderão dispor em contrário da federal. E as normas municipais, além de não contrariar as estaduais, federais e a Constituição, é claro, deverão ainda versar sobre assunto de interesse local.
2.1 Hipótese de Incidência e Fato Gerador
Para entendermos bem o que são tributos, faz-se necessário compreendermos o que são Hipótese de Incidência e fato gerador. Assim, Hipótese de Incidência, de acordo com Mazza (2015, p. 459), “é a descrição legislativa de uma situação que, ocorrendo na prática, produz a quem lhe deu causa o dever de pagar o tributo”. Desta forma, é evidente que o fato gerador é a ocorrência fática do previsto na hipótese de incidência, visto que a partir daí o sujeito passa a ter o dever de pagar o tributo para com o fisco.
Vamos exemplificar? Para isso, precisamos fazer uso do contido no inciso III do artigo 155 da Constituição Federal, que preconiza:
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
[...]
III - propriedade de veículos automotores.
Conseguiu visualizar que este dispositivo exemplificou a hipótese de incidência? E agora, quando estaremos diante do fato gerador? Pois bem, o fato gerador ocorre a partir do momento em que o sujeito passa a ser proprietário de um veículo automotor, passando, então, a ter a obrigação de quitar o referido tributo junto ao fisco.
Para complementar estas informações, precisamos definir também o âmbito de abrangência da hipótese de incidência, o que também é de fácil configuração, já que os tributos federais incidem em todo o território nacional, enquanto os estaduais incidem nos limites do estado, e, é claro, quanto aos municipais, a incidência ocorre dentro da circunscrição do município.
Observe que há pouco aprendemos que a ocorrência fática ou material do descrito na hipótese de incidência é que dá ensejo ao fato gerador, que faz nascer a obrigação tributária. Esta retomada do assunto é importante para que possamos nos guiar e definir quem são o sujeito ativo (credor) e o sujeito passivo (devedor) do tributo.
Assim, quando falamos em fisco, estamos diante do sujeito ativo (credor). Faz-se necessário destacar que a Constituição Federal previu que o Fisco apenas poderá ser entes federativos, ou seja, União, Estados, Distrito Federal ou Municípios.
Já, quando nos referimos ao polo passivo, precisamos considerar quem é o devedor tributário, que é de fato o contribuinte, aquele que possui relação pessoal e direta com a situação que constitua o fato gerador, conforme constante no inciso I do artigo 121 do CTN, bem como o chamado responsável tributário, que, mesmo não tendo dado causa à situação que constituiu o fato gerador, decorra de situação expressa em lei, conforme inciso II do artigo 121 do CTN.
Vamos analisar agora a redação do caput e incisos do artigo 121 do CTN:
Art. 121 Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributoou penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador;
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.
Agora que você já sabe como é composto o Sistema Tributário Nacional, bem como o que é hipótese de incidência e fato gerador, podemos avançar um pouco mais para entendermos o que é competência tributária.
Questão para reflexão: Qual é a diferença entre fato gerador e obrigação tributária?
3. Competência Tributária
A expressão competência tributária está relacionada à competência legislativa, que define quem pode instituir, modificar, reduzir, majorar ou extinguir um tributo.
Para que possa compreender melhor o tema, vamos considerar que a competência tributária está elencada na Constituição Federal, por meio de seus artigos 145, 147, 148, 149, 149-A, 153, 155 e 195. Da análise dos respectivos conteúdos podemos constatar que apenas entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) detêm a titularidade da competência tributária, e essa competência constitucional é indelegável.
Acerca do tema em comento, eis que a Constituição Federal não cria tributo, pois apenas o legislador infraconstitucional é quem exerce este papel. A Constituição Federal, portanto, tem a prerrogativa de definir as competências tributárias, estabelecendo quais tributos são inerentes a cada um dos entes federativos.
A partir do momento que a Constituição estabelece os tributos que competem a cada um dos entes da federação, estes passam a ser dotados de alguns atributos. Esses atributos são entendidos como características intrínsecas aos tributos.
Vamos trabalhar com as características mais marcantes, iniciando pela irrenunciabilidade. Como o próprio nome já diz, o ente federativo imbuído da competência tributária pela Constituição Federal dela não pode abrir mão ou, melhor dizendo, renunciar.
Outra característica importante é a indelegabilidade, que é a proibição de um ente federativo delegar a outro a competência constitucional a ele outorgada.
Uma terceira característica é a facultatividade, que é a prerrogativa de o ente federativo dotado de competência tributária pela constituição vir ou não a instituir o tributo.
Convém mencionarmos, ainda, uma quarta característica, a chamada incaducabilidade, que, em linhas gerais, é a inexistência de prazo para o ente federativo exercer sua competência tributária.
Como nunca é demais reforçar o conteúdo, é oportuno expor o conteúdo do artigo 6º do Código Tributário Nacional, que dispõe:
Art. 6º A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei.
Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos.
Por fim, para que o exercício da competência tributária seja compreendido de fato e para que não pairem quaisquer dúvidas sobre o assunto, não podemos nos esquecer de que a Constituição Federal atribui aos entes federativos quais são os tributos que a eles competem instituir, cuja criação, por sua vez, compete ao legislador infraconstitucional.
Quando o legislador infraconstitucional for exercer sua prerrogativa de criação tributária, deverá descrever a hipótese de incidência, e, como bem preleciona Mazza (2015, p. 324), para que essa função seja bem-executada, é importante responder a algumas perguntas, quais sejam:
Aspecto temporal = Quando deve ser pago o tributo?
Aspecto espacial = Onde deve ser pago?
Aspecto quantitativo = Quanto deve ser pago?
Aspecto pessoal = Quem são o credor e o devedor?
Aspecto material = Por que deve ser pago?
4. Princípios Tributários
Vamos iniciar esta seção abordando os princípios tributários. Mas o que são princípios? Princípios são a base do direito tributário, devendo ser observados pelo legislador e pelo fisco, já que são mais amplos que as normas e sua inobservância pode acarretar nulidade.
Antes de adentrarmos os princípios em espécie, vamos fazer uso do texto constitucional, em especial, da Seção II, intitulada “Das Limitações ao Poder de Tributar”. Se partirmos dessa terminologia, já podemos extrair que a limitação está relacionada ao poder de tributar do fisco, o que, consequentemente, visa proteger o contribuinte.
Veja Mais: Reflita sobre a importância dos tributos no contexto tributário. Acesse:<>. Acesso em: 4 dez. 2015.
4.1 Princípio da Legalidade (art. 150, I, da CF e art. 97 do CTN)
Este princípio é de extrema relevância, já que ele efetivamente garante o contribuinte das mazelas do Estado, ou seja, não permite que o Fisco de forma arbitrária institua ou majore tributos sem previsão legal.
Isto ocorre porque é vedado a qualquer um dos entes federativos instituir tributo sem lei anterior que o defina, conforme se verifica na redação do artigo 150, I, da CF:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.
[...]
Com base neste dispositivo, conseguimos apreender que se faz necessária a edição de uma lei com o objetivo de instituir, majorar, reduzir ou extinguir tributo. Por esta razão, é interessante nos atentarmos à redação do artigo 97 do CTN:
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades
[...]
Precisamos considerar que a Constituição prevê os tributos e os entes federativos que poderão instituí-los. Entretanto, a regra é que este ente federativo, dotado de atribuições, por meio de lei ordinária (comum), mediante quórum simplificado*, possa instituir, majorar, reduzir ou extinguir tributo. Mas, como toda regra possui uma exceção, neste caso a exceção está na existência de quatro tributos que só podem ser instituídos por meio de Lei Complementar. Lembre-se de que a Lei Complementar destina-se a complementar a Constituição Federal, por isso ela exige quórum diferenciado, por meio de maioria absoluta.**
Vamos elencar os quatro tributos regidos pela exceção? São eles:
1 - Empréstimo Compulsório, artigo 148 da CF.
2 - Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), artigo 153, VII, da CF.
3 - Impostos Residuais, artigo 154, I, da CF.
4 - Novas fontes de custeio da seguridade, artigo 195 da CF.
 
*Quórum simplificado é aquele que contabiliza a votação favorável de metade mais um dos presentes para aprovação.
**Na maioria absoluta, o quórum ocorre com base nas cadeiras que compõem o parlamento, sendo a votação favorável de metade desses, mais um.
 Há tributos que fogem à regra de lei para alteração da base de cálculo por possuírem caráter extrafiscal, ou seja, destinam-se a estimular ou desestimular o consumo. Por este motivo, podem ser alterados por ato do Presidente da República.
Assim, nos quatro primeiros impostos elencados a seguir há previsão de alteração das alíquotas, enquanto nos dois últimos a previsão legal se refere a reduzir ou restabeleceras alíquotas, conforme artigos 155, § 4º, IV, “c” da CF e art. 177, § 4º, I, “b” da CF). Para que verifique esta realidade, analise os tributos:
a) II - Imposto de Importação.
b) IE - Imposte Exportação.
c) IPI - Imposto sobre produtos industrializados.
d) IOF - Imposto sobre operações financeiras.
e) ICMS/combustíveis.
f) Cide/combustíveis.
Saiba Mais: Acesse o link para saber mais sobre o Princípio da Legalidade no Direito Tributário: <>. Acesso em: 4 dez. 2015.
4.2 Princípio da Anterioridade (art. 150, III, “b” e “c” da CF)
Este princípio também tem por fim assegurar o contribuinte de eventuais tributos instituídos de “supetão”, sem que possa haver uma preparação para suportar o novo ônus financeiro.
Assim, cabe-nos citar os dispositivos em que este princípio se encontra:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
[...]
III - cobrar tributos:
[...]
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
 Observe que as alíneas “b” e “c” trazem previsões distintas acerca do período que o Fisco precisa aguardar para efetuar a cobrança dos tributos. Assim, caracterizamos dois tipos de anterioridade: Anterioridade Anual e Anterioridade Nonagesimal. Mas o que são essas anterioridades e como e quando elas incidem?
A resposta para este questionamento será apresentada agora, mas, quanto à anterioridade anual, prevista na alínea “b”, é preciso que tenhamos em mente que o exercício financeiro equivale ao ano civil, que vai de 1º de janeiro até 31 de dezembro. Desta forma, o tributo criado ou majorado em determinado ano terá sua eficácia suspensa até o próximo ano, ocasião em que o Fisco poderá realizar a cobrança.
Com base na anterioridade nonagesimal prevista na alínea “c”, é evidente que ela serve para evitar dissabores por parte do contribuinte nos finais de ano, já que o fisco poderia vir a instituir ou majorar tributos nos últimos dias do ano para já efetuar a cobrança no início do seguinte.
Quanto à aplicação das anterioridades, é certo que precisam ser aplicadas cumulativamente para proteger o contribuinte; como o objetivo é proteger o contribuinte, se houver isenção ou majoração de tributos, não há incidência deste princípio.
Como para toda regra há uma exceção, aqui também não é diferente. As primeiras exceções referem-se a impostos que são espécies de tributos, mas que são dotados de caráter extrafiscal, como o Imposto de Importação, Imposto de Exportação, Imposto sobre Produtos Industrializados, Imposto sobre Operações Financeiras. A exceção também está presente em tributos de cunho emergencial, como é o caso do Imposto Extraordinário de Guerra e o Empréstimo Compulsório para calamidade pública, guerra externa.
Mais recentemente, por meio da Emenda Constitucional 33/01, foram instituídas duas novas exceções - a CIDE-Combustível e o ICMS-Combustível -, que, vale ressaltar, também possuem caráter extrafiscal.
Há casos que fogem à regra geral não por não se sujeitarem à regra da anterioridade, mas por se sujeitarem apenas à anterioridade anual ou apenas à anterioridade nonagesimal.
Assim, consoante a regra das anterioridades, é preciso exemplificarmos. Imagine um tributo majorado em 1 de dezembro. Agora vamos considerar que a regra é a aplicação das duas anterioridades. Se considerarmos apenas a anual, o tributo poderá ser cobrado em 1 de janeiro do ano seguinte. Mas é preciso cumularmos esta com a anterioridade nonagesimal (90 dias) e chegaremos ao dia 28 de fevereiro, sendo a incidência da majoração a partir daí.
Questão para Reflexão: Qual é a relevância no mundo prático das exceções ao princípio da anterioridade?
4.3 Princípio da Isonomia (art. 150, II, da CF)
Este princípio tem por fim proibir que haja tratamento diferenciado por parte do Fisco em relação aos contribuintes que estejam em situação equivalente, conforme se verifica na leitura da redação do inciso II do artigo 150 da Constituição Federal:
Art. 150
[...]
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
É importante que tenhamos em mente que, no caso de alíquotas progressivas, como as vistas na tabela que assiste ao Imposto de Renda, não há qualquer infração a este princípio, muito pelo contrário, já que o objetivo é cobrar mais daquele que possui maior capacidade de pagamento.
4.4 Princípio da Irretroatividade (art. 150, III, “a”, da CF)
Assim como os demais princípios até aqui mencionados, seu objetivo é limitar o fisco e trazer segurança jurídica ao contribuinte. Vamos analisar a redação do dispositivo legal que se refere a este princípio:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
[...]
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
[...]
Desta forma, as leis que criam ou majoram tributos destinam-se a tutelar apenas fatos futuros, não podendo voltar a fatos pretéritos para alcançá-los.
 4.5 Princípio da Vedação ao Confisco (art. 150, IV, da CF)
Este e princípio visa evitar que o valor dos tributos cobrados pelo fisco seja tão alto que inviabilize o pagamento pelo contribuinte e, por esta razão, ele acabe perdendo seus bens para quitação do tributo, já que confisco é a expropriação de um bem particular por parte do estado. Analise a redação do dispositivo que dispõe sobre o não confisco
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
[...]
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
É preciso que o tributo tenha valor compatível à capacidade contributiva do contribuinte. Essa análise precisa ser realizada à luz da carga tributária total imposta.
Por fim, eis que este princípio não alcança os tributos que possuem natureza extrafiscal, já que sua finalidade é estimular ou desestimular o consumo.
4.6 Princípio da Uniformidade Geográfica (art. 151, I, da CF)
Vamos iniciar este princípio fazendo uma ressalva à sua própria redação. Isto porque, diferentemente dos demais princípios, ele menciona apenas a União:
Art. 151. É vedado à União:
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;
[...]
Ocorre que, mesmo que o dispositivo mencione apenas a União, há entendimento acerca da interpretação extensiva de sua redação a Estados-membros, Distrito Federal e até municípios.
Diante do contido no inciso I, está claro que o fisco deve se pautar pela isonomia para não estabelecer tratamento diferenciado entre os entes federativos e, assim, beneficiar alguns em detrimento de outros.
Não obstante, o próprio inciso prevê a possibilidade de concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões. Este fato se deve à grande extensão do território brasileiro, bem como à sua falta de paridade com a densidade populacional, o que causa implicações na arrecadação dos estados, já que um estado que produz pouco, com pouca industrialização e produção econômica não tem arrecadação e incentiva quesua população migre a estados com maior oportunidade.
Certamente esta descrição levou você a pensar na Zona Franca de Manaus, certo?
Reflita sobre as possibilidades legais de conceder incentivos fiscais para promover o desenvolvimento de regiões.
Questão para reflexão: Há relevância efetiva nas possibilidades legais de conceder incentivos fiscais para promover o desenvolvimento de regiões?
4.7 Princípio da Não Limitação (art. 150, V, da CF)
Este princípio preza pela proibição de qualquer limitação que restrinja o acesso de pessoas ou bens através do pagamento de tributos, ou seja, refere-se ao fato de que não pode haver cobrança de tributos para deslocamento de um lugar a outro, conforme se verifica na redação do inciso V do artigo 150 da Constituição Federal, que estabelece:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
[...]
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; [...]
Você certamente notou que a proibição não contempla a cobrança de pedágio pelo uso de via pública, já que sua cobrança é legal. Mas o que seria limitação então? Pois bem, podemos citar alguns exemplos, como a cobrança de tributo para acessar uma praia, um parque ou até uma praça, por exemplo.
Estudaremos isso mais à frente, mas cabe mencionar aqui que, se a conservação da via for realizada pelo Estado e o pedágio for por ele cobrado, o pagamento dar-se-á na forma de taxa; mas, se a conservação das vias e o pedágio forem realizados por concessionário ou permissionário, a cobrança dar-se-á pelo pagamento de tarifa.
 
Para discutir: Acerca do princípio da não limitação e sua respectiva exceção, o pedágio, discuta com seus colegas as motivações dessa exceção.
4.8 Princípio da Não Cumulatividade (arts. 153, § 3º, II e 155, § 2º, I, da CF)
Para que haja uma boa compreensão acerca deste princípio, antes de começarmos a transcorrer sobre o tema, vamos nos pautar nos artigos que dispõem sobre o tema:
Art. 153.
§ 3º
[...]
II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores; [...]
Art. 155.
§ 2º 
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;
Com base na redação aqui apresentada nos deparamos com o fato de que este princípio refere-se aos tributos que incidem em cadeia e que são chamados de plurifásicos. O mais comum deste tipo de tributo é o ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.
Assim, o foco do princípio é que não haja cobrança em cadeia de tributo sobre o mesmo produto, onerando muito seu valor e prejudicando o consumidor final.
Por fim, vamos finalizar este princípio mencionando os tributos que estão sujeitos à não cumulatividade: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, Imposto sobre Produtos Industrializados, impostos residuais, novas fontes de custeio da seguridade social e PIS/Cofins. Isto significa que tais tributos não sofrem o efeito da cobrança em cascata, já que durante o percurso do produto os valores vão sendo amortizados até chegar ao consumidor final.
4.9 Princípio da Seletividade (arts. 153, § 3º, I e 155, § 2º, III da CF)
Este princípio aplica-se às alíquotas de IPI e ICMS, isto porque o princípio da seletividade enseja a graduação das alíquotas a serem pagas pelo contribuinte de acordo com a essencialidade do produto, mercadoria ou serviço.
Assim, a alíquota imposta ao cigarro ou à bebida alcoólica é bem superior à atribuída aos itens integrantes da cesta básica.
4.10 Princípio da Não Discriminação quanto à Procedência ou Destino (art. 152 da CF)
Este princípio possui significância quando analisamos a cobrança de tributos sobre bens nacionais e importados ou entre os bens destinados à importação ou exportação. Isto porque não há a possibilidade de fazer diferenciação, por exemplo, quanto à cobrança de IPVA de um carro nacional e deixando de cobrar o mesmo imposto sobre veículo importado.
Agora vamos analisar a redação do dispositivo que embasa este princípio e cuja previsão encontra-se no artigo 152 da Constituição Federal:
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
Assim, note-se que a discriminação é vedada em nosso sistema.
4.11 Princípio da Pecúnia Non Olet (art. 118, I, do CTN)
A origem deste princípio tem relação com Roma antiga, mais especificamente, com uma situação em que o Imperador Vespasiano instituiu tributo sobre a utilização de latrinas públicas. Quando questionado por seu filho Tito, Vespasiano pediu para que ele cheirasse uma moeda, que, por sua vez, não tinha cheiro. Desta situação surgiu a expressão “dinheiro não tem cheiro”.
Assim, para este princípio, não importa a origem do dinheiro do contribuinte, já que, se este vier a almejar renda com práticas ilícitas e não pagar o tributo correspondente, será penalizado.
Resumo da Unidade
Nesta unidade aprendemos sobre os conceitos de tributo - doutrinário e legal -, sendo que a junção de ambos significa que tributo é toda prestação pecuniária, compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, em que verificamos a incidência de princípios e normas que disciplinam as atividades de instituir, cobrar e fiscalizar tributos. Quanto ao Sistema Tributário Nacional, verificamos quais dispositivos legais podem reger as normas de direito tributário. Também verificamos que hipótese de incidência
Fórum: Qual sua opinião acerca da cobrança de Imposto de Renda por parte do fisco das rendas provenientes de fontes ilícitas ou duvidosas?
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