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Prof. MSc.Rodrigo Abreu O cuidado de enfermagem a pacientes com complicações Neurológicas Centro Universitário Estácio do Recife Curso de Enfermagem ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE) ➢ Ocorre quando o suprimento de sangue em uma área do cérebro se interrompe ou quando um vaso sanguíneo se rompe, extravasando sangue nos espaços que rodeiam as células cerebrais. FLUXO SANGUÍNEO CEREBRAL ➢ O Cérebro recebe 15% do fluxo de sangue do corpo, embora represente menos de 3% da massa corporal; ➢ Por não apresentar reserva de energia ou nutrientes, necessita de suprimento sanguíneo constante. Se o fluxo de sangue é obstruído, as células deixam de funcionar adequadamente. COMO OCORRE O AVC/ AVE AVE ISQUÊMICO ➢ Resulta da obstrução de vasos sanguíneos, normalmente artérias que suprem o cérebro, localizados nas proximidades ou dentro do crânio; ➢ Acontece como consequência de uma redução crítica do débito sanguíneo devido à oclusão parcial ou total de uma artéria cerebral; AVE ISQUÊMICO ➢ Aproximadamente 80% dos casos de AVE; ➢ A doença cerebrovascular isquêmica é dividida em 2 amplas categorias: Trombótica e embólica. TROMBOSE E EMBOLIA ➢ Trombose é a formação de um trombo ou coágulo sanguíneo nas cavidades do coração ou no interior dos vasos sanguíneos. Quando os trombos se desprendem de seu ponto de fixação e são arrastados pela corrente circulatória recebem o nome de êmbolos. A embolia se dá no momento em que um êmbolo chaga a um vaso de diâmetro inferior ao seu e o deixa obstruído. TROMBOSE E EMBOLIA AVE ISQUÊMICO AVE ISQUÊMICO FATORES DE RISCO ➢ Modificáveis: HAS, diabetes, tabagismo, dislipidemia, abuso de álcool, obesidade, sedentarismo, drogas ilícitas, doenças cardiovasculares sem tratamento adequado, aterosclerose de carótida, anticoncepcionais orais, arritmias, etc. ➢ Não modificáveis: idade, sexo, raça, fatores genéticos específicos e outros. DIAGNÓSTICO ➢ Início súbito de déficit focal, com ou sem alteração do nível de consciência. Principais sinais de alerta: ▪ Perda súbita de força ou formigamento de um lado do corpo – face e/ou membro superior e/ou membro inferior; ▪ Dificuldade súbita de falar ou compreender; ▪ Perda visual súbita em um ou ambos os olhos; ▪ Súbita tontura, perda de equilíbrio e ou de coordenação; ▪ Dor de cabeça súbita, intensa sem causa aparente. CUIDADOS PRÉ-HOSPITALARES ABCD; Verificar os sinais vitais (pressão arterial, pulso, saturação, temperatura axilar); Posicionar a cabeceira a 0º (exceto se vômitos. Neste caso manter cabeceira a 30º); Acesso venoso periférico em membro superior não parético; CUIDADOS PRÉ-HOSPITALARES Administrar oxigênio por cateter nasal ou máscara, se oximetria < 92%; Checar glicemia capilar – hipoglicemia pode causar sinais focais e simular um AVE. Se glicose < 70 mg/dl administrar glicose hipertônica 50% 20 ml; Aplicar a escala pré-hospitalar de AVC; Determinar a hora do início dos sintomas e sinais; CUIDADOS PRÉ-HOSPITALARES Não reduzir níveis pressóricos, exceto se pressão arterial sistólica ≥ 220 mmHg ou pressão arterial diastólica ≥ 120 mmHg; Não administrar grande volume de fluido a não ser em caso de hipotensão ; Utilizar antitérmico se temperatura axilar > 37,5°C; TRATAMENTO HOSPITALAR ▪ Administrar AAS 300mg VO uma vez ao dia; ▪ Captopril 25 mg VO até 6/6 horas se PAS ≥ 220mmHg ou PAD ≥ 120 mmHg ou se outra condição clínica exigir controle mais estreito; ▪ Hidratação venosa à base de solução fisiológica a 0,9% IV contínuo; ▪ Trombolítico intravenoso em pacientes com menos de 4,5 horas do início dos sintomas; COMPLICAÇÕES ➢ Crises convulsivas; ➢ Transformação hemorrágica; ➢ Os anticoagulantes e trombolíticos aumentam a chance de transformação hemorrágica sintomática. ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO HEMORRÁGICO (AVE-H) ➢ 10% dos AVE’S: 50% das mortes; ➢ Ocorre mais em negros; ➢ Pico de incidência ocorre entre 35 e 54 anos; ➢ HAS é a causa mais freqüente de HIP (Hemorragia Intraparenquimatosa); PRINCIPAIS CAUSAS ➢ Transformação hemorrágica no AVE- H; ➢ Trauma; ➢ Tumores; ➢ Malformação arteriovenosa; ➢ HAS; ➢ Doença hematológica e reumatológica; ➢ Agentes anticoagulantes e fibrinolíticos; SINAIS E SINTOMAS ➢ Inconsciência precoce e prolongada; ➢ Cefaleia importante; ➢ Náuseas e vômitos; ➢ Hemorragia retiniana; ➢ Rigidez de nuca. AVE-H ➢ É o resultado de uma hemorragia dentro do crânio, no cérebro ou em volta dele; ➢ Embora menos comum apresenta maior mortalidade; ➢ Há dois tipos de AVE hemorrágico: hemorragia intracerebral e hemorragia subaracnóidea. AVE-H Aneurisma cerebral Hemorragia intracerebral TIPOS DE AVE-H 1. Hemorragia Intracerebral: Sangramento no tecido cerebral, causado por hipertensão ou anomalias nos vasos sanguíneos; 2. Hemorragia Subaracnóidea: Sangramento no espaço em volta do cérebro, causado normalmente por ruptura de um aneurisma cerebral. TIPOS DE AVE-H TIPOS DE AVE-H Hemorragia intracerebral Aneurisma cerebral HEMORRAGIA INTRACEREBRAL: QUADRO CLÍNICO ➢ Às vezes indistinguíveis do AVE-I; ➢ Cefaleia intensa; ➢ Vômitos; ➢ Distúrbio da consciência; ➢ Instalação lenta; ➢ Hemiparesia; ➢ Alteração do campo visual; HEMORRAGIA SUBARACNÓIDEA: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ➢ Diagnóstico: dado por TC e LCR; ➢ Tratamento: UCI; Repouso restrito no leito; Analgesia escalonada; Prevenção de convulsão; Hidratação venosa; Nimodipina: vasodilatador com efeito nas artérias cerebrais. CUIDADOS PRÉ-HOSPITALARES ▪ ABCD; ▪ Verificar os sinais vitais (pressão arterial, pulso, saturação, temperatura axilar); ▪ Posicionar a cabeceira a 30º ▪ Acesso venoso periférico em membro superior não parético; CUIDADOS PRÉ-HOSPITALARES Administrar oxigênio por cateter nasal ou máscara, se oximetria < 92%; Checar glicemia capilar – hipoglicemia pode causar sinais focais e simular um AVE. Se glicose < 70 mg/dl administrar glicose hipertônica 50% 20 ml; Aplicar a escala pré-hospitalar de AVE; CUIDADOS PRÉ-HOSPITALARES ➢ Determinar a hora do início dos sintomas e sinais; ➢ Controle de convulsões: fenitoína; ➢ Controle de náuseas e vômitos: antieméticos. ATAQUE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO (AIT) ➢ Déficit neurológico focal; ➢ Etiologia isquêmica; ➢ Regressão completa em < de 24 horas; ➢ Frequentemente múltiplos; ➢ Daqueles que os sintomas persistem por mais de 1 hora, apenas 14% regride em 24 horas; ➢ Principais causas: exposição prolongada ao frio, ingestão de alimentação copiosa, exercícios físicos em excesso, emoção forte... Escala de Coma de Glasgow - ECG ESCALAS DE AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA Escala de Coma de Glasgow - ECG Escala de Sedação de Ransay CONVULSÃO E MAL EPILÉTICO CONCEITOS Convulsão ou crise convulsiva: crise com atividade tônico-clônica Crise não-convulsiva: crise sem atividade tônico- clônica (crise parcial simples ou complexa, crise tipo ausência, crise mioclônica) Estado de mal epiléptico (status epiléptico): crise suficientemente prolongada ou repetitiva para causar uma condição fixa e duradoura. - Status convulsivo - Status não-convulsivo CRISE CONVULSIVA Uma crise convulsiva é uma descarga elétrica cerebral desorganizada e paroxística que se propaga para todas as regiões do cérebro, levando a uma alteração de toda atividade cerebral. MANIFESTAÇÕES: - Tremores e contrações neuromusculares - Sinais motores mínimos; - Distúrbios de consciênciaou alterações do comportamento CLASSIFICAÇÃO CRISES FOCAIS: início em uma localização específica do cérebro. Podem ser ainda subdivididas em: - Simples: consciência preservada; - Complexa: algum grau de comprometimento do nível de consciência. CLASSIFICAÇÃO CRISES GENERALIZADAS: envolvem simultaneamente ambos os hemisférios cerebrais. Crises tônico-clônicas. STATUS EPILEPTICUS (SE) OU MAL EPILÉPTICO: crise convulsiva generalizada que dure mais de 5 minutos, ou múltiplos episódios convulsivos sem recuperação da consciência. A CLÍNICA NA CRISE Crises focais Simples: - Motoras: movimentação clônica em uma das mãos; - Somatossensoriais: parestesia e dormência; - Sensoriais especiais: zumbido, gosto metálico, alucinações visuais; - Autonômicas: palidez, sudorese, midríase e vômitos; - Psíquicas: dejà vu e medo. A CLÍNICA NA CRISE Crises de ausência: períodos curtos de arresponsividade (entre 5 e 10 segundos), podendo ser acompanhados de piscamento. Crises mioclônicas: espasmos bruscos e rápidos, semelhantes a choques. ETIOLOGIA - Má aderência ao tratamento; - Abstinência alcoólica; - Uso de drogas e psicofármacos; - Distúrbios metabólicos; - TCE; - AVE; - Tumores cerebrais; - Meningite; - HSA; - Febre. MANEJO DO PACIENTE Proteger via aérea; Lateralizar a cabeça; Aspirar secreções; Acesso venoso; Oxigenoterapia e oximetria; Sinais vitais; Medicações; Não utilizar contenção; Não inserir objetos na boca do paciente; Colher exames laboratoriais; Encaminhar para exames de imagem. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 1. Agentes de primeira linha Benzodiazepínicos: - Lorazepan IV; - Diazepan IV; 2. Agentes de segunda linha Fenitoína: se as crises persistirem após o benzodiazepínicos; TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 3. Estado epitéptico refratário (EER): a convulsão perdura após a administração dos tratamentos anteriores, em um prazo de 60 minutos após o início da convulsão. Fenobarbital (gardenal); Midazolan; Propofol; Ácido valproico (depakene); OBRIGADO!
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