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1. CONCEITO É o conjunto de normas e princípios que disciplinam a composição das lides penais, por meio da aplicação do direito penal objetivo. 2. FINALIDADE A Finalidade do direito processual penal divide-se em: a) Mediata: alcançar a pacificação social obtida com a solução do conflito. b) Imediata: viabilizar a aplicação do direito penal, concretizando-o. 3. FONTES 3.1 Fonte de produção ou MATERIAL: é aquela que elabora a norma. No Brasil a competência para legislar sobre direito processual penal é da União (artigo 22, inciso I da CF), todavia, a constituição em seu parágrafo único, permite, por meio de lei complementar, que os Estados membros legislem sobre processo penal, em questões de direito local. 3.2 Fonte FORMAL ou de cognição: é aquela que revela a norma. a) Imediata ou direta: leis e tratados.. b) Mediatas, indiretas ou supletivas: desdobram-se em costumes e princípios gerais de direito. 4. CARACTERÍSTICAS A doutrina classifica em 3 as características do direito processual penal, a saber: a) Autonomia: o direito processual não é submisso ao direito material, visto que possui regras e princípios próprios e especializantes. AULA 1 – INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL PENAL CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ CURSO DE DIREITO DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL PENAL I PROFª.: FABIANA VIEIRA DE AZEVEDO ROSA b) Instrumentalidade: é o meio para fazer atuar o direito material penal, consubstanciando o caminho a ser seguido para a obtenção de um provimento jurisdicional válido. c) Normatividade: é uma disciplina normativa, de caráter dogmático, inclusive com codificação própria (Decreto lei nº 3.689/41) 5. PROCESSO É o instrumento de atuação da jurisdição. É a principal ferramenta para solucionar os conflitos de interesse que se apresentam. 6. PROCEDIMENTO Aspecto objetivo do processo. É a sequência de atos ordenados praticados no processo, direcionados à um provimento final. 7. RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL É o nexo que une e disciplina a conduta dos sujeitos processuais em suas ligações recíprocas durante o desenrolar do procedimento. 8. SISTEMAS PROCESSUAIS O Processo penal, na sua estrutura, pode ser: a) INQUISITIVO: caracterizado pela inexistência de contraditório e de ampla defesa, com a concentração das funções de investigar, acusar e julgar em uma única figura (juiz). - é escrito e sigiloso. - Mitigação dos direitos e garantias individuais, em favor de um suposto interesse coletivo. (os direitos de um individuo não podem se sobrepor ao interesse maior, o coletivo). - Vantagem: celeridade. - Não confundir com fase de inquérito policial, visto que o inquérito policial não é fase do processo, é mero procedimento. b) ACUSATÓRIO: É O ADOTADO NO BRASIL DE ACORDO COM A CONSTITUIÇÃO FEDERAL. (não é o sistema puro, mas o ortodoxo, onde o juiz não é estático em algumas situações pode agir de ofício) - Ocorre nitidamente a separação entre as funções de investigar, acusar, defender e julgar, dadas a personagens diferentes. - Os princípios do contraditório, ampla defesa e publicidade regem todo o processo. Onde o órgão julgador é dotado de imparcialidade. OBS: o que efetivamente diferencia o sistema inquisitivo do acusatório é a posição dos sujeitos processuais e gestão das provas, não sendo mais o juiz, por excelência o gestor. c) MISTO – a doutrina questiona sua existência. Caracteriza-se por uma instrução preliminar, secreta e escrita, a cargo do juiz, com poderes inquisitivos, no intuito da colheita de provas, e por uma fase contraditória (judicial) em que se dá o julgamento, admitindo-se o exercício da ampla defesa e do contraditório além de todos os direitos dela decorrentes. 9. SUJEITOS PROCESSUAIS: O JUIZ E AS PARTES PROCESSUAIS. O processo penal é compreendido como uma relação jurídica processual formada: - pelo juiz; - a parte ativa (Ministério público ou querelante) e a - parte passiva (acusado). Todavia, a doutrina classifica os sujeitos processuais em 2 categorias, a saber: a) Principais ou essenciais: aqueles cuja existência é fundamental para a construção da relação jurídica processual regularmente instaurada – são o juiz, o acusador e o acusado. b) Secundários, acessórios ou colaterais: sujeitos que poderão intervir a título eventual com o objetivo de deduzir uma determinada pretensão, a exemplo do assistente de acusação. Juiz: autoridade judiciária incumbida de conduzir o processo, proferindo decisão ao final. O sujeito processual não é a pessoa do juiz, mas o Estado-juiz em nome do qual aquele atua. - caberá ao juiz manter a ordem dos atos processuais (exercício do poder de polícia). - Pressupostos processuais subjetivos do juiz: Investidura; Competência; Ausência de suspeição/impedimento - imparcialidade (artigos 252, 253 e 254 do CPP). Ministério Público/Querelante: o MP é o titular da ação penal pública, já o querelante é o titular da ação penal privada. - no caso do agente passivo: deve ser maior de 18 anos; capacidade postulatória (por meio do advogado – artigo 133 da CF). 10. MINISTÉRIO PÚBLICO COMO ÓRGÃO AGENTE E COMO ÓRGÃO INTERVENIENTE. - Titular da ação penal pública nos termos do artigo 129, I da CF. - Tal atribuição não o impede de atuar como Fiscal da lei (custos legis), sendo imparcial. Novo CPC modifica a noção para custos juris (mais que fiscal da lei, agora defensor da ordem jurídica como um todo). - Nas ações penais privadas o Ministério Público intervém como fiscal não só da lei, mas da Constituição e do direito em geral (custos juris) 11. ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO. O nosso CPP aduz que em todos os termos da ação penal pública, poderá intervir, como assistente do Ministério Público: o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta deste, o CADI (artigo 268 do CPP). Não se admitindo o corréu como assistente (artigo 270 do CPP). Mas não são todos os crimes que admitem assistente do MP. O crime deve ter um sujeito passivo determinado, um ofendido. - justo interesse de recorrer, de acordo com a natureza da sentença prolatada, além de um futuro interesse em buscar a reparação do dano por meio da ação ex delicto. - O assistente recebe a causa no estado em que se encontra. - A habilitação do assistente nos autos deverá ser ouvido o MP, não cabendo recurso contra a decisão que o admitir ou não admitir. Mas é possível o manejo do MS. - limites de atuação do assistente – artigo 271 e 584, §1º e 598 do CPP - Para se habilitar o assistente deve requerer em ate 5 dias da data da sessão na qual pretende atuar (artigo 430 do CPP). 12. ACUSADO: DIREITOS E GARANTIAS NA CRFB/88. Acusado é o sujeito passivo da ação penal condenatória. É chamado de acusado ou réu quando já existe relação processual instaurada (a partir do recebimento da denúncia). Antes, durante o inquérito, o que se tem é apenas indiciado. - A Constituição Federal prevê em seu artigo 5º, diversos direitos subjetivos do qual é titular o sujeito passivo da ação penal, senão vejamos: a) Direito ao Devido processo legal; b) Direito ao contraditório e a ampla defesa; c) Direito a confissão e parcialidade: d) Direito da indisponibilidade do direito de defesa; e) Direito de ser interrogado (autodefesa) f) Direito de informação g) Direito ao silencio; h) Presunção de inocência; i) Produzir provas; j) Direito de não ser preso senão em flagrantedelito ou por ordem escrita fundamentada. - Tais direitos se devem ao fato de que as garantias e os meios eficazes para a preservação dos direitos básicos da pessoa humana, em um Estado Democrático de Direito, são fundamentais para que não haja abusos por parte do Estado, detentor do direito de punir.
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