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Direito Penal

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Direito Penal 
Prof. Leonardo Pantaleão 
Matéria: Crimes contra o Patrimônio 
13/06/2011 
 
Furto (Art.155, do CP): subtração de coisa alheia móvel. 
 
Art.155: “Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa”. 
 
Objetividade Jurídica: Apodenrar-se da coisa de modo definitivo. 
 
Elemento Subjetivo: Modo definitivo. 
 
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, salvo o proprietário, uma vez que não dá para subtrair 
algo que já é dele. 
 
Sujeito Passivo: É a pessoa que tem a posse ou a propriedade. 
 
Tipo Objetivo: Subtrair. Caso seja uma coisa perdida irá constituir o crime de apropriação 
indébita. No entanto, não se constitui crime na subtração de coisa de ínfimo valor, 
conforme o princípico da insignificância, conhecido também por bagatela. 
Ex.: Furtar uma caneta= valor pequeno. 
Furtar a tampa da caneta = não tem valor, sendo algo totalmente insignificante. 
 
Tipo Subjetivo: É imprescindível o dolo. Sendo, possível a tentativa em qualquer 
modalide de furto. 
 
Consumação: Quando a coisa é retirada da esfera de vigilância da vítima. Trata-se de 
crime material, que exige o desfalque (prejuízo) no patrimônio da vítima. A tentativa é 
admissível. 
 
Furto de uso: Não é crime, mas deve seguir as características de crime. O legislador não 
tipificou o furto de uso já que a intenção do agente não é de apoderar-se definitivamente 
da coisa, mas apenas fazer uso momentâneo e a seguir restituí-la ou repô-la 
imediatamente no local onde se achava, configurando-se assim, fato atípico. Exige-se, 
todavia, que a coisa seja devolvida nas mesmas condições, pois caso contrário reconhece-
se o furto simples. 
 
Furto Noturno (Art.155,p.1º, do CP): É uma forma de aumento de pena. 
 
Art. 155, § 1º: “A pena aumenta-se de 1/3, se o crime é praticado durante o repouso 
noturno”. 
 
Noturno: Ausência natural de luz solar. Sendo, imprescindível estar respousando para 
gerar um acréscimo de pena (justificativa – vulnerabilidade da vítima). 
 
Furto Privilegiado (Art. 155, p.2º, do CP): 
 
Art. 155, § 2º: “Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz 
pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou 
aplicar somente a pena de multa”. 
 
Características do furto privilegiado: O réu tem que ser primário e o objeto de pequeno 
valor no decorrer dos fatos. Obs.: Objeto de pequeno valor nao poderá ultrapassar o valor 
de 1 salário mínimo. 
 
Furto de Energia (Art. 155, p. 3º, do CP): 
 
Art. 155, § 3º: “Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que 
tenha valor econômico”. 
 
Regra: O crime de furto é instantâneo. 
Exceção: O furto de energia – é um crime permanente. 
 
O furto de energia não se restringe apenas ao furto de energia elétrica e sim ao furto de 
energia e afins, p. ex. bytes dentre outros relacionados a informática, bem como o furto 
da TV acabo. 
 
Furto Qualificado (Art. 155, p. 4º, do CP): 
 
Art. 155, § 4º: “A pena é de reclusão de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa, se o crime é 
cometido: 
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; 
II - com Abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; 
III - com emprego de chave falsa; 
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas”. 
 
I – Ex.: Réu que quebra o vidro do carro para roubar o toca fita vai ter a pena maior do 
que se ele roubar o carro inteiro que caracteriza em furto simples. 
II – Está relacionado muitas vezes pelo meio utilizado do agente e não apenas o valor do 
bem subtraído. Ex.: Empregada doméstica que trabalha em uma casa aonde a patroa 
tranca todas as portas ao sair, não existe o vínculo de confiança. Já se a empregada e a 
patroa possui vínculo de confiança entre elas, p. ex. a patroa mostra aonde guarda suas 
jóias e dinheiro, pressupõe que confia na mesma, caracterizando o crime de furto 
qualificado, através da utilização do abuso de confiança. 
III – Fraude é diferente de furto qualificado, uma vez que visa obter algo iludindo a 
vítima. Já no furto qualificado o agente visa subtrair algo, utilizando-se da diminuição da 
vigilância da vítima que tem pelo bem. 
IV- Escalada. Obs.: Não associar escalada somente com escada. Ex.: Furto do Banco do 
Brasil, via túnel, caracteriza em um furto qualificado, mediante a utilização da escalada. 
V- Destreza = Habilidade do agente. Ex.: Furto Punguista (batedor de carteira), 
caracteriza um furto qualificado, pelo meio empregado da destreza. 
VI - Emprego de chave falsa, p.ex: grampo de cabelo. Obs.: Cópia de chave verdadeira – 
é verdadeira ou falsa? Resp. Verdadeira. 
 
 
Furto de Veículo Automotor (Art. 155, p.5º) 
 
Art.155,§ 5º: “A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração for de 
veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior”. 
 
Este crime foi acrescentado no ordenamento jurídico, porque muitos agentes furtavam 
carro em outro Estado para levar a outro Estado diverso ou para o exterior. 
 
Furto de Coisa Comum (Art.156, do CP) 
 
Art.156: “Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem 
legitimamente a detém, a coisa comum: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa”. 
 
Sujeito Ativo: Sendo um crime próprio, só pode ser o condômino, co-herdeiro ou sócio. 
Ex.: Moradora de um condomínio subtrai um quadro da sala de espera. 
 
Sujeito Passivo: São os demais condôminos, co-herdeiros ou sócios, que não o agente, 
assim como terceira pessoa que tenha a posse legítima da coisa sobre a qual recaia o 
condomínio, a sociedade ou a herança. 
 
Exclusão do Crime (Art.156, p.2º, do CP): 
 
Art. 156, § 2º: “Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não 
excede a quota a que tem direito o agente”. 
 
Obs.: É imprescindível que esteja furtando quota parte que não lhe pertence (crime 
comum). 
 
Classificação do Crime de Furto: 
- Crime comum; 
- Crime de forma livre; 
- Crime material; 
- Crime instantâneo (exceto o furto de energia); 
- Crime de dano; 
- Crime plurissubsistente; 
- Crime unissubjetivo. 
 
Bem jurídico protegido = propriedade ou a posse da coisa. 
 
Se ocorrer o consentimento do indivíduo antes ou depois da conduta = o fato se torna 
atípico. 
 
Obs.: O ser humano não é coisa, mas é possível o furto de partes – como cabelo ou 
dentes, sempre com o intuito de lucro. 
 
Furto Famélico: 
Furto de alimento quando a pessoa está faminta e não tem recursos para arcar com a 
compra do alimento - não é crime. 
 
Como disciplina o Código Penal , em seu art. 23, o estado de necessidade que impõe à 
pessoa a praticar esta ação é considerado como excludente de ilicitude. 
 
Roubo (Art. 57, do CP): 
 
Art. 157: “Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça 
ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à 
impossibilidade de resistência: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa”. 
 
Observa-se que o crime de roubo possui o mesmo verbo do crime de furto, “subtrair”, 
tendo por finalidade retirar da esfera de vigilância o objeto da vítima. A principal 
diferença entre furto e roubo é o emprego de violência ou grave ameaça utilizada pelo 
agente. 
 
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: É o proprietário, possuidor ou detentor da coisa, bem como qualquer 
pessoa atingida pela violência ou grave ameaça. Se por um acaso eventualmente o bem 
não pertença a vítima (legítima proprietária), mas a detentora daquele bem. 
 
Tipo Objetivo: A conduta típica consiste em subtrair, empregando violência ou grave 
ameaça ou qualquer outro meio, que reduza a possibilidade de resistência da vítima. 
Distingue-se do furto qualificadoporque nele a violência é praticada contra a coisa e não 
contra a pessoa como no roubo. 
 
Obs.: Para o crime de roubo não há que se cogitar o princípio da insignificância. 
 
Não admite-se o roubo privilegiado. 
 
Diferença do Roubo e do Furto Qualificado: 
No crime de roubo a violência é contra a pessoa diretamente, enquanto que no crime de 
furto qualificado a violência é em relação ao obstáculo (escalada) que está impedindo a 
aquisição do objeto. 
 
Consumação: Quando a coisa é retirada da esfera de vigilância da vítima, ficando o 
agente na posse tranquila da coisa, ainda que passageira 
 
É admissivel a tentativa no crime de roubo. 
 
Roubo Próprio: É aquele em que à ameaça ou violência se dá concomitantemente com a 
subtração. 
 
Roubo Impróprio (Art. 157, p.1º, do CP): 
§ 1º - “Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega 
violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou 
a detenção da coisa para si ou para terceiro”. 
 
 
 
É impróprio realizar a violência logo após a subtração, tendo o agente a idéia de 
assegurar a detenção do objeto subtraído, bem como a sua impunidade. Obs.: O termo 
“logo após” é o que caracteriza o crime de roubo impróprio. 
 
Obs.: As causas de aumento de pena servem tanto para o roubo próprio quanto para o 
roubo impróprio. 
 
Obs.: O crime de roubo é processado por uma Ação Penal Pública Incondicionada. 
 
Roubo Qualificado (Art. 157, p.2º, do CP): 
 
§ 2º: “A pena aumenta-se de um terço até metade: 
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; 
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; 
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal 
circunstância. 
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro 
Estado ou para o exterior; 
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade”. 
 
Características: 
I – Observa-se que o Código Penal não específica o tipo de arma empregada pelo agente. 
O conceito de arma é amplo, abrangendo as armas próprias, destinadas de modo especial 
ao ataque e defesa, e também as armas impróprias, qualquer instrumento que possa lesar 
a integridade física, como barra de ferro, furador de gelo, estilete, etc. 
Arma de brinquedo qualifica ou não o roubo? 
Resp. Não qualifica mais – a Súmula 174/STJ foi derrubada, em favor do Recurso 
Especial/STJ 38.136. 
 
II – Concurso de Pessoas (duas ou mais pesssoas). 
III – O Estatuto Penal protege, aqui, aqueles que têm por ofício o transporte de valores. 
Valores são aqueles representados por dinheiro, ou qualquer outro bem valioso que se 
costuma transportar. Deve-se observar que o sujeito ativo deve conhecer a circunstância 
de o sujeito passivo estar em serviço de transporte de valores. Ex.: A vítima que 
transporta carro forte. 
IV – A subtração de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou 
para o exterior. Este inciso foi incluído pela Lei 9.426/96. 
V – Se o agente mantém a vítima em seu poder restringindo à sua liberdade – não é 
"sequestro-relâmpago", uma vez que para consumar a subtração não é necessário a 
restrição de liberdade da vítima. Ex.: Tranca no banheiro a vítima. 
Roubo com Resultado Lesão Corporal ou Morte - Latrocínio (Art.157, p.3º, do CP): 
 
§ 3º: “Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de 7 (sete) a 15 
(quinze) anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de 20 (vinte) a 30 (trinta) 
anos, sem prejuízo da multa”. 
 
O crime de latrocínio trata-se de um crime contra o patrimônio, mesmo que exista o 
elemento morte, este tipo não será objeto de competência do Tribunal do Júri, uma vez 
que a eles compete julgar crimes dolosos contra à vida, conforme disposto na súmula 
603, do STF. 
Súmula 603: “A competência para o processo e julgamento do latrocínio é do juiz 
singular e não do Tribunal do Júri”. 
A consumação e a tentativa no latrocínio só é pacífica em duas situações: quando há 
morte e subtração consumadas, há o latrocínio consumado; quando há morte e subtração 
tentadas, há latrocínio tentado. 
Súmula 610: “Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não 
realize o agente a sutração de bens da vítima”. 
Classificação: 
- Crime comum; 
- Crime de forma livre; 
- Crime material (conforme a doutrina tradicional), porém o STJ e o STF já proferiram 
posicionamento que trata-se de um crime formal. Obs.: Segundo, o Prof. devemos adotar 
que trata-se de um crime material. 
- Crime instantâneo; 
- Crime plurissubsistente; 
- Crime de dano; 
- Crime unissubjetivo. 
 
Extorção (Art. 158, do CP): 
 
Art. 158: “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de 
obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça 
ou deixar fazer alguma coisa: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa”. 
O núcleo do crime de extorção é contranger, bem como sendo sinônimo de exigir. 
Obs.: Trata-se de um crime pluriofensivo, pois atinge o patrimônio e a integridade física e 
a liberdade individual 
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa. 
Sujeito Passivo: É qualquer pessoa sujeita a violência ou grave ameaça e que deixa de 
fazer ou tolera que se faça algo ou ainda que sofra prejuízo econômico. 
Tipo Objetivo: A conduta típica consiste em constranger (forçar, coagir, compelir) a 
vítima mediante violência ou grave ameaça capaz de intimidá-la. No crime de extorsão a 
exigência tem que ser indevida (sem justificativa nenhuma). Caso a exigência seja justa, 
afasta a extorsão, mediante sequestro, caracterizando o crime de exercício arbitrário das 
próprias razões. 
 
Tipo Subjetivo: É o dolo (existe a intenção). 
Consumação: Ocorre com o comportamento positivo ou negativo da vítima fazendo, 
deixando de fazer, ou tolerando que se faça algo. 
Não é necessário para a consumação a obtenção de indevida vantagem econômico pelo 
agente. A tentativa é admissível. 
Obs.: No crime formal ele se consuma independentemente do resultado. 
A extorsão é processda pela Ação Penal Pública Incondicionada. 
Extorsão Qualificada (Art.158, p. 1º, 2º e 3º, do CP): 
 
§ 1º - “Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, 
aumenta-se a pena de um terço até metade. 
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo 
anterior. 
§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição 
é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 
12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as 
penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º, respectivamente”. 
1º O emprego de arma imputa maior temor à vítima, diminuindo-lhe a capacidade de 
resistência. Arma, deve-se salientar, não é apenas aquele instrumento destinado ao ataque 
ou à defesa (arma própria), mas também qualquer outro instrumento que possa ser 
utilizado com o fim de diminuir a capacidade de resistência da vítima (arma imprópria). 
O emprego de arma, mesmo que não efetue disparo, propicia ao agente maior êxito na 
ação delituosa, acentuando a gravidade do injusto, bastando, pois, que o sujeito ativo 
porte a arma ostensivamente, isto é, não é preciso que faça uso da arma. 
2º Aplica-se-à extorsão praticada mediante violência o disposto no p.3º do artigo anterior. 
3º Deve-se, contudo, tomar cuidado com o erro quanto à pessoa (artigo 20, p.3º): se o 
agente, pretendendo matar a vítima, acabar matando o co-autor, responde pelo crime de 
extorsão qualificada, como se tivesse atingido quem realmente queria atingir. 
 
Obs.: O sequestro-relampago se enquadra no p.3º, do CP. 
 
Obs.: Se ocorrer a morte – pena é de 24 a 30 anos, bem comoenquadrando-se como 
crime hediondo (Art.1º,III, Lei 8.072/90). 
 
Principais diferenças entre Roubo e Extorsão: 
Na extorsão é exigida a vantagem indevida (interesse daquela vantagem), enquanto que 
no roubo é subtrair. 
 
Obs.: A violência ou a grave ameaça – constitui um meio. Diferentemente, do roubo, a 
extorsão não pode ser praticada mediante a violência imprópria. 
 
Classificação da Extorsão: 
- Crime comum; 
- Crime de forma livre; 
- Crime instantâneo; 
- Crime plurissubsistente; 
- Crime unissubjetivo; 
- Crime de dano; 
- Crime material (conforme a doutrina tradicional), porém conforme posicionamento do 
STJ e do STF trata-se de um crime formal. Obs.: Na prova deve-se adotar que trata-se de 
um crime material. 
 
Sequestro X Cárcere Privado: 
Sequestro: Se dá com a restrição da liberdade da vítima, através do confinamento. 
Cárcere Privado: O agente mantém a vítima em local restrito, através de um 
enclausuramento. 
 
O crime de extorsão mediante sequestro – abrange o sequestro e o cárcere privado. 
 
Extorsão Mediante Sequestro (Art. 159, do CP): 
 
Art. 159: “Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer 
vantagem, como condição ou preço do resgate: 
Pena: reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos”. 
Os bens jurídicos tutelados são o patrimônio do indivíduo, a liberdade pessoal e a 
integridade física e psíquica da pessoa. 
Verifica-se, de plano que se trata de modalidade especial do delito de extorsão: muda-se 
o verbo constranger pelo verbo sequestrar, de modo que a finalidade é a mesma: obter, 
para si ou para outrem, indevida vantagem econômica. De se ressaltar que tal vantagem 
serve como condição ou como preço do resgate do sequestrado. 
Na extorsão mediante sequestro o momento consumativo ocorre com o sequestro da 
vítima, de modo que se torna desnecessária a obtenção de indevida vantagem econômica, 
de modo que é suficiente que seja insinuada. Para haver, efetivamente, o sequestro, é 
preciso que o agente atue com a intenção de sequestrar, ou seja, é necessária a presença 
do dolo específico de privar a pessoa de sua liberdade. 
O crime de extorsão mediante sequestro é um crime hediondo. 
Trata-se de um crime complexo, pois ocorre a fusão da extorsão – sequestro e cárcere 
privado. 
Obs.: O sujeito passivo tem que ser um ser humano, pois se for um animal – cai em um 
crime de extorsão (e não extorsão mediante sequestro). 
Este crime só é admitido na forma dolosa (admite-se a tentativa). 
Este crime é processado por uma Ação Penal Pública Incondicionada. 
 
Formas Qualificadas da Extorsão Mediante Sequestro (Art. 159, p.1º,2º e 3º, do CP): 
 
§ 1º - “Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor 
de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou 
quadrilha: 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 20 (vinte) anos. 
 
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de 16 (dezesseis) a 24 (vinte e quatro) anos. 
 
§ 3º - Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de 24 (vinte e quatro) a 30 (trinta) anos”. 
 
Delação Premiada (Art. 159, p.4º, do CP): 
 
§ 4º - “Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, 
facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços”. 
A delação premiada também é prevista em crimes hediondos, conforme o Art. 7º, da Lei 
8.072/90. 
Obs.: É imprescindível que haja a facilitação. 
Extorsão Indireta (Art. 160, do CP): 
 
Art. 160: “Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, 
documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra 
terceiro: 
Pena: reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa”. 
Obs.: A extorsão indireta é sinônimo da chantagem. Sendo que, a pena é menor do que a 
extorsão propriamente dita, uma vez que a vítima deu causa para a sua ocorrência. 
A extorsão indireta ocorre quando o sujeito ativo exige (ordena) ou recebe (aceita), como 
garantia de dívida, abusando da situação do sujeito passivo, um documento que pode dar 
causa a um procedimento criminal contra o próprio sujeito passivo ou contra terceiro. 
O delito em tela tem dois momentos consumativos, a depender do verbo do tipo que é 
praticado. Se o agente exigir que a vítima lhe dê, como garantia de dívida, um 
documento, a simples exigência já é apta para consumar o delito de extorsão indireta, de 
modo que a entrega de documento é mero exaurimento da consumação. Se o agente 
receber documento como garantia de dívida, a consumação só ocorrerá com a entrega do 
documento. 
Classificação do Crime de Extorsão: 
- Crime comum; 
- Crime de forma livre; 
- Crime formal; 
- Crime permanente; 
 
- Crime plurissubsistente; 
- Crime de dano; 
- Crime unissubjetivo. 
 
Apropriação Indébita (Art. 168, do CP): 
 
Art. 168: “Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção: 
Pena: reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa”. 
Para que se configure este delito é necessário que inicialmente o agente receba a posse ou 
detenção lícita da coisa sem ter ainda o propósito de cometer o crime. Mas quando está 
na posse inverte o ânimo em relação a coisa e não a restitui, passando à agir como se 
fosse dono. 
Ex.: Empresta o carro para um conhecido, que por sua vez o recebe de forma lícita, mas 
quando o proprietário decide busca-lo devolta, o conhecido por sua vez não o devolve. A 
posse lícita (legítima) é convertida para a posse ilícita (propriedade ilegítima). Ex.: 
Depósito errado. Ex.: Locadoras de DVDs. 
Consumação: Consuma-se quando o agente dispõe da coisa como se fosse sua (crime 
material). 
Obs.: Tem certa semelhança com o furto, porém o agente já possui a posse da coisa, não 
precisando subtraí-la. 
Formas Qualificadas (Art. 168, p.1º, do CP): 
 
§ 1º: “A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa: 
I - em depósito necessário; 
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou 
depositário judicial; 
III - em razão de ofício, emprego ou profissão”. 
 
Pressuposto: Quebra da confiança (inversão do animus da posse). 
 
Requisito: 
-Entrega voluntária do bem pela vítima. 
- Posse desvigiada. 
- Boa-fé do agente ao tempo do recebimento do bem e sua posterior modificação. 
 
Elemento subjetivo – dolo. Em tese admite-se a tentativa 
 
Obs.: Apropriação indébita de uso e furto de uso = são impuníveis. 
 
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa (na forma genérica do “caput”). Já nas modalidades 
previstas no p.2º - o agente tem que estar necessariamente envolvido com um negócio. 
Ex.: Para receber vantagem da seguradora o agente precisa ser um segurado. 
 
A apropriação indébita é processada pela Ação Penal Pública Incondicionada. 
 
Apropriação Indébita Previdenciária (Art. 168 – A, do CP): 
 
Art. 168-A: “Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos 
contribuintes, no prazo é forma legal ou convencional: 
Pena: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa”. 
 
Foi acrescentada pela Lei 9.983/00, visando tutelar os benefícios da previdência social. 
 
Extinção da Punibilidade (Art. 168 –A, p.2º, do CP): 
 
§ 2º: “É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua 
o pagamento das contribuiç6es, importâncias ou valores e presta as informações devidas 
à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do inicio da ação 
fiscal.” 
 
É uma exceção do arrependimento ao crime consumado posterior. 
 
Perdão Judicial ou Pena Exclusivamente de Multa (Art. 168 – A – p.3º, do CP): 
 
§ 3º - “É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o 
agente for primário e de bons antecedentes, desde que:I - tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o 
pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou 
II - o valor da contribuição devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele 
estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o 
ajuizamento de suas execuções fiscais”. 
 
A caracterísitica principal é que o agente seja primário. 
 
Apropriação de Coisa Achada (Art.169, parágrafo único, II, do CP): 
 
II – “Quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, 
deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade 
competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias”. 
 
Obs.: Coisa abandonada não é crime. 
 
Classificação: 
- Crime comum; 
- Crime material; 
- Crime de forma livre; 
- Crime unissubjetivo; 
- Crime plurissubsistente; 
- Crime instantâneo. 
 
 
 
 
 
 
Estelionato (Art. 171, do CP): 
 
Art. 171: “Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo 
ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio 
fraudulento: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa”. 
 
Vale a ressalva de que, para que exista o delito de estelionato, faz-se mister a existência 
dos quatro requisitos citados no artigo acima mencionado: obtenção de vantagem, 
causando prejuízo a outrem; para tanto, deve ser utilizado um ardil, induzindo à alguém a 
erro. Se faltar um destes quatro elementos, não se completa tal figura delitiva, podendo, 
entretanto, formar-se algum outro crime. Ex.: Alguns crimes comuns que são 
enquadrados como estelionato são o golpe do bilhete premiado e o golpe do falso 
emprego. 
 
 O estelionato é capitulado como crime de cunho patrimonial. 
 
Tipo Objetivo: para a sua configuração é necessário: 
1. Emprego pelo agente de artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento; 
2. Induzimento ou manutenção da vítima em erro; 
3. Obtenção de vantagem patrimonial ilícita, pelo agente; 
4. Prejuízo alheio; 
 
Diferenças de furto mediante fraude com estelionato: 
No furto mediante fraude a vítima diminui a vigilância de um bem e o agente o furta. Já 
no estelionato a vítima entrega o bem voluntariamente ao agente em decorrência da 
fraude empregada pelo agente. Ex.: manobrista. 
 
Apropriação indébita com estelionato: 
No estelionato, o dolo do agente é anterior à posse ou detenção da coisa, sendo o meio 
fraudulento utilizado para propiciá-la. Na apropriação indébita, ao contrário, o agente 
recebe a coisa de boa-fé, resolvendo dela apropriar-se, oportunidade em que inverte o 
animus da posse anteriormente legítima. 
 
Estelionato Privilegiado (Art. 177, p.1º, do CP): 
 
§ 1º: “Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a 
pena conforme o disposto no Art. 155, § 2º”. 
Se o réu é primário ou o prejuízo é de pequeno valor permite-se a substituição da pena de 
reclusão pela pena de detenção, redução de 1/3 a 2/3 ou multa. Diz-se de pequeno valor o 
prejuízo que não excede o valor de um salário mínimo. 
Estelionato Qualificado (Art.171, p.3º, do CP): 
 
§ 3º: “A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade 
de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou 
beneficência”. 
 
 
Para as causas de aumento da pena – a vítima deve ser: 
Entidade de Direito Público; 
Instituto de Econômia Popular; 
Associação; 
Beneficiente. 
 
Obs. Emitir cheque dolosamente sem previsão de fundos é estelionato. 
 
STF Súmula nº 521 - Competência - Processo e Julgamento - Estelionato - Cheque 
Sem Fundos: “O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de 
estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o 
do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado.” 
 
Para cheque sem fundo – previsão na súmula 48/STJ. 
 
STJ Súmula nº 48 - Competência - Juízo - Estelionato – Cheque: “Compete ao juízo 
do local da obtenção da vantagem ilícita processar e julgar crime de estelionato 
cometido mediante falsificação de cheque.” 
 
Se o agente falsificar para praticar o estelionato – o crime de estelionato absorve a 
falsificação. 
 
STJ Súmula nº 17 - Estelionato - Potencialidade Lesiva: “Quando o falso se exaure no 
estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido.” 
Princípio da consunção, conhecido também como princípio da absorção, é um princípio 
aplicável nos casos em que há uma sucessão de condutas com existência de um nexo de 
dependência, de acordo com tal princípio o crime mais grave absorve o crime menos 
grave. Ex.: Falsificação de documento para praticar estelionato. Se o crime de 
falsificação for um crime meio para concretizar um crime fim (estelionato). 
Obs.: Clonagem de cartão de crédito: é um crime de furto, pois o crime de estelionato 
exige-se uma vítima certa e determinada. 
Obs.: Cola eletrônica (ponto de escuta em prova): é um fato atípico, não é estelionato. 
A reparação do dano, não apaga o crime de estelionato, tendo como consequência apenas 
o benefício do arrependimento posterior. 
Classificação do Estelionato: 
- Crime comum; 
- Crime de forma livre; 
- Crime material de duplo resulatdo (vantagem indevida e dano à vítima); 
- Crime instantâneo; 
- Crime de dano; 
- Crime plurissubsistente; 
- Crime unissubjetivo. 
 
 
 
Competência: 
Regra: Justiça Estadual; 
Exceção: Justiça Federal (ex.: Crime praticado contra a Caixa Econômica Federal).

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