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Direito Penal Prof. Leonardo Pantaleão Matéria: Resolução de Questões 01/04/2011 Aviso do Prof. Leonardo: as questões não serão resolvidas na ordem apresentada pelo questionário. Logo, serão apresentadas neste resumo conforme a ordem em que foram solucionadas em sala de aula. 7ª Questão: Matéria – Da pena cumprida no estrangeiro e da eficácia da sentença estrangeira. As infrações de menor potencial ofensivo são aquelas em que a pena máxima não ultrapassa 2 anos – competência dos Juizados Criminais. A execução de uma sentença é um ato de soberanida, razão pela qual implica na necessidade de homologação do Estado no qual deverá ser cumprida. A esse propósito o CPP, no Livro V – Das Relações Jurisdicionais com Autoridade Estrangeira, em seu Capítulo III – da homologação de sentenças estrangeiras (Art. 787 a 790) que se encontram esclarecimentos sobre as sentenças estrangeiras. Essas sentenças devem ser previamente homologadas pelo Supremo Tribunal Federal para que produzam os efeitos do artigo 7º do Código Penal, que trata da extraterritorialidade. Porém, é fundamental que se anote que a homologação de sentença estrangeira passou a ser da competência do Superior Tribunal de Justiça – STJ, em conformidade com o Art. 105, I, “i”, da Constituição Federal de 88, com a redação dada pela Emenda Constitucional n° 45. Art. 105 – “Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar, originariamente: i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias; (Acrescentado pela EC/45).” Alternativa correta: C – É possível a homologação, pelo STJ, de sentença penal condenatória proferida pela justiça de outro país, para obrigar o condenado residente no Brasil à reparação do dano causado pelo crime que cometeu. 8ª Questão: Matéria – Suspensão condicional da pena (Sursis). Sursis é um instituto de direito penal com a finalidade de permitir que o condenado não se sujeite à execução de pena privativa de liberdade de pequena duração, ou seja, permite que, mesmo condenada, uma pessoa não fique na cadeia. Sursis quer dizer suspensão, derivado de surseoir, que significa suspender. O condenado deverá cumprir as imposições impostas pelo juiz, sob pena de revogação do sursis. Caso o sursi seja revogado o condenado cumprirá a pena que se achava com a execução suspensa, ou seja, a pena se inicia novamente do zero, independentemente de quantos dias tenha ficado em sursis. Diferença entre Sursis e Livramento Condicional: O conceito de suspensão condicional da pena consiste em um crédito de confiança ao criminoso primário (mas a condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício), estimulando-o para que não volte a delinquir. O condenado, durante determinado prazo, fica sujeito à observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz. Já o livramento condicional, consiste em uma liberdade (antecipada) provisória e imprópria porque é concedida após o trânsito em julgado de sentença penal condenatória e antes do termo final da pena em cumprimento. Obs.: No livramento condicional é exigido que o indivíduo tenha cumprido metade da pena. O condenado em estado de saúde grave ou portador de doença incurável é submetido ao sursis humanitário. Obs.: Inexiste a possibilidade de reparar o dano por circunstâncias óbvias (saúde e doença incurável). O condenado que na data da sentença penal condenatória, tenha idade acima de 70 anos – ocorrerá prescrição, ou seja, a pena cai pela metade. Obs.: A informação do condenado na data do fato contar com mais de 70 anos – não recai no instituto do sursis. A aplicação prática do sursis atualmente está restringida, por conta do Art. 77, III, do CP – uma vez que na maioria dos casos cabe a pena restritiva de direitos (prevista no Art. 44, do CP). Art. 77 – “A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no Art. 44 deste Código.” O Direito penal comporta dois tipos de sanção: a pena (privativa de liberdade, restritiva de direitos e multa) e a medida de segurança (detentiva ou restritiva). O juiz diante de alguns crimes pode aplicar a substituição da pena privativa de liberdade pela pena de multa, terá uma discricionariedade regrada pelo art. 59, inc. I, do Código Penal, para escolher entre uma ou outra, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime. Alternativa correta: C – A reicidente em crime doloso, desde que a condenação anterior tenha sido exclusivamente à pena de multa (Art. 77, p.1º, do CP). Art. 77 § 1º - “A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.” 11. Questão: Matéria – Tema variado. A analogia está prevista na LIND/ Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (antiga LICC). No Direito Penal não se aplica à analogia. No entanto, no Direito Processual Penal aplica- se a analogia, diante da ausência de lei específica. O processo penal pode se valer dos princípios gerais de direitos (que tem suas raízes no juiz natural de direito). O que diferencia o costume do hábito? O hábito é a prática reiterada de um determinado ato. O costume é a prática reiterada de um determinado ato + com a convicção da sua obrigatoriedade, p.ex: as filas – ganharam um contexto social e um caráter de obrigatoriedade. A interpretação extensiva não é permitida no Direito Penal (âmbito material), inclusive sendo vedada pelo princípio da legalidade. Alternativa correta: C – A lei processual não admite interpretação extensiva. Obs.: A alternativa a ser escolhida era a incorreta (portanto, a lei processual admite a interpretação extensiva, conforme o Art. 3º, do CPP). Art. 3º - “A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.” 2ª Questão: Matéria – Legítima Defesa. Legítima defesa é uma justificação para uma conduta ilícita, que legitima um ato que seria crime em sua ausência. Tecnicamente, é um conceito de Direito Penal que pertence à classe das excludentes de ilicitude - isto é, circunstâncias que removem a ilegalidade de uma conduta, embora sem alterar o fato de que o ato é previsto em lei (tipo penal). Consiste no emprego de condutas ilícitas como recurso para se defender de uma agressão. O in dubio pro reo (em caso de dúvida, a favor do réu) – vale somente para o momento da condenação. Já o in dubio pro societate – vale para a fase do recebimento da denúncia. O ônus de provar a situação de legítima defesa é da defesa. Alternativa correta: C – O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. No caso, como o juiz ficou em dúvida sobre a ocorrência de legítima defesa, deve absolver o réu. 3ª Questão: Matéria – Processo sujeito ao Rito Ordinário. Art. 394. “O procedimento será comum ou especial. § 1º O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo: I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei.” O CPP sofreu reformas em 2008, dentre elas – com relação a audiência e o momento do interrogatório do acusado. Atualmente, o Magistrado que presidir os atos instrutórios, agora condensados em audiência una, deverá proferir a sentença, descabendo, em regra, que o interrogatório do acusado, visto expressamente como autênticomeio de defesa foi deslocado para o final da colheita da prova – ouvido por último (ou seja, o interrogatório não é mais colhido em primeiro lugar), tendo por finalidade garantir o princípio da ampla defesa. O rol de testemunhas da defesa é juntada em momento oportuno, sob pena de preclusão. Logo, o juiz não irá deferir o pedido de juntada do rol em momento posterior, salvo exceção. Alternativa correta: C – O juiz só deve deferir a oitiva de testemunhas de defesa arroladas posteriormente ao momento da apresentação da resposta escrita se ficar demonstrado que a necessidade da oitiva se originou de circunstância ou fatos apurados na instrução.
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