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1 DIREITO CIVIL II DIREITO DAS OBRIGAÇÕES OU DIREITO DE CRÉDITO OU DIREITOS PESSOAIS OU OBRIGACIONAIS Professora Adriana Mendonça Matéria para 1º Bimestre 40 artigos Teoria Geral das Obrigações Motivo e Causa da Obrigação Modalidade das Obrigações (técnicas e doutrinárias). Obrigações Positivas (dar, fazer) e Negativa (não fazer) Outras Obrigações: facultativas, insólitos, imperfeitas, ônus reais) Matéria para 2º Bimestre 150 artigos Teoria do pagamento, a figura do devedor e pagador Teoria do Inadimplemento – mora, perdas e danos UNIDADE I DIREITO DAS OBRIGAÇÕES TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES 1 CONSIDERAÇÕES O Direito disciplina relações jurídicas que se formam entre pessoas, podendo ser dividido em dois grandes ramos: 1) DIREITOS NÃO PATRIMONIAIS: Ex: da personalidade e os de família 2) DIREITOS PATRIMONIAIS: a) Reais ou Direitos das Coisas é o poder jurídico, direto e imediato, do titular sobre a coisa, com exclusividade e contra todos. Relação titular x coisa. ELEMENTOS ESSENCIAIS: sujeito ativo, a coisa e a relação ou poder do sujeito ativo sobre a coisa, chamado domínio. Direito real é o que afeta a coisa direta e imediatamente, sob todos ou sob certos respeitos, e a segue em poder de quem quer que a detenha. É limitado e regulado expressamente por norma jurídica. Não pode ser classificado como direito absoluto, obedece ao princípio da Tipificação, ou seja, só são direitos reais aqueles que a lei, taxativamente, denomina como tal. b) Obrigacionais ou Pessoais ou de Crédito Relação pessoa x pessoa. Regem vínculos patrimoniais entre pessoas. É direito contra determinada pessoa. Assim o Direito das Obrigações consiste num complexo de normas que regem relações jurídicas de ordem patrimonial, que têm por objeto prestações de um sujeito em proveito de outro, logo, disciplina as relações jurídicas de natureza pessoal, pois seu conteúdo é a prestação patrimonial. É um vínculo jurídico pela qual o sujeito ativo pode exigir do sujeito passivo determinada prestação. ELEMENTOS: sujeito ativo, sujeito passivo e a prestação. É o Complexo de normas jurídicas que rege relações jurídicas entre sujeitos que são: devedor (passivo) e Credor (ativo), envolvendo reciprocidade de obrigações, de um sujeito em favor do outro, marcado pela transitoriedade, ou seja, uma vez entregue o objeto (núcleo substancial), ela é extinta (adimplemento, cumprimento, extinção), relatividade do vínculo da relação judicial entre sujeitos (obrigação-cogens), terceiros não podem ser atingidos; É complexo de 2 normas jurídicas que regula relações patrimoniais de proveito de um sujeito em favor de outro, marcado pelas características da transitoriedade e relatividade, da oponibilidade de seus efeitos. Obrigação é o vínculo de direito pelo qual alguém (sujeito passivo) se propõe a dar, fazer ou não fazer qualquer coisa (objeto), em favor de outrem (sujeito ativo), sob pena de, se o não fizer, espontaneamente, seu patrimônio responder pelo equivalente. O Direito das Obrigações cuida dos direitos pessoais, isto é, do vínculo ligando um sujeito ativo (credor) a um sujeito passivo (devedor), por força do qual o primeiro pode exigir do segundo o fornecimento de uma prestação consistente em dar, fazer ou não fazer alguma coisa. O Direito Pessoal é ilimitado, a criação de novas figuras contratuais que não corresponde na legislação. Cláusulas Gerais das Obrigações: Princípio da Boa-Fé – Inerente às relações jurídicas; Contratos Inomináveis: Com núcleo substancial do contrato usando a Teoria Geral das Obrigações. Contrato Nominado e Típico: Dispositivos que regulam o Contrato de Venda. 2 DIREITO NÃO PATRIMONIAL Aqueles que não têm carga patrimonial, aferíveis materialmente: direito de personalidade, direito de família. Fonte Normativa Hetêronoma – imposto pelo estado. Fonte Normativa Autônoma – imposta entre partes. Ex: contrato 3 DIVISÃO PARTE GERAL – É o estudo da Teoria Geral das Obrigações e especial. a) Teoria Geral b) Modalidades ou espécies das Obrigações (dar a coisa certa e incerta, obrigação de fazer e não fazer) c) Teoria do Pagamento (tempo, lugar do pagamento) d) Teoria do Inadimplemento (mora) e) Pagamento Indireto. f) Transmissão das obrigações. Obs1: Obrigações Positivas: de dar coisa certa, coisa incerta e obrigação de fazer Obrigações Negativas: de Não fazer PARTE ESPECIAL. a) Teoria Geral dos Contratos b) Contratos em espécie. Responsabilidade Civil: Obrigações Podem ser: Contratual (fonte: contrato é a obrigação) ou Extracontratual (decorre do ato ilícito; ou decorrente de declaração unilateral) 4 ESTRUTURA DA RELAÇÃO JURÍDICA OBRIGACIONAL- elementos da obrigação: 4.1 ELEMENTOS SUBJETIVOS – a) Subjetivo: São os sujeitos que participam da relação (Ativo=Credor e Passivo=Devedor). 3 Obs1: O sujeito pode ser único (obrigação denominada Singular, no pólo ativo ou passivo) ou plural que é múltipla do ponto de vista subjetivo (obrigação denominada Composta ou Plural): um credor e vários devedores, ou vários credores e um devedor, ou vários devedores e vários credores). 2-Sujeito em regra ele deve ser determinado ou determinável (inicialmente não se sabe o sujeito credor. Ex: promessa de recompensa) Obs1: Não há obrigação quando o sujeito é indeterminado. Pagamento Voluntário do Devedor Não pagamento – inadimplemento da obrigação (entra o patrimônio para pagamento). Credor (expectativa de direitos) = prestação (dar, fazer ou não fazer) = Devedor (deve direito: pagamento voluntário ou não-pagamento – inadimplemento da obrigação). 3-O Credor pode livremente dispor de seu crédito, utilizando o instituto da “Remissão” = perdão da dívida. 4-O credor pode exigir o cumprimento da obrigação, promovendo a execução judicial (forçada ou coativa). 5-Os sujeitos podem transmitir a obrigação, utilizando as instituições da “Cessão de Crédito, Cessão de Débito ou Assunção de Dívida”. 6-É possível que se confundam na mesma pessoa as figuras do devedor e credor, é o instituto da “CONFUSÃO”. Ex: Filho deve ao pai, o pai morre, e o filho se torna devedor e credor. 4.2 ELEMENTOS OBJETIVOS a) Objeto (prestação): É a prestação (positiva ou negativa), que pode consistir em dar, fazer (obrigações positivas), não fazer (obrigações negativas). Pertencem ao núcleo Substancial de todas as modalidades obrigacionais. Deve ser lícita, possível (física e juridicamente), determinada ou determinável e economicamente apreciável. b) Vínculo Jurídico: é uma ficção jurídica (abstração), estabelecida entre credor e devedor, é o liame obrigacional. É o elo que sujeita o devedor a determinada prestação (POSITIVA OU NEGATIVA) em favor do credor. c) Patrimonialidade da prestação: Toda prestação deve ser aferível economicamente, devendo ser diretamente patrimonial ou indiretamente patrimonial. 5 – PRINCÍPIOS – são 04 (quatro) 5.1 – Princípio da força obrigatória dos contratos ou pacta sunt servanda =>O contrato deve ser cumprido conforme estabelecido entre as partes (o contrato faz “lei entre as partes). a) Autonomia da vontade privada: são elementares=> a liberdade de contratar (com quem, como, e o quê) é análise subjetiva, pois depende do sujeito, e a liberdade contratual(formular o contrato nominado ou inominado mas com observância da teoria geral das obrigações). 5.2 – Princípio da Supremacia da Ordem Pública => decorre do intervencionismo estatal, é uma mitigação do princípio do pacta sunt servanda, ou seja, as partes contratam livremente, podendo surgir desigualdades, para evitar isto, equilibra-se com um conjunto de disposição mínima. Normas de ordem pública limitam, formulação contratual, equivalênciamaterial e subjetiva das partes. Segurança das relações jurídicas. Dignidade da pessoa humana e da função social do contrato. 4 5.3 – Princípio da Relatividade => Diz respeito à oponibilidade de seus efeitos que se dar entre partes (credor e devedor). Em regra não atingem terceiros. Débito: é o vínculo jurídico de formação da relação criacional que impõe entre as partes o dever de pagamento. Responsabilidade: é a faculdade conferida ao credor de ver satisfeita a sua expectativa de direito, exigindo do devedor o cumprimento da obrigação, inclusive valendo-se de meios judiciais para obtenção do crédito. 5.4 – Princípio da função social do contrato => Novo paradigma estabelecido pelo Código Civil de 2002 que implanta solidarismo social nas relações jurídicas obrigacionais, cujo fundamento é o Princípio da Dignidade Humana. Valoração de princípio ético, social e de corretude (lealdade, honradez. Art. 420 e seguintes CC. DIFERENÇAS ENTRE DIREITOS OBRIGACIONAIS E REAIS QUANTO AO: OBRIGACIONAIS ou PESSOAIS REAIS 1-Sujeito Dualidade de sujeitos (ativo=credor e passivo=devedor) e podem se manifestar de forma singular ou plural Sujeito é um só, “resulta da inflexão imediata do sujeito sobre a coisa. 2-Direito de Ação De fazer, não fazer, ação de entrega de coisas, pagar a quantia certa. Confere ao titular do Direito Real as ações possessórias (ações reivindicatórias, ação de imissão da posse, interdito proibitório) 3-Objeto Objeto atividade – obrigação: dar, fazer e não fazer. Positivas: comportamento de dar e fazer. Negativa: omissivo, não fazer. Coisa corpórea ou incorpórea 4-Efeitos São relativos (relatividade dos efeitos do contrato). Oponibilidade de direitos entre devedor e credor (só atinge sujeitos e não terceiros) Absoluta – erga ommes Oposição contra todo aquele que se oponha ao direito de propriedade. 5-Origem ou Definição Ilimitados (contratos típicos e atípicos): existências de contratos inominados e atípicos.- numerus apertus Princípio da Taxatividade ou Tipicidade legal – numerus claurus(número limitado) 6-Direito de Seqüela Não há direito de sequela, cumprida a obrigação extingue-se o vínculo. Há direito de sequela, pois o titular do direito real, tem a prerrogativa de perseguir a coisa até encontrá-la. É o direito que acompanha o titular onde quer que se encontre. 7- Publicidade Não há. Perfaz-se consensualmente, sem formalidade para o ato. Exigem publicidade, ou seja formalidade ou solenidade como da substância do ato. 8-Duração São transitórias ou precárias, uma vez cumpridas as obrigações extinguem-se por acabar o vínculo das partes. Tem duração indeterminada, condicionada a titularidade de direito real. CARACTERISTICAS DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Objetos direitos de natureza pessoal; Sujeito ativo – Credor; Sujeito passivo – Devedor; Vínculos patrimoniais entre pessoas; 5 Exigibilidade de uma prestação; Direitos relativos => dirigem-se contra pessoas determinadas, vinculando sujeito ativo e passivo, não sendo oponíveis erga ommes, pois a prestação apenas poderá ser exigida do devedor; Direitos a uma prestação positiva ou negativa => exigem certo comportamento do devedor, ao reconhecerem o direito do credor de reclamá-la. Estende-se a todas as atividades de natureza patrimonial. Numerus apertus (ilimitado), enquanto o Direito das Coisas é Numerus clausus (limitado); Autonomia privada, pois os indivíduos têm ampla liberdade em externar a sua vontade, limitada esta apenas pela licitude do objeto, pela inexistência de vícios, pela moral, pelos bons costumes e pela ordem pública. É jus ad rem => Direito à coisa, enquanto o Direito real é ius in re. Fontes das obrigações: Contrato, a declaração unilateral da vontade, ato ilícito, lei 7- CAUSA E MOTIVO NA TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES Causa – é o elemento objetivo. Diz respeito ao próprio contrato constituindo o objeto de estudo do Direito Civil. Interessa ao Direito. Motivo – é o elemento subjetivo que condiciona a celebração do contrato, mas não está no Direito Civil. Não interessa ao Direito. É íntimo. 8- PATRIMONIALIDADE DA PRESTAÇÃO. A) Estrutura da relação jurídica obrigacional 1º Elemento subjetivo => Sujeitos 2º Elemento objetivo => Vínculo Jurídico: é a relação abstrata, tornando obrigatória a prestação do devedor em favor do credor. Cumprimento normal: execução voluntária Não cumprimento normal: execução forçada ou coativa 3º Objeto da Prestação => Atividades do devedor. Positivas ou comissivas: . Dar: Coisa certa, Coisa incerta, Restituir . Fazer Negativa ou omissiva: Não fazer 4º Patrimonialidade: Toda prestação deve ser aferível economicamente; Toda prestação deve ser aferível direta ou indiretamente; A insignificância da prestação invalida a relação jurídica da relação obrigacional; Regra geral: as prestações devem ser determinadas pelo gênero, quantidade e qualidade para determinação do valor econômico da prestação B) No campo da Inexecução da obrigatória 1º Tutela específica => decorre do princípio do pacta sunt servanda (os contratos devem ser cumpridos) para segurança das relações jurídicas contratuais; resultado exato do contrato; pena cominatória diária => astreintes: é uma medida cominatória em forma de multa pecuniária contra o devedor de obrigação de fazer, não fazer e entregar coisa. São fixadas pelo juiz e dura enquanto permanece a inadimplência. É uma multa processual aplicada para o fim de fazer cumprir decisão judicial de obrigação de fazer ou de não fazer (multa diária) 6 2º Tutela pelo equivalente => obtenção de um resultado prático equivalente. 3º Conversão em perdas e danos. Obs1: Não representam cumprimento da obrigação, mas substitui o pagamento. Obs2: O patrimônio do devedor responde pelo cumprimento da obrigação, pela: constrição patrimonial (atos de penhora); judicialmente. UNIDADE II MODALIDADES OU ESPÉCIES DAS OBRIGAÇÕES a) Obrigações de Dar e Fazer –São obrigações positivas ou comissivas. b) Obrigações de Não Fazer – São obrigações negativas ou omissivas. 1 OBRIGAÇÕES DE DAR São positivas, traduzem o comportamento ativo do devedor, que consiste no ato de entrega da: a) Coisa certa b) Coisa incerta c) Restituição. Assim: a) Coisa Certa => O dono é o devedor. É determinada pelo gênero, quantidade e qualidade. b) Coisa Incerta => é determinada ao menos pelo gênero e quantidade. c) Restituir => O dono é o credor. Dar a coisa certa em sentido contrário. 1) Tradição real => É aquela em que consiste a simples entrega do bem jurídico de propriedade. São não solenes. O simples contrato não transfere a propriedade, ou, a existência do contrato não transfere a propriedade. Assim, o contrato de compra e venda não torna o adquirente dono da coisa comprada, mas apenas titular da prerrogativa de reclamar a sua entrega. Somente após tal entrega é que o comprador adquire a condição de proprietário. Tradição Solene ou Tradição Formal => Exige mais do que a tradição real. Exige formalidade como da essência do ato. Ex: Registro de Imóveis 2) Perda: a) Total => é o desaparecimento (perecimento) do bem jurídico para todos os fins em direito admitidos. b) Parcial ou deterioração => São as avarias, depreciação, vícios que provocam a diminuição de seu valor ou perda de característicasintrínsecas do bem jurídico. Ex: Características técnicas, avaliação, forma etc. PERDA=PERDA TOTAL=DESAPARECIMENTO=BEM PERDIDO=PERECIMENTO PERDA PARCIAL=DETERIORAÇÃO 3) Culpa: Culpa lato sensu – art. 188 CC: a) Dolo b) Culpa stricto sensu: negligência, imprudência e imperícia. 7 OBS1: Toda vez que há culpa, há dever de indenizar. OBS2: Caso não haja culpa, não há dever de indenizar. OBS3: Excludentes de responsabilidade civil: a) Força maior; b) Caso Fortuito; c) Culpa exclusiva da vítima; e d) Fato de terceiro. Perda e Deterioração podem ocorrer: Antes da Tradição => a) Sem culpa do devedor b) Com culpa do devedor Depois da Tradição => a) Sem culpa do devedor b) Com culpa do devedor A) OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA ou ESPECÍFICA 1) Conceito: É a modalidade de obrigação na qual o devedor se compromete a entregar ou a restituir ao credor um objeto perfeitamente determinado. Assim, a obrigação de dar coisa certa confere ao credor simples direito pessoal (jus ad rem) e não real (jus in re). O objeto da prestação (objeto mediato da obrigação) já é determinado, incluindo por regras os seus acessórios. Coisa certa é coisa individualizada, que se distingue das demais por características próprias, móvel ou imóvel. Assim, constituem prestações de coisa as obrigações do vendedor e do comprador, do locador e do locatário, do doador, do comodatário, do depositário, do mutuário. Etc. Obs1: O devedor da coisa certa não pode dar outra, ainda que mais valiosa, nem o credor é obrigado a recebê-la. Art. 313 CC. Assim, a entrega de coisa diversa da prometida importa modificação da obrigação, denominada Novação Objetiva, que só pode ocorrer havendo consentimento de ambas as partes. O credor não pode exigir coisa diferente, ainda que mais valiosa. Obs2: O domínio só se adquire pela tradição, se for coisa móvel, e pelo registro do título (tradição solene), se for imóvel, pois o contrato estabelece apenas obrigações e direitos. Por exemplo, no Contrato de compra e venda um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e, o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro – Art. 481 CC. 2) Elementos: a) Complexo de normas jurídicas; b) relações transitórias, pecuniárias e de oponibilidade relativa; c) objeto da prestação => é indicado pelo gênero, quantidade e qualidade. d) relação de proveito => Credor e Devedor 3) Princípios: a) do Pacta sunt servanda; b) da identidade da coisa certa – Art. 313 CC c) o acessório segue o principal ou accessorium sequitur principale - Princípio da Gravitação Jurídica – Art. 233 CC – Aplica-se somente às partes integrantes (frutos, produtos e benfeitorias), mas não às pertenças, que não constituem partes integrantes se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. Art. 93 Obs1: “Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso” Art. 94 CC 8 Obs2: Regra Geral a natureza do negócio jurídico faz presumir que o acessório segue o principal o que pode ser elidido pela natureza constitutiva do título ou presumido pelas circunstâncias do caso. “A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso”- Art. 233 CC. Principal é o bem que tem existência própria, que existe por si só. Acessório: é aquele cuja existência depende do principal Ex: produtos, frutos e benfeitorias-. Obs3: Produtos: São as utilidades que se retiram da coisa, diminuindo-lhe a quantidade, porque não se produzem periodicamente, tais como as pedras e os metais, que se extraem das pedreiras e das minas. Distinguem-se dos frutos porque a colheita destes não diminui o valor nem a substância da fonte, e a daqueles sim. HIPÓTESES LEGAIS: A) PERDA => art. 234 - Se a perda se der antes da tradição SEM CULPA DO DEVEDOR, ou pendente a condição suspensiva. Solução: Se o vendedor (devedor) já recebeu o preço da coisa, deve devolvê-lo ao adquirente(credor), em virtude da resolução do contrato, sofrendo, por conseguinte, o devedor, o prejuízo decorrente do perecimento - , porém, SEM perdas e danos, ou seja, SEM dever de indenizar. Se a perda ocorreu pendente condição suspensiva – p. ex: aprovação em concurso, vencimento de uma disputa, casamento – não se terá adquirido o direito que o ato visa, e o devedor suportará o risco da coisa. “Se a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes” – art. 234 CC Se a perda se der antes da tradição COM CULPA DO DEVEDOR. Solução: o devedor tem o dever de indenizar pelas perdas e danos. Assim, o credor tem direito de receber o equivalente em dinheiro, mais as perdas e danos comprovados. “Se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos”(Art. 234 CC). Logo, as perdas e danos compreendem o dano emergente e o lucro cessante, ou seja, além do que o credor efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar – art. 402. Devem cobrir, pois todo o prejuízo experimentado e comprovado pela vítima. B) DETERIORAÇÃO Antes da tradição SEM culpa do devedor. => art. 235 CC Solução: poderá o credor optar por resolver(extinguir) a obrigação, com devolução da prestação (do equivalente) SEM perdas e danos, por não lhe interessar receber o bem danificado, voltando as partes, neste caso, ao estado anterior; ou, aceitar a coisa com abatimento na prestação, no preço, proporcional à perda, SEM perdas e danos. “Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu” – art. 235 CC Antes da tradição COM culpa do devedor. => art. 236 CC Solução: Resolve-se com devolução do equivalente, mais perdas e danos, caso o credor rejeite a prestação, ou aceita a coisa no estado em que se 9 encontra com redução do seu valor pela deterioração, mas com direito, em qualquer caso, à indenização das perdas e danos comprovados. “Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos” – art. 236 CC A perda ou a deterioração da coisa traz conseqüências profundas: ou a obrigação original é substituída pelo sucedâneo das perdas e danos, ou a relação jurídica se resolve, ou, ainda, a referida relação jurídica se altera, para ser substituída por outra diferente. As perdas e danos inclui: a) danos materiais (danos emergentes e lucros cessantes); b) danos morais. C) MELHORAMENTO E ACRÉSCIMOS NA OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA = O devedor tem o direito de exigir aumento no preço se antes da tradição a coisa certa sofrer melhoramentos e acréscimos. Caso o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação. Obs1: “Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação” – Art. 237 CC Obs2: As benfeitorias qualquer que seja o seu valor, podem ser: Necessárias: Têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore; Úteis: Aumentam ou facilitam o uso do bem;Voluptuárias: São as de mero deleite ou recreio. Obs3: “Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes” D) FRUTOS NA OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA FRUTOS => São as utilidades que uma coisa periodicamente produz. São riquezas normalmente produzidas por um bem. São as utilidades que uma coisa periodicamente produz. Nascem e renascem da coisa, sem acarretar-lhe a destruição ou diminuição no todo ou em parte, como o café, os cereais, as frutas das árvores, o leite, as crias dos animais etc. D.1 - Os frutos quanto ao estado dividem-se em: 1 - Percebidos ou colhidos => Foram colhidos. Obs1: Os frutos percebidos antes da tradição pertencem ao devedor de boa-fé. 2- Pendentes => Não foram colhidos Obs2: Os frutos pendentes antes da tradição pertencem ao credor. 3- Colhidos por antecipação => São frutos pendentes e que foram percebidos de má-fé. Neste caso devem ser indenizados ao credor. 4- Estantes => São frutos colhidos e armazenados ou acondicionados para posterior venda. 5- Percipiendos => São frutos que deveriam ter sido colhidos mas não foram. 6 – Consumidos => Não existem mais porque foram utilizados. 10 D.2 - Os frutos quanto à origem dividem-se em: Frutos naturais – desenvolvem e renovam-se periodicamente, em virtude da força orgânica da própria natureza, como as frutas das árvores, as crias dos animais. Frutos industriais- aparecem pela mão do homem, ou seja, resultam em razão do trabalho humano sobre a natureza, como a produção de uma fábrica. Frutos civis ou rendimentos. São dos rendimentos produzidos pela coisa, em virtude de sua utilização por outrem que não o proprietário. Ex: juros e aluguéis Obs1: O devedor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; porém, tem direito às despesas da produção e custeio. Assim, a posse de má-fé não é totalmente desprovida de eficácia jurídica, porque o devedor nessa condição faz jus às despesas de produção e custeio. B) OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA OU GENÉRICA RESTRITA Art. 243 a 246 CC 1- Conceito: - É aquela que tem por objeto a entrega de uma quantidade de certo gênero e não uma coisa especificada. Na relação obrigacional, o objeto indicado de forma genérica no início da relação será determinado mediante um ato de escolha, por ocasião de seu adimplemento. É aquela obrigação determinada ao menos pelo gênero e quantidade, ficando a qualidade para uma ulterior especificação ou determinação. Gênero e quantidade Ato de escolha art. 243, CC Obs1: Uma vez determinada a qualidade do objeto da prestação, ela deixa de ser obrigação de dar coisa incerta e passará a ser obrigação de dar coisa certa. Obs2: Existem críticos ou teóricos civilistas que condenam o termo “gênero” quando o certo seria “espécie” para determinar o objeto da prestação. 2 DISCIPLINA JURÍDICA: INDICAÇÃO DO GÊNERO E DA QUANTIDADE coisa certa: é a individualizada, determinada. coisa incerta: indicada, mas não totalmente, porque deve ser indicada ao menos, pelo gênero e pela quantidade – indeterminada a priori, mas determinável em sua qualidade oportunamente. incerteza: não quer dizer indeterminação, mas determinação genericamente feita – suscetível de oportuna determinação. Exemplos: entregar uma tonelada de trigo, um milhão de reais ou cem grosas de lápis. Falta de gênero e quantidade? Ex: entregar sacas de café? Ou entregar dez sacas? indeterminação será absoluta – a avença não gerará obrigação. 11 3 DIFERENÇAS E AFINIDADES COM OUTRAS MODALIDADES DE OBRIGAÇÕES a) dar coisa certa. b) Alternativa c) fungível 4 Diferença entre obrigação de coisa certa para obrigação de coisa incerta => Está na determinação da qualidade, pois na obrigação de dar coisa incerta acontece em momento posterior. 5 Diferença entre obrigação de coisa incerta para obrigação para obrigações alternativas. => A obrigação alternativa possui dois conteúdos prestacionais. OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS ou DISJUNTIVAS O objeto é único e determinado, quanto ao gênero e quantidade. Dois objetos compõem o núcleo prestacional, devendo o devedor entregar um dos objetos da prestação. Ex: dar coisa certa ou fazer A escolha da qualidade transforma a obrigação de dar coisa incerta em dar coisa certa. A escolha de um dos objetos da prestação transforma a obrigação em simples. Obs1: Quanto ao objeto as obrigações podem ser: a) Simples => possui um único objeto. Ex: dar coisa certa ou incerta, restituir, fazer, não fazer. b) Compostas => possuem dois ou mais objetos na sua prestação. São subdivididas em: b.1 – Cumulativas ou conjuntiva => o devedor deve entregar os dois ou mais objetos da prestação. b.2 – Alternativas ou disjuntivas => o devedor deve entregar um dos objetos da prestação, ou seja, o devedor se libera se cumprir uma delas, porque apenas uma das prestações constitui o seu débito. 4- Ato de escolha da prestação da obrigação de coisa incerta => A determinação dá-se pela escolha – art. 245, CC. O ato unilateral de escolha do objeto da prestação é denominado concentração da obrigação, o que implica a transformação de obrigação de dar coisa incerta em dar coisa certa. - cientificado o credor, acaba a incerteza – a coisa torna-se certa – passando a obrigação a ser regida pelos princípios da obrigação de dar coisa certa. - Ato unilateral da escolha = CONCENTRAÇÃO – pressupõe não só a escolha – é necessário que ela se exteriorize pela entrega, pelo depósito em pagamento, pela constituição em mora, ou por outro ato que importe a cientificação do credor. - Art. 629, 630 e 631, CPC. Exemplo: se sou credor de 100 cabeças de gado de corte, uma vez escolhido o gado e apontadas as cabeças, cuida-se da obrigação de dar coisa certa. 4.1 – Competência para o direito de escolha =>art. 244 CC. - ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; - só competirá o credor quando assim dispuser – sendo omisso será do devedor. 12 Regra Geral: Nos casos de omissão do contrato a escolha compete ao DEVEDOR, chamado princípio do Favor Debitoris, salvo se for estabelecido de modo diverso no contrato. Feita a escolha, acaba a incerteza; a obrigação de dar coisa incerta torna- se obrigação de dar coisa certa. Obs1: A disposição acerca do direito de escolha pode vir determinada no contrato. 4.2 - Limites à atuação do devedor – 2ª parte, do art. 244, CC - “não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar melhor” - o devedor deverá guardar o meio-termo entre congêneres da melhor e da pior qualidade. 4.3 – Escolha por terceiro => O terceiro é eleito de comum acordo entre as partes. Havendo recusa ou não puder exercer a determinação será supletiva por um juiz. – art. 1930 CC 4.4– Escolha por sorteio => Quando terceiro não poder fazê-lo, será por sorteio. Deve esta hipótese vir no contrato. Art. 817 CC 5- Responsabilidade pelos riscos na obrigação de dar coisa incerta – art. 246 CC - A coisa torna-se individualizada/certa quando determinada a qualidade; - antes da escolha “não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito” – pois o gênero nunca perece (genus nunquam perit) Exemplo: alguém se obriga a entregar dez sacas de café - não se eximirá da obrigação,ainda que se percam todas as sacas de café – porque pode obter no mercado, o café prometido Obs1: O gênero nunca perece – genus nunquam perit – o devedor nunca poderá alegar perda ou deterioração do gênero nas obrigações de dar coisa incerta, haja vista, ser facilmente substituível no mercado, pois o gênero nunca perece. EXCEÇÃO: Obrigação genérica restrita - acontece quando a obrigação de dar coisa incerta está restrita a determinada localidade ou local. RESUMO: 1. Até o momento da tradição todos os riscos são suportados pelo devedor. Nas obrigações de dar coisa incerta, não há determinação da qualidade, por isso não pode ser alegada a impossibilidade de cumprimento. 2. Após a escolha, a obrigação de dar coisa incerta torna-se obrigação de dar coisa certa e pelos dispositivos legais correspondentes é regulada. 13 C) OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR - ARTS. 238 a 242, CC 1-CONCEITO E CARACTERÍSTICAS GERAIS: É uma subespécie da obrigação de dar. É aquela que tem por objeto a devolução de coisa certa, por parte do devedor. Espécie de obrigação de dar coisa certa – em sentido inverso O dono é o credor É o complexo de normas jurídicas que regem relações entre sujeitos de caráter patrimonial, transitório e de oponibilidade relativa e cujo núcleo da prestação corresponde à restituição ou devolução de objeto certo e determinado ao seu legítimo proprietário. Caracteriza-se pela existência de coisa alheia em poder do devedor, a quem cumpre devolvê-la ao dono. É o que sucede, por exemplo, com o comodatário, o depositário, o locatário, o credor pignoratício e outros, que devem restituir ao proprietário, nos prazos ajustados, ou no da notificação quando avença for celebrado por prazo indeterminado, a coisa que se encontra em seu poder por força do vínculo obrigacional. Ex: Contrato de locação PRESTAÇÃO = DEVOLUÇÃO DA COISA AO CREDOR - o credor é proprietário do bem – houve apenas uma cessão de posse da coisa ao devedor. Prestação? Dono da coisa? - Essa coisa por qualquer título encontra-se em poder do devedor (maior incidência): Ex: Locatário; Mutuário; Comodatário; Depositário; Mandatário. 2 DIFERENÇA ENTRE A OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA (PROPRIAMENTE DITA = ENTREGAR) E A OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR Dar: a coisa pertence ao devedor até o momento da tradição – credor recebe o que até então não lhe pertencia. Restituir: a coisa já pertencia ao credor – devolução (restituição). 3 PRINCIPAL ÂMBITO DE INCIDÊNCIA – Nos contratos de locação, depósito, comodato, mútuo, mandato. 4 RECUSA NA ENTREGA - Vencido o prazo da entrega e o devedor não restitui a coisa O devedor comete esbulho – titular da posse pode opor Ação de Reintegração; No Inquilinato – o proprietário pode valer-se da Ação de Despejo para desocupar o imóvel; 14 5 OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR - RESPONSABILIDADE PELA PERDA OU DETERIORAÇÃO DA COISA 5.1 – PERDA ou PERECIMENTO a) Perda antes da tradição SEM culpa do devedor. “Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, salvos, porém, a ele os seus direitos até o dia da perda” – art. 238 CC Ex: Contrato de locação A _____________________ B Credor Devedor Locador Locatário Sem culpa do devedor – não suportará o pagamento de perdas e danos; Credor (dono) será prejudicado – suportará a perda Obs1: Os direitos do credor são ressalvados, ou seja, mantidos até o dia da perda. Ex: aluguéis em atraso. b) Perda antes da tradição COM culpa do devedor – art. 239 CC - “se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos” Solução: Resolve-se a obrigação com a devolução do equivalente (valor do imóvel + perdas e danos + ressalva dos direitos do credor até o dia da perda). Culpa do devedor – acarreta a responsabilidade pelo pagamento das perdas e danos; Perecimento do objeto – dá direito ao credor: receber o equivalente em dinheiro + perdas e danos 5.2 – DETERIORAÇÃO a) Deterioração antes da tradição SEM culpa do devedor. – art. 240 CC – 1ª Parte Solução: Resolve-se a obrigação deixando ao credor – dono da coisa – todos os riscos, tendo em vista a excludente de responsabilidade civil. Sem culpa do devedor – credor receberá a coisa no estado em que se encontra – não tem direito a perdas e danos, pois “se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização.” – art. 240 CC b) Deterioração antes da tradição COM culpa do devedor. – art. 240 CC – 2º parte Solução: Resolve-se a obrigação com a devolução do equivalente (correspondente a perda parcial + perdas e danos + a ressalva dos direitos do credor até o dia da perda). resolver a obrigação – exigindo o equivalente em dinheiro + perdas e danos; receber a coisa no estado em que se encontra + perdas e danos. Solução: Resolve-se (extingue-se) a obrigação deixando ao credor todos os riscos, tendo em vista a excludente de responsabilidade civil. 15 6 Melhoramentos, acréscimos e frutos percebidos na Obrigação de Restituir => As benfeitorias podem ser realizadas de: boa-fé ou má-fé. – art. 241 CC se a coisa sofre melhoramento ou acréscimo sem ter o devedor concorrido para isso então O LUCRO SERÁ DO CREDOR; se a coisa sofre melhoramentos ou acréscimos em decorrência de trabalho ou dispêndio do devedor BENFEITORIAS (necessárias, úteis e as voluptuárias). Assim, para sabermos se o devedor tem direito, é preciso considerar se está de boa-fé ou não BOA-FÉ: tem direito aos aumentos e melhoramentos necessários e úteis. Os voluptuários – se não for pago o respectivo valor – o devedor poderá levantá-los MÁ-FÉ: só terá direito aos acréscimos necessários. BOA-FÉ MÁ-FÉ Benfeitorias Indenização Direito de Retenção Benfeitorias Indenização Direito de Retenção NECESSÁRIAS SIM SIM NECESSÁRIAS SIM NÃO UTÉIS SIM SIM UTÉIS NÃO NÃO VOLUPTUÁRIAS SIM/NÃO NÃO VOLUPTUÁRIAS NÃO/NÃO* NÃO *Obs1: Não são indenizadas, nem podem ser levantadas. Direito de retenção (opor embargos de retenção – 744, CPC) - é o meio de defesa que se manifesta antes de qualquer medida judicial – é de iniciativa e interesse do detentor. Condições: Legítima detenção da coisa sobre a qual se pretende exercer o direito; Exista um crédito por parte do retentor; Exista um acréscimo do retentor. Art. 242, parágrafo único, CC. Frutos percebidos – observar a boa-fé e a má-fé. Boa-fé: o devedor tem direito, enquanto durar a boa-fé, aos frutos percebidos – art. 1.214, CC Má-fé: não terá direito – devem ser restituídos (após deduzidas as despesas de produção e custeio – também devem ser devolvidos os frutos colhidos com antecipação – parágrafo único, 1.214, CC Obs2: Princípio do meio-termo – art. 244 CC Não será obrigado, o devedor, a entregar o melhor, bem como não poderá entregar o pior, dentro os congêneres objetos de escolha 16 2 OBRIGAÇÃO DE FAZER - arts. 247 a 249 CC 1. CONCEITO E CARACTERÍSTICAS GERAIS É uma obrigação positiva que tem como prestação atos ou serviços a serem executados pelo devedor. O conteúdo é uma atividade do devedor. É uma obrigação que traduz o comportamentoativo (comissivo) por parte do devedor. EXEMPLOS: prestação de uma atividade física ou material – pintar uma casa, levantar um muro atividade intelectual, artística ou cientifica – escrever uma obra literária, experiência cientifica. DIFERE DAS OBRIGAÇÕES DE DAR porque o credor pode, conforme as circunstâncias, não admitir o cumprimento da prestação, por outrem, estranho aos interessados – art. 305, CC. Possuem apenas meios indiretos de execução coativa, por não permitirem a intervenção direta na esfera de atuação da pessoa do devedor. Na obrigação de dar – autorizam, em geral, a execução coativa. As obrigações de dar caracterizam-se pela execução específica, ou seja, aquele que se compromete a dar alguma coisa pode ser constrangido a entregá-la, por autoridade da justiça, quando ela se encontra em seu poder, quer queira, quer não queira o devedor. As obrigações de FAZER, ao contrário, não comportariam execução in natura. Assim, quem se obriga a fazer alguma coisa não poderia ser constrangido a fazê-la, resolvendo-se a obrigação em perdas e danos, quando não foi cumprida devidamente. 2. CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER a) Infungíveis ou personalíssima ou intuitu personae ou imateriais b) fungíveis ou não-personalíssima ou impessoais ou materiais 2.1 Obrigações de natureza infungíveis – intuitu personae – personalíssimas ou imateriais - Art. 247, CC Caracteriza-se pela vinculação jurídica do devedor ao cumprimento da prestação de fato. A infungibilidade está ligada ao conhecimento, à técnica, idoneidade, à fama, à honorabilidade e no bom nome que o devedor goza no mercado. É convencionado que o devedor cumpra pessoalmente a prestação - não é admitida a substituição em razão: da natureza da obrigação: qualidades artísticas ou profissionais do contratado – famoso pintor, consagrado cirurgião plástico, contratação de uma advogado para defender um criminoso em júri; ou do contrato. 2.2 Obrigações de natureza fungível – impessoais ou materiais- Art. 249, CC Caracteriza-se pela possibilidade de substituição do sujeito passivo ou devedor. não há tal exigência – nem se trata de ato ou serviço cuja execução depende de qualidades pessoais do devedor – pode ser realizado por terceiro. A pessoa do devedor é facilmente substituível 17 Exemplo: contratar um pintor para a pintura de uma casa ou um pedreiro para uma pequena reforma. Parágrafo único do art. 249, CC A lei introduz a possibilidade de procedimento de justiça de mão própria; Em caso de urgência e havendo recusa ou mora do devedor - o credor pode contratar terceiro para a tarefa – entretanto, deverá resguardar-se com a documentação necessária possível (notificações, fotografias, testemunhas que constatem o fato, e etc. ) para o ressarcimento. 3. INADIMPLEMENTO NA OBRIGAÇÃO DE FAZER a) Parcial – equivale à mora, retardamento no cumprimento da obrigação pela inobservância das elementares ( tempo, lugar e modo devidos); b) Total ou absoluto – representa a inexecução da obrigação que não pode mais ser cumprida no tempo, lugar e modo devidos. Obs1: A identificação do descumprimento total ou parcial se dá pelo critério da utilidade. - princípio do pacta sunt servanda; 3.1 Razões que podem conduzir ao não cumprimento da obrigação: “Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver- se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos” – art. 248, CC. O devedor se recusa manifestamente ao seu cumprimento. 3.2 Responsabilidade civil: a) Descumprimento SEM CULPA do devedor. Art. 248 CC Solução: Resolve-se a obrigação com a devolução do equivalente sem perdas e danos b) Descumprimento COM CULPA do devedor. art. 248, segunda parte, CC Solução: Resolve-se com a devolução do equivalente + perdas e danos. Obs1: Em caso de mora é possível exigir judicialmente o cumprimento da prestação com a imposição de pena cominatória diária (astreintes). Obs2: Quando o devedor se recusa ao cumprimento da prestação a ele só imposta no contrato, ou só por ele exeqüível devido a suas qualidades pessoais – haverá a responsabilização pelo pagamento das perdas e danos Obs3: A recusa voluntária induz a culpa: liberdade individual – não se pode constranger fisicamente o devedor a executá-la admite-se, no entanto, a execução específica da obrigação de fazer – arts. 287, 461 e 644 do CPC – contempla meios 18 de indiretamente, obrigar o devedor a cumpri-las mediante a cominação de multa diária = ASTREINTE regra semelhante tem o art. 84 do CDC 4 PROCEDIMENTO DE JUSTIÇA DE MÃO-PRÓPRIA - Em havendo urgência é deferido ao credor executar o ato por conta própria ou ato de terceiro, entretanto, deverá relacionar-se de documentos (recibos, notas), para exigir do devedor as perdas e danos. 3 OBRIGAÇÕES DE NÃO-FAZER – arts. 250 a 251 1 CONCEITO E CARACTERÍSTICAS– É uma obrigação negativa (omissiva) do devedor. Caracteriza-se pela abstenção de prestação de fato que pode ou não ser limitada no tempo. É sempre infungível (personalíssima ou institu personae), sendo também predominantemente indivisível por sua natureza. Obrigações negativas; O devedor compromete-se a uma abstenção, obrigação de prestação de fato; Imposição de uma obrigação negativa ao devedor – “abstenção” – pode ou não ser considerada ou não ser limitada no tempo; características: a) como pura e simples abstenção; b) dever de abstenção ligado a uma prestação positiva; c) simples dever de tolerância Obrigação deve revestir-se de objeto lícito – porque é negócio jurídico – campo da moral e dos bons costumes Objeto das obrigações caracteriza-se por uma omissão autônoma ou ligada a outra obrigação positiva - servidão negativa: se tiver a intenção de criá-la seguida de registro no Cartório de Imóvel – CC, art. 1378 – como direito real gravará o imóvel, acompanhando-o em suas mutações objetivas; - mera obrigação de não fazer (direito pessoal): simples obrigação de não-fazer com a alienação do imóvel extingue-se o vínculo obrigacional, pois este recai sobre a pessoa e não sobre a coisa. 2 DESCUMPRIMENTO PELA IMPOSSIBILIDADE DE ABSTENÇÃO DE FATO - O devedor cumpre a prestação quando não faz alguma coisa. O devedor descumpre quando realiza, que até então estava proibido. Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar. extinção da obrigação – sem culpa do devedor – não puder se abster do ato que se obrigou a não praticar 3 INADIMPLEMENTO DE OBRIGAÇÃO DE NÃO-FAZER POR INEXECUÇÃO CULPOSA DO DEVEDOR Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos. 19 Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. a) Descumprimento SEM culpa do devedor. Solução: Resolve-se a obrigação para ambas partes sem se falar em perdas e danos. b) Descumprimento COM culpa do devedor. Solução: Resolve-se a obrigação com desfazimento do ato, acrescido de perdas e danos. praticado o ato pelo devedor – o credor pode exigir que desfaça – sob pena de mandar desfazer (a sua custa) + perdas e danos; 4 REGRAS PROCESSUAIS Art. 642, CPC - “Se o devedor praticou o ato, a cuja abstenção estava obrigado pela lei ou pelo contrato, o credor requererá ao juiz que lheassine prazo para desfazê-lo” 643,CPC - “Havendo recusa ou mora do devedor, o credor requererá ao juiz que mande desfazer o ato à sua custa, respondendo o devedor por perdas e danos” Parágrafo Único – Não sendo possível desfazer-se o ato, a obrigação resolve-se em perdas e danos. 4 OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS OU DISJUNTIVAS DISPOSIÇÕES GERAIS – arts. 252 a 256 CC Objeto singular ou simples Objeto composto ou plural = multiplicidade de objetos CONCEITO - São aquelas obrigações compostas pela multiplicidade de objetos, ou seja, têm por conteúdo duas ou mais prestações das quais uma somente será escolhida para pagamento ao credor e liberação do devedor vínculo obrigacional”. CLASSIFICAÇÃO a) Obrigações simples Quanto ao Sujeito Único devedor Único credor Quando ao objeto Único objeto/prestação b) Obrigações compostas Quanto multiplicidade de sujeitos Um credor x vários devedores Vários credores x um devedor Vários credores x vários devedores 20 Quando multiplicidade de objetos Cumulativas ou conjuntivas - “e” Alternativas ou disjuntivas - “ou” Obs1: Prestações de coisa => dar coisa certa, incerta e restituir. Obs2: Prestações de fato => fazer e não-fazer OBRIGAÇÕES COMPOSTAS: a) cumulativas; b) alternativas I) Prestação de coisa x prestação de coisa II) Prestação de fato x prestação de fato III) Prestação de coisa x prestação de fato 2. DIFERENÇA ENTRE A OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA E A OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA Alternativa Dar coisa incerta Vários objetos A escolha deve recair em apenas um deles – in obligatione Objeto é um só Indeterminação apenas pela qualidade (a escolha recai sobre a qualidade do único objeto existente) - possuem como ponto em comum a escolha – que em ambas são necessárias 3. DIREITO DE ESCOLHA – A escolha tem como principal efeito transformar a obrigação composta (complexa ou múltipla) em obrigação simples. CONCENTRAÇÃO ou DECANTAÇÃO DA PRESTAÇÃO NA OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA – ART. 252,CC REGRA GERAL: Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. O direito de escolha é do devedor – se outra coisa não se estipulou isto porque ele é a parte onerada na obrigação e deve possuir melhores condições de escolher os bens de seu patrimônio para a entrega – FAVOR DEBITORIS o direito de opção se transmite aos herdeiros – seja credor ou devedor Para que a escolha caiba ao credor é necessário que o contrato assim o determine expressamente Obs1: Se houver pluralidade de optantes => Não havendo consenso a ausência de unanimidade gera a escolha supletiva pelo juiz. Obs2: Indivisibilidade da prestação => Não será possível entregar parte em prestação e parte em outra. Obs3: pacta sunt servanda 21 Obs4: Não vigora nas obrigações alternativas a equação do meio-termo, uma vez que ambas as prestações são equivalentes. Art. 314 CC OPÇÃO A TERCEIRO – ART. 252, §4º,CC § 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes. o direito de opção pode ser dado a terceiro – se não fizer, a escolha caberá supletivamente ao juiz se não houver acordo entre as partes terceiro = mandatário comum - as prestações alternativas reduzem-se a uma só e a obrigação de objeto composto passa a ser de objeto singular - até que seja efetivada a concentração não tem o credor direito sobre objetos – não poderá exigir desta ou daquela coisa - poderá ser feita por sorteio, caso exista previsão contratual – art.817,CC Obs1: com a morte do devedor ou credor => o direito de escolha compete aos herdeiros Obs2: Venosa elenca as seguintes características das obrigações alternativas: a) seu objeto é plural ou composto b) as prestações são independentes entre si c) concedem um direito de opção que pode ser: do devedor, do credor ou de um terceiro, sorteio. d) feita a escolha, a obrigação concentra-se na prestação escolhida → escolha é irretratável, salvo disposição contratual em contrário INDIVISIBILIDADE DA ESCOLHA § 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. também chamado de indivisibilidade do pagamento não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra, pois deve uma ou outra; JUS VARIANDI NA ESCOLHA DE PRESTAÇÃO SUCESSIVA - É o direito de variar a escolha/concentração da obrigação alternativa sucessiva a cada prestação. § 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período. Nas obrigações de prestações periódicas ou de obrigação de execução continuada ou trato sucessivo, a escolha poderá ser exercida em cada período, assim faculta-se a escolha de forma alternativa a cada mês, ano etc. Uma vez cientificado o credor não poderá haver mudança na escolha. 22 PLURALIDADE DE OPTANTES § 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação. regula a hipótese de haver pluralidade de credores ou de devedores. há necessidade de que vários credores ou devedores se acertem sobre a escolha; não havendo acordo, devem valer-se de uma decisão judicial – cabe ao juiz, decidir, após conceder um prazo para deliberação. REGRAS PROCESSUAIS – ART. 571, CPC o contrato deve estabelecer prazo para a opção – se não o fizer, o devedor será notificado, para efeito de sua constituição em mora; (será notificado para cumprir em 10 dias) - a constituição em mora não priva o devedor de seu direito de escolha – salvo se a convenção (ajuste do acordo) dispuser que passa ao credor; se a opção é do credor, e o contrato não fixa o prazo para opção, será ele citado para, em cinco dias, exercer o direito – direito à escolha – ou aceitar que o devedor faça a escolha – depositando-se a coisa; - a execução do título que consagra obrigação alternativa rege-se pelo CPC. Se surge dúvida no contrato acerca de a quem cabe a escolha – o ponto obscuro deve resolver-se a favor do devedor, seguindo a regra de que, na dúvida, as convenções são interpretadas a favor do devedor; As partes podem optar pelo sorteio para o cumprimento da obrigação alternativa; O optante, ao efetuar a escolha – faz uma declaração unilateral de vontade. DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS A) ESCOLHA DO DEVEDOR 1º HIPÓTESE: perda de um dos objetos SEM CULPA do devedor Solução: Resolve-se a obrigação concentrando na prestação remanescente. 2º HIPÓTESE: perda dos dois objetos SEM CULPA do devedor Solução: Resolve-se com a devolução do valor da que por último se impossibilitou sem perda e danos. 3º HIPÓTESE: perda de um dos objetos da prestação COM CULPA do devedor. Solução: Resolve-se a obrigação com a concentração na obrigação remanescente. 23 4º HIPÓTESE: perda dos dois objetos da prestação COM CULPA de devedor. Solução: Resolve-se com a devolução do valor da que por último se impossibilitou + perdas e danos B) ESCOLHA DO CREDOR 1º HIPÓTESE: Um dos objetos se perde SEM CULPA do devedor.Solução: Resolve-se com a concentração na remanescente ou o valor da que se impossibilitou (Sem perdas e danos) 2º HIPÓTESE: Os dois objetos se perdem SEM CULPA do devedor. Solução: Resolve-se com a devolução do valor de qualquer das prestações (Sem perdas e danos) 3º HIPÓTESE: Um dos objetos se perde COM CULPA do devedor. Solução: Resolve-se com a concentração na prestação remanescente ou o valor da que se impossibilitou + perdas e danos. 4º HIPÓTESE: Os dois objetos se perdem COM CULPA do devedor. Solução: Resolve-se com a devolução do valor de qualquer das prestações + perdas e danos. 4. IMPOSSIBILIDADE DAS PRESTAÇÕES SEM CULPA DO DEVEDOR Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra. se uma das prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornar inexeqüível – subsistirá o débito quanto à outra – o direito do credor fica circunscrito às coisas restantes. IMPOSSIBILIDADE DAS PRESTAÇÕES EM RAZÃO DE FORÇA MAIOR E CASO FORTUITO Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação. se a impossibilidade for de todas as prestações – extinguir-se-á a obrigação, por falta de objeto, sem ônus para este. INEXEQUIBILIDADE POR CULPA DO DEVEDOR A QUEM CABE A ESCOLHA Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar. 24 se o devedor não puder cumprir nenhuma das prestações (com culpa) e a escolha da prestação é sua: → ficará obrigado a “pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar” → com o perecimento do primeiro objeto, concentra o débito na segunda – que também pereceu. IMPOSSIBILIDADE POR CULPA DO DEVEDOR, CABENDO A ESCOLHA AO CREDOR Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos. ART. 255, CC, 1ª PARTE - SOMENTE UMA DAS PRESTAÇÕES TORNA-SE IMPOSSÍVEL – se o devedor não puder cumprir uma das prestações (COM CULPA) e a escolha é do credor: o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra (a primeira), com perdas e danos ART. 255, CC, 2ª parte – AS DUAS PRESTAÇÕES TORNAN-SE INEXEQUÍVEIS - se o devedor não puder cumprir nenhuma das prestações (COM CULPA) e a escolha é do credor: poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos. CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES: Quanto à execução: a) instantâneas b) diferidas c) periódicas ou de trato sucessivo a) INSTANTÂNEAS – São aquelas cujos atos de execução se operam simultaneamente, ou seja, o pagamento e a entrega se concretizam em um único ato. b) DIFERIDAS – São aquelas cujos atos de execução ocorrem em dois momentos distintos, ou seja, primeiro o pagamento e depois a entrega ou primeiro a entrega e depois o pagamento. c) PERIÓDICAS OU DE TRATO SUCESSIVO OU OBRIGAÇÕES SUCESSIVAS OU OBRIGAÇÕES DE PRESTAÇÃO – São aquelas cujos atos de execução são sucessivos no tempo. Ex: entrega e pagamento parcelado 25 5 OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS – arts. 233 a 420 1- DISPOSIÇÕES GERAIS – ART. 87 a 88 CC Bem Divisível – É aquele que comporta fracionamento, ou seja, que pode ser fracionado, repartido, dividido sem que haja perda de suas características intrínsecas. Bem Indivisível – É aquele que não comporta fracionamento, ou seja, não pode ser repartido, dividido sob pena de perda de suas características intrínsecas. 2 – OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS – É aquela que pode ser cumprida de modo fracionado sem perda das suas características intrínsecas, em que cada devedor deve uma quota parte igual e ideal – salvo disposição em contrário – e cada credor só pode exigir a sua quota-parte igual e ideal no crédito – salvo disposição em contrário. 2.1 – CUMPRIMENTO – Dois momentos para cumprimento da prestação: Vínculo externo – relação jurídica entre credores e devedores. Vínculo interno – Relação jurídica entre co-devedores e co-credores. A) CREDORES: Presunção Relativa: Cada credor é credor de uma quota-parte igual e ideal no crédito. Cada credor só pode demandar a sua quota-parte. B) DEVEDORES: Presunção Relativa: Cada devedor só deve sua quota-parte igual e ideal no débito. Cada devedor só pode ser demandado pela sua quota-parte Obs1: O pagamento opera a quebra do vínculo externo. Obs2: No vínculo interno co-credores e co-devedores, receberão e pagarão respectivamente as suas quotas-partes. 3-OBRIGAÇÕES INDIVISÍVEIS – São aquelas cujo objeto da prestação não pode ser fracionado ou repartido sob pena de suas características intrínsecas. Cada credor pode exigir o objeto da prestação por inteiro e cada devedor é obrigado a pagar por inteiro caso seja demandado pelo pólo creditório. Obs1: As obrigações de restituir são, em regra, indivisíveis. O comodatário e o depositário, por exemplo, obrigados a devolver a coisa emprestada ou depositada, não podem reter uma parte dela, salvo permissão do dono. Obs2: As obrigações de Fazer algumas vezes podem dividir-se e outras, não. 26 Obs3: A obrigação de dar coisa certa, pode ser divisível ou Indivisível, conforme a natureza do objeto. Obs4: As obrigações em que o devedor assume a obrigação de, simultaneamente, dar e fazer (ex: pagar uma soma de dinheiro e fazer uma obra) geralmente são indivisíveis. Obs5: As obrigações de não fazer, em geral, são indivisíveis. Obs6: As obrigações alternativas e as genéricas, ou de dar coisa incerta estão incluídas entre as obrigações indivisíveis. 3.1 – Cumprimento: A indivisibilidade da prestação resulta: De ordem natural ou física. Ex: animal De disposição legal. Ex: as servidões prediais Por razão determinante do negócio jurídico (contrato ou convenção) Sentença Judicial 3.2 – Descumprimento – art. 263 CC Perdas e danos não representam pagamento da obrigação, mas substitutivo do pagamento e essa conversão se dá em dinheiro (bem jurídico divisível), daí por que ocorre a divisibilidade da prestação. 3.3 – Validade do Pagamento nas Obrigações Indivisíveis – Como forma de garantir um bom pagamento o devedor deve pagar a todos os credores conjuntamente ou somente a um deles exigindo Caução de Ratificação dos demais credores, tal instrumento serve como demonstrativo de anuência do recebimento da prestação pelos demais credores. 3.4 – Diferença entre obrigação indivisível e obrigação solidária passiva Obrigação Solidária Passiva: tem origem em decorrência de previsão em lei ou contrato; A obrigação solidária (ativa e passiva) não perde sua natureza se convertida em perdas e danos. Obrigação Indivisível: Tem origem na natureza da coisa, tarefa ou negócios; perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. 27 6 OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS – arts. 264 a 285 CC 1 CONCEITO – Caracteriza-se pela multiplicidade de credorese/ou de devedores, tendo cada credor direito à totalidade da prestação, como se fosse credor único, ou estando cada devedor obrigado pela dívida toda, como se fosse o único devedor. São independentes do núcleo da obrigação, nascendo da lei ou da vontade das partes. Possui vínculo interno “Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda” – art. 264 CC “É modalidade especial de obrigação que possui dois ou mais sujeitos, ativos ou passivos – onde cada credor pode “demandar” e cada devedor é obrigado a satisfazer a totalidade da prestação” – Venosa 2 CARACTERES • Pluralidade de credores, ou de devedores, ou de uns e de outros; • Exigibilidade = Integralidade da prestação; • Co-responsabilidade dos interessados; • É um artifício técnico para reforçar o vínculo, facilitando o cumprimento ou solução da dívida; • A obrigação é solidária quando a totalidade de seu objeto pode ser reclamada por qualquer dos credores ou devedores. 3 DISCIPLINA LEGAL Arts. 264 a 285 do Código Civil 4 ESPÉCIES SOLIDARIEDADE ATIVA = CREDORES; SOLIDARIEDADE PASSIVA = DEVEDORES – CO-DEVEDORES OU COOBRIGADOS. QUE É MAIS ÚTIL E MAIS COMUM; SOLIDARIEDADE RECÍPROCA = HÁ SIMULTANEIDADE DE CREDORES E DEVEDORES. 5 DIFERENÇA ENTRE OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS E OBRIGAÇÕES INDIVISÍVEIS. - ponto em comum: em ambas, diante a pluralidade subjetiva, cada credor poderá exigir a dívida inteira e cada devedor estará obrigado pelo débito todo. O credor que receber responderá pela parte dos demais; O devedor que pagar terá direito de regresso contra os outros; 28 DIFERENÇAS: I. Fonte da solidariedade: é o próprio título em razão do qual as partes estão obrigadas índole subjetiva da obrigação solidária: reside nas próprias pessoas e é oriunda da lei ou do negócio jurídico (título constitutivo) - art. 265, CC; visa facilitar o adimplemento da relação obrigacional Fonte da indivisibilidade: é a própria natureza da prestação – que não comporta execução fracionada índole objetiva visa assegurar a unidade da prestação. II. Na solidariedade: cada devedor paga por inteiro, porque deve por inteiro; Na indivisibilidade: o devedor paga por inteiro porque outra solução não é possível. III. A solidariedade = origem técnica; A indivisibilidade = origem material. IV. Na solidariedade = a conversão em perdas e danos conserva os seus atributos – art. 271, CC; Na Indivisibilidade = a conversão em perdas e danos faz desaparecer a primitiva indivisibilidade (a obrigação perde a qualidade de indivisível) – dever de indenizar a transforma em obrigação pecuniária. 6 HISTÓRICO Noção fundamental da obrigação solidária – origem no Direito Romano: credores e devedores buscavam evitar os inconvenientes da divisão da dívida – ligavam-se a um vínculo particular. - do lado passivo: é que o co-devedor que paga extingue a dívida, tanto em relação a si quanto em relação aos demais co-obrigados (devedores) - do lado ativo: cada credor tem a faculdade de exigir a totalidade da coisa devida do devedor. obrigações perfeitas ou correalidade; solidariedade propriamente dita ou obrigações imperfeitas • Obrigações perfeitas: similar a atual solidariedade – origem na vontade das partes; • Obrigações imperfeitas = obrigações in solidum: produziria apenas os efeitos principais e não os secundários (art. 279 e 280, CC) – origem na lei 29 7 OBRIGAÇÕES IN SOLIDUM são obrigações em que encontramos sujeitos que “devem”, sem serem solidários. São, portanto, situações das quais decorrem obrigações para os sujeitos, embora não estejam ligados por uma unidade de causa obrigacional. os liames que ligam os devedores ao credor são totalmente independentes, embora ligados pelo mesmo fato. diferente é a responsabilidade – aqui os devedores não são responsáveis, todos, pelo mesmo valor. 8 FONTES DA SOLIDARIEDADE Art. 265, CC: “A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes”; tem caráter de exceção dentro do sistema – só pode decorrer da lei ou do contrato. a inexistência de declaração expressa no título constitutivo ou a ausência de previsão legal – gera presunção contrária à solidariedade - a obrigação divide- se e cada devedor só é obrigado a sua quota-parte ou cada credor só terá direito à sua cota parte. NA DÚVIDA SE INTERPRETA A FAVOR DOS DEVEDORES NÃO HÁ SOLIDARIEDADE A solidariedade não decorre de sentença – o juiz não pode fixar solidariedade se ela não preexiste num contrato ou na lei, ele apenas declara o direito das partes A solidariedade deve ser expressa e não presumida – quer dizer, não exige formalidades sacramentais, mas a vontade da obrigação solidária deve ficar expressa e, quanto à solidariedade presumida – adoção do princípio de que na dúvida se prefere a solução menos onerosa para o devedor. Quem alega solidariedade deve prová-la – já que não existe presunção. Provindo da lei não precisa de prova. A solidariedade pode ser provada por testemunhas, quando o valor do contrato permitir - art. 227, CC Meras presunções e indícios podem reforçar a solidariedade, mas não a induzem. Ex: - O parentesco não induz solidariedade; - Indícios e conjecturas, mais ou menos verossímeis; - A obrigação assumida na mesma oportunidade; - Obrigação assumida por sócios ou condôminos – presunção é de que cada qual contrai obrigação proporcional ao seu quinhão – art. 1317, CC. 9 SOLIDARIEDADE ATIVA - Está em desuso, pela insegurança jurídica. Vínculo jurídico artificioso e ficção jurídica => determinar o cumprimento da obrigação de determinada forma. Exige o cumprimento da prestação por inteiro, independentemente da natureza do objeto, ou seja, a natureza jurídica do objeto da prestação é irrelevante. A obrigação pode ser de prestação divisível ou indivisível. É relação jurídica em que concorrem dois ou mais credores, podendo qualquer deles receber integralmente a prestação devida – art. 267, CC, in verbis: 30 “Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro” aqui o devedor se exonera da obrigação, pagando a qualquer um dos co- credores. cada co-credor = credores solidários – podem exigir do devedor comum o cumprimento total da dívida o devedor – no vencimento da obrigação – pode efetuar a prestação a um dos co- credores - o credor escolhido não pode se recusar a recebê-la - sob a alegação de que a obrigação não lhe pertence por inteiro. O devedor só poderá escolher o credor se nenhum deles tiver proposto ação de cobrança = prevenção judicial – o devedor só pode pagar ao credor que o acionou rara é a aplicação na prática da solidariedade ativa. Por quê? - apresenta alguns inconvenientes como a impossibilidade de revogação por um dos credores e ausência de probidade e honradez - insolvência do credor que recebe a prestação, tornando problemático o direito de regresso dos demais credores. 9.1 EFEITOS DA SOLIDARIEDADE ATIVA SOLIDARIEDADE ATIVA Art. 267, CC: “Cada um dos credores solidários tem direito de exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro”. - O devedor não poderá pretender pagar a prestação parcialmente – ou seja, apenas sua quota-parte – alegando que a obrigação deveria ser rateada. 9.2 – REGRAS GERAIS A) DA PREVENÇÃO JUDICIAL É a vinculação judicial pelo devedor de quem foi exigido o pagamento Art. 268: “Enquanto algum dos credores solidários não demandaremo devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar” - Não havendo cobrança judicial – o devedor poderá pagar a qualquer dos credores à sua escolha. - O credor escolhido não pode se recusar a receber alegando que a prestação não lhe pertence por inteiro. - A cobrança judicial enseja a prevenção do juízo – caso pague a outro credor – correrá o risco de pagar duas vezes – só se libera pagando ao credor que o acionou. 31 B) REFRAÇÃO DO CRÉDITO Art. 270, CC: “Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível” Herdeiros do credor falecido – só podem exigir o respectivo quinhão hereditário (parte do crédito solidário cabível ao de cujus) – e não a totalidade do crédito. A prestação do herdeiro do co-credor falecido poderá ser reclamada por inteiro: - se o falecido deixou um único herdeiro; - se todos os herdeiros agirem em conjunto; - se a prestação for indivisível - O sucesso obrigacional em sentido lato sensu só poderá exigir a quota-parte correspondente ao seu quinhão hereditário C) CONVERSÃO DA PRESTAÇÃO EM PERDAS E DANOS Art. 271: “Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos a solidariedade” => A obrigação solidária se converte em perdas e danos não altera a natureza jurídica de seus efeitos. - fixado o valor das perdas e danos – cada credor continua com o direito de exigir a sua totalidade. OBS: Difere das obrigações indivisíveis, visto que nestas há conversão de perdas e danos torna a obrigação divisível. D) EFEITO JURÍDICO DA SOLIDARIEDADE ATIVA NAS RELAÇÕES INTERNAS Art. 272: “o credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba” - Relações internas entre co-credores solidários; - Princípio da comunidade de interesses – todos têm um interesse comum no objeto da obrigação; - O credor que remite (perdoa a dívida) será responsável pela quota-parte dos demais. - Os co-credores terão direito de regresso – direito de exigir do credor que remitiu ou recebeu a prestação a entrega do que lhes competir. - AÇÃO REVERSIVA: GARANTIR AOS DEMAIS CREDORES A PERCEPÇÃO DE SUAS QUOTAS - A obrigação solidária ativa é não fracionável na relação devedor/credores (relação externa), mas fracionável quanto aos sujeitos ativos da relação obrigacional (relação interna) 32 E) OPOSIÇÃO DE EXCEÇÕES PESSOAIS A exceção é um argumento de defesa, pode ser: a) Pessoal; b) Geral a) Geral ou Objetiva ou Absoluta => atinge a obrigação por inteiro, dizendo respeito ao interesse de todos os credores e devedores. Ex: prescrição, licitude do objeto, extinção da obrigação b) Pessoal ou Particular ou Subjetiva => É o argumento de defesa que atinge somente aquele devedor, que argüiu a defesa em seu favor, e somente ele poderá argui-lo. Ex: incapacidade, erro e outros vícios de vontade. Art. 273: “a um dos credores solidários não pode o devedor opor exceções pessoais oponíveis aos outros” EXCEÇÃO NO DIREITO - forma e meio de defesa – substituição do termo “exceções” por “defesas”; - Solidariedade: uma única prestação multiplicidade de vínculos (+ de 1 pessoa no pólo passivo ou ativo) - Situações que podem ser alegadas por qualquer devedor demandado = exceções comuns ou reais ou gerais dizem respeito à própria obrigação – pode ser alegada por qualquer devedor demandado Ex: situações como a inexistência de obrigação, ausência de forma prescrita, extinção da obrigação. - “são os meios de defesa que podem ser opostos por todos os co-devedores da obrigação solidária” – Venosa - Situações que só podem ser alegadas por um único devedor = exceções pessoais, particulares só o devedor exclusivamente atingido por tal exceção é que poderá alegá-la. não contaminam o vínculo dos demais co-devedores Ex: só alguém que tenha se obrigado por erro pode alegar vício de vontade - “são os meios de defesa que podem ser opostos por um ou vários co-devedores” – Venosa - a exceção pessoal só pode ser oposta pelo devedor ao credor que ela possua (exceção pessoal). F) EFEITOS DO JULGAMENTO EM CASO DE SOLIDARIEDADE ATIVA Art. 274: “O julgamento contrário a um dos credores solidários, não atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve” 33 Favorável = atinge todos os credores, salvo causa pessoal. Contrário = Não atinge os demais credores 10. SOLIDARIEDADE PASSIVA - a solidariedade passiva decorre da lei ou da vontade das partes. A SOLIDARIEDADE PASSIVA Art. 275: “O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto” - O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores parcial ou totalmente, a dívida comum DIREITOS DO CREDOR Art. 275 – parágrafo único: “Não importará renúncia da solidariedade, a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores” - O credor pode propor ação contra um ou apenas uma parte dos devedores – sem que com isso renuncie a solidariedade dos demais. - Poderá, neste caso, ainda, demandar a obrigação dos demais devedores não acionados judicialmente. MORTE DE UM DOS DEVEDORES SOLIDÁRIOS art. 276: “Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota correspondente ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores” - A morte de um dos devedores solidários não rompe a solidariedade que continuará onerando os demais co-devedores. - Os herdeiros respondem pelos débitos do falecido, desde que não ultrapassem as forças da herança – arts. 1.792 e 1.997. EFEITO DO PAGAMENTO PARCIAL EFETIVADO POR DEVEDOR SOLIDÁRIO E REMISSÃO DA DÍVIDA OBTIDA POR UM DOS DEVEDORES SOLIDÁRIOS art. 277: “o pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até a concorrência da quantia paga ou relevada” - Aqui, a remissão pessoal dada pelo credor a um dos devedores – não tem o condão de apagar a solidariedade relativamente aos demais devedores – que permanecerão vinculados. 34 - Ocorre, entretanto, a redução da dívida proporcionalmente à concorrência da importância relevada. - O credor só cobrará dos demais o restante da obrigação = valor do crédito com o abatimento. ESTIPULAÇÃO DE CONDIÇÃO OU DE OBRIGAÇÃO ADICIONAL art. 278: “qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes. - Cláusula, condição ou obrigação adicional – são atos que alteram a relação obrigacional – não podem prejudicar os demais devedores solidários – por isso atingem somente aquele que se obrigou - REVELIA IMPOSSIBILIDADE NA PRESTAÇÃO POR CULPA DE UM DOS DEVEDORES SOLIDÁRIOS art. 279: “Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado” - IMPOSSIBILIDADE DA PRESTAÇÃO SEM CULPA: decorrente de caso fortuito
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