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Direito Penal

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Direito Penal 
 
Prof. Leonardo Pantaleão 
 
Matéria: Crimes Contra à Dignidade Sexual 
 
29/06/2011 
 
 
Crimes Contra à Dignidade Sexual: 
Entrou em vigor no dia 10 de agosto de 2009, data de sua publicação, a Lei nº. 12.015, de 
07 de agosto de 2009, que alterou a sistemática dos crimes contra à dignidade sexual. 
A mudança começa com a denominação do Título VI da Parte Especial do Código Penal. 
 
A expressão crime contra os costumes, criticada pela doutrina, foi substituída pela 
expressão crimes contra à dignidade sexual. 
Objeto jurídico protegido: Satisfação do libido (liberdade sexual). 
 
Crime de Estupro (Art. 213, do CP): 
 
O tipo objetivo do estupro era “constranger mulher à conjunção carnal, mediante 
violência ou grave ameaça”, enquanto o de atentado violento ao pudor era “constranger 
alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se 
pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal”. A pena, para os dois crimes, era de 
reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
Conjunção carnal: Relação entre homem e mulher. 
O novo tipo penal, previsto no Art. 213, ao qual foi atribuído o nome estupro, incrimina 
a ação de “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção 
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”. A pena 
foi mantida no mesmo patamar – reclusão de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
Todo e qualquer ato libidinoso desenvolvido com ou sem violência – caracteriza o crime 
de estupro. 
Ato libidinoso: É um ato que têm por objetivo satisfazer a lascíva do agente, inclusive o 
beijo forçado; mandar a vítima despir-se (e não necessariamente a relação sexual) 
Sujeito Ativo: Antes era um crime bi-próprio, atualmente é um crime bi-comum – 
qualquer pessoa, independentemente do sexo. 
O estupro é caracterizado – toda vez, que existir o dissenso entre o sujeito ativo e o 
sujeito passivo, em qualquer momento (início ou até mesmo durante). 
Conforme, o posicionamento do STJ, o crime de estupro comporta a possibilidade do 
concurso material (tipo penal do núcleo cumulativo). Ex.: Beijo forçado + relação sexual. 
Sujeito Passivo: Tanto o homem quanto a mulher, podem ser vítima de estupro, 
independente de ser casado, viúvo, solteiro, prostituta etc. 
 
 
 
 
Elementos da Conduta – constranger: 
- Conjunção carnal; 
- Dissenso da vítima; 
- Emprego de violência (física ou moral) ou grave ameaça; 
- Qualquer ato libidinoso. 
Fornas Qualificadas: 
Se houver lesão corporal grave – 8 à 12 anos; 
Maior de 14 ou menor de 18 – a vítima: a pena do agente será de 8 à 12 anos; 
Resultar em morte – a pena será de 12 a 30 anos. 
Art. 226 – “A pena é aumentada: 
I - de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; 
II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, 
companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro 
título tem autoridade sobre ela; 
III - se o agente é casado. (Revogado pela L-011.106-2005.” 
 
Nota-se que atualmente inexiste a possibilidade de extinção da punibilidade se o agente 
casar com a vítima (p.ex.: estupro). 
 
A pena será aumentada da metade se o estupro resultar em gravidez da vítima. 
 
Se o agente transmitir uma doença sexualmente transmissível que sabe ou deveria saber – 
a pena será de 1/6 até 1/2. 
 
Violência Sexual Mediante Fraude (Art. 215, do CP) 
 
Art. 215. “Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante 
fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-
se também multa. 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.” 
 
Exs.: Cafajestes espirituais, irmão gêmeo, falso ginecologista. 
 
Quando o agente utilizar substância psicotrópica para vencer à resistência da vítima, 
tendo a finalidade de manter conjunção carnal – responderá pelo crime do Art. 217-A, do 
CP (estupro vulnerável). 
 
Assédio Sexual (Art. 216-A, do CP): 
 
Art. 216-A. “Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento 
sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou 
ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. 
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.” 
 
O tipo penal encontra-se descrito no rol dos crimes contra à dignidade sexual (bem 
jurídico tutelado – liberdade sexual). A leitura do dispositivo em apreço, entretanto, leva-
nos a concluir sobre a existência, concomitante, de outros bens jurídicos (delito 
pluriofensivo): honra e direito a não ser discriminado no trabalho ou nas relações 
educacionais. 
Se a vítima for menor de 18 anos – teremos o aumento de pena, conforme o p.2º, do Art. 
216-A, do CP. 
 
Art. 216 – A § 2º “A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 
(dezoito) anos.” 
 
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: Qualquer pessoa. 
 
Conduta – Constranger: 
- Violação da liberdade moral da vítima; 
- A conduta típica restringe-se às relações de trabalho (e não de emprego, pois não é 
exigido o vínculo empregatício para a caracterização do crime, tanto no âmbito do Direito 
Privado quanto no Direito Público). 
 
Elemento Subjetivo: Dolo específico. 
 
Estupro de Vulnerável (Art. 217-A, do CP): 
 
São consideradas pessoas vulneráveis: 
- Menores de 14 anos (indepentemente do consentimento); 
- Pessoas com enfermidade ou deficiência mental, uma vez que não possuem o 
discernimento necessário; 
- Pessoas que por qualquer outra causa não podem oferecer resistência (tipo penal 
aberto). 
 
No estupro vulnerável não é exigida a prática de violência ou grave ameaça, conforme o 
Art. 217-A, do CP 
 
Obs.: Quando a vítima estiver bebada – será considerada vulnerável. 
 
Sujeito Ativo: Qualquer Pessoa. 
Obs.: O agente tem que saber – que se trata de pessoa vulnerável (não sabendo 
caracteriza-se em erro de tipo). 
 
Sujeito Passivo: Delimitado pela norma – menores de 14 anos ou as pessoas descritas no 
p.1º, do Art. 217-A, do CP. 
 
Elemento: Constranger. 
 
 
Consumação: Com a prática efetiva dos atos fins do constrangimento. 
 
Elemento Subjetivo: Dolo. 
 
O crime de estupro de vulnerável é considerado hediondo, conforme o Art.1º, VI, da Lei 
8.072/90. 
 
Art. 1o “São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-
Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: 
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o).” 
 
Art. 217-A. “Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 
(catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. 
§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, 
por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a 
prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. 
§ 2º (vetado) 
§ 3º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. 
§ 4º Se da conduta resulta morte: 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.” 
 
Ação Penal – Art. 225 
Regra: Ação Pública Condicionada à representação do ofendido (prazo de 6 meses para 
interposição, contados do descobrimento da autoria). 
Exceções: Ação Pública Incondicionada (quando se tratar de pessoas vulneráveis ou 
menores de 18 anos). 
 
Art. 225. “Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante 
ação penal pública condicionada à representação. 
Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada 
se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoavulnerável.” 
 
Causa Geral de Aumento de Pena (Art. 226, do CP): 
- 2 ou + agentes = a pena é aumentada da quarta parte (25%); 
- Se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, 
curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade 
sobre ela = a pena é aumentada da metade. 
 
Art. 226 – “A pena é aumentada: 
I - de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; 
II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, 
companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro 
título tem autoridade sobre ela.” 
 
 
 
 
 
Antigo Crime de Casa de Prostituição (Art. 229, do CP): 
 
Art. 229. “Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra 
exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou 
gerente: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.” 
 
A redação anterior incriminava a conduta daquele que mantinha por conta própria ou de 
terceiro, casa de prostituição ou lugar destinado a encontros para fim libidinoso, com ou 
sem intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente. 
 
Observa-se que a grande inovação introduzida pela Lei 12.015/09 foi substituir casa de 
prostituição ou lugar destinado a encontro para fins libidinosos por estabelecimento em 
que ocorra a exploração sexual. Esta última expressão passou a abranger não só os 
prostíbulos, mas qualquer estabelecimento que venha a servir de abrigo para a prática 
habitual de comportamentos que denotem exploração sexual. 
 
A pena prevista no tipo penal permaneceu de 2 (dois) a 5 (cinco) anos de reclusão e 
multa. 
 
Trata-se de um crime habitual (conduta regida pela habitualidade), razão pela qual não se 
admite a tentativa. 
 
Obs.: Crimes que não admitem a tentativa, são: 
- Crimes habituais; 
- Crimes culposos (e não participação); 
- Crimes unissubsistente; 
- Crimes omissivos próprios. 
 
Sujeitos: Qualquer pessoa que mantenha ou dirija estabelecimento em que ocorra a 
exploração sexual, com ou sem o intuito de lucro. 
 
Sujeito Passivo: Coletividade. 
 
Conduta: Manter (implica em habitualidade/frequência). 
 
Obs.: Caso uma pessoa abra um estabelecimento com a finalidade da exploração sexual, 
com ou sem o intuito de obter lucro, e no dia da inauguração deste lugar, foi surpreendido 
com a visita de policiais – não irá se caracterizar no crime do Art. 229, do CP, pois 
inexiste o elemento essencial para a sua configuração – habitualidade. 
 
Consumação: Com o funcionamento efetivo do estabelecimento, mantido pelo agente, 
para fins libidinosos, respeitando a idéia da habitualidade. 
 
Este crime só se caracteriza quando: a atividade do estabelecimento for para atos 
libidinosos (excluindo casas noturnas – mesmo que exista a prática de atos libidinosos no 
local, pois a destinação da casa noturna não é essa prática) e a habitualidade. 
 
Elemento Subjetivo: Dolo. 
 
Este crime será processado por uma Ação Penal Pública Incondicionada. 
 
Rufianismo (Art. 230, do CP): 
 
Art. 230 – “Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus 
lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.” 
 
Proxenta: É o intermediário, aquele que favorece a prostituição, procurando clientes, 
providenciando local de encontros, mediante um percentual no lucro. 
 
Obs.: O crime de rufianismo não é caracterizado pela habitualidade (não é um crime 
habitual). 
 
Sujeito Ativo: É aquele que de alguma forma se favorece com a prostituição alheia. 
 
Sujeito Passivo: Coletividade e aquela pessoa que sofre a exploração (homem ou 
mulher). 
 
Conduta: Tirar proveito. 
 
No crime de rufianismo não é admitidade a tentativa. 
 
Aumento da Pena: Art. 230, p.1º,do CP. 
“§ 1º Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou se o crime é 
cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, 
tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou 
outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.” 
 
Crime de Ato Obsceno (Art. 233, do CP): 
 
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: Coletividade. 
 
Conduta: Prática de ato obsceno. 
 
Consumação: Quando esse ato é presenciado ou potencialmente presenciável. 
Ex.: O agente prática o ato obsceno na janela do seu apartamento – potencialmente 
presenciável, caracterizando o crime de ato obsceno, independentemente de estar dentro 
da sua propriedade. 
 
Art. 233 – “Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.” 
 
 
 
Escrito ou Objeto Obsceno (Art. 234, do CP): 
 
Art. 234 – “Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para fim de 
comércio, de distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou 
qualquer objeto obsceno: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa. 
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem: 
I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos objetos referidos neste 
artigo; 
II - realiza, em lugar público ou acessível ao público, representação teatral, ou exibição 
cinematográfica de caráter obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que tenha o mesmo 
caráter; 
III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio, audição ou 
recitação de caráter obsceno.” 
 
Porque o sexy shop não é penalizado por este artigo? 
Porque inexiste a exposição ao público dos objetos obscenos, razão pela qual não ofende 
a moralidade, uma vez que a pessoas tem a liberdade de entrar se quiser neste 
estabelecimento (permitida a entrada apenas dos maiores de idade).

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