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Exercícios Oficina Literária

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Exercícios Oficina Literária
O poema abaixo faz parte do livro Rosácea (1986), da escritora Orides Fontela. Leia-o atentamente:
Lembretes
"É importante acordar a tempo é importante penetrar o tempo é importante vigiar o desabrochar do destino."
(FONTELA, Orides. Trevo (1969-1988). São Paulo: Duas Cidades, 1988.)
A sequência dos "lembrete" torna-se complexa ao longo do poema por meio de metáforas cada vez mais abstratas. Aponte qual o possível significado metafórico da expressão "vigiar/o desabrochar do destino", na última estrofe: Conscientizar-se da vida como um todo
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm. 
Nas duas estrofes extraídas do poema Autopsicografia, Fernando Pessoa: Revela a relação que existe entre ficção e realidade no processo criativo do autor e o seu efeito no leitor.
O texto pode ser classificado como: um elemento do processo comunicativo que apresenta um entrelaçamento de ideias, as quais são costuradas através das palavras.
A estrofe abaixo foi retirada de um dos sonetos camonianos mais conhecidos. Leia com atenção e responda ao questionamento proposto.
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
Podemos perceber que o texto acima é um texto literário, pois: É composto por uma linguagem poética
Leia o que disse João Cabral de Melo Neto, poeta pernambucano, sobre a função de seus textos. "Falo somente com o que falo: a linguagem enxuta, contato denso; falo somente do que falo: a vida seca, áspera e clara do sertão; falo somente por quem falo: o homem sertanejo sobrevivendo na adversidade e na míngua. Falo somente para quem falo: para os que precisam ser alertados para a situação da miséria no Nordeste." Para João Cabral de Melo Neto, no texto literário: A linguagem do texto deve refletir o tema, e a fala do autor deve denunciar o fato social para determinados leitores
Leia atentamente a estrofe que se segue e responda a questão proposta. Carnavália Repique tocou O surdo escutou E o meu corasamborim Cuíca gemeu, será que era meu, quando ela passou por mimANTUNES, A; BROWN, C; MONTE, C. Tribalistas, 2002 (fragmento). No terceiro verso, o vocábulo corasamborim, que é a junção coração+samba+tamborim, refere-se, ao mesmo tempo, a elementos que compõem uma escola de samba e à situação emocional em que se encontra o autor da mensagem, com o coração no ritmo da percussão. Essa palavra corresponde a um: neologismo, criação de novos itens linguísticos, pelos mecanismos que o sistema da língua disponibiliza
O texto literário distingue-se notadamente pelo fato de: transformar a realidade, servindo-se dela como modelo
	Qual das alternativas é a definição efetiva de DENOTAÇÃO? Uso da palavra em seu sentido literal, real. Tal como se apresenta no dicionário. 
Leia a declaração João Cabral de Melo Neto, poeta pernambucano, sobre a função de seus textos: "Falo somente com o que falo: a linguagem enxuta, contato denso; falo somente do que falo: a vida seca, áspera e clara do sertão; falo somente por quem falo: o homem sertanejo sobrevivendo na adversidade e na míngua. Falo somente para quem falo: para os que precisam ser alertados para a situação da miséria no Nordeste."  Marque a alternativa em que ocorra a identificação do processo também constituído pelo discurso literário, mencionado pelo autor: Processo histórico e ideológico de criação
O texto pode ser classificado como: um elemento do processo comunicativo que apresenta um entrelaçamento de ideias, as quais são costuradas através das palavras.
	Leia com atenção trecho proposto: "Fundamentamo-nos, pois, em uma concepção sociocognitivo-interacional de língua que privilegia os sujeitos e seus conhecimentos em processos de interação. O lugar mesmo de interação -como já dissemos - é o texto cujo sentido "não está lá", mas é construído, considerando-se, para tanto, as "sinalizações" textuais dadas pelo autor e os conhecimentos do leitor, que, durante todo o processo de leitura, deve assumir uma atitude "responsiva ativa". (BAKHTIN, 1992:290).Assinale a alternativa em se observe a proposta de Bakhtin: Que o leitor, concorde ou não com as ideias do autor, complete-as, adapte-as etc., uma vez que "toda compreensão é prenhe de respostas e, de uma forma ou de outra, forçosamente
Tomemos o seguinte terceto do Poema Pombas, de Raimundo Correa:"Também dos corações onde abotoam, Os sonhos, um por um céleres voam, Como voam as pombas dos pombais". Assinale a alternativa em que ocorra a relação entre os vocábulos "pombas" e "sonhos" de acordo com o contexto da poesia: Uma metáfora
No processo de construção literária, o autor vale-se do exercício diferenciado com a linguagem. A linguagem literária - aquela que sustenta o exercício da Literatura - se diferencia das demais porque: É conotativa, abrindo muitas possibilidades de entendimento e interpretação
	Ao considerar que o verbo grego Poïen é a essência da arte poética clássica, da qual deriva a Poïesis grega, marque a alternativa que não pertence ao seu contexto semântico: É o ato de imitar a realidade por meio da palavra.
	Quanto ao sentido podemos dizer que um texto: É construído na interação texto-sujeitos e não algo que preexista a essa interação
A estrofe abaixo foi retirada de um dos sonetos camonianos mais conhecidos. Leia com atenção e responda ao questionamento proposto.Amor é fogo que arde sem se ver;/ É ferida que dói e não se sente;/É um contentamento descontente;/É dor que desatina sem doer. Podemos perceber que o texto acima é um texto literário, pois: É composto por uma linguagem poética
Machado de Assis confirmou-se como acurado crítico do caráter humano, extraída da sua capacidade de dialogar com a realidade. Na poesia O casamento do diabo, um dos raros momentos em que o autor escreve em verso, ele faz uma crítica a um dos seus alvos favoritos ¿ a mulher. Leia o poema com atenção e responda à questão proposta. O casamento do diabo Satan teve um dia a idéa De casar. Que original: Queria mulher não feia Virgem corpo, alma leal. Toma um conselho de amigo Não te cases, Belzebú; Que a mulher, como ser humano, É mais fina do que tu. Cortou unhas, cortou rabo, Cortou as pontas, depois Sahio o nosso diabo, Como o heroe dos heroes. Toma um conselho de amigo Não te cases, Belzebú; Que a mulher, como ser humano, É mais fina do que tu. Casar era a sua dita; Correo por terra e por mar, Encontrou mulher bonita E tratou de a sequestrar Toma um conselho de amigo Não te cases, Belzebú; Que a mulher, como ser humano, É mais fina do que tu. Elle quis, ella queria Poseram mão sobre mão, E na melhor harmonia Verificou-se a união. Toma um conselho de amigo Não te cases, Belzebú; Que a mulher, como ser humano, É mais fina do que tu. Passou-se um anno, e ao diabo Não se cresceram por fim, Nem as unhas, nem o rabo... Mas as pontas, essas sim... Toma um conselho de amigo Não te cases, Belzebú; Que a mulher, como ser humano, É mais fina do que tu. Machado de Assis Nesse caso, a crítica à figura feminina reside nas entrelinhas da: No refrão, quando o poeta alerta para o fato de que a mulher é mais fina que o demônio
Carta XIII ¿ Ao Rei D. João IV ¿ 4 de abril de 1654 "(...) Tornando aos índios do Pará, dos quais, como dizia, se serve quem ali governa como se foram seus escravos, e os traz quase todos ocupados em seus interesses, principalmente no dos tabacos, obriga-me a consciência a manifestar a V.M. os grandes pecados que por ocasião deste serviço se cometem. Primeiramente nenhum destes índios vai senão violentado e por força, e o trabalho é excessivo, e em que todos os anos morrem muitos, por ser venenosíssimo o vapor do tabaco: o rigor com que são tratados é mais que de escravos; os nomes que lhes chamam e que eles muito sentem, feiíssimos; o comer é quase nenhum; a paga tão limitada que não
satisfaz a menor parte do tempo nem do trabalho; e como os tabacos se lavram sempre em terras fortes e novas, e muito distante das aldeias, estão os índios ausentes de suas mulheres, e ordinariamente eles e elas em mau estado, e os filhos sem quem os sustente, porque não têm os pais tempo para fazer suas roças, com que as aldeias estão sempre em grandíssima fome e miséria. Também assim ausentes e divididos não podem os índios ser doutrinados, e vivem sem conhecimento da fé, nem ouvem missa nem a têm para a ouvir, nem se confessam pela Quaresma, nem recebem nenhum outro sacramento, ainda na morte; e assim morrem e se vão ao Inferno, sem haver quem tenha cuidado de seus corpos nem de suas almas, sendo juntamente causa estas crueldades de que muitos índios já cristãos se ausentam de suas povoações, e se vão para a gentilidade, e de que os gentios do sertão não queiram vir para nós, temendo-se do trabalho a que os obrigam, a que eles de nenhum modo são costumados, e assim se vêm a perder as conversões e os já convertidos; e os que governam são os primeiros que se perdem, e os segundos serão os que os consentem; e isto é o que cá se faz hoje e o que se fez até agora.¿ Padre Antonio Vieira. Carta XIII. 1949 A partir desse fragmento, podemos perceber que Padre Antonio Vieira: Baseia-se na realidade que vive e tece um discurso de denúncia
	No caso da literatura, qual o material que preserva a visão que o autor propõe da realidade - mimeses? O contexto histórico, com suas estratificações sociais e conflitos.
	A mimesis acontece quando? Um determinado elemento social se revela no texto.
Leia o verso extraído de uma canção do repertório popular.
"A tua saudade corta como aço de navaia... O coração fica aflito Bate uma, a outra faia... E os óio se enche d'água Que até a vista se atrapaia, ai, ai..." Fragmento de Cutelinho, canção folclórica.
As palavra "navaia", "óio" e "atrapaia" revelam: A representação literal da fala do indivíduo comum.revelando a riqueza de representações do real de que a Literatura dispõe. No caso, revelada na letra da música
Leia o poema que se segue e responda à questão, tendo em vista o que se estudou sobre literatura e ideologia.
O último pajé
Cheio de angústia e de rancor, calado, Solene e só, a fronte carrancuda, Morre o velho Pajé, crucificado Na sua dor, tragicamente muda. Vê-se-lhe aos pés, disperso e profanado, O troféu dos avós: a flecha aguda, O terrível tacape ensangüentado, Que outrora erguia aquela mão sanhuda. Vencida a sua raça tão valente, Errante, perseguida cruelmente, Ao estertor das matas derrubadas! 'Tupã mentiu!' e erguendo as mãos sagradas, Dobra o joelho e a calva sobranceira Para beijar a terra brasileira." Péthion de Villar. A morte do pajé. 1978.
Algumas palavras usadas pelo autor revelam a sua ótica em relação à situação do indígena numa terra colonizada. Qual seria essa ótica? Simpatia à causa indígena, marcada por termos de conotação negativa
Da relação de Machado de Assis com a realidade que o cercava resultou um fino espírito crítico, cuja acidez incide sobre a figura humana e a sociedade como um todo. 
O casamento do diabo 
Satan teve um dia a idéa De casar. Que original: Queria mulher não feia Virgem corpo, alma leal. Toma um conselho de amigo Não te cases, Belzebú; Que a mulher, como ser humano, É mais fina do que tu. Cortou unhas, cortou rabo, Cortou as pontas, depois Sahio o nosso diabo, Como o heroe dos heroes. Toma um conselho de amigo Não te cases, Belzebú; Que a mulher, como ser humano, É mais fina do que tu. Casar era a sua dita; Correo por terra e por mar, Encontrou mulher bonita E tratou de a sequestrar Toma um conselho de amigo Não te cases, Belzebú; Que a mulher, como ser humano, É mais fina do que tu. Elle quis, ella queria Poseram mão sobre mão, E na melhor harmonia Verificou-se a união. Toma um conselho de amigo Não te cases, Belzebú; Que a mulher, como ser humano, É mais fina do que tu. Passou-se um anno, e ao diabo Não se cresceram por fim, Nem as unhas, nem o rabo... Mas as pontas, essas sim... Toma um conselho de amigo Não te cases, Belzebú; Que a mulher, como ser humano, É mais fina do que tu. (Machado de Assis Em O casamento do diabo), um dos raros momentos em que o autor escreve em verso, Machado dialoga com a realidade sob a forma de: ironia
	"No universo narrativo da epopeia, o homem não tem espaço como ser único, ou seja, como portador de uma individualidade, pois o texto épico é o espaço de representação da coletividade.". Podemos afirmar sobre esse gênero literário que: Os acontecimentos narrados, na epopeia, são históricos e situados em um passado muito distante.
A palavra gênero deriva do latim genus, -eris. Ela significa tempo de nascimento ou de origem. A partir desta definição como podemos entender o conceito de gênero literário? Conjunto formado por obras literárias que possuem o mesmo tempo ou a mesma origem de nascimento.
	
	Sobre as marcas do gênero Épico clássico tradicional. É incorreto afirmar que: O herói questiona e critica os valores que exaltam a nação.
Qual das características abaixo relaciona-se ao gênero épico? A existência do herói
Marque a alternativa  em que se caracterize devidamente o herói: Ele inspira seu povo devido à natureza de seus feitos
	Qual das afirmativas abaixo NÃO se aplica à epopéia? O humor é um elemento inquestionável na composição da epopeia.
A epopéia é um gênero que apresenta valores de uma única classe social que os cede. Essas classes envolvidas nessa troca grandiosa e histórica são: aristocracia e o povo.
Quanto ao gênero épico, não podemos dizer que: Neste universo narrativo, o homem só tem espaço como ser único, ou seja, como portador de uma individualidade.
	
	O romance surge no séc. XVIII, com a ascensão da burguesia. Surge substituindo a epopéia. De acordo com essa informação, concluímos que: a relação existente entre a epopéia e o romance é de decorrência e continuidade. 
	__________é a forma narrativa em que ocorre um desenvolvimento minucioso da ação dos personagens, proporcionando ao leitor uma visão da totalidade do universo representado. Apresenta uma estrutura complexa capaz de análises, detalhes e pormenores com a finalidade de construir um universo narrativo coerente e organizado. O termo que melhor preencheria a lacuna é: poesia
Leia atentamente o texto que se segue: Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela trinta. Era noite de Natal. Havendo ajustado com um vizinho irmos à missa do galo, preferi não dormir(...) Na passagem retirada do conto Missa do Galo, de Machado de Assis, podemos perceber que o foco narrativo: É Interno ou de Primeira Pessoa devido à ocorrência dos verbos pude, tive e contava, flexionado na 1ª pessoa do singular
Leia o fragmento abaixo de Monteiro Lobato.
Negrinha Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fosca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados. Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças. Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo reservado no céu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora em suma, dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral, dizia o reverendo. Mas não admitia choro de criança. Ai! Punha-lhe os nervos em carne viva (...). A excelente Dona Inácia era mestre na arte de judiar das crianças. Vinha da escravidão, fora senhora de escravos, e daquelas ferozes, amigas de aquelas de ouvir cantar o bolo e fazer estalar o bacalhau. Nunca se afizera ao novo regime, essa indecência de negro igual. A narrativa focaliza um momento histórico-social de valores contraditórios. Essa condição infere-se no contexto, pela: resistência da
senhora em aceitar a liberdade dos negros, evidenciada no final do texto
Leia os fragmentos abaixo: 
Texto 1 - Acompanha os personagens a todos os lugares, entra-lhes na mais recôndita intimidade, como um agudíssimo olho secreto devassa-lhes o mundo psicológico [...] (Massaud Moises, A Criação Literária)
Texto 2 - Aurélia concentra-se de toda dentro de si, ninguém ao ver essa gentil menina, na aparência tão calma e tranquila, acreditaria eu nesse momento ela agita e resolve o problema de sua existência, e prepara-se para irremediavelmente para sacrificar todo o seu futuro [...] (José de Alencar, Senhora) / Contrapondo o que dizem os autores em relação à teoria apresentada e o trecho do romance em questão, podemos dizer que o narrador presente no fragmento de José de Alencar é: É externo ou Onisciente, pois o narrador apresenta total conhecimento das coisas
Se compararmos o romance e a epopéia veremos que a grande diferença entre os dois gêneros diz respeito: À questão do tempo, já que a epopéia desenrola-se no passado e o romance, no presente
Ao contrário do romance, o conto é uma narrativa curta. Não há espaço para o crescimento da personagem. Sendo assim, que perfil tem a personagem do conto? Ela é vista pelo leitor em, apenas, um momento de sua existência, por isso não apresenta variação psicológica.
	Qual das afirmativas abaixo não se refere ao conto? Como todos os textos de ficcção, o conto é longo. Sua extensão deve-se à complexidade de seus temas
	Sabemos que o conto é uma narrativa que é elaborada a partir do trabalho peculiar em relação ao tempo, ao espaço e aos personagens. Assim sendo, como podemos definir a temporalidade trabalhada no conto? Tudo, neste tipo de narrativa, se passa em um tempo curtíssimo. São, apenas, algumas horas ou dias
	Qual das características abaixo não diz respeito ao Conto? O conto tem uma estrutura que só se desenvolve satisfatoriamente num elevado número de páginas
	O que é o conto? Uma narrativa que, geralmente, trata de uma situação que se desenrola diretamente. Sem pausas
Sabemos que os diferente modos de narrar indicam diferentes relações com o tempo em que o enredo se desenvolve. No conto, como funciona o tempo em relação ao desenvolvimento da narrativa? Tudo, neste tipo de narrativa, se passa em um tempo curtíssimo. São, apenas, algumas horas ou dias.
	O conto deve ser simples, sem grandes complicações ou jogos psicológicos profundos e complexos. Essa afirmativa é: Correta. O conto é um momento textual sem muitas peripécias ou relações psicológicas mais profundas
"As unidades requeridas de ação, tempo, lugar e tom só podem estabelecer-se com poucas personagens. Só não existe o conto com uma única personagem. Se uma só aparecer, outra figura deve estar atuando para a formulação do conflito. Por fim, as personagens tendem a ser estáticas, imóveis no tempo, no espaço e na personalidade. Figura-se uma tela em que se fixa plasticamente o apogeu de uma situação humana." (Moisés, p.127). MOISÉS, Massaud. A Criação Literária. São Paulo: Melhoramentos, 1973, p.127. O que garante ao conto uma unidade de ação? O embate entre os personagens.
	Sobre o conto, é correto afirmar que: A chave para se entender o conto, enquanto gênero, está na concentração de sua trama.
O ______ é a forma narrativa, em prosa, de menor extensão (no sentido estrito de tamanho). Entre suas principais características, estão a concisão, a precisão, a densidade, a unidade de efeito ou impressão total ¿ da qual falava Poe (1809-1849) e Tchekhov (1860-1904): o ______precisa causar um efeito singular no leitor; muita excitação e emotividade. Os termos que melhor preencheriam os espaços acima são: conto-conto
Joaquim Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta nasceu no Rio de Janeiro, em 21 de Junho de 1839. Filho de um operário mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua, perde a mãe muito cedo e é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se deica ao menino dedica ao menino e o matricula na escola pública, única que freqüentou o auto didata Machado de Assis. Considerando os seus conhecimentos sobre os gêneros textuais, o texto citado constitui-se de: apresentação da vida de uma personalidade, organizada sobretudo pela ordem tipológica da narração, com um estilo marcado por linguagem objetiva
Ao ler um conto, a compreensão do leitor deve ser imediata. Sendo assim, escolha a alternativa que conceitue a linguagem utilizada nessa forma de narrar. A linguagem deve ser clara, objetiva. Não há muitas metáforas.
	O conto deve ser simples, sem grandes complicações ou jogos psicológicos profundos e complexos. Essa afirmativa é: Correta. O conto é um momento textual sem muitas peripécias ou relações psicológicas mais profundas
Qual é o foco do conto? Levar o leitor ao desfecho, o clímax da narrativa
Sabemos que o texto literário faz parte de uma relação de produção e consumo. A partir dessa informação, leia as afirmativas abaixo e escolha uma das alternativas apresentada. I- O cronista estabelece um falso diálogo com o leitor. PORQUE II - O leitor não tem espaço para revelar sua opinião sobre o que está sendo contado. - A afirmativa I é verdadeira e a II a justifica.
 O Padeiro – Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento,  mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a "greve do pão dormido". De resto não é bem uma greve, é um lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o quê do governo. Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:  Não é ninguém, é o padeiro! Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? "Então você não é ninguém?" http://pensador.uol.com.br/autor/rubem_braga/ - O fragmento apresentado faz parte da crônica O Padeiro, de Rubem Braga. Quais são as informações dadas que possibilitam a classificação do texto como crônica?  Aspectos comuns do cotidiano, como por exemplo, colocar a chaleira no fogo.
Tanto a crônica quanto o conto são formas curtas de narrar. Sendo assim, qual das alternativas abaixo apontam a principal diferença entre esses dois gêneros literários? A crônica se diferencia do conto por dar destaque à trivialidade.
Qual das alternativas apresenta uma característica da crônica que a aproxima do gênero lírico? A subjetividade
	A crônica é uma forma de narrar que utiliza o jornal como veículo de divulgação. No entanto, por que não podemos considerá-la como um texto, exclusivamente, jornalístico? Porque se trata de um texto que seleciona os fatos do cotidiano e os reveste de imaginação.
Leia o texto apresentado e identifique as características da crônica:
Chatear e encher
Um amigo meu me ensina a diferença entre chatear e encher Chatear é assim: você telefona para um escritório qualquer na cidade.
- Alô, quer me chamar por favor o Valdemar?
- Aqui não tem nenhum Valdemar.
Daí a alguns minutos você liga de novo.
-O Valdemar, por obséquio. 
- Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar.
- Mas não é do número tal?
- É, mas aqui nunca teve nenhum Valdemar.
Mais cinco minutos, você liga o mesmo número:
- Por favor, o Valdemar já chegou?
-Vê se te manca palhaço. Já não lhe disse que o diabo desse Valdemar nunca trabalhou aqui?
- Mas ele mesmo me disse que trabalhava aí.
- Não chateia.
Daí a dez minutos, ligue de novo.
- Escute uma coisa: o Valdemar não deixou pelo menos um recado?
O outro dessa vez esquece a presença da datilógrafa e diz coisas impublicáveis.
Até aqui é chatear.
Para encher, espere passar mais dez minutos, faça nova ligação:
- Alô! Quem fala? Quem fala aqui é o Valdemar! Alguém telefonou para mim? (Paulo Mendes Campos, in Para gostar de ler – Crônicas) Linguagem coloquial, humor, trivialidade
	Qual das características abaixo não pertence ao homem trágico? O homem trágico vive ao sabor das paixões, totlamente influenciável, pois não tem ideais.
Na comédia, o ridículo contribui para que a tensão seja desfeita. A partir dessa informação, escolha a altenativa que defina o homem cômico. Trata-se daquele que, diante do riso, percebe seus limites.
A tensão essência do dramático. O pathos é uma de suas características. Ele configura o sentimento exacerbado na tragédia. Como o autor dramático expressa o pathos? Através de uma linguagem comovente, impetuosa.
A ação trágica segue a seguinte seqüência: nó, reconhecimento, peripécia e clímax
A palavra drama significa AÇÃO. Sendo assim, como podemos entender o gênero dramático? Trata-se de um gênero em que a história acontece através de personagens em ação.
Dentro do gênero dramático, encontramos a comédia e a tragédia. O que é a comédia? Trata-se da representação de pessoas de qualidade moral ou psíquica inferior. É a expressão artística dos vícios.
"É o sentimento exacerbado. É a paixão. Para expressá-lo, o autor dramático cria um tipo de linguagem comovente e arrebatada. Esta linguagem traduz a resistência da personagem diante dos embates gerados pelo mundo que a cerca.".Esta definição deve ser associada: Ao pathos
Sabemos que a mímesis é a imitação. Sendo assim, que relação existe entre este conceito filosófico e a tragédia? A tragédia é a imitação de uma ação completa em estilo elevado. Tudo surge diante do espectador. É a imitação do desequilíbrio humano.
Concentre-se na leitura do poema de Augusto dos Anjos e responda. PSICOLOGIA DE UM VENCIDO Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco. Profundissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância... Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco. Já o verme ¿ este operário das ruínas ¿ Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra, Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra! A partir da leitura do poema oferecido percebemos que esse eu lírico é: pessoal
Opinião
Podem me prender Podem me bater Podem até deixar-me sem comer Que eu não mudo de opinião. Aqui do morro eu não saio não Aqui do morro eu não saio não. Se não tem água Eu furo um poço Se não tem carne Eu compro um osso e ponho na sopa E deixa andar, deixa andar... Falem de mim Quem quiser falar Aqui eu não pago aluguel Se eu morrer amanhã seu doutor, Estou pertinho do céu. (Zé Ketti.Opinião) / Essa música fez parte de um importante espetáculo teatral que estreou no ano de 1964, no Rio de Janeiro. O papel exercido pela Música Popular Brasileira (MPB) nesse contexto, evidenciado pela poesia na forma de letra de música citada, foi o de: denúncia da situação social e política do país 
Écloga, Idílio, Elegia e Balada são exemplo de: formas líricas
	Assinale a forma que não corresponde ao gênero lírico: Fábula
Na antiguidade, se falava numa lírica pessoal e em outra impessoal. Qual das opções abaixo define, claramente, o que é lírica pessoal? É aquela em que o poeta fala de si, dos seus sentimentos e de suas ideias.
O poema abaixo pertence ao Cancioneiro de Fernando Pessoa. "Ah, quanta vez, na hora suave Em que me esqueço, Vejo passar um vôo de ave E me entristeço! Por que é ligeiro, leve, certo No ar de amávio? Por que vai sob o céu aberto Sem um desvio? Por que ter asas simboliza A liberdade Que a vida nega e a alma precisa? Sei que me invade Um horror de me ter que cobre Como uma cheia Meu coração, e entorna sobre Minh'alma alheia Um desejo, não de ser ave, Mas de poder Ter não sei quê do vôo suave Dentro em meu ser." Fernando Pessoa. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995. p. 138 Que relação o eu lírico estabelece entre a tristeza e a liberdade? Comparação
Sobre o LIRISMO, podemos defini-lo como: A expressão pessoal de uma emoção demonstrada por vias rítmicas e musicais.
A poesia também pode revelar uma perspectiva relacionada às posturas pessoais do poeta, como a sua ideologia e direcionamento político. É o caso do poeta africano, Agostinho Neto. Abaixo, temos alguns fragmentos da poesia de Agostinho e que podem revelar seu engajamento político-social. Tal fato pode ser constatado, EXCETO na alternativa: "Gostava de estar sentado/ num banco do kinaxixi/ às seis horas duma tarde muito quente/ e ficar.../ Alguém viria/ talvez sentar-se / sentar-se ao meu lado/ E veria as faces negras da gente/ a subir a calçada / vagarosamente / exprimindo ausência no kimbundu mestiço/ das conversas" (de ¿Kinaxixi¿)
Leia o texto:
A obra em si mesma é tudo: se te agradar, fino leitor, pago-me da tarefa; se te não agradar, pago-te com um piparote, e adeus. A partir da leitura do fragmento apresentado, que conclusão podemos tirar da relação autor  texto - leitor? O autor, através da voz do narrador, relativiza a importância do leitor.
Mas eu ainda espero angariar as simpatias da opinião, e o primeiro remédio é fugir a um prólogo explícito e longo. (...)A obra em si mesma é tudo: se te agradar, fino leitor, pago-me da tarefa; se te não agradar, pago-te com um piparote, e adeus. (Brás Cubas). 
Leia o fragmento do prólogo do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas e observe que o defunto-autor deseja ganhar a simpatia do público, mas, ao mesmo tempo, paga o fino leitor com um piparote. Através dessas afirmações opostas, podemos dizer que o narrador criado por Machado de Assis é volúvel? Não. Brás Cubas, enquanto narrador, sabe o que quer: ele ri de tudo e de todos. Inclusive, do leitor.
"Memórias póstumas de Brás Cubas", além de ser a obra inaugural do Realismo no Brasil, é uma narrativa surpreendente a partir da sua própria estrutura. Leia as afirmações que seguem e assinale a alternativa verdadeira. 
I - Machado de Assis, tanto na seção "Ao leitor" quanto na célebre "Dedicatória": "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas", inovou ao expandir a ficção para espaços que, convencionalmente, não são ficcionais.
II - o conjunto dos acontecimentos narrados é tramado em ordem cronológica por um narrador que não participa dos fatos narrados. Está ali só para contá-los: "Virgília fez aquilo um brinco; designou as alfaias mais idôneas, e dispô-las com a intuição estética da mulher elegante [...]" (Capítulo LXX/ Dona Plácida).
III - a técnica dos capítulos curtos, ao todo 160, imprime um ritmo dinâmico e descontínuo à narrativa, além de pontuar as constantes digressões do narrador. Já os títulos, que cada capítulo recebe, revelam frequentemente o humor e a ironia do narrador, presentes, por exemplo, em: Capítulo XXXV/ No caminho de damasco, Capítulo XLII/ Que escapou a Aristóteles e Capítulo LV/ O velho diálogo de Adão e Eva. – Apenas I e III estão corretas.
Em "Memórias póstumas de Brás Cubas", Machado de Assis se vale de procedimentos metaficcionais, como as muitas referências ao ato de escrever, à figura do escritor e de interpelações ao leitor. É um romance que chama a atenção para o seu próprio processo de construção. Em qual dos trechos é possível encontramos um procedimento metaficcional? Há aí, entre as cinco ou dez pessoas que me leem, há aí uma alma sensível, que está decerto um tanto agastada com o capítulo anterior, começa a tremer pela sorte de Eugênia, e talvez... sim, talvez lá no fundo de si mesma, me chame cínico. Eu cínico, alma sensível? (Capítulo XXXIV/ A uma alma sensível).
Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete horas
de chumbo. O texto apresentado é um fragmento do romance O Cortiço, de Aloisio Azevedo. De acordo com o que foi estudado nas aulas, o que significa a imagem do cortiço no processo de construção dos gêneros literários? A imagem do cortiço revela que o romance abre espaço na literatura para a representação de diversos segmentos sociais.
No romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, o narrador traça o perfil das personagens com matéria de memória, conforme sinaliza o título da obra. Diante deste fato, como podemos nos posicionar enquanto leitores? Devemos colocar como suspeita a veracidade dos fatos, pois a memória não registra, integralmente, os acontecimentos.
Sobre o narrador e a narração em "Memórias póstumas de Brás Cubas", todas as alternativas estão corretas, EXCETO: [...] a história parece contar-se por si própria, prescindindo da figura do narrador. [...] A narração de acontecimentos e a descrição procedem de um modo neutro, impessoal, sem que o narrador tome partido ou defenda algum ponto de vista.
 
	Devemos lembrar que toda obra literária está inserida num processo de produção e consumo. Com base nesta afirmação, assinale a alternativa que complementa corretamente o que foi apontado: É importante identificar quem são os leitores, a que público está direcionada.
Leia o poema de Vinícius de Moraes:
A rosa de Hiroxima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada
(Vinicius de Moraes. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998, p.381.)
Com base no poema acima, assinale a única assertiva que poderia explicar o nome do poema e a comparação que é feita? Compara o cogumelo da explosão atômica com uma rosa aberta.
Embora a letra de música não seja um gênero literário, é um gênero textual que dialoga, estreitamente, com a literatura. Tanto quanto um poema, a letra de música pode exercer a função de veículo de denúncias sociais. Sendo assim, após a leitura do texto apresentado, marque a alternativa que revela o questionamento apresentado no refrão.
Não me convidaram
Pra esta festa pobre
Que os homens armaram
Pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada
Antes de eu nascer
Não me ofereceram
Nem um cigarro
Fiquei na porta
Estacionando os carros
Não me elegeram
Chefe de nada
O meu cartão de crédito
É uma navalha
Brasil!
Mostra tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim – O refrão, através da frase "Brasil! Mostra tua cara", revela uma tentativa de busca da identidade nacional.
Considere o poema, de Manuel Bandeira:
Nova poética
Vou lançar a teoria do poeta sórdido.
Poeta sórdido: Aquele em cuja poesia há a marca suja da vida.
Vai um sujeito,
Sai um sujeito de casa com a roupa de brim branco muito bem engomada, e na primeira esquina passa um caminhão, salpica-lhe o paletó de uma nódoa de lama.
É a vida.
O poema deve ser como a nódoa no brim:
Fazer o leito satisfeito de si dar o desespero.
Sei que a poesia é também orvalho.
Mas este fica para as menininhas, as estrelas alfas, as virgens cem por cento e as amadas que envelheceram sem maldade.
Sobre o poema, não se pode afirmar: Manuel Bandeira ironiza a poesia que se ocupa de um mundo tão amplo, rico e plural como o mundo dos homens.
		Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) pertence à elite dos poetas brasileiros mais importante do século XX. Dentre os muitos temas trabalhados pelo poeta, o sentimento da cidade e as reflexões sobre o espaço urbano estão muito presentes não só na sua produção poética, como na sua produção narrativa. A transcrição que segue é parte de um poema extenso intitulado
 "Edifício Esplendor".
Na areia da praia/ Oscar risca o projeto./ Salta o edifício/ da areia da praia./ No cimento, nem traço/ da pena dos homens./ As famílias se fecham/ em células estanques./ O elevador sem ternura/ expele, absorve/ num ranger monótono/ substância humana./ Entretanto há muito/ se acabaram os homens./ Ficaram apenas/ tristes moradores./ [...].
Neste versos de Carlos Drummond de Andrade, é possível afirmar que: a areia e o cimento constituem duas imagens que reforçam a oposição entre a natureza e o desenvolvimento da cidade. No contexto do poema, a areia da praia e o cimento do edifício funcionam como uma antítese. A areia é sensível ao riscado do homem, já o cimento é duro e indiferente à pena dos homens.
Considere o poema, de Mauro Mota:
Arte poética
Elabora o poema como a fruta
elabora os gomos, a fruta
elabora o suco, a fruta elabora a casca,
elabora a cor e sobre- tudo elabora a semente.
Marque a alternativa que não corresponde a uma possível leitura do poema: Nos dois últimos versos, cor e semente se referem apenas ao poema. 
		Leia o poema Sentimento do Mundo, de Carlos Drummond de Andrade, e responda o que se pede:
Tenho apenas duas mãos
e o sentimento do mundo,
mas estou cheio escravos,
minhas lembranças escorrem
e o corpo transige
na confluência do amor.
Quando me levantar, o céu
estará morto e saqueado,
eu mesmo estarei morto,
morto meu desejo, morto
o pântano sem acordes.
Os camaradas não disseram
que havia uma guerra
e era necessário
trazer fogo e alimento.
Sinto-me disperso,
anterior a fronteiras,
humildemente vos peço
que me perdoeis.
Quando os corpos passarem,
eu ficarei sozinho
desfiando a recordação
do sineiro, da viúva e do microcopista
que habitavam a barraca
e não foram encontrados
ao amanhecer
esse amanhecer
mais noite que a noite.
 Acerca do poema seria inválido afirmar: O eu-lírico do poema, apesar de nos revelar que a realidade sempre nos espanta, visto que é dura e desafiante, faz um apelo para que se deixe de sonhar.
88. José Régio (1901-1969) é um dos autores mais importantes da segunda geração do Modernismo português, o Presencismo, e um dos fundadores da revista Presença, que dá nome ao movimento. Leia o soneto "Narciso" e, em seguida, responda a questão.
Dentro de mim me quis eu ver. Tremia,/ Dobrado em dois sobre o meu próprio poço.../ Ah, que terrível face e que arcabouço/ Este meu corpo lânguido escondia!/ Ó boca tumular, cerrada e fria,/ Cujo silêncio esfíngico bem ouço!/ Ó lindos olhos sôfregos, de moço,/ Numa fronte a suar melancolia!/ Assim me desejei nestas imagens./ Meus poemas requintados e selvagens,/ O meu Desejo os sulca de vermelho:/ Que eu vivo à espera dessa noite estranha,/ Noite de amor em que me goze e tenha,/ ...Lá no fundo do poço em que me espelho!
De acordo com o soneto de José Régio, considere as afirmativas a seguir.
I - ao contrário de Narciso, personagem mitológico condenado a nunca conhecer a sua face externa sob o risco de morrer, o poema de José Régio explicita que o eu lírico busca conhecer a sua face interna. Há uma nítida preocupação com a autoanálise.
II - o eu lírico se decepciona com o que encontra ao dobrar-se sobre o seu próprio poço. A sugestão é de que o poço tem pouca água, pois o seu reflexo é visto muito lá no fundo. O eu lírico acha terrível o que encontra, sofre e deseja de se reconciliar consigo mesmo. Passa a viver à espera do momento, da noite estranha, em que possa, finalmente, como Narciso, seduzir-se com o que vê, ou seja, gostar de si mesmo, ideia reforçada pelos versos do segundo terceto.
III - o eu lírico, assim como Narciso, contempla a sua própria face e expressa fascinação, encantamento e prazer com o que encontra. Deseja ficar consigo próprio no fundo do poço em que se espelha, evidenciando egocentrismo e autossuficiência. 
Assinale a alternativa correta: As afirmativas I e II são corretas.
Os versos a seguir são do poeta, cronista e compositor Vinícius de Moraes e fazem parte do poema "A um passarinho". Vinícius pertenceu à geração
de Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Jorge de Lima e Murilo Mendes, todos de grande destaque na poesia brasileira a partir da década de 1930. Para que vieste/ Na minha janela/ Meter o nariz?/ Se foi por um verso/ Não sou mais poeta/ Ando tão feliz! Neste versos, o eu lírico encontra-se: feliz e decidido, o eu lírico renuncia ao posto de poeta, visto que condiciona a atividade de escrever versos ao estado de tristeza.

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