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A América Latina passou por um processo de colonização europeia

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A América Latina passou por um processo de colonização europeia, principalmente por parte dos países ibéricos. A região foi ocupada, do México à Argentina, durante os séculos XVI e XVII.
Com um processo de colonização europeia, a América Latina sofreu uma forte influência cultural dos países da Europa.
Podemos dividir a colonização da América Latina em dois reinos ibéricos: Espanha e Portugal. Nesse contexto, as áreas de colonização litorânea ocidental-pacífica pertenciam à Espanha; e a região oriental-atlântica ficou com Portugal.
Os espanhóis colonizaram a região do Prata, no Caribe e nos Andes. Já os portugueses ficaram com o Brasil.
A colonização da América Latina foi, essencialmente, de exploração. Os colonizadores tinham o objetivo de retirar e explorar as riquezas das terras descobertas.
Entre as influências da colonização na América Latina, podemos citar a religião. As missões de padres católicos converteram os nativos e pregaram os valores e princípios cristãos.
Todos os países latino-americanos passaram por um processo semelhante de conquista e colonização. Outro fator em comum foi a independência dos países. Vários países da América Latina se tornaram independentes no século XIX.
A colonização europeia na América Latina explorou vários recursos dos países colonizados, como metais preciosos e madeira. No caso da colonização brasileira, os produtos explorados eram enviados pelos portugueses para a Europa e o Oriente.
O regime de governo também foi semelhante na maioria dos países colonizados. A monarquia imperialista e escravista predominava na América Latina.
Nesse artigo você saberá tudo sobre a colonização da América Latina.
Em 1512, quando Bartolomeu de Las Casas pisou pela primeira vez o solo americano, na ilha de Cuba, a presença espanhola limitava-se praticamente às principais Antilhas; em 1547, quando regressou à Espanha, a ocupação estendera-se ao México, à América Central e boa parte da América do Sul. Algumas décadas de expansão ininterrupta, conduzida por aventureiros de todas as origens ávidos de riqueza, valeram à Espanha o maior império do mundo.
A expansão iniciou-se em 1519, com a conquista do fabuloso México dos astecas por Hernán Cortês, à frente de apenas quinhentos homens, dez canhões e dezesseis cavalos. Seguiu-se, em 1531, a conquista do Império Inca, no altiplano andino, pelos cem homens de Francisco Pizarro. Do México central e do Peru os espanhóis impulsionaram seu domínio da Califórnia ao norte do Chile, enquanto, na costa Atlântica, fundavam Buenos Aires.
Em 1535, o México, a América Central e algumas das Antilhas passaram a compor o Vice-Reino da Nova Espanha; em 1542, Lima tornou-se o núcleo do Vice-Reino do Peru.
 
AS DUAS AMÉRICAS
Os tesouros da América espanhola estavam longe de se limitar à prata de Potosí. Dos portos do Pacífico e do Atlântico zarpavam barcos carregados com ouro, pedras preciosas, especiarias e, mais tarde, madeiras e cobre.
Desnecessário dizer que essa riqueza em nada melhorou as condições de vida dos índios, principais responsáveis por seu acúmulo; excetuando-se uma pequena parcela reservada às elites locais, integradas por espanhóis e seus descendentes, todo o restante seguia para a Espanha, fazendo inveja aos outros remos europeus – especialmente a Portugal.
E que, apesar dos esforços dos portugueses, na colonização da América Latina – o Brasil – parecia decidida a esconder suas reservas minerais. Organizadas pelo Governo, as entradas lançavam-se para o interior, regressando de mãos vazias, ou desaparecendo. A riqueza viria com o açúcar, a partir das últimas décadas do século XVI; mas faltava uma Potosí que incendiasse a imaginação dos portugueses, importantes na colonização da América Latina.
 
A partilha do mundo
E interessante notar que o Brasil – ou melhor, boa parte de seu trecho litorâneo – tomara-se português seis anos antes de ser descoberto pela frota de Pedro Alvares Cabral. A partilha de terras desconhecidas entre Portugal e Espanha fora estabelecida em 1494, na cidade espanhola de Tordesilhas.
Uma de suas preocupações era evitar que os remos ibéricos se digladiassem. O confronto entre os dois países pela posse de novos territórios iniciara-se em 1475, ligado ao controle das ilhas Canárias. As pretensões portuguesas baseavam-se nas bulas pontifícias de 1454 e 1456, que reservavam a Portugal a evangelização da África. Pelo Tratado de Alcáçovas de 1479, as Canárias permaneceram espanholas, mas foi reafirmada a posse portuguesa das ilhas do Atlântico que viessem a ser descobertas.
Em 1493, depois que Colombo atingiu o que pensava serem as índias, a Espanha obteve do papa (o espanhol Alexandre VI) a posse das terras a oeste do meridiano, que passava a 100 léguas da mais ocidental das ilhas de Cabo Verde. Portugal protestou, em nome de seus direitos na África e do êxito iminente de seu projeto de atingir as índias, e conseguiu “empurrar” a fronteira para 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde. Foi o que estabeleceu o Tratado de Tordesilhas, firmado em junho de 1494.
Em 1580, Filipe II da Espanha tornou-se também rei de Portugal, anulando na prática a linha de Tordesilhas. Os luso-brasileiros aproveitaram-se para avançar até os contrafortes dos Andes. Em 1640, ao se romper a União Ibérica, a América portuguesa assumira proporções continentais, transmitidas em 1822 ao Brasil independente.
Extermínio na colonização da América Latina
Dez anos após a conquista espanhola, população indígena do México havia diminuído drasticamente, de 11 milhões para 1 milhão de habitantes. No Brasil, o processo foi mais lento, mas igualmente exterminador. Calcula-se que em 1500 vivessem no Brasil entre / milhão e 5 milhões de índios; atualmente, esse número restringe-se a 200.000.
Esse vertiginoso declínio populacional não decorreu unicamente dos massacres.
A altíssima mortalidade entre os indígenas resultou também de outras causas: as pesadas condições de trabalho forçado, a inferioridade cultural (na verdade, de armamento) em relação ao homem branco, e, sobretudo, o efeito de- vastador das doenças transmitidas pelos europeus.
E não se tratava apenas de doenças graves, como a tuberculose; o sarampo e a gripe também dizimaram os índios, sem defesas para enfrentá-las.
A exploração colonial na colonização da América Latina
Ao longo do século XVII, a exploração das terras da América espanhola prosseguiu com os métodos já de todos conhecidos. No século seguinte, em 1717, criou-se um terceiro vice-reino, de Nova Granada (Colômbia); em 1776 surgiu o do Rio da Prata, reunindo terras da Argentina, Uruguai e Paraguai.
Por essa época, a organização colonial já estava aperfeiçoada. Da Espanha, o Conselho das índias cuidava das questões referentes às colônias americanas, e a Casa de Contratações regulava as exportações e importações dó Novo Mundo.
Na América, após os vice-reis, vinham os governadores das províncias, seguidos pelos corregedores (administradores de áreas menores) e os governadores dos cabildos (equivalentes aos prefeitos dos municípios brasileiros). Essas autoridades dispunham das ‘forças armadas das índias-, compostas por soldados indígenas sob o comando de oficiais espanhóis ou hispano-americanos. 
Nesse artigo você saberá tudo sobre Colonização Espanhola na América. Eram incontáveis as histórias que corriam a Espanha sobre as fabulosas riquezas das Américas. Uma das mais conhecidas fazia alusão ao El Dorado, país imaginário da América do Sul, onde abundavam ouro e metais preciosos, avidamente procurados pelos aventureiros espanhóis dos séculos XVI e XVII.
Essa terra, que se acreditava estar situada entre os rios Orenoco e Amazonas, próxima ao lago Parima, motivou numerosas expedições.
Embora nem sempre tenham encontrado as riquezas que buscavam, tais expedições aceleraram notavelmente a conquista do continente sul-americano. Alguns exploradores, contudo, foram bem-sucedidos, conquistando tesouros que nada ficavam a dever ao mítico El Dorado.
México e Peru: Hernán Cortês e Francisco PizarroFoi o caso de Hernán Cortês e Francisco Pizarro, cujas campanhas – no México e no Peru, respectivamente – foram facilitadas pelas divisões entre os indígenas e pela superioridade militar espanhola. Embora pouco numerosos, os conquistadores contavam com cavalos, armas de fogo e armaduras metálicas, recursos desconhecidos na América, e que os transformavam, aos olhos dos nativos, em seres quase divinos.
Desembarcando no México em abril de 1519, Cortês foi recebido como libertador pelas tribos dominadas pelos astecas. Uma dessas tribos era a dos toltecas, que acreditavam na vinda de um deus louro, de pele clara, chamado Quetzalcoatl.
Segundo a lenda, esse deus chegaria por mar, montado num animal estranho. Confundido com Quetzalcoatl, Cortés aliou-se aos toltecas, enquanto os astecas procuravam ganhar-lhe a simpatia, oferecendo-lhe presentes em ouro e jóias. Essa atitude, porém, só fez aguçar a cobiça dos espanhóis, que arrasaram a capital asteca – Tenochtitlán – e completaram a conquista do território mexicano em agosto de 1521.
Colonização Espanhola na América: Nasce a América Latina
Em menos de meio século, a partir das bases estabelecidas no México e no Peru, os espanhóis passaram a dominar a maior parte do território hoje conhecido como América Latina. A consolidação da conquista foi uma empresa fácil: bastou eliminar a aristocracia indígena e ocupar seu lugar. As populações locais, acostumadas a obedecer, submeteram-se facilmente aos novos senhores.
Esse processo contou com a colaboração da Igreja católica, cujos missionários promoviam a catequese e a conversão dos indígenas ao cristianismo. Enquanto no Brasil os portugueses faziam da Bahia a sede do governo colonial, a América espanhola contava com dois grandes centros econômicos e políticos: a cidade do México, no Vice-Reino da Nova Espanha, e a de Lima, no Vice-Reino do Peru. A Nova Espanha compreendia as colônias situadas no arquipélago das Antilhas, o território do Novo México, a Flórida, bem como uma parte da atual Venezuela.
O Vice-Reino do Peru era formado por possessões que se estendiam por áreas hoje pertencentes ao Peru, Bolívia, Equador e Chile. Desde o início da colonização, o principal objetivo da Coroa espanhola em explorar ao máximo, com o mínimo de despesas, os recursos naturais do Novo Mundo, sobretudo os metais preciosos.
UMA NOVA SOCIEDADE
A partir do México, os espanhóis exploraram as regiões situadas ao norte, mas, com exceção da Flórida (no oceano Atlântico) e da Califórnia (no Pacífico), não revelaram interesse em ocupar as terras para além do rio Grande, que hoje separa o território mexicano do dos EUA. Pobres e inabitadas, essas terras não lhes ofereciam os mesmos atrativos que as cidades incas e astecas, reluzentes de ouro e prata. Nesse ínterim, porém, outras grandes potências europeias haviam iniciado a sua própria expansão colonial, cabendo aos ingleses, franceses e holandeses colonizar a América do Norte.
 
Nesse artigo você saberá tudo sobre Colonização Espanhola na América. Eram incontáveis as histórias que corriam a Espanha sobre as fabulosas riquezas das Américas. Uma das mais conhecidas fazia alusão ao El Dorado, país imaginário da América do Sul, onde abundavam ouro e metais preciosos, avidamente procurados pelos aventureiros espanhóis dos séculos XVI e XVII.
Essa terra, que se acreditava estar situada entre os rios Orenoco e Amazonas, próxima ao lago Parima, motivou numerosas expedições.
Embora nem sempre tenham encontrado as riquezas que buscavam, tais expedições aceleraram notavelmente a conquista do continente sul-americano. Alguns exploradores, contudo, foram bem-sucedidos, conquistando tesouros que nada ficavam a dever ao mítico El Dorado.
México e Peru: Hernán Cortês e Francisco Pizarro
Foi o caso de Hernán Cortês e Francisco Pizarro, cujas campanhas – no México e no Peru, respectivamente – foram facilitadas pelas divisões entre os indígenas e pela superioridade militar espanhola. Embora pouco numerosos, os conquistadores contavam com cavalos, armas de fogo e armaduras metálicas, recursos desconhecidos na América, e que os transformavam, aos olhos dos nativos, em seres quase divinos.
Desembarcando no México em abril de 1519, Cortês foi recebido como libertador pelas tribos dominadas pelos astecas. Uma dessas tribos era a dos toltecas, que acreditavam na vinda de um deus louro, de pele clara, chamado Quetzalcoatl.
Segundo a lenda, esse deus chegaria por mar, montado num animal estranho. Confundido com Quetzalcoatl, Cortés aliou-se aos toltecas, enquanto os astecas procuravam ganhar-lhe a simpatia, oferecendo-lhe presentes em ouro e jóias. Essa atitude, porém, só fez aguçar a cobiça dos espanhóis, que arrasaram a capital asteca – Tenochtitlán – e completaram a conquista do território mexicano em agosto de 1521.
Colonização Espanhola na América: Nasce a América Latina
Em menos de meio século, a partir das bases estabelecidas no México e no Peru, os espanhóis passaram a dominar a maior parte do território hoje conhecido como América Latina. A consolidação da conquista foi uma empresa fácil: bastou eliminar a aristocracia indígena e ocupar seu lugar. As populações locais, acostumadas a obedecer, submeteram-se facilmente aos novos senhores.
Esse processo contou com a colaboração da Igreja católica, cujos missionários promoviam a catequese e a conversão dos indígenas ao cristianismo. Enquanto no Brasil os portugueses faziam da Bahia a sede do governo colonial, a América espanhola contava com dois grandes centros econômicos e políticos: a cidade do México, no Vice-Reino da Nova Espanha, e a de Lima, no Vice-Reino do Peru. A Nova Espanha compreendia as colônias situadas no arquipélago das Antilhas, o território do Novo México, a Flórida, bem como uma parte da atual Venezuela.
O Vice-Reino do Peru era formado por possessões que se estendiam por áreas hoje pertencentes ao Peru, Bolívia, Equador e Chile. Desde o início da colonização, o principal objetivo da Coroa espanhola em explorar ao máximo, com o mínimo de despesas, os recursos naturais do Novo Mundo, sobretudo os metais preciosos.
UMA NOVA SOCIEDADE
A partir do México, os espanhóis exploraram as regiões situadas ao norte, mas, com exceção da Flórida (no oceano Atlântico) e da Califórnia (no Pacífico), não revelaram interesse em ocupar as terras para além do rio Grande, que hoje separa o território mexicano do dos EUA. Pobres e inabitadas, essas terras não lhes ofereciam os mesmos atrativos que as cidades incas e astecas, reluzentes de ouro e prata. Nesse ínterim, porém, outras grandes potências europeias haviam iniciado a sua própria expansão colonial, cabendo aos ingleses, franceses e holandeses colonizar a América do Norte.
 
Nesse artigo você saberá tudo sobre Colonização Espanhola na América. Eram incontáveis as histórias que corriam a Espanha sobre as fabulosas riquezas das Américas. Uma das mais conhecidas fazia alusão ao El Dorado, país imaginário da América do Sul, onde abundavam ouro e metais preciosos, avidamente procurados pelos aventureiros espanhóis dos séculos XVI e XVII.
Essa terra, que se acreditava estar situada entre os rios Orenoco e Amazonas, próxima ao lago Parima, motivou numerosas expedições.
Embora nem sempre tenham encontrado as riquezas que buscavam, tais expedições aceleraram notavelmente a conquista do continente sul-americano. Alguns exploradores, contudo, foram bem-sucedidos, conquistando tesouros que nada ficavam a dever ao mítico El Dorado.
México e Peru: Hernán Cortês e Francisco Pizarro
Foi o caso de Hernán Cortês e Francisco Pizarro, cujas campanhas – no México e no Peru, respectivamente – foram facilitadas pelas divisões entre os indígenas e pela superioridade militar espanhola. Embora pouco numerosos, os conquistadores contavam com cavalos, armas de fogo e armaduras metálicas, recursos desconhecidos na América, e que os transformavam, aos olhos dos nativos, em seres quase divinos.
Desembarcando no México em abril de 1519, Cortês foi recebido como libertador pelas tribos dominadas pelosastecas. Uma dessas tribos era a dos toltecas, que acreditavam na vinda de um deus louro, de pele clara, chamado Quetzalcoatl.
Segundo a lenda, esse deus chegaria por mar, montado num animal estranho. Confundido com Quetzalcoatl, Cortés aliou-se aos toltecas, enquanto os astecas procuravam ganhar-lhe a simpatia, oferecendo-lhe presentes em ouro e jóias. Essa atitude, porém, só fez aguçar a cobiça dos espanhóis, que arrasaram a capital asteca – Tenochtitlán – e completaram a conquista do território mexicano em agosto de 1521.
Colonização Espanhola na América: Nasce a América Latina
Em menos de meio século, a partir das bases estabelecidas no México e no Peru, os espanhóis passaram a dominar a maior parte do território hoje conhecido como América Latina. A consolidação da conquista foi uma empresa fácil: bastou eliminar a aristocracia indígena e ocupar seu lugar. As populações locais, acostumadas a obedecer, submeteram-se facilmente aos novos senhores.
Esse processo contou com a colaboração da Igreja católica, cujos missionários promoviam a catequese e a conversão dos indígenas ao cristianismo. Enquanto no Brasil os portugueses faziam da Bahia a sede do governo colonial, a América espanhola contava com dois grandes centros econômicos e políticos: a cidade do México, no Vice-Reino da Nova Espanha, e a de Lima, no Vice-Reino do Peru. A Nova Espanha compreendia as colônias situadas no arquipélago das Antilhas, o território do Novo México, a Flórida, bem como uma parte da atual Venezuela.
O Vice-Reino do Peru era formado por possessões que se estendiam por áreas hoje pertencentes ao Peru, Bolívia, Equador e Chile. Desde o início da colonização, o principal objetivo da Coroa espanhola em explorar ao máximo, com o mínimo de despesas, os recursos naturais do Novo Mundo, sobretudo os metais preciosos.
UMA NOVA SOCIEDADE
A partir do México, os espanhóis exploraram as regiões situadas ao norte, mas, com exceção da Flórida (no oceano Atlântico) e da Califórnia (no Pacífico), não revelaram interesse em ocupar as terras para além do rio Grande, que hoje separa o território mexicano do dos EUA. Pobres e inabitadas, essas terras não lhes ofereciam os mesmos atrativos que as cidades incas e astecas, reluzentes de ouro e prata. Nesse ínterim, porém, outras grandes potências europeias haviam iniciado a sua própria expansão colonial, cabendo aos ingleses, franceses e holandeses colonizar a América do Norte
O Consenso de Washington foi a forma como ficou popularmente reconhecido um encontro ocorrido em 1989, na capital dos Estados Unidos. Nesse encontro, realizou-se uma série de recomendações visando ao desenvolvimento e à ampliação do neoliberalismo nos países da América Latina. Essa reunião foi convocada pelo Institute for International Economics, sob o nome de “Latin Americ Adjustment: Howe Much has Happened?”, e envolveu instituições e economistas de perfil neoliberal, além de alguns pensadores e administradores de países latino-americanos.
Em linhas gerais, não foi preconizada nenhuma medida “inédita” durante o Consenso de Washington, que recebeu esse nome do economista John Willianson em função de sua ampla aceitação pelos países da América Latina, exceto, até então, Brasil e Peru. As ideias desse encontro – tidas como um “receituário”, e não como uma imposição – já eram proclamadas pelos governos dos países desenvolvidos, principalmente EUA e Reino Unido, desde as décadas de 1970 e 1980, quando o Neoliberalismo começou a avançar pelo mundo. Além disso, instituições como o FMI e o Banco Mundial já colocavam a cartilha neoliberal como pré-requisito necessário para a concessão de novos empréstimos e cooperação econômica.
O objetivo dos pontos dessa reunião, segundo o próprio John Willianson, era o de “acelerar o desenvolvimento sem piorar a distribuição de renda”. Dessa forma, as recomendações apresentadas giraram em torno de três ideias principais: abertura econômica e comercial, aplicação da economia de mercado e controle fiscal macroeconômico.
Dentre as premissas básicas colocadas no Consenso de Washington, podemos destacar:
a) Disciplina fiscal, em que o Estado deveria cortar gastos e eliminar ou diminuir as suas dívidas, reduzindo custos e funcionários.
b) Reforma fiscal e tributária, em que o governo deveria reformular seus sistemas de arrecadação de impostos a fim de que as empresas pagassem menos tributos.
c) Privatização de empresas estatais, tanto em áreas comerciais quanto nas áreas de infraestrutura, para garantir o predomínio da iniciativa privada em todos os setores.
d) Abertura comercial e econômica dos países, diminuindo o protecionismo e proporcionando uma maior abertura das economias para o investimento estrangeiro.
e) Desregulamentação progressiva do controle econômico e das leis trabalhistas.
Apesar de o Brasil ter sido um dos poucos países que não aceitaram de imediato essas medidas, foi um dos que mais rapidamente as aplicou, em um processo que conheceu o seu ápice ao longo da década de 1990. A principal ação do governo brasileiro nesse sentido foi a implantação da política de privatizações, em que empresas estatais dos ramos de energia, telecomunicações, da mineração e outros foram transferidas para a iniciativa privada.
O Consenso de Washington tornou-se, dessa forma, uma verdadeira “receita de bolo” para a execução das premissas neoliberais em toda a região latino-americana, que acatou as suas ideias principalmente pela pressão e influência exercidas pelo governo dos Estados Unidos e por instituições como o FMI, o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BIRD).
Grupos e movimentos de esquerda e estatistas direcionam frequentes críticas ao consenso, sobretudo por considerarem que as suas ideias teriam sido direcionadas para atender aos interesses norte-americanos em toda América Latina, além de beneficiar as elites locais, favorecendo a concentração de renda nos países da região. Em oposição, esses grupos apontam que a solução para os países do sul seria adotar uma política inversa à preconizada em Washington, com uma maior intervenção do Estado na economia, além da ampliação e fortalecimento das leis trabalhistas.
O chamado “consenso das commodities” (Svampa, 2015), ou seja, a aposta numa economia baseada no agronegócio e na extração mineral, que tem como alicerce a exportação de bens primários, de baixo valor agregado, em larga escala, como via principal de acumulação, foi abraçada por governos, chefiados por partidos outrora socialistas, como era o caso do PT, apelidados pela literatura anglo-saxã de “Pink –tide governements”.
Além disso, assim como ocorreu no Brasil, este crescimento econômico, baseado no que alguns autores denominaram de “neoextrativismo”, veio acompanhado de um aumento significativo de conflitos socioambientais, tendo como principais vítimas camponeses, sem-terras, indígenas e populações tradicionais. Estes tiveram que lidar com o fato de que os presidentes que ajudaram a eleger passaram a apoiar grandes atores econômicos que ameaçam sua permanência e sobrevivência nestes territórios. Ou seja, parafraseando Barrington Moore Jr, as populações do campo latino-americanas “forneceram a dinamite que derrubou o edifício antigo”, mas acabaram sendo as primeiras vítimas do “consenso das commodities” adotados por seus governos progressistas (1966).

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