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Resumo de penal Institucional

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Capítulo II
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL
Estupro de vulnerável
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1.º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
§ 2.º (Vetado.)
§ 3.º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
§ 4.º Se da conduta resulta morte:
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
Análise do núcleo do tipo: ter (alcançar, conseguir obter algo) é o verbo nuclear, cujo objeto pode ser a conjunção carnal (cópula entre pênis e vagina) ou outro ato libidinoso (ato passível de gerar prazer sexual, satisfazendo a lascívia). A pessoa com a qual o agente pretende ter a relação sexual é o vulnerável. No caput, menciona-se o menor de 14 anos. Entretanto, no § 1.º estão enumerados os outros (enfermos e doentes mentais e privados de resistência).
Vulnerabilidade: São consideradas pessoas vulneráveis (despidas de proteção, passível de sofrer lesão), no campo sexual, os menores de 14 anos (vulnerabilidade ABSOLUTA), os enfermos e deficientes mentais, quando não tiverem o necessário discernimento para a prática do ato, bem como aqueles que, por qualquer causa, não possam oferecer resistência à prática sexual.
Erro de tipo: Muitas pessoas, embora menores de 14 anos, podem aparentar a terceiros já ter atingido a referida idade. Há as que possuem um corpo físico avantajado ou se maquiam em excesso; outras, pelas suas atitudes (ex.: prostituição de longa data), parecem ter mais idade do que realmente têm; enfim, a confusão com o elemento do tipo menor de 14 anos pode eliminar o dolo (não se pune a título de culpa).
Sujeito ativo e passivo: o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. 
Sujeito passivo: deve ser pessoa vulnerável.
Elemento subjetivo do tipo: é o dolo. Não existe a figura culposa. Exige-se o elemento subjetivo específico, consistente em buscar a satisfação da lascívia.
Objeto material: o objeto material é a pessoa vulnerável. 
Bem jurídico protegido: desenvolvimento sexual, e em sentido amplo, dignidade sexual.
Pena e ação penal: pública e incondicionada.
Classificação: 
Crime comum (aquele que não demanda sujeito ativo qualificado ou especial); 
Crime material (delito que exige resultado naturalístico, consistente no efetivo tolhimento da liberdade sexual da vítima). 
Delito de forma livre (pode ser cometido através de qualquer ato libidinoso); 
Comissivo (“constranger” implica ação) e, excepcionalmente, comissivo por omissão (omissivo impróprio, ou seja, é a aplicação do art. 13, § 2.º, CP, garantidor); 
Instantâneo (cujo resultado se dá de maneira instantânea, não se prolongando no tempo); 
Crime de dano (consuma-se apenas com efetiva lesão a um bem jurídico tutelado); 
Unissubjetivo (que pode ser praticado por um só agente); 
Plurissubsistente (como regra, vários atos integram a conduta); 
Admite tentativa, embora de difícil comprovação.
Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Parágrafo único. (Vetado.)
Análise do núcleo do tipo: induzir significa dar a ideia ou sugerir algo a alguém. O objeto da indução é o menor de 14 anos, tendo por finalidade a satisfação da lascívia de outra pessoa. Na realidade, seria uma mediação de vulnerável para satisfazer a lascívia de outrem.
Sujeito ativo: o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa; 
Sujeito passivo: necessita ser pessoa menor de 14 anos.
Elemento subjetivo do tipo: é o dolo. Não há a forma culposa. Exige-se o elemento subjetivo do tipo específico, consistente na vontade de levar o menor à satisfação da lascívia alheia.
Objeto material: o objeto material é o menor de 14 anos. 
Bem jurídico protegido: desenvolvimento sexual e em sentido amplo, dignidade sexual.
Classificação: 
Crime comum (aquele que não demanda sujeito ativo qualificado ou especial); 
Crime material (delito que exige resultado naturalístico, consistente no efetivo contato sexual do menor com terceiro);
Delito de forma livre (pode ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); 
Comissivo (“induzir” implica ação) e, excepcionalmente, comissivo por omissão (omissivo impróprio, ou seja, é a aplicação do art. 13, § 2.º, do Código Penal); 
Instantâneo (cujo resultado se dá de maneira determinada, não se prolongando no tempo);
Unissubjetivo (pode ser praticado por um só agente); 
Plurissubsistente (como regra, vários atos integram a conduta); admite tentativa, embora de rara configuração.
Admite tentativa, embora de rara configuração.
Transeunte em geral.
CUIDADO:
Aqui a vítima deve ter menos de 14 anos. Se tiver mais de 14 anos e menos de 18, teremos o crime do art. 227, § 1.º (mediação para satisfazer a lascívia de outrem, qualificada) Se a vítima possui mais de 18 anos, teremos o crime do art. 227 (mediação para satisfazer a lascívia de outrem, forma simples).
Se a vítima tem menos de 14 anos: Crime do art. 218 CP.
Se a vítima tem mais de 14 e menos de 18 anos: Pratica o crime do art. 227, § 1.º, CP (mediação para satisfazer a lascívia de outrem, qualificada).
Se a vítima tem 18 anos ou mais: Pratica o crime do art. 227, CP (mediação para satisfazer a lascívia de outrem, forma simples).
Se a vítima possui exatos 14 anos: Pratica o crime do art. 227, CP (mediação para satisfazer a lascívia de outrem, forma simples).
O outrem, TERCEIRO (citado pelos tipos penais), poderá praticar os seguintes crimes: 
Se a vítima tem menos de 14 anos: Poderá praticar o ESTUPRO DE VULNERÁVEL (art. 217-A, CP).
Se a vítima tem entre 14 e 18 anos: Não pratica crime
Se a vítima tem mais de 18 anos: Não pratica crime
Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente
Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Análise do núcleo do tipo: praticar significa realizar, executar ou levar a efeito; induzir quer dizer dar a ideia ou sugerir; presenciar significa assistir ou ver algo. Essas são as condutas, que têm por objeto o menor de 14 anos. Na realidade, pode-se dividir o tipo penal em duas partes: 
Praticar à vista de menor de 14 anos conjunção carnal (cópula entre pênis e vagina) ou outro ato libidinoso (ato apto a satisfazer o prazer sexual); 
Induzir menor de 14 anos a presenciar conjunção carnal ou outro ato libidinoso. 
A finalidade de ambas é a satisfação da lascívia própria ou de outrem. Nota-se, portanto, a criação de um tipo incriminador voltado a punir quem aprecia realizar atos sexuais diante de menor de 14 anos.
Registre-se que, no caso presente, o agente não tem qualquer contato físico com o menor de 14 anos, sob pena de se caracterizar o estupro de vulnerável (ou tentativa).
Sujeitos ativo e passivo: o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O sujeito passivo é o menor de 14 anos.
Elemento subjetivo do tipo: é o dolo. Não há a forma culposa. Exige-se o elemento subjetivo específico, consistente na vontade de satisfazer prazer sexual próprio ou alheio.
Objeto material: objeto material é o menor de 14 anos. 
Objeto jurídico: liberdade sexual, em especial no prisma moral.
Classificação: 
Crime comum (aquele que não demanda sujeito ativo qualificado ou especial); 
Crime formal (delito que não exige resultado naturalístico, consistente no efetivo comprometimento moral do menor ou na satisfação da lascívia); 
Delito de forma livre (pode ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); 
Comissivo (“praticar” e “induzir” implicam ações) e, excepcionalmente, comissivo por omissão (omissivo impróprio, ou seja, é a aplicaçãodo art. 13, § 2.º, do Código Penal);
Instantâneo (cujo resultado se dá de maneira determinada, não se prolongando no tempo);
Unissubjetivo (pode ser praticado por um só agente); 
Plurissubsistente (como regra, vários atos integram a conduta); 
admite tentativa, embora de rara configuração.
Presença do menor: não é exigível a presença física no mesmo espaço onde se realize a conjunção carnal ou outro ato libidinoso. Basta que a relação sexual seja realizada à vista do menor. Este, no entanto, pode estar distante, visualizando tudo por meio de equipamentos eletrônicos (câmara e vídeo). O contrário também é viável. O menor está ao lado do agente, que lhe exibe filmes pornográficos, contendo cenas de conjunção carnal ou outro ato libidinoso. De toda forma, o menor está presenciando libidinagem alheia.
Interpretação extensiva: onde se lê induzir, leia-se, ainda, instigar (incentivar, fomentar) ou auxiliar (proporcionar, dar a oportunidade), afinal, são formas similares de participação.
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone:
Pena — reclusão, de 04 quatro a 10 dez anos.
Em seu art. 218-B, o Código Penal veicula uma modalidade específica do crime de favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual, tipificado no art. 228. A diferença repousa na qualidade das vítimas: neste crime, são as pessoas com idade igual ou superior a 18 anos e mentalmente saudáveis; naquele delito, são os menores de 18 anos e as pessoas que, por enfermidade ou deficiência mental, não têm o necessário discernimento para a prática do ato sexual, embora maiores de idade.
O bem jurídico penalmente tutelado: é a dignidade sexual do menor de 18 anos ou portador de doença ou enfermidade mental, bem como o direito ao desenvolvimento sexual saudável.
Objeto material: É a pessoa menor de 18 anos ou portadora de doença ou enfermidade mental.
IMPORTANTE: No crime do art. 218-B do Código Penal, é importante destacar, não se exige a efetiva prática de conjunção carnal ou outro ato libidinoso com a vítima. O crime se esgota com o favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável.
Sujeito ativo O favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável é crime comum ou geral, podendo ser cometido por qualquer pessoa.
Sujeito passivo: É a pessoa menor de 18 anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para o ato.
Elemento subjetivo: É o dolo, independentemente de qualquer finalidade específica. Não se admite a modalidade culposa.
Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também a pena de multa.
Consumação: Nos núcleos “submeter”, “induzir”, “atrair” e “facilitar”, a consumação se dá no momento em que a pessoa menor de 18 anos ou portadora de doença ou enfermidade mental passa a se dedicar com habitualidade ao exercício da prostituição ou outra forma de exploração sexual, ainda que não venha a atender nenhuma pessoa interessada em seus serviços.
Tentativa: É possível, em face do caráter plurissubsistente do delito.
O crime é instantâneo, pois sua consumação ocorre em um momento determinado, sem continuidade no tempo.
Por seu turno, nas modalidades “impedir” e “dificultar” o delito atinge a consumação no instante em que a vítima decide abandonar a prostituição. Nesses casos, o crime é permanente, pois sua consumação se protrai no tempo.
Em todas as hipóteses, o crime é material ou causal, pois a consumação requer o efetivo exercício da
Prostituição.
Ação penal: A ação penal é pública incondicionada.
Art. 227. Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:
Pena — reclusão, de um a três anos.
§ 1º Se a vítima é maior de 14 e menor de 18 anos, ou se o agente é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou guarda:
Pena — reclusão, de dois a cinco anos.
§ 2º Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
Pena — reclusão, de dois a oito anos, além da pena correspondente à violência.
§ 3º Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
Sujeito ativo: Qualquer pessoa. Trata-se de crime comum.
Sujeito passivo: Qualquer pessoa, homem ou mulher.
Consumação: No momento em que a vítima realiza algum ato capaz de satisfazer a lascívia do terceiro.
Tentativa: É possível.
Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone:
Pena — reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
§ 1º — Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância:
Pena — reclusão, de três a oito anos.
§ 2º Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
Pena — reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à violência.
§ 3º — Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
O bem jurídico penalmente tutelado é a moralidade pública, em sua feição sexual.
Objeto material: É a pessoa (homem ou mulher) levada ou mantida à prostituição ou outra forma de exploração sexual.
Sujeito ativo: O favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual é crime comum ou geral, podendo ser praticado por qualquer pessoa.
Sujeito passivo: Pode ser qualquer pessoa, independentemente do sexo ou raça, desde que com idade igual ou superior a 18 anos e dotada de discernimento para a prática do ato. A pessoa já prostituída não pode ser considerada vítima do delito.
Código Penal contempla os núcleos “impedir” e “dificultar”, ou seja, a pessoa já se encontra no exercício da prostituição, mas o agente obsta ou coloca obstáculos para seu abandono.
Elemento subjetivo: É o dolo, independentemente de qualquer finalidade específica.

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