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Direitos Humanos 
Prof. Nestor Sampaio 
Matéria: Direito Internacional dos Direitos Humanos / Convenção para Preservação e 
Repressão do Genocídio (ONU, 48) 
 
21/03/2011 
 
Direito Internacional dos Direitos Humanos: 
I. Evolução Histórcia 
- Sistematização – ONU. 
- ONU – Carta de São Francisco (1945) – Sistema Global. 
- Associação Internacional Pluralista de 2ª Geração (Organismo Estato-Cêntrico – 
somente admite Estados legitimamente constituídos: território/soberania) 
A Segunda Guerra Mundial foi o fato histórico impulsionador decisivo do surgimento e 
da consolidação do Direito Internacional dos Direitos Humanos. 
A internacionalização dos direitos humanos constitui, assim, um movimento 
extremamente recente na história, que surgiu a partir do pós-guerra, como resposta às 
atrocidades e aos horrores cometidos durante o nazismo. 
A expressão Direito Internacional dos Direitos Humanos surgiu com a criação da ONU 
(composta por 194 países). Por sua vez, a ONU é uma associação internacional pluralista 
de 2ª Geração, pois seu surgimento está relacionado com a substituição da antiga Liga 
das Nações. Sendo que, apartir da decada de 50 a ONU cria um sistema 
global/internacional de proteção (convidando os países à aderirem tratados protetivos). 
Ademais, a ONU apartir da sua constituição edita a Declaração dos Direitos Humanos 
(carta principiológica – recorrente de uma resolução das Nações Unidas, ou seja, pautada 
nos princípios da dignidade humana, imprescindibilidade do homente etc). 
II. Tratados Internacionais de Direitos Humanos 
a) Terminologia: 
 
Tratados: Além da designação genérica de tratados. Os tratados costumam dar nome a 
atos especialmente solenes, formais, complexos (multilateralidade de participantes). 
 
Convenção: Cria normas genéricas de Direito Internacional (multilateralidade de 
participantes). 
 
Carta: Cria orgão internacional, p.ex: Carta de São Francisco. 
 
Pacto: Ligado a compromissos recíprocos. 
 
 
 
Estatuto: Cria orgão judicial internacional/ orgão jurisdicional, p.ex: Estatuto de Roma – 
Tribunal Penal Internacional/TPI. 
 
Concordata: É o tratado celebrado entre um Estado e a Santa Sé (acordo religioso). 
 
b. Formação dos Tratados: 
 
1ª Fase: Negociações Preliminares – Destina que os Estados reunidos possam realizar 
ajustes (inserir mecanimos legais). 
2ª Fase : Assinatura – Também chamada de fase de Adoção. Conforme o Art. 84 quem 
assina é o Presidente da República (trata-se de uma competência privativa, razão pela 
qual poderá ser delegada a assinatura para chanceler das relações exteriores ou 
diplomata, denominados de agentes plenipotenciários). 
 
3ª Fase: Referendo/Aprovação Parlamentar: No Brasil, apartir do momento que o 
Tratado é assinado remete-se ao Congresso Nacional (Art. 49, da CF – competência 
exclusiva). Obs.: Não é o Tratado que será submetido a votação, mas o instrumento 
normativo – Decreto Legislativo – submete-se ao crivo de votação dos parlamentares. 
 
4ª Fase: Publicação/Promulgação: Quem promulga é a Mesa da Câmara e a Mesa do 
Senado. Após publica-se no Diário Oficial da União. 
 
Obs.: Para aprovar uma Emenda – deverá ser votada duas vezes (maioria qualificada – 
3/5). Sendo que, o Decreto que veicula Direitos Humanos é protocolizado/iniciado na 
Câmara e revisado no Senado. Desta forma, terá status constitucional. Obs.: O único 
tratado com status constitucional atualmente é a Convenção de Nova York/2008 – 
Destinado a pessoas com deficiência. 
 
Obs.: Quanto ao acesso ou adesão – Esta fase ocorre quando originalmente o país não 
aderiu o pacto, mas posteriormente decide aderi-lo (seguindo o trâmite interno do país). 
 
c) Hierarquia e Incorporação 
- Status: 
Ordinário ? 
Constitucional ? 
Supra-legal ? 
Supraconstitucional ? 
 
- Vida EC 45/2004 – Art. 5º, p.3º, da CF. 
 
- Incorporação: Automática ou Legislativa? Para decidir como será a incorporação – 
deve-se analisar duas teorias, são elas: 
Teoria Monista: Defende a idéia que só existe uma ordem universal (apenas com a 
assinatura o Tratado se incopora no país). 
Teoria Dualista: Referida teoria é abraçada pelo STF (incoporação legislativa – para o 
ingresso do Tratado no Brasil) 
 
 
 
Obs.: O Pacto de São José da Costa Rica dispõe – o princípio do nemo tenetur se 
detegere (ninguém é obrigado a depor contra si mesmo e nem a se declarar culpado). 
Nos dias atuais este princípio, preserva o direito do acusado de não precisar produzir 
provas contra si mesmo, e podendo se prefirir permanecer em silêncio sem que haja 
prejuízo com sua defesa. 
Este fenômeno principiológico não está previsto na norma constitucional, mas foi 
acrescentado aos valores através do Pacto de São José. 
 
O STF diante dos conflitos sobre o status dos tratados que vigoravam antes da 
Emenda/45 (p.ex: Pacto de São José da Costa Risca) decidiu que: por veicularem matéria 
de Direitos Humanos possuem status de supralegalidade. 
 
d) Impactos Jurídicos dos Tratados de Direitos Humanos 
- Ênfase do conteúdo da CF: O bem jurídico pode ser duplamente protegido, ou seja, 
proteção interna pela CF e por um Tratado (2 sistemas de tutela de proteção – ênfase 
protetora). 
 
- Ampliação do universo de Direitos Humanos: Os tratados podem apresentar direitos 
não vislumbrados na CF, ou seja, acrescentados pelas normas (apliação dos direitos 
protetivos). Ex.: Como já dito acima – é de ciência de todos o ato de que ninguém está 
obrigado a produzir pravas contra si mesmo. Tal direito não está previsto na norma 
constitucional, mas foi acrescentado aos valores através do Pacto de São José. 
 
- Prevalência da norma mais favorável (“Pro Homine”): Se por ventura ou 
eventualmente o tratado internacional estiver em conflito com a CF – o Supremo 
Tribunal Federal entende que será aplicado a norma mais benefica, isto é chamado de 
“Princípio Pro Homine” (Princípio da prevalência da norma mais favorável) 
Ex.: O Pacto de São José veda em caráter absoluto a pena de morte. Referida Convenção 
possui caráter de supralegalidade (ao entrar em vigor no direito interno brasileiro). Sendo 
que, diante de caso de guerra a pena de morte, prevista na CF e vedada na Convenção é 
resolvida pelo princípio “pro homine”. 
 
STF Súmula Vinculante nº 25 - Ilicitude - Prisão Civil de Depositário Infiel - 
Modalidade do Depósito 
É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. 
 
Tal alteração quanto ao depositário infiel ocorreu por conta do Pacto de São José. 
Portanto, no Brasil atualmente admite-se a prisão civil (pensão alimentícia). 
 
Convenção para Preservação e Repressão do Genocídio (ONU, 48): 
- Genocídio: 
Crime X Humanidade; 
Crime X Direito Internacional. 
Conceito/Genocídio: Na presente Convenção, entende-se por genocídio qualquer dos 
seguintes atos cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo 
nacional, étnico, racial ou religioso, como tal: matar membros do grupo; causar lesão 
grave à integridade de física ou mental de membros do grupo; submeter intencionalmente 
 
o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou 
parcial; adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo; efetuar a 
transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo. 
- Jurisdição Universal; 
- Tribunal Penal Internacional. 
A humanidade é pródiga na proliferação de maldades. 
Com o final da Segunda Guerra Mundial, a humanidade estava perplexa com o que se 
revelava diante de seus olhos: assistimos diversos genocídios no mundo todo, p.exs: 
94/Bósnia – genocídio contra albaneses; 93/Ruanda – Africa; 2ª GM – nazistas X judeus. 
 
Diante da assertiva que o ser humano é digno e imprescindível (não deve ser descartado 
aleatoriamente), razão pela qual deve ser respeitado– a ONU decidiu criar um 
mecanismo de punição contra o praticante do crime de genocídio, bem o Estado que o 
mesmo pertença. Portanto, todos devem ser responsabilizados pela prática de crime desta 
natureza, independentemente de status sociais ou cargo do infrator. 
 
Tribunal de Nuremberg: Diante de atrocidades sem precedentes e para dar respostas 
àqueles crimes, evitando assim que outro regime pudesse cometer tamanhas crueldades, 
os aliados decidiram instituir um tribunal “ad hoc” com vistas a julgar os crimes 
cometidos. 
 
Portanto, o genocida era julgado por um tribunal “ad hoc” (criado para julgar um fato e 
após julgamento sendo extinto). Porém, o mundo civilizado assistindo a criação deste 
tribunal – reclamou a criação do um tribunal permanente. 
 
O Tribunal Penal Internacional/TPI – foi criado em 98: destinado ao julgamento dos 
crimes contra a humanidade; crimes cometidos após a 2ª GM e crimes de agressão 
injustificada. 
Características do TPI: 
Tribunal Penal Internacional é um tribunal permanente (não pode ser dissolvido), criado 
pelo Estatuto de Roma, em 1998. Por seu caráter permanente, distingue-se dos dois 
tribunais ad hoc instalados por Resolução do Conselho de Segurança da ONU, 
exclusivamente para julgar crimes cometidos durante um determinado período nos 
territórios da extinta Yugoslávia e em Ruanda. Distingue-se também desses tribunais por 
ser um Tribunal independente do sistema das Nações Unidas. 
Obs.: Os Estados Unidos originariamente não aderiu a Convenção para Preservação e 
Repressão do Genocídio. No entanto, após sua criação – aderiu a referida Convenção. 
Sendo que, com o advento do ataque das torres gêmeas - decidiu retirar-se da 
Convenção. 
 
Princípio da Jurisdição Universal: O princípio da jurisdição universal decorre o postulado 
de que alguns crimes são tão graves que prejudicam a comunidade internacional como 
um todo e que, como conseqüência, os Estados têm o direito, se não for necessária, para 
 
agir judicialmente contra os autores, independentemente da localização do crime e da 
nacionalidade do autor ou das vítimas. Entre os crimes graves são o genocídio, crimes 
contra a humanidade, a tortura, alguns crimes de guerra, escravatura. 
 
O Tribunal Penal Internacional possui jurisdição complementar, ou seja, a jurisdição é 
complementar e recai sobre indivíduos com relação aos crimes mais graves de 
transcendência internacional. 
 
O Tribunal Penal Internacional é um orgão independente (não é subordinado a ninguém, 
diferentemente da Corte Americana), com personalidade jurídica internacional, bem 
como contando com uma Procuradoria (fiscalização/averiguação dos fatos – para após 
ocorrer o julgamento). 
 
Obs.: Quanto aos crimes de agressão injustificada – é uma norma em branco, dependendo 
de tipificação (utiliza-se o Estatuto de Roma). 
 
O brasileiro nato poderá ser entregue ao Tribunal Penal Internacional – sem que esta 
entregue viole a cláusula que veda a extradição. 
 
Perante o Tribunal Penal Internacional – inexiste imunidade constitucional, civil, 
parlamentar sobre o infrator. 
 
O Tribunal Penal Internacional é sediado em Haia (Holanda) – composto por 18 juizes, 
eleitos para um mandato de 9 anos (com absoluta independencia funcional). 
 
Os crimes que comportam julgamento pelo Tribunal Penal Internacional são 
imprescritíveis, uma vez que trata-se de uma afronta à humanidade como um todo.

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