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Direito Penal 
Prof. Leonardo Pantaleão 
Matéria: Crime Preterdoloso/ Crime Consumado ou Tentado/ Desistência Voluntária/ 
Arrependimento Eficaz e Posterior/ Crime Impossível. 
26/04/2011 
Teoria Geral do Crime (aula passada): 
1. Conduta; 
2. Resultado; 
3. Nexo Causal. 
 
Obs.: Diferentemente do Direito Civil – no Direito Penal inexiste a possibilidade de 
compensação de culpa. 
 
- Dolo (aula passada); 
- Culpa (aula passada); 
- Preterdolo. 
Crime Preterdoloso: É aquele que há dolo na conduta inicial do agente e o resultado 
desta é diverso do almejado por este. Exemplificando, o agente age dolosamente, mas o 
resultado lesivo é diferente do almejado, mais gravoso - é o que ocorre quando o agente 
quer o mínimo de dano à vítima, causando-lhe, contudo, dano desastroso, como por 
exemplo, uma lesão corporal seguida de morte (Art. 129, p.3º, do CP). 
Art. 129 § 3º - “Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o 
resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.” 
O crime só pode ser exteriorizado de duas maneiras: consumação ou tentativa. 
Crime Consumado: O crime será consumado quando ocorrer a reunião de todos os 
elementos da sua definição legal. 
Crime Tentado: Para cogitar a idéia da tentativa é necessário que o ato executório tenha 
se iniciado, mas não se aperfeiçoa o resultado por circunstâncias alheias a sua vontade. 
Espécies de Tentativa: 
- Tentativa Perfeita: Conclui todos os atos executórios. 
- Tentativa Imperfeita: Frustrado os atos executórios. 
 
Nota-se que na tentativa é exigido o início do ato executório, sendo que o resultado não 
se realiza por circunstâncias alheias a vontade do agente. 
 
 
 
Elementos da Tentativa: 
- Na tentativa é exigido obrigatoriamente a conduta dolosa. 
- Ocorre o início da fase executória; 
- Ocorre uma interrupção por circunstância alheia do agente. 
 
Será que todo crime doloso admite tentativa? 
Resp. Não. São crimes que não admitem a tentativa: crimes habituais (ex.: Art. 229 – 
casa de prostituição, do CP); crimes preterdolosos; crime culposo; crimes 
unissubsistentes (crime em que a conduta é exaurida em um único ato, ex: Art. 140 - 
injúria, do CP); crimes omissivos próprios (Art. 135 – omissão de socorro, do CP). 
 
Pena na Tentativa: Art. 14 Parágrafo único – “Salvo disposição em contrário, pune-se 
a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois 
terços.” 
Ex.: Pena de 6 anos para um crime consumado. Sendo este crime tentado a pena reduz de 
1/3 à 2/3 (6-2=4 anos ou 6-4=2 anos). 
 
Quanto mais próximo o agente chegar à consumação menor será a redução e vice-versa. 
 
Desistência Voluntária: 
O agente interrompe voluntariamente a execução do crime, ou seja, interrompe o ato 
executório, consequentemente impedindo, desse modo, a sua consumação. 
 
Ex.: O agente tem um revolver municiado com seis projéteis. Efetua 2 disparos contra a 
vítima, não a acerta e, podendo prosseguir atirando, desiste por vontade própria e vai 
embora. 
 
Na desistência voluntária o agente responde por todos os atos praticados até o momento 
em que voluntariamente interrompeu a execução. 
 
Obs.: A desistência voluntária independe da espontaneidade (motivo que fez o agente 
desistir), Art. 15, “1ª parte”. 
 
Art. 15 – “O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução..” 
 
Requisitos da Desistência Voluntária: 
- Início da execução; 
- Interrupção voluntária. 
- Só responde pelos atos praticados. 
 
Arrependimento Eficaz: 
O agente, após encerrar a execução do crime, ou seja, findo o ato executório, impede a 
produção do resultado. 
Ex.: O agente descarrega sua arma de fogo na vítima, ferindo-a gravemente, mas, 
arrependendo-se do desejo de matá-la, presta-lhe imediato socorro, impedindo o evento 
letal. 
 
 
Obs.: Se o agente prestar socorro, mas a vítima falecer no hospital – não caracteriza em 
arrependimento eficaz, independentemente de ter prestado socorro - responderá por 
homicídio. 
 
Requisitos do Arrependimento Eficaz (Art. 15, “2ª parte”): 
- Esgota o ato executório 
- Por ato voluntário impedi o resultado; 
- O arrependimento deve ser evidentemente eficaz, razão pela qual responde apenas pelos 
atos praticados. 
 
Art. 15 “....impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.” 
 
Arrependimento Posterior: 
Causa de diminuição de pena que ocorre nos crimes cometidos sem violência ou grave 
ameaça à pessoa, em que o agente, voluntariamente repara o dano ou restituiu a coisa até 
o recebimento da denúncia ou queixa. 
 
Requisitos para o Arrependimento Posterior: 
- Crime cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa: na jurisprudência, prevalece o 
entendimento de que a lei só se refere à violência dolosa, podendo a diminuição ser 
aplicada aos crimes culposos em que há violência, ou mais simplificado é que não é 
possível o reconhecimento do arrependimento posterior, no roubo, porque esta causa de 
diminuição de pena não se aplica aos crimes cometidos com violência ou grave ameaça; 
 
- reparação do dano ou restituição da coisa: Se a coisa for deteriorada o agente poderá 
restituir em pecúnia à vítima. Esta reparação ou restituição deve ser integral, a não ser 
que a vítima ou seus herdeiros aceitem parte, renunciando ao restante; 
 
- voluntariedade do agente: O agente não precisa devolver pessoalmente, ou seja, pode 
pedir que alguém devolva em seu nome. A espontaniedade/idéia de se arrepender pode 
ser sugerida por um 3º. 
 
- até o recebimento da denuncia ou queixa: se posterior, é causa atenuante genérica. 
 
Todos os crimes podem se valer de arrependimento posterior? 
Resp. Não, inclusive o próprio artigo dispõe que este instituto só será utilizado em crimes 
que não seja empregada a violência ou grave ameaça. 
 
Crime Impossível: 
É aquele que, pela ineficácia absoluta do meio empregado ou pela impropriedade 
absoluta do objeto material, é impossível de consumar-se. 
Nota-se que a ineficácia tem que ser absoluta, pois se for relativa ocorrerá a punição pela 
tentativa. 
Ex: Tentar matar alguém com uma arma de brinquedo (ineficácia absoluta – crime 
impossível). 
Ex.: Tentar matar alguém, mas o projétil da arma falha por ser velho/antigo (ineficácia 
relativa). 
 
Hipóteses de crime impossível: 
- ineficácia absoluta do meio: o meio empregado ou o instrumento utilizado para a 
execução do crime jamais o levará à consumação. 
 
- pela impropriedade absoluta do objeto: a pessoa ou coisa sobre as quais recai a conduta 
são absolutamente inidôneas à produção de algum resultado lesivo. Ex.: matar um 
cadáver, ingerir substância abortiva imaginando-se grávida, comprar talco ao invés de 
cocaína, furtar alguém que não tem um único centavo no bolso etc. 
 
O Código Penal em relação ao crime impossível adota a Teoria Objetiva Temperada, 
porque somente será impossível o crime se a ineficácia for absoluta e a improbidade 
também for absoluta. Obs.: Se um dos dois requisitos for relativo haverá crime tentado.

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