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Aula 3 Civil II Slides

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DIREITO CIVIL II
Prof. Rodrigo Caxambu
Semana 3
Obrigações de Dar Coisa Certa
Obrigações Pecuniárias
DIREITO CIVIL IV – DIREITOS REAIS
• 1. OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA 
• a. Conceito 
• b. Distinção entre entregar e restituir 
• c. Reflexos jurídicos 
• 2. OBRIGAÇÕES PECUNIÁRIAS: CONCEITO E 
PRINCÍPIOS
1. OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA 
a. Conceito 
Na obrigação de dar coisa certa (também nas 
obrigações de dar coisa incerta) consistirá a prestação 
na entrega de um ou mais bens ao credor; é prestação 
de coisa, pois cumprirá ao devedor transferir a 
propriedade do objeto (compra e venda), ceder a sua 
posse ao credor (comodato, locação) ou meramente 
restituir a coisa (depósito).
As obligatio dandi são obrigações positivas em
que o credor está interessado na tradição da
coisa. A expressão dar é empregada em um
sentido geral, exprimindo a obrigação de
transferir, seja para outorgar um novo direito
(obrigação de entregar), seja para restituir uma
coisa a seu dono (obrigação de restituir).
Obrigação de Dar Obrigação de Fazer
W. De Barros Monteiro afirma que a diferença está 
em verificar se:
-> o dar ou entregar é ou não consequência do fazer. 
Se o devedor tem que dar ou entregar alguma coisa 
sem tê-la que fazer previamente a obrigação é de dar. 
-> Todavia, se previamente ele a tem que 
confeccionar para depois entregá-la tecnicamente é 
uma obrigação de fazer. 
Assim:
* Nas obrigações de dar o interesse do credor se
concentra na tradição;
* Nas obrigações de fazer se concentra nas
características pessoais ou qualidades do
devedor.
Também, observar-se a características de que:
* Nas obrigações de dar comportam execução in
natura ou cumprimento por terceiros;
* Obrigações de fazer o inadimplemento culposo
resolve-se em perdas e danos e, nas ditas
personalíssimas, não há possibilidade de
cumprimento por terceiros.
RELEMBRANDO
Culpa - Art. 186CC. Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.
Perdas e danos –as perdas e danos devidas ao credor
abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que
razoavelmente deixou de lucrar (Dano Emergente e
Lucro cessante):
RELEMBRANDO
Dano emergente é o dano que ocasionou 
efetiva diminuição patrimonial da vítima.
Lucro cessante é aquilo que o credor 
deixou de lucrar, em decorrência do 
inadimplemento.
Feitas essas considerações preliminares, passa-se 
à análise das obrigações de dar coisa certa 
(REGRAS):
1 - são uma modalidade de obrigação em que o 
devedor se compromete a entregar ou a restituir 
um objeto perfeitamente determinado, que se 
considera em sua individualidade (Obrigação 
perfeitamente individualizada)
2 - na obrigação de dar coisa certa o credor não
é obrigado a aceitar coisa diversa da devida
ainda que mais valiosa (art. 313, CC).
Acaso aceite, pode-se estar diante de:
Dação em pagamento; sub-rogação; novação
etc, que serão estudadas quando da análise do
pagamento das obrigações.
3 - A obrigação de dar coisa certa abrange os
acessórios, mesmo que não mencionados, salvo
se do contrário resultar do título ou das
circunstâncias do caso.
art. 233, CC - A obrigação de dar coisa certa abrange os
acessórios dela embora não mencionados, salvo se o
contrário resultar do título ou das circunstâncias do
caso.
A mesma regra, não se aplica às pertenças 
art. 94, CC - Os negócios jurídicos que dizem respeito 
ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o 
contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, 
ou das circunstâncias do caso.
RELEMBRANDO
Pertença / Fruto / Produto
Produto -> São as utilidades que se retiram da coisa,
diminuindo-lhe a quantidade, porque não se
reproduzem periodicamente. Ex. pedras que se
extraem das pedreiras.
Os produtos distinguem-se dos frutos, porque a
colheita não diminui o valor e nem a substância da
fonte, enquanto os produtos sim.
RELEMBRANDO
Frutos-> são as utilidades que uma coisa 
periodicamente produz. Nascem e renascem da coisa, 
sem acarretar-lhe a destruição no todo ou em parte. 
Ex. plantação de café.
As pertenças -> são bens móveis que, não constituindo 
partes integrantes (como o são os frutos, produtos e 
benfeitorias), estão afetados por forma duradoura ao 
serviço, uso ou ornamentação de outro. São exemplos 
de pertenças, um trator destinado a uma melhor 
exploração da propriedade agrícola; os objetos de 
RELEMBRANDO
As pertenças -> são bens móveis que, não constituindo
partes integrantes (como o são os frutos, produtos e
benfeitorias), estão afetados por forma duradoura ao
serviço, uso ou ornamentação de outro. Ex. um trator
destinado a uma melhor exploração da propriedade
agrícola; os objetos de decoração de uma residência; as
máquinas utilizadas numa fábrica, etc.
Assim, as pertenças conservam a sua identidade e não
se incorporam à coisa a que se juntam.
b. Distinção Entregar x Restituir
1. Obrigações de Entregar (obrigações de dar 
propriamente ditas arts. 233 a 237, CC)
São obrigações em que a coisa pertence ao 
devedor que, por meio da tradição, transferirá a 
propriedade ao credor (adquirente). 
Sobre o inadimplemento das obrigações de 
entregar o legislador adotou a teoria do 
risco da qual destacam-se as seguintes 
regras:
Resolução -> meio de dissolução do contrato em 
caso de inadimplemento culposo ou fortuito. 
Quando há descumprimento do contrato, ele 
deve ser tecnicamente resolvido.
2- Se a coisa perecer com culpa o devedor 
responderá pelo equivalente mais perdas e 
danos (art. 234, in fine, CC). 
Art. 234. (...); se a perda resultar de culpa do devedor, 
responderá este pelo equivalente e mais perdas e 
danos.
3- Se a coisa se deteriorar (perda parcial) sem 
culpa do devedor poderá o credor resolver a 
obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu 
preço o valor que se perdeu (art. 235, CC). 
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor 
culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou 
aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que 
perdeu.
4- Se a coisa se deteriorar com culpa do devedor 
poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar 
a coisa no estado em que se acha (obrigação 
alternativa), mas em ambas as situações poderá 
pleitear indenização por perdas e danos.
Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor 
exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em 
que se acha, com direito a reclamar, em um ou em 
outro caso, indenização das perdas e danos.
Deve-se lembrar que todas essas regras são 
dispositivas, podendo os contratantes dispor em 
contrário. No entanto, é válido destacar, que 
essas disposições em contrário não poderão 
contrariar normas de ordem pública como, por 
exemplo, prever renúncia prévia a direitos 
decorrentes da relação jurídica.
QUADRO
ENTREG
AR
PERECIMENTO DETERIORAÇÃO (Perda
parcial)
SEM
CULPA DO
DEVEDOR
Sem tradição,
resolve-se o contrato,
com restituição de
eventual valor
recebido
Resolve a obrigação ou
aceita a coisa, abatido do
preço o valor que se
perdeu
COM
CULPA
DO
DEVEDOR
Responderá pelo
equivalente + perdas
e danos
Credor exige o
equivalente ou aceita a
coisa no estado + perdas
e danos
Além disso, é bom lembrar, que em regra caso fortuito 
e força maior, salvo expressa disposição em contrário, 
não geram o direito à indenização pelo perecimento ou 
deterioração da coisa. 
No entanto, havendo mora do devedor, esta regra não 
será aplicável, respondendo ele por eventuais perdas e 
danos ainda que decorrentes de eventos 
extraordinários (arts. 393 e 399, CC).
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízosresultantes de 
caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver 
por eles responsabilizado.
Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da 
prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito 
ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se 
provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando 
a obrigação fosse oportunamente desempenhada
MELHORAMENTOS X ACRÉSCIMOS X FRUTOS
* Melhoramentos -> tudo que opera mudança 
para melhor, em valor, utilidade, comodidade... 
* Acrescidos -> tudo que se ajunta, que se 
acrescenta à coisa, aumentando-a. 
* Frutos -> são utilidades que a coisa 
periodicamente produz.
RELEMBRANDO
FRUTOS Quanto à origem:
Frutos Naturais -> produzidos pela natureza (renovação 
periódica e sem intervenção humana);
Frutos Industriais/Artificiais -> indispensável atividade humana 
para sua produção. Tanto pode ser atividade industrial (fábrica 
de geleias), como artesanal (pessoa colhe a fruta e mediante 
processo de cozimento, acrescimento de água e açúcar, produz a 
geleia)
Frutos Civis -> rendimentos, de forma continuada e frequente 
(aluguel, juros etc);
RELEMBRANDO
Frutos - Quanto ao estado:
Frutos pendentes -> são os frutos que estão presos ao principal 
por precisar dessa união; frutos que ainda não foram colhidos. 
Exemplo: Enquanto a fruta não estiver madura é um fruto 
pendente. Observar que, o fruto principal pode ser um 
abacateiro, e o abacate está preso nele.
Frutos colhidos ou percebidos -> são os frutos que foram 
separados do principal, os que já foram repassados à esfera de 
poder do possuidor, não estando mais junto à coisa, mas em 
local separado, para que sejam armazenados e separados para 
seus devidos fins; 
RELEMBRANDO
Frutos percipiendos -> são os frutos que se encontram 
unidos ao principal, toda via, não precisando desta 
vinculação, ou seja, são aqueles que já deveriam ter 
sido colhidos, mas não foram, estando dessa forma, 
ainda, unidos à coisa. Exemplo: Abacate que já deveria 
ter sido colhido, porém, ainda se encontra junto ao 
abacateiro, fruto principal; está pronta para ser colhida.
RELEMBRANDO
Frutos consumidos -> são os frutos que não se encontram nos 
limites da propriedade, aqueles que além de colhidos já foram 
consumidos, sendo, portanto, os frutos que não mais existem. 
Neste caso, o que deve ser levado em consideração, é que o 
fruto já existiu e não existe mais.
Frutos estantes -> São os frutos que estão armazenados e 
prontos para a comercialização, ou seja, os acondicionados para 
venda/comercialização.
Observações:
a. Enquanto não ocorrer a tradição a coisa 
continuará pertencendo ao devedor com os seus 
melhoramentos e acrescidos.
b. Pelos melhoramentos e acrescidos o devedor 
poderá requerer aumento proporcional do 
preço. 
c. Caso o credor não queira complementar o preço, 
poderá o devedor resolver a obrigação por quebra da 
equivalência do negócio jurídico. 
d. Os frutos percebidos pertencem ao devedor até a 
tradição. 
e. Os frutos pendentes pertencem ao credor.
2. Obrigações de Restituir (arts. 238 a 242, CC) 
Finalizada as obrigações de entregar...
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do 
devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação 
se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo 
equivalente, mais perdas e danos.
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á 
o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, 
observar-se-á o disposto no art. 239.
São obrigações em que a coisa pertence ao
credor, sendo que a tradição apenas transmite
temporariamente a sua posse. Impõem ao
devedor o dever de devolver a coisa no prazo
ajustado ou alcançada a finalidade para a qual
foi destinada e, por isso, exigem do devedor o
dever de conservação e zelo pela coisa.
Sobre o inadimplemento das obrigações de restituir 
destacam-se as seguintes regras: 
1- Se a coisa perecer sem culpa do devedor, antes da 
tradição (devolução), resolve-se a obrigação ressalvados 
os direitos do credor até o dia da perda (art. 238, CC). 
Exceções: contrato estimatório- art. 535, CC; locação -
art. 575, CC; comodato - art. 583, 
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem 
culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a 
perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até 
o dia da perda.
2- Se a coisa perecer com culpa o devedor 
responderá pelo equivalente mais perdas e 
danos (art. 239, CC). 
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, 
responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos.
3- Se a coisa se deteriorar sem culpa do devedor 
o credor recebê-la-á no estado em que se 
encontra sem direito à indenização (art. 240, 
CC). 
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa 
do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem 
direito a indenização; se por culpa do devedor, 
observar-se-á o disposto no art. 239.
4- Se a coisa se deteriorar com culpa do devedor 
responderá pelo equivalente mais perdas e 
danos (art. 240 c/c 239, CC)
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá 
este pelo equivalente, mais perdas e danos.
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do 
devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a 
indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto 
no art. 239.
Quadro
Restituir PERECER DETERIORAR 
(PERDA PARCIAL)
Sem culpa do 
devedor
Sem tradição, resolve-
se a obrigação, 
ressalvados direitos 
do credor até o dia da 
perda
Credor recebe a 
coisa no estado que 
se encontra, sem 
indenização
Com culpa do 
devedor
Responderá pelo 
equivalente + perdas 
e danos
Responderá pelo 
equivalente + 
perdas e danos
Quanto aos melhoramentos, acrescidos e frutos 
deve-se analisar se foram feito com ou sem 
despesa ou trabalho do devedor. Destacam-se 
como regras (art. 242, CC): 
a. O devedor de boa-fé tem direito aos frutos 
percebidos, mas não terá direito aos frutos 
colhidos antecipadamente (ver regras dos arts. 
1.214 e 1.215, CC). 
b. O devedor de má-fé responde por todos os frutos 
colhidos e percebidos, bem como, pelos que, por culpa 
sua, deixou o credor de receber. 
c. Quanto aos melhoramentos e acrescidos em que 
houve dispêndio ou trabalho do devedor, estando ele 
de boa-fé, terá direito à indenização e à retenção 
quando úteis ou necessários (vide arts. 1.219 e 1.220, 
CC). 
d. Quanto aos melhoramentos e acrescidos, em que 
não houve dispêndio ou trabalho do devedor estando o 
devedor de má-fé, só terá direito à indenização dos 
necessários (art. 1.222, CC). 
e. Quanto aos melhoramentos e acrescidos em que não 
houve dispêndio ou trabalho do devedor lucra o credor 
sem dever de indenizar (art. 241, CC princípio da 
simetria). 
Independente da espécie de obrigação de dar coisa 
certa, admite-se execução específica. 
Nos processos que tenham por objetivo o 
cumprimento da obrigação de dar, há uma bem 
sucedida combinação de medidas coercitivas (multa) e 
de sub-rogação. 
O demandado poderá sofrer coação indireta, de 
natureza mandamental, pela via psicológica (astreintes) 
ou coerção direta por meios executivos que 
independem de sua colaboração. 
Astreinte tem por finalidade o constrangimento do 
devedor para fazer cumprir o estipulado na decisão 
judicial ou no título, sendo que quanto mais tempo ele 
demorar para pagar a dívida, maior será seu débito. 
Prevê o artigo 814, do Código de Processo Civil, que "na 
execução de obrigação de fazer ou não fazer fundadaem título extrajudicial, ao despachar a inicial, o juiz 
fixará multa por período de atraso no cumprimento da 
obrigação e a data a partir da qual será devida".
2. Obrigações pecuniárias 
As obrigações pecuniárias são obrigações de dar 
coisa certa, porque envolvem obrigação de 
entregar dinheiro. 
Diferenciam-se das dívidas (objeto da prestação 
é o próprio dinheiro) de valor (dinheiro apenas 
representa o valor da obrigação). 
Define Inácio de Carvalho Neto (2009, p. 175) dívida de 
dinheiro é aquela cujo objeto da prestação é a própria 
moeda. Aplicam-se às obrigações pecuniárias as 
seguintes regras:
a. As dívidas em dinheiro devem ser pagas no 
vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal 
(princípio do nominalismo) (art. 315, CC).
Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no 
vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o 
disposto nos artigos subsequentes.
b. Moeda de curso forçado e de curso legal no 
Brasil é apenas o real (Lei n. 9.069/95) e, 
portanto, é a única admitida pela lei como meio 
de pagamento no país (salvo normas específicas 
como contratos de importação e exportação; 
compra e venda de câmbio;...).
c. O valor pode ser corrigido monetariamente, 
conforme estipulação das partes. 
d. Pode ser adotada cláusula de escala móvel, 
cláusula escalar (ou de escalonamento), cláusula 
número-índice ou critério de atualização 
monetária para combater os efeitos da 
desvalorização monetária (art. 316, CC). É 
exceção, portanto, ao princípio do nominalismo. 
e. Admite-se a correção judicial da prestação por meio da 
aplicação da cláusula rebus sic stantibus (art. 317 c/c 478, 
CC) representa a Teoria da Imprevisão e constitui uma 
exceção à regra do Princípio da Força Obrigatória. Trata da 
possibilidade de que um pacto seja alterado, a despeito da 
obrigatoriedade, sempre que as circunstâncias que 
envolveram a sua formação não forem as mesmas no 
momento da execução da obrigação contratual, de modo a 
prejudicar uma parte em benefício da outra. Há 
necessidade de um ajuste no contrato.
Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier 
desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o 
do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a 
pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o 
valor real da prestação.
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, 
se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente 
onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de 
acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o 
devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença 
que a decretar retroagirão à data da citação.
f. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou 
em moeda estrangeira, bem como para compensar a 
diferença entre o valor desta e da moeda nacional, 
exceto nos casos expressamente autorizados por lei 
especial (art. 318, CC). 
Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em 
moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre 
o valor desta e o da moeda nacional, excetuados os casos 
previstos na legislação especial.
g. Se o pagamento se houver por medida ou 
peso entender-se-á, no silêncio das partes, que 
aceitaram os do lugar da execução (art. 326, CC).
Art. 326. Se o pagamento se houver de fazer por 
medida, ou peso, entender-se-á, no silêncio das partes, 
que aceitaram os do lugar da execução.
QUESTÕES
Ana Maria, produtora rural do oeste de São Paulo, 
firmou com Pedro Augusto a obrigação de entregar dez 
sacas de café Catauí, tipo exportação que estavam 
armazenadas em seu galpão ao final do mês de abril. 
Para tanto, Pedro adiantou a quantia de R$7.000,00 
(sete mil reais). Ocorre que antes do termo fixado, uma 
chuva torrencial destruiu o galpão com as sacas 
destinadas ao credor. Sem saber o que fazer, Pedro que 
é novo no ramo do comércio de café, procura você, seu 
(sua) sobrinho(a), estudante de Direito da Estácio de Sá 
e pergunta: 
Sem saber o que fazer, Pedro que é novo no ramo do 
comércio de café, procura você, seu (sua) sobrinho(a), 
estudante de Direito da Estácio de Sá e pergunta: 
a) Que tipo de negócio jurídico fizera com Ana Maria? 
b) Nesse caso, existe alguma maneira de ele reaver o prejuízo 
sofrido? Qual a base jurídica disso? 
Na obrigação de dar coisa certa, 
a) se, antes da tradição, a coisa se perder sem culpa do devedor, este 
responderá pelo equivalente mais perdas e danos. 
b) até a ocorrência da tradição, a coisa pertence ao devedor, com seus 
melhoramentos, pelos quais poderá exigir aumento no preço. 
c) os acessórios não estão abrangidos por ela, salvo se o contrário resultar do 
título ou das circunstâncias do caso. 
d) se esta se deteriorar, ao credor não é dado recebê- la no estado em que se 
encontra, com abatimento do preço. 
e) se, depois da tradição, a coisa se perder sem culpa do devedor, este 
responderá pelo equivalente mais perdas e danos.

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