Buscar

INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA material

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 135 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 135 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 135 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA
EDUCAÇÃO FÍSICA
Veja aqui um estudo sobre a importância da Educação Física para alunos com deficiência.
COMPARTILHE
CURTIDAS
0
Resumo: A educação inclusiva de maneira geral tem sido alvo de muitos debates ao longo dos anos. A Educação Física de maneira peculiar é parte significante e também alvo direto dessas discussões. Nesse sentido, o objetivo desse artigo é realizar uma meta-análise sobre alguns estudos significantes realizados entre os anos de 2003 e 2008, e, que trazem importantes considerações sobre a maneira que profissionais de Educação Física percebem esse processo. Após uma análise detalhada, percebemos que esses profissionais estão conscientes da importância da Educação Física para alunos com deficiência. Ao mesmo tempo, entretanto, não se sentem preparados para tal, afirmando existir uma grande distância entre o discurso teórico e a realidade prática. Como sugestões apontam a necessidade de se incluir temas mais específicos à inclusão na formação acadêmica, bem como a apoio de profissionais especializados que venham auxiliar em sua atividade prática.
Palavras-chave: Inclusão social; Educação inclusiva; Educação Física
1.Introdução
Vivemos numa época de transição caracterizada pelos intensos esforços em se colocar em prática um dos maiores desafios da sociedade: a educação inclusiva.
Esse tema, por sinal, tem sido alvo de muitos debates, de muitas discussões. No entanto, apesar dos avanços conquistados, o processo de educação inclusiva vê-se ainda imerso num imenso mar de dúvidas e incertezas. Os respaldos teóricos encontrados não são suficientes para efetivar de fato a prática da inclusão no ambiente escolar.
A Educação Física também representa parte significante na concretização desse processo. Contudo, assim como as demais disciplinas, se depara ainda com muitas dificuldades não estando totalmente preparada para lidar com esse tipo de situação.
Estamos assim, imersos numa realidade cercada de dúvidas, angústias e indagações. Partindo dessas considerações, o objetivo desse artigo é realizar uma meta-análise levantando algumas questões referentes a prática pedagógica da Educação Física escolar inclusiva, dialogando sobre as possíveis dificuldades que docentes e discentes podem apresentar, bem como também destacando algumas sugestões que possas contribuir para que a educação inclusiva realmente aconteça. Para tanto, utilizou-se artigos datados do ano 2003 ao ano 2008 que trazem importantes constatações sobre o referido tema.
2. Inclusão na Educação Física
2.1 Educação inclusiva
A educação inclusiva é descrita pelos autores como um processo que vem sofrendo inúmeras mudanças com o passar dos anos. De acordo com Sassaki, citado por Duarte e Aguiar (2005), esse processo vem acontecendo desde a década de 80. Para os autores é caracterizado como a prática de inclusão de todos, independente do seu talento, deficiência, etnia ou cultura.
Ao analisar esse processo no viés histórico, os autores destacam que importantes mudanças já aconteceram. De acordo com Rechineli et al (2008), verdadeiros absurdos aconteciam com pessoas com deficiência. Pessoas assim eram totalmente menosprezadas, destruídas ou até eliminadas da sociedade. Ou eram mortas, ou simplesmente abandonadas à própria sorte ficando a mercê de todo tipo de discriminação. A própria Igreja associava a deficiência ao pecado nesse período.
Essa visão holística e preconceituosa, de acordo com os mesmos autores, começou a mudar somente no final do século XX e início do século XXI, quando se viu a necessidade de a humanidade olhar a todas as pessoas com reconhecimento acreditando nas potencialidades e capacidades de cada um. Dentro dessa perspectiva, relatam como fator de destaque no período, o rompimento do até então paradigma excludente dando lugar à interação e valorização dos “corpos deficientes” da sociedade.
Nesse sentido, é válido destacar que a educação inclusiva tornou-se mais evidente a partir da Declaração de Salamanca que aponta importantes avanços no sentido de incluir alunos especiais em escolas regulares. Aliás, de acordo com Hegarty, citado por Rodrigues (2003), esse processo pode ser definido justamente como o desenvolvimento de uma educação apropriada e de alta qualidade para alunos com necessidades especiais na escola regular.
Entretanto, apesar dos grandes avanços conquistados em prol da inclusão, esse tema têm sido alvo de muitos debates ainda nos dias atuais. A grande verdade nesse momento destacada pelos artigos analisados, é que a inclusão de alunos com necessidades especiais, na escola regular, é o grande desafio para o século XXI. A Educação Física, por sinal, como componente curricular representa parte significativa nesse processo.
2.2 Educação Física Inclusiva
Para Rodrigues (2003), a Educação Física não pode ficar indiferente ou neutra no processo de educação inclusiva. Ela pode se constituir como um adjuvante ou até mesmo um obstáculo adicional nesse contexto, dependendo acima de tudo da maneira como fora trabalhada.
Mas antes de falar do momento presente, é preciso abordar um pouco dessa disciplina também no viés histórico. Rechinelli et al (2008), destacam as diferentes abordagens que caracterizaram a disciplina no decorrer do tempo, relacionando-as à questão da inclusão.
Segundo os autores, durante a abordagem Militar e Higienista, a Educação Física favoreceu em muito à exclusão. Isso porque, todos aqueles que não se encaixassem nos padrões de normalidade, que tivessem com algum tipo de moléstia ou deficiência física eram simplesmente proibidos de participar das aulas. Durante a abordagem Tecnicista, a exclusão também se mostrou evidente nas aulas de Educação Física, visto que somente os mais habilidosos eram valorizados. É válido destacar assim, que é somente a partir da abordagem desenvolvimentista que surgem as primeiras propostas em favor da inclusão. Os referidos autores destacam ainda outras abordagens (construtivista, crítico-superadora e sistêmica), que embora de maneira restrita, já abordavam em suas teorias princípios de uma proposta voltada à educação inclusiva. Nesse sentido, a abordagem sistêmica aparece como a primeira a discutir questões relativas à inclusão ao abordar o princípio da diversidade e da participação de todos independentemente das diferenças.
Ao falar novamente da atualidade, Rechinelli et al (2008), destacam as mudanças ocorridas na LDB e nos PCN’s, que trazem importantes avanços no sentido de facilitar a inclusão. Para eles, os PCN’s aparecem como o primeiro documento oficial a propor de forma efetiva o desenvolvimento de práticas pedagógicas voltadas à diversidade propondo a inclusão através de uma Educação Física aberta a todos, independente de suas diferenças. Aliás, os objetivos dos PCN’s em sua maioria, trazem vários elementos que favorecem à inclusão, visto que, o respeito ao outro, a cooperação e a solidariedade são amplamente valorizadas em seu contexto.
Entretanto, independentemente dos avanços conquistados na legislação no que se diz respeito à educação inclusiva, percebe-se uma grande diferença entre o discurso teórico e a realidade prática. Nesse sentido, os estudos analisados destacam as inúmeras e reais dificuldades encontradas pelos profissionais para colocar em prática de fato esse processo. Destacam também algumas vantagens.
Inicialmente, portanto abordaremos alguns aspectos positivos. Uma das vantagens citadas por Rodrigues (2003), refere-se a flexibilidade inerente aos conteúdos trabalhados em Educação Física.. Segundo o autor, o professor dessa disciplina possui uma maior liberdade em organizá-los facilitando a sua prática. Outra vantagem apontada pelo autor é de que os professores de Educação Física são vistos como profissionais que desenvolvem atitudes mais positivas perante os alunos que os demais professores, gerando assim atitudes mais favoráveis à inclusão. O terceiro aspecto destacado é que a Educação Física permite uma maior participação dos alunos nas atividades, inclusive daqueles queevidenciam dificuldades.
Entretanto, o referido autor destaca ainda importantes constatações referentes aos problemas também encontrados pelos professores de Educação Física. Assim sendo, no que se diz respeito a atitudes positivas dos profissionais, diz que não há homogeneidade e que sofrem influência de diferentes fatores. Nesse sentido, por exemplo, mulheres, professores mais experientes e que tem conhecimento do tipo de deficiência apresentam atitudes mais positivas em relação aos demais.
Outra problemática destacada ainda por esse autor, refere-se a formação dos professores, que raramente engloba aspectos referentes a Educação Inclusiva na sua formação acadêmica. Os conteúdos de informação sobre deficiência são freqüentemente inexistentes ou então pouco direcionados para a resolução concreta de problemas a serem encontrados.
O terceiro problema abordado refere-se a um número deficitário de professores de apoio que tenham formação em Educação Física. A maioria desses profissionais, são formados em outras áreas dificultando assim o auxílio aos professores de Educação Física quando assim se faz necessário.
Finalizando, Rodrigues (2003) destaca que mesmo tentando incluir, as aulas de Educação Física acabam sendo por si só excludentes. Isso porque se desenvolve numa escola cuja cultura possibilita a exclusão daqueles que não se enquadram nos padrões esperados. Da mesma forma, a cultura competitiva também pode ser um fator de exclusão, à medida que somente os melhores são valorizados desprestigiando assim a participação de todos.
Em estudo semelhante, contudo ainda mais detalhado, Aguiar e Duarte (2005), trazem importantes constatações referentes a maneira como professores de Educação Física agem e reagem perante a proposta de educação inclusiva.
O estudo foi realizado com 67 assistentes técnicos pedagógicos de Educação Física de Diretorias de Ensino do Estado de São Paulo. Desses, 56,7 % tinham apenas graduação em Educação Física e 43,3 % tinham graduação e especialização na área. Cabe ressaltar ainda, que a grande maioria dos professores pesquisados (85%) tinha mais de 10 anos de tempo de atuação na Educação Física escolar.
Falando da pesquisa propriamente dita, os autores constataram que 82,1% dos participantes disseram ter conhecimentos sobre educação especial e Educação Física adaptada. Desses, 62,7% disseram ter obtido conhecimentos em palestras; 47,8% em leituras independentes; 38,8% em outras fontes; 29,9% em cursos de extensão; 13,4% em curso de graduação e 7,5% em curso de especialização. Vale lembrar que nessa questão os professores puderam assinalar mais de uma alternativa.
Em relação ao entendimento do conceito de inclusão, Aguiar e Duarte (2005) concluíram que 70,1% não tinham domínio da concepção da inclusão. Por outro lado, 29,1% responderam a questão apresentando alguns conhecimentos básicos de inclusão escolar, tendo uma resposta mais abrangente e significativa.
Outro dado importante apontado pela pesquisa é de que 71,6% dos professores disseram ter em suas escolas alunos com necessidades especiais e apenas 28,4% disseram não ter. Quanto ao tipo de deficiência, a maior parte era portador de deficiência física, seguida da auditiva, visual e mental.
Os autores destacam ainda que a maior parte dos professores pesquisados (62,7%), responderam que não tinham conhecimentos suficientes para incluir alunos deficientes em suas aulas. Ou seja, a grande maioria não se sente preparada para lidar com essas pessoas. Em contrapartida, como anteriormente descrito, a maior parte dos pesquisados disse ter conhecimentos sobre educação especial. Na realidade, esse fato comprova mais uma vez a grande lacuna existente entre o discurso teórico e a realidade prática. A grande dificuldade encontrada pelos profissionais é justamente concretizar tudo aquilo que o princípio da inclusão estabelece teoricamente.
Cabe ressaltar ainda, que após uma análise mais detalhada, os autores constataram que não somente os 67% não tinham conhecimento suficiente. Esse percentual sobe para 97% quando os professores foram indagados sobre a maneira que fazem para incluir alunos deficientes em suas aulas. Ou seja, dos 67 pesquisados somente 2 apresentaram respostas satisfatórias. Uma das respostas destacadas, por exemplo, é que o professor não deve dar maior atenção ao aluno deficiente. Deve, contudo, trata-lo de maneira natural, mostrando a ele que é capaz de realizar qualquer atividade. A segunda resposta convincente foi a de que o professor deve ter conhecimento das deficiências dos alunos procurando assim adequar a metodologia para que envolva a todos.
Sobre os requisitos necessários para auxiliar na inclusão do portador de deficiência nas aulas de Educação Física, os professores sugeriram cursos de capacitação e reciclagem sobre inclusão escolar; adaptação do espaço físico; material didático adequado; método adequado de ensino e apoio técnico-pedagógico especializado. Os cursos de reciclagem, por sinal, são defendidos em larga escala pelos autores do estudo, que segundo eles devem ser ministrados não somente por professores que tenham domínio teórico, mas que, sobretudo, tenham experiência prática em educação inclusiva.
Para finalizar ainda, o estudo mostra que 97% dos pesquisados acreditam que a participação do aluno portador de deficiência em aulas de Educação Física auxilia a inclusão dos alunos na comunidade escolar, facilitando a socialização, a cooperação e a aceitação dos demais alunos perante a presença de colegas com deficiência. Sendo assim, os autores destacam que a participação desses alunos no referido componente curricular pode favorecer ao desenvolvimento de atitudes constantes do paradigma da educação inclusiva. Entre as atitudes, citam a solidariedade, o companheirismo, a responsabilidade e o respeito ao outro sem discriminação de características pessoais, físicas, sexuais ou sociais. Essas atitudes, por sinal, vêm diretamente ao encontro das propostas estabelecidas pelos PCN’s, como já antes mencionado.
Nesse sentido, os estudos realizados nos mostram que ao mesmo tempo em que os professores estão conscientes da importância da Educação Física para portadores de deficiência, demonstram-se altamente preocupados com a maneira correta de agir nas mais diferentes situações que se deparam no seu dia-a-dia. Por sinal, essa é também uma das grandes preocupações de Rodrigues (2003), ao relatar que a discrepância entre as aparências e as realidades sobre as atitudes, a formação e o apoio que os professores de Educação Física dispõem é o grande desafio que paira sobre a efetivação da verdadeira inclusão no cotidiano escolar. O referido autor ainda traz importantes sugestões que poderão auxiliar para que a Educação Física realmente se torne um agente concreto de inclusão.
Como sugestão inicial, destaca que a educação motora proporcionada pela Educação Física é um direito de todos. Para tanto, não deve ser uma opção descartável ao passo que nenhum aluno deve ser dispensado dela. Outra sugestão apontada é a de que o futuro profissional deve ser formado para conhecer e aplicar conteúdos relacionados com o que se deseja que ele seja como profissional. Se por exemplo, for enfatizada a competição em sua formação, como esperar que ele valorize a cooperação em suas aulas? Da mesma forma, enfatiza que o professor deve ter um apoio especializado, que quando necessário seja específico e capaz de analisar com profundidade possíveis problemas que venham a acontecer. Por último, sinaliza que a Educação Física pode sim ser efetivamente uma área chave para tornar a educação mais inclusiva, podendo ser um agente de experimentação, inovação e de melhoria da qualidade pedagógica na escola.
3. Considerações Finais
Infelizmente, existe ainda uma grande distância entre a discussão teórica e a realidade prática no que se diz respeito à inclusão escolar. Já há algum tempo inúmeros esforços vem sendo feitos para inserir de fato esse processo no contexto escolar. Entretanto, compreendemos que as barreiras encontradas pelosprofissionais da educação são muito maiores que as possibilidades até então obtidas.
Entendemos dessa maneira, que o ensino inclusivo ainda não preenche as expectativas no que se refere a qualidade do trabalho desenvolvido. O professor ainda não está preparado. A escola não está adequada. A sociedade como um todo não está consciente do seu dever. É bem verdade que alguns anos já se passaram, contudo compreendemos que as mesmas lacunas até então existentes, continuam presentes ainda nos dias atuais.
A Educação Física por sinal, como componente integrante do sistema de ensino, encontra-se também imersa nessa mesma situação. Embora consciente de sua importância nesse processo, os professores dessa disciplina também não se sentem preparados adequadamente para lidar com alunos deficientes, que por sinal são realidade presente na maioria das escolas.
Por outro lado sim, acreditamos que com muito esforço e dedicação a inclusão na escola pode sim acontecer. Para isso, todos precisam caminhar juntos buscando alternativas que venham a efetivar na prática tudo aquilo que está descrito teoricamente. A persistência é fundamental nesse processo, visto que a educação inclusiva ainda é um aprendizado e que certamente ocorrerá de forma lenta e gradual em nosso país.
Para finalizar, cremos que o ponto de partida para que a inclusão de fato aconteça seja a conscientização de todos. É preciso assim, formar uma sociedade que não somente aceite e valorize as diferenças individuais, mas que aprenda, sobretudo, a conviver com a diversidade humana por meio da compreensão e da cooperação.
Referências:
AGUIAR, J.S; DUARTE, E. Educação inclusiva: um estudo na área da Educação Física. Disponível em < http: www.scielo.com.br. Acesso em 23 de abril de 2010.
RECHINELI, A. et al. Corpos deficientes, eficientes e diferentes: uma visão a partir da Educação Física. Disponível em < http: www.scielo.com.br. Acesso em 23 de abril de 2010.
RODRIGUES, D. A Educação Física perante a educação inclusiva: reflexões conceptuais e metodológicas. Disponível em < http: www.scielo.com.br. Acesso em 23 de abril de 2010.
Tanise Concli - Especialista em Educação Física Escolar com ênfase: em recreação, saúde e fisiologia. Faculdade de Educação e Tecnologia da Região Missioneira-FETREMIS.
Carla Vasconcelos de Menezes - Mestre em Educação. Faculdade de Educação e Tecnologia da Região Missioneira-FETREMIS.
Publicado por: Carla Vasconcelos de Menezes
Muitas investigações de responsabilidade da UNESCO preconizam a educação para todos, assentada em princípios de direito e não de caridade, igualdade de oportunidades e não de discriminação, promoção de sucesso de todos e de cada um.
A educação inclusiva pressupõe escola aberta para todos, ambiente em que todos aprendem juntos, quaisquer que sejam as suas dificuldades. 
Primeiramente a escola tem que cumprir essa prerrogativa como uma sociedade democrática na qual a justiça, o respeito pelo outro e a equidade sejam princípios para uma escola inclusiva.
A partir do todo as partes, ou seja, os professores poderão ter uma autonomia de inserir no contexto escolar a diversidade humana. Isso inclui desde os mais desfavorecidos até os que apresentam deficiências graves.
É o ensino que deve se adaptar ao aluno e não o aluno se adaptar à normas pré-estabelecidas.
Nesse contexto, todas as disciplinas e em especial a educação física passam do processo de exclusão para um de inclusão.
Em especial a educação física, pois está nasceu de uma visão homogeneizada na busca do rendimento e da competição. Quem não atingia a performance esperada ou não se enquadrava no perfil físico almejado pelos educadores eram excluídos da pratica.
A prática por partes desses alunos era fora do contexto inclusivo, na qual a educação física era adaptada exclusivamente para eles. E mesmo com a adaptação a visão era a busca de rendimento no esporte.
Mas hoje, dentro do contexto escolar, já estamos acompanhando a educação inclusiva na qual os alunos participam, tendo ou não necessidades especiais, dá mesma atividade.
Assim, a busca pelo ensino inclusivo na educação física é aceitando a heterogeneidade da classe e trabalhando em cima dela.
Partindo da sociedade, entrando na escola e atingindo os professores, a inclusão depende muito mais de um entendimento por parte do professor e dos alunos ditos “normais” de que os alunos com necessidades especiais devem ter a oportunidade de evoluir e mostrar que são capazes de aprender e se relacionar.
E a educação física é uma das melhores disciplinas no ambiente escolar, pois através de atividades e jogos lúdicos promove a interação de todos os alunos. Cria oportunidades para os deficientes mostrarem que também são capazes de evoluir em conjunto.
Educação Física Escolar
A educação física é um componente curricular no qual todos os alunos devem desenvolver determinadas habilidades, inclusive as motoras ou esportivas.
Mesmo num ambiente escolar a educação física, era e, é vista por alguns como seletista, uma visão de rendimento, apenas para descobrir talentos. Os estudantes com deficiência eram dispensados de disciplina.
Para praticar atividades físicas estes estudantes buscavam outras alternativas, como projetos de extensão da escola em uma educação física adaptada. Mas esta pratica também estava no entorno de esportes de rendimentos, pois o professor queria mostrar para o aluno que ele também mesmo com necessidades especiais poderia ser um atleta.
Mas, a educação física na escola não deve ser pensada só como esporte. Ela deve ser pensada influenciando o cotidiano dos praticantes através de uma interdisciplinaridade. O educador tem que ir além de sua área e buscar pontos de contato com outras disciplinas.
É na interdisciplinaridade que o professor de educação física pode colaborar para o completo desenvolvimento individual quanto coletivo dos alunos e sem excluir os estudantes menos favorecidos, seja por deficiência física ou intelectual, social ou psicológica.
Nas aulas de educação física os alunos podem mostrar seu potencial através do movimento e do raciocínio para que isto ocorra, seja para um jogo ou para uma brincadeira. Oportuniza o convívio, a socialização e o respeito que são oriundos das práticas esportivas.
Na vivência lúdica o aluno pode experimentar o gosto por uma atividade específica e querer se aprimorar nela, independentemente de ter ou não alguma deficiência.
 Educação Física: Adaptada ou Inclusiva
Podemos dizer que se tem duas linhas na educação física quando se trabalha com portadores de necessidades especiais. São duas modalidades de atuação que dependem muito mais dos educadores que dos alunos propriamente.
Uma das modalidades é a educação física adaptada, na qual os estudantes com deficiência praticam atividades físicas separados dos seus colegas.
A outra é a educação física inclusiva, na qual todos participam das mesmas atividades propostas.
A prática das duas modalidades requer um ambiente acessível, que oferece oportunidades iguais, com inclusão social e valorização das diferenças, estimule o desenvolvimento de habilidades e valorize as competências individuais. Para isso, cabe ao professor planejar as aulas de acordo com as especificidades dos alunos de cada turma.
Sabe-se que essas duas modalidades se encontram designadas à sociedade em uma só que é a educação física adaptada. Mas deve ser de uma maneira diferente: a inclusão deve acontecer com a adaptação dos recursos, das regras, dos professores, dos alunos, dos pais e de todos os envolvidos no processo de ensino/aprendizagem de uma pessoa.
A educação física contribui para o desenvolvimento físico, intelectual, social e psicológico através de jogos e brincadeiras. É nesse contexto que a inclusão deve ocorrer.
 Melhores Atividades Físicas Para Inclusão
Qualquer atividade física é recomendada para portadores de necessidades especiais assim como para pessoas ditas “normais”, desde que se adapte o jogo ou a brincadeira para que elas possam ser incluídas e possam praticar junto ao gruporegular, sem necessidade de montar uma turma extra.
Portanto, na escola, as atividades oferecidas como recreativas, tanto os jogos como as brincadeiras, devem ser pensadas de tal maneira que abranjam todos os praticantes com deficiência ou não.
Através dessas atividades recreativas, jogos lúdicos e passa tempos todos os alunos podem se beneficiar no senso de realização, consciência corporal, desafios físicos e mentais, melhoria da autoestima, expressão criativa, chance de fazer amizades, oportunidade de competir e sistema de cooperação e tudo mais que explore a socialização.
As Dificuldades da Educação Física Adaptada
Sabemos que nem todas as escolas estão preparadas para receber o aluno portador de uma deficiência e por vários motivos, entre eles, porque os professores não se sentem preparados para atender adequadamente as necessidades daqueles alunos e porque os escolares que não têm deficiência não foram preparados sobre como aceitar ou brincar com os colegas com deficiência.
Talvez a grande dificuldade nas aulas de educação física está em atingir ao mesmo tempo todos os alunos e cada um deles. Isso porque não existem pessoas iguais, portanto a diversidade se torna um ponto de análise para não ocorrer fracasso na educação.
Nesse caso, o professor é a ferramenta principal e isso implica dizer que ele influencia diretamente no desenvolvimento do aluno e muitas vezes interfere na gestão familiar e social do indivíduo. Portanto a maior dificuldade é o próprio professor saber se está preparado e tem condições favoráveis de receber os alunos com necessidades especiais junto a turma.
A partir daí o professor no seu trabalho didático-pedagógico com base nos campos psicomotor, cognitivo e social deve se preparar e trabalhar gradualmente do grau menos complexo até o mais complexo, respeitando a heterogeneidade da turma e levando a independência do aluno com necessidade especial para sua evolução global.
Nessa oportunidade de independência, o professor como promotor do convívio entre os alunos estimula no aluno com necessidade especial a autoestima, o autoconhecimento, o autodomínio, suas habilidades psicomotoras e sociais e estimula os outros alunos a entenderem, aceitarem as diferenças e apoiarem esse desenvolvimento fechando a ideia de inclusão.
Modalidades Esportivas Adaptadas ao Deficiente Físico
Só para elucidar, atualmente as pessoas com deficiência física praticam esportes como: atletismo, arco e flecha, basquetebol em cadeira de rodas, bocha ciclismo, esgrima em cadeira de rodas, futebol para amputados e paralisados cerebrais, halterofilismo, hipismo, iatismo, natação rúgbi, tênis em cadeira de rodas, tênis de mesa, voleibol sentado para amputados, etc.
Essas práticas esportivas e que hoje estão dentre as modalidades das paraolimpíadas mostram o quanto à educação física evoluiu desde a segunda guerra.
Natação
É um dos esportes mais apropriados para indivíduos com algum tipo de deficiência física, devido aos benefícios e facilidades proporcionados pela execução de movimentos com o corpo imerso na água. Tem valor terapêutico, recreativo e social. Reduz o grau de fraqueza e de complicações o que traz grandes contribuições nos processos de reabilitação.
Além disso, desenvolve a coordenação, condicionamento aeróbico, reduz a espasticidade e resulta em menos fadiga que outras modalidades o que contribui muito para que a natação seja praticada por portadores de diversas deficiências físicas. Portanto, a natação pode ser apresentada de três formas para essa prática: natação terapêutica ou utilitária, natação recreativa ou esportiva formal e natação competitiva.
Corrida
Praticada por pessoas deficientes físicos, visuais ou intelectuais. Os deficientes visuais são acompanhados por um guia, geralmente seus treinadores, ligados a eles por uma corda. Os deficientes físicos usam próteses ou cadeiras de rodas. E os intelectuais correm sozinhos conforme o grau de deficiência.
Familiares e amigos que gostam e também praticam devem ser os principais incentivadores nesta inclusão, que nem sempre é fácil, mas é desafiadora. Se para uma pessoa sem deficiência participar de uma maratona ou provas menores já é emocionante e significa superação pessoal, imaginem para um deficiente.
Basquete
Disputado por pessoas com alguma deficiência físico-motora, é o esporte mais divulgado e mais praticado por deficientes físicos. Geralmente as cadeiras são adaptadas e padronizadas. As dimensões da quadra, a pontuação e a altura da cesta são as mesmas do basquetebol convencional.
Uma das adaptações durante o jogo é que no lugar dos dois passos, o jogador só pode dar dois toques na cadeira sem que continue quicando a bola, ou passe para outro jogador. Em se tratando de competições, o basquete foi a primeira modalidade paraolímpica a ser praticada no Brasil.
Ciclismo em Cadeira de Rodas
Dentre os deficientes que praticam ciclismo e que competem segundo o comitê paraolímpico brasileiro estão os paralisados cerebrais, deficientes visuais, amputados e lesionados medulares (cadeirantes).
Nesta modalidade também a adaptação do material conforme a deficiência, por exemplo, os cegos pedalam em uma bicicleta dupla, sendo guiados por outra pessoa que fica no banco da frente, a handbike é movida pelos braços e destinada aos cadeirantes. Já os paralisados cerebrais podem usar as bicicletas convencionais ou triciclos, conforme o grau de lesão do atleta.
Quer entender o que se passa com um deficiente físico, quais suas dificuldades frente ao esporte e como é a sensação de superação?
Tente, em cada uma das modalidades citadas neste artigo, experimentar a vivência dos deficientes. Por exemplo, na natação não use um ou ambos os braços, na corrida vende seus olhos e peça para alguém guiá-lo, no basquete convide amigos para jogarem sentados em cadeiras com rodinhas.
É interessante mostrar aos alunos sem deficiência a gama de possibilidade que os esportes paraolímpicos oportunizam as pessoas com deficiência e que se eles são capazes, os seus colegas de aula também podem ter oportunidades de prática.
O Papel do Educador Físico
O professor de educação física tem que estar preparado para lidar com o processo de inclusão. Ele deve garantir além do direito das pessoas com necessidades especiais frequentarem as aulas, deve também garantir as condições necessárias de aprendizagem.
O professor de educação física consegue através de um processo de adaptação das aulas, desde que vá além de seus conhecimentos básicos, fazer com que exista coparticipação de alunos com e sem necessidades especiais no mesmo momento.
Deve colocar seu aluno como prioridade e não o esporte ou a aula em si. No momento que pensa no aluno em primeiro lugar vai adaptar sua aula a heterogeneidade da turma respeitando cada aluno dentro de um grupo. Tendo a flexibilidade inerente aos conteúdos conduz a uma maior facilidade de aprendizagem, estimula a criatividade, a resolução de problemas e a cooperação no desenvolvimento de tarefas pelos alunos.
Assim, o professor pode ser visto como um símbolo de ações positivas levando os alunos a terem uma vivência prazerosa da educação física, com essas atitudes favoráveis a inclusão. Ele rompe paradigmas: da incapacidade para a capacidade, da baixa estima para autoestima e da exclusão para a inclusão.
Portanto cabe ao professor a tarefa de saber, conhecer e identificar as diferenças, porém sempre no sentido de tentar incluir a aluna para uma prática comum e cada vez menos isolada do restante dos outros alunos da turma.
Se o professor entender isso, acaba que não existe nenhum método, ideal ou perfeito da educação física que se aplique ao processo de inclusão, porque o professor sabe e pode combinar numerosos procedimentos para remover barreiras e promover a aprendizagem dos seus alunos.
Como Planejar Uma Aula Adaptada
O planejamento sistemático é necessário para que as atividades sejam mais eficientes.
Primeiramente o professor deve estar a par da vivência do estudante. Depois fazer o seu plano, seguindo uma sequênciade ação: conhecimento da realidade – reflexão – voltar ao plano que será executado.
O professor deve ter um objetivo a ser alcançado e os métodos que utilizará para chegar a esse objetivo.
A proposta é que o professor deve contemplar o maior número de práticas corporais e de conhecimentos a partir da prática de diversos conteúdos explorados em jogos, brincadeiras e porque não atividades competitivas que busquem um sistema de cooperação entre os alunos.
A aula adaptada pode ocorrer havendo ou não alunos portadores de deficiência. Não existindo alunos deficientes, a aplicação de conteúdo de jogos adaptados serve para mostrar aos alunos como os deficientes se sentem e as dificuldades e desafios que encontram. Nesse sentido, quando houver a necessidade de integrar na turma um aluno com deficiência os outros alunos e até mesmo o professor já terão o entendimento e a aceitação com esse aluno.
 Dicas
Fazer adaptações no programa escolar: avaliação, planejamento e execução das atividades;
A avaliação constante do programa de atividades possibilita as adequações necessárias, considerando as possibilidades e capacidades dos alunos, sempre em relação aos conteúdos e objetivos da educação física (adaptação de material e sua organização na aula, tempo disponível, espaço);
Aplicar uma metodologia adequada á compreensão dos alunos, usando estratégias e recursos que despertem neles o interesse e a motivação, através de exemplos concretos, incentivando a expressão e a criatividade;
Adaptar os objetivos e conteúdos quando forem necessários, em função das necessidades educativas, dar prioridade a conteúdos e objetivos próprios, definindo o mínimo possível e introduzindo novos quando for preciso;
Perceber os interesses e necessidades do aluno em relação as atividades propostas;
analisar por quanto tempo o aluno consegue permanecer atento as tarefas solicitadas, para que se possa adequar as atividades às possibilidades do mesmo;
Analisar em que grupo de estudantes haverá maior facilidade para aprendizagem e o desenvolvimento de todos.
Uma das possibilidades de se trabalhar com os alunos a superação dos preconceitos, atrelados à falta de capacidade, é convidar uma pessoa com deficiência, que pratique o esporte com certo nível de eficácia sobre aquela prática corporal (um atleta possivelmente), para que realize uma demonstração na escola.Assim, os alunos podem perceber as capacidades que as pessoas com deficiência possuem e, assim, terem a chance de rever e ressignificar seus valores, crenças e conceitos em relação aos deficientes.
 Cuidados e Restrições
Respeitar o ritmo, pois, geralmente, são mais lentos naquilo que fazem como falar, andar, pegar as coisas, entender uma ordem, etc;
Ter paciência quando ouvi-los, pois alguns têm dificuldade de fala;
Lembrar que eles não têm uma doença contagiosa, portanto o carinho, o abraçar e estar sempre perto faz bem;
Só tome uma atitude de ajudar em uma determinada atividade, quando for solicitado, pois muitas vezes a ajuda atrapalha que qualquer outra coisa;
É necessária uma desconstrução do esporte de rendimento, a fim de gerar um modelo de “esporte da escola;
O aluno enquanto sujeito do processo de ensino deve ser capacitado para sua participação na vida social, cultural e esportiva, o que significa não somente a aquisição de uma capacidade de ação funcional, mas a capacidade de conhecer, reconhecer e problematizar sentidos e significados nesta vida, através da reflexão crítica;
O esporte adaptado a escola, não deve ser no seu formato convencional, com regras e valores do esporte performance, consequentemente, excludente;
O professor deve procurar saber sobre a etiologia, tipologia e grau de deficiência do aluno que compõe sua turma. Para tanto, a relação com a família e a escola para obter informações sobre o tipo e o nível de deficiência e suas potencialidade é necessário.
Conclusão
A inclusão de todos na escola independente do seu talento ou deficiência, reverte-se em benefícios para os alunos, para os professores e na sociedade em geral, pois sabemos que o contato das crianças entre si reforça atitudes positivas no processo da inclusão e da integração.
Para que isso aconteça é preciso ainda repensar o papel do professor e sua prática pedagógica, quando o processo da inclusão educacional de alunos com necessidades especiais e de outros alunos com que a escola tem dificuldade de lidar tem muito a beneficiar com as propostas metodológicas dos professores de educação física que, com criatividade, podem usar o corpo, o movimento, o jogo, a expressão e o desporto como oportunidades de celebrar a diferença e proporcionar aos alunos experiências que realcem a cooperação e a solidariedade.
Mas, sabemos antes de tudo, que o professor ainda está em fase de preparação para enfrentar esta realidade cada vez mais presente, na qual alunos com e sem deficiências estão inseridos no mesmo ambiente escolar e na mesma turma.
E a educação física por trabalhar através do movimento todas as questões pessoais e interpessoais pode através de adaptações dos esportes com jogos sem regras pré-estabelecidas e brincadeiras estimular a coparticipação dos alunos no processo de ensino/aprendizagem.
A educação física adaptada está hoje num patamar importante, pois não há essa necessidade de rigidez de conteúdo. Partindo de um planejamento pedagógico coerente, este passa a ser um instrumento de constante orientação e também de base para possíveis mudanças decorrentes do processo de ensino.
Isso nos mostra que há necessidade de mudanças na visão e atitudes de professores e demais envolvidos no processo ensino/aprendizagem. Afinal, a presença do aluno com deficiência na escola deve ser vista como um elemento importante para se trabalhar conceitos de respeito perante as diferenças. Ao contrário da visão arcaica e ainda presente para alguns professores de que a presença de um aluno com deficiência na turma seria uma espécie de atraso pedagógico para os demais.
Referências
http://atividadeparaeducacaoespecial.com/wp-content/uploads/2014/09/INCLUS%C3%83O-PRATICA-PEDAGOGICA.pdf
http://www.efdeportes.com/efd210/o-basquetebol-em-cadeira-de-rodas.htm
http://repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/275410http://www.ngime.ufjf.br/wp-content/uploads/0825_directory_of_sport_science_PORTUGUES-vers%C3%A3o-final-26-08-16.pdf#page=151
http://revistas.unijorge.edu.br/corpomovimentosaude/pdf/artigo2012_1_artigo1_12.pdf
https://www.unimep.br/phpg/bibdig/pdfs/2006/INAYIPCIURCT.pdf
https://sportlife.com.br/os-beneficios-da-corrida-para-portadores-de-deficiencia/
http://www.efdeportes.com/efd210/o-basquetebol-em-cadeira-de-rodas.htm
http://desporto-adaptado.blogspot.com.br/2010/01/ciclismo.html
http://tudosobrenatacao.blogspot.com.br/2008/01/natao-adaptada-paraesporte.html
https://canaldoensino.com.br/blog/passo-a-passo-para-criar-uma-sala-de-aula-adaptada
RESUMO Introdução: A inclusão de crianças com necessidades especiais nas aulas de Educação Física escolar é um desafio a ser vencido pela escola, pois promove, além da integração e socialização, o respeito as diferenças. Para proporcionar um ensino de qualidade é relevante que se conheça as deficiências, e para que haja inclusão, é preciso adaptar as atividades como forma de beneficio à todos. A Educação Física contribui para o processo inclusivo nas escolas regulares, e permite a relação entre crianças, estabelecendo a troca de experiências. Objetivo: O presente estudo tem o objetivo de abordar aspectos da inclusão de alunos com necessidades especiais nas aulas de Educação Física, disciplina esta que contribui para o desenvolvimento integral da criança. Materiais e métodos: o estudo foi realizado através de uma pesquisa de natureza exploratória em livros e revistas, logo após a leitura exploratória foi realizada leitura seletiva, analítica, e finalizada com leitura interpretativa. Revisão de literatura: deficiência é caracterizada como ausência ou dano estrutural de aspectos psíquicos, físicos e anatômicos, provisório ou definitivo (ANIRALIAN,et. al., 2000). Existem vários direitos que beneficiam deficientes, mas é lento o processo inclusivo nas escolas (MENDES, 2006). Conclusão: Alguns fatores como falta de estrutura das escolas, falha na formação de professores, falta de informação são norteadores no processo de inclusão. PALAVRAS-CHAVE: Educação Física e deficientes, definição de deficiência, problemas nas escolas, escola inclusiva, formação de professores. ABSTRACT Introduction: The inclusion of children with special needs in school physical education classes is a challenge to be met by the school, it promotes and the integration and socialization, respect differences. To provide a quality education that is relevant is known deficiencies, and that there is inclusion, it is necessary to adapt the activities as a way to benefit at all. Physical Education contributes to the inclusive process in regular schools, and allows the relationship between children, establishing the exchange of experiences. Objective: This study aims to address issues of inclusion of students with special needs in physical education classes, this course contributes to the development of the child. Materials and methods: The study was conducted through an exploratory research in books and magazines, after reading selective reading was held exploratory, analytical, and finished with interpretative reading. Literature review: disability is described as absence or structural damage aspects of physical, psychological and anatomical, temporary or permanent (ANIRALIAN, et. Al., 2000). There are several rights that benefit disabled, but the process is slow in inclusive schools (MENDES, 2006). Conclusion: Some factors such as lack of infrastructure of schools, failed teacher training, lack of information is guiding the process of inclusion. KEYWORDS: Physical Education and disabled, definition of disability, problems in schools, inclusive education, teacher training. INTRODUÇÃO A inclusão de crianças com necessidades especiais nas aulas de Educação Física escolar é um desafio a ser vencido pela escola e sociedade, uma vez que objetiva a educação para todos, além de estimular a convivência com as crianças. O conceito de educação inclusiva se dá por alguns aspectos como, compartilhar o mesmo espaço físico, integração na sociedade, adaptações no ensino, participação de todos nas aulas e o direito a educação (SANT´ANA, 2005). O assunto inclusão de crianças com necessidades especiais na escola regular é difícil para professores e para a comunidade. O aspecto da universalização e uniformização pedagógica tem impossibilitado o trabalho do professor no contexto individual e o convívio com as diferenças. A criança com necessidade especial é vista com mais atenção e cuidado, o que, começando pela família pode diferenciar das outras crianças (FALKENBACH et. al., 2007). Para Venturini et. al. (2010) a Educação Física contribui para o desenvolvimento do afetivo, social, e intelectual de alunos com deficiência , pois o incentivo à inclusão torna a auto estima e a auto confiança mais evidente e assim não há desigualdade. A adequação correta da Educação Física para alunos deficientes evidencia a compreensão de limitações e capacidades, estimulando o desempenho do aluno. É essencial que o professor conheça seu aluno e sua necessidade educacional especial, se houver, pois atualmente esta disciplina não trabalha apenas com alunos ditos normais, mas também frisa a importância da pratica inclusiva de alunos especiais em suas aulas. De acordo com IBGE (2000), 24,5 milhões de pessoas no Brasil tem algum tipo de deficiência. Entre elas, 48% tem deficiência visual, 27% tem deficiência física, 8,3% deficiência mental. A ONU (2013) aponta que no mundo, mais de 650 milhões de pessoas no mundo tem alguma deficiência, o que corresponde a aproximadamente 10% da população. Destes, 30% são meninos de rua, em países desenvolvidos 90% não freqüentam escola. Há vários fatores que influenciam na inclusão de pessoas com deficiências. No âmbito da Educação Física pode- se trabalhar de varias formas que contribuem para o processo de inclusão, como adaptar atividades que contribua para interação entre todos os alunos (SILVA et. al., 2009). A política inclusiva de alunos deficientes na escola serve para desenvolver potenciais, respeitando as diferenças e atendendo suas necessidades. A escola deve criar espaços que propiciem a inclusão, comprometendo- se com uma educação de qualidade para todos os alunos, para que se atinja os objetivos educacionais (BRASIL, 2001). Os portadores de necessidades especiais tem como conseqüência da exclusão social problemas com a saúde física e mental. Essa exclusão deve ser trabalhada para que seja transformada em inclusão, trazendo assim uma melhoria na qualidade de vida das pessoas (AZEVEDO et. al., 2004). O objetivo deste estudo foi abordar aspectos que beneficiam ou não para a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais nas aulas de Educação Física, disciplina tal que contribui para o desenvolvimento integral da criança. MATERIAIS E MÉTODOS O presente estudo foi realizado por meio de uma revisão bibliografica de artigos, caracterizando-se como exploratoria. Foram identificados artigos e trabalhos científicos publicados em periodicos relevantes, disponiveis para consulta em: Revista Movimento, Revista Digital, Caderno Cedes, Revista Brasileira de Educação, Revista de Educação Física/ UEM, Revista Brasileira de Ciencia e Movimento, Motriz: Revista de Educação Física. As palavras: inclusão, inclusão de deficientes na escola, Educação Física e inclusão, cadeirantes na educação fisica escolar, educação adaptada, foram utilizadas como fonte de pesquisa. O tema proposto do trabalho é Educação Física como forma de inclusão de deficientes no ensino fundamental. Essa pesquisa foi realizada através de artigos e livros dos anos de 1961 a 2010. O método utilizado para a realização deste estudo foi primeiramente uma leitura exploratória de materiais bibliograficos como artigos relarionados com a Educação Física Inclusiva.Após a leitura exploratoria foi realizada uma leitura seletiva verificando a relevancia dos achados.Em seguida a leitura seletiva foi realizada uma leitura analítica que consiste em ler e analisar os materiais selecionados na leitura anterior. A finalização foi realizada por meio da leitura interpretative que consiste em relacionar os artigos com o tema proposto. REVISÃO DA LITERATURA INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA Os meios usados pelas políticas públicas para tornar mais amplo o contexto da inclusão seria um caminho para chegar-se a uma sociedade inclusiva. Para dar consistência a idéia de uma educação inclusiva o estado deve projetar uma política pública que forme uma comunidade a qual respeite a diversidade e garanta o direito de todos à educação, O conceito de Inclusão se firma na diversidade, diferença, universalização de indivíduos dentro do mesmo espaço, neste contexto, a escola (PAULON et al, 2005). De acordo com Aniralian et al (2000) um indivíduo com necessidades educacionais especiais ou deficiente é caracterizado como ausência ou dano estrutural dos aspectos psíquicos, físicos ou anatômicos, provisório ou definitivo. Anormalidades como ausência de um membro ou até funções mentais constituem deficiência. Há vários direitos que beneficiam pessoas com necessidades especiais e esses direitos vêm ganhado destaque apesar do lento processo para se conquistar o acesso à educação dessas pessoas (MENDES, 2006). A inclusão de deficientes na educação regular é constada na LDBEN 4.024/ 61, no Art. 2° a qual diz que todos têm direito a educação. Desta forma pessoas com necessidades especiais não deveriam estar vetadas ao processo educativo regular. Porem, no Art. 88. há uma condicional, ou seja, apenas “se houver” possibilidade deve-se inserir um deficiente na rede regular de ensino, para que ele seja incluso na sociedade (BRASIL, 1961). A proteção dos direitos de um cidadão à educação independe de vários fatores, mas torna-se um desafio, pois na realidade, nemtodos tem acesso a mesma. Para a resolução deste e de outros problemas, o governo vem promovendo programas educacionais a fim de priorizar o ensino de qualidade que é de extrema importância na formação de um cidadão critico, participo na sociedade, digno e respeitoso (ROJO, 2000). De acordo com a LDB 9394/ 96, Art. 58°, § 1°, a educação especial é compreendida como um modelo educacional disponibilizado opcionalmente pela escola, para alunos que tenham algum tipo de limitação. No Art. 59°, III, da mesma Lei, os professores devem obter uma especialização própria para trabalhar com pessoas especiais e se tornarem capazes de serem mediadores da inclusão desses alunos no contexto escolar (Brasil, 1996). De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), a diversidade no âmbito escolar é importante pois garante o acesso a escola visando o ensino de qualidade. A escola tem o papel de tornar mais forte o respeito à diversidade, e a não aceitação da desigualdade, pois as diferenças devem ser vistas como um incentivo para que se cumpra uma educação de qualidade. Os PCNs também tem importante papel no processo de inclusão, pois foram criados com o objetivo de obter um vínculo entre escola e sociedade, além de ser um fator de extrema importância para a educação. No século atual, há uma expectativa que a escola forme cidadãos críticos, que participe das atividades dentro da sociedade, e que respeite as diferenças (BRASIL, 1998). O principio da declaração de Salamanca (1994), ressalta que as escolas devem adaptar-se para acomodar todas as crianças, deficientes ou não. Na escola inclusiva é essencial o aprendizado de forma que abranja todas crianças e traga entrosamento entre deficientes e os demais alunos construindo assim uma educação inclusiva (ESPANHA, 1994). A Educação Física adaptada enfatiza a normalidade da diversidade, das diferenças e salienta a adaptação de atividades fundamentais no desenvolvimento da criança num todo. Uma educação eficaz de crianças com necessidades especiais não é obrigação somente da escola, mas da família, sociedade, política, todos trabalhando em conjunto para se obter uma educação inclusiva de qualidade (ESPANHA, 1994). No quadro a seguir encontram-se as patologias mais freqüentes no âmbito escolar, conceito e qual deve ser a intervenção do professor de Educação física para incluir esse aluno às aulas. Quadro1- Patologias freqüentes encontradas no ensino regular DEFICIÊNCIA CONCEITO INTERVENÇÃO DO PROFESSOR Auditiva Limitação ou perda total de alguns sons que correspondem ao aparelho auditivo. Comunicação com o aluno através de expressões corporais, gestos, mímicas, se não houver conhecimento de LIBRAS. Visual Possibilidade visual reduzida ou ausente, imutavelmente nos dois olhos sem alternativa de melhora, com ou sem lentes ou intervenção medica. *Adequar os recursos pedagógicos de modo que a criança cega ou com pouca visão os compreenda. *Disponibilizar a criança todos os materiais e equipamentos específicos de que ela necessite; Mental Nível intelectual restrito, em níveis leve, moderado, inflexível ou complexo, ajuste no comportamento inadequado, independendo do estagio de comprometimento. Necessário mais a prática e menos teoria; O ensino deve ser fragmentado em pequenas etapas. Deve ser repetitivo, interativo, associação de linguagem e ação, fator importante é a motivação. Fontes: 1. Revista Benjamim Constant (2005) 2. BATTISTELLA (2004) Secretaria de Estado de Direitos da Pessoa com Deficiência, Governo de São Paulo. FORMAÇÃO DE PROFESSORES E FALHAS NO SISTEMA DE ENSINO De acordo com Falkenbach et al (2007) há uma unanimidade dos professores quando a questão é o favorecimento da inclusão, porém estes confundem inclusão com interação. Os professores admitem uma falha na formação, o que não possibilita um embasamento para inclusão escolar. Pode- se afirmar que um dos problemas da falta de inclusão de alunos com deficiência é o tradicionalismo das escolas e uma das medidas que podem reverter a situação de inclusão atual é aprofundar a qualificação dos professores e orientar a comunidade. A inclusão não está acontecendo ou não está sendo satisfatória, isto se dá pela formação precária dos professores, pelo próprio preconceito e por outros problemas. É essencial a formação de um profissional capaz de atuar com alunos deficientes na escola, apesar de estar crescendo o número de profissionais formados nessa área. Todas as disciplinas devem tratar desse assunto, inclusive na Educação Física, porém nenhuma geralmente trabalha “a inclusão” propriamente dita (FLORES et al, 2010). A interação de deficientes com os colegas constrói um conhecimento incentivado pelo professor de Educação Física e os demais professores, sendo assim, a inclusão acontece de forma crescente. Em se tratando do aluno surdo é essencial que haja um interprete de libras em sala de aula, porém isso não resolve o problema, apesar de melhorar a compreensão dos conteúdos. Desta forma tanto alunos normais como professores devem buscar a cooperação e parceria com alunos que tenham limitações para que aconteça de fato uma inclusão social (LACERDA, 2006). Uma escola de qualidade que observe cada um individualmente é um exemplo de inclusão, o que hoje não acontece, pois o sistema escolar não aderiu este modelo de ensino. A exclusão de alunos com necessidades especiais no âmbito social é evidente tornando-os esquecidos. Nas aulas de Educação Física os professores, com a desculpa de preservar os alunos, acabam não desenvolvendo potencialidades destes alunos. Muitas vezes o próprio professor ao invés de incentivar o aluno fique bastante constrangido, quando o desejo dele na maioria das vezes é participar das aulas juntamente com os outros alunos (OLIVEIRA, 2002). É um desafio para profissionais de educação física promover a inclusão de alunos com deficiência, até porque em muitas escolas brasileiras há falta de estrutura para receber tais alunos e sendo assim, não há uma Educação para todos os alunos da escola básica. Uma educação de qualidade, acessível a todos, tornará a escola cada vez mais inclusiva (SOUTO et. al., 2010). Para Leonardo (2008), um sistema de ensino de qualidade que não exclua ninguém. Incluir alguém excluído não é só adaptar um local para recebê-los, mas proporcionar uma educação que seja satisfatória. O sistema brasileiro de ensino público tem enfrentado grande adversidade, pois até crianças sem deficiência tem sofrido déficit no aprendizado, o que torna o este sistema vergonhoso, também pelo baixo investimento dado pelo governo. As escolas precisam elaborar projetos que dêem preferência ao pedagógico, evidenciando a educação inclusiva; oriente todos os funcionários da escola e também a comunidade no trabalho com alunos deficientes; designar recursos para a formação de professores aptos do ensino pedagógico e prontos para lidar com eventuais problemas que podem surgir com seus alunos. É necessário adaptar a escola por meio de algumas medidas, facilitando o deslocamento de tais alunos (MELO & MARTINS, 2007). A formação de professores deve- se dar a partir de cursos capacitantes com constantes avaliações, e não somente envolvimento em cursos, pois, sendo um procedimento continuo o professor deve ter um pensamento crítivo para que saber e entender sobre o processo de inclusão e assim aperfeiçoar o conhecimento passado aos alunos em sala de aula (SADALLA, 1997). Fatores como acesso, engenharia, estrutura tem norteado debates no que diz respeito ao espaço escolar relacionados a inclusão, pois as escolas não tem preparação para receber alunos com necessidades especiais. Há uma falta de preparo dos professores para lidar com esse tipo de aluno, e ignorância por parte dos colegas e direção escolar no saber se relacionar com alunos com deficiência (CIDADE & FREITAS, 2002). A inclusão traz mudanças tanto nos espaços, pensamentos das pessoas que não são deficientes quanto na vida de quem tem alguma necessidade especial. Para que as diferenças sejam aceitas pela comunidade,e que se tornem mais humanos (CIDADE& FREITAS, 1997). Precisa-se analisar se a estrutura da escola favorece a inclusão de alunos com necessidades especiais e se a comunidade escolar está disposta a trabalhar com alunos especiais. Para existir integração entre a parte docente da escola e o aluno é fundamental saber tudo sobre a deficiência, isto se dá através de sua formação. É papel de todos na escola priorizar a inclusão social e depois inclusão escolar (MACIEL, 2000). No Brasil, a realidade é completamente diferente, tanto escolas quanto a comunidade escolar estão despreparadas para receber pessoas com necessidades especiais. Vários problemas familiares podem nortear a procura dos pais por escolas inclusivas, e um ensino de qualidade ( PRADO & MOROSTEGA, 2001). A maneira de lidar com deficientes torna-se desapropriada pela falta de conhecimento e preconceito da sociedade. Com o objetivo de apresentar atendimento especial, os que necessitam de prioridade, são privados do convívio com a comunidade (OMOTE, 1999). ATIVIDADES DE INCLUSÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA Existem várias atividades que promove ao aluno o conhecimento de suas limitações, e proporcionam integração entre eles. Nos quadros 2, 3, 4 e 5 estão indicadas algumas atividades que são desenvolvidas com o intuito de incluir alunos com necessidades especiais às aulas de Educação Física. Quadro 2- Propostas de atividades para deficiência visual Teatro Mágico A criança deve expressar o que ela está ouvindo do professor. Dar um personagem para cada aluno e de acordo com o decorrer da historia cada um faz o que diz respeito a cada personagem (BATISTA, 1998). Fala que eu Faço Os alunos formarão duplas sendo que um da dupla estará com venda, o outro sem. o professor fará uma espécie de ninho do tesouro em alguns cantos da quadra, utilizando bolas com guizo. o colega vidente da dupla se separa e fuça em um lugar próximo dos ninhos para auxiliar o outro colega a chegar ao ninho. as dicas poderão ser de forma simbólica. ex: 10 passos para frente, 10 passos para esquerda (DIEHL, 2006). Passeio pelo bosque O professor deverá espalhar obstáculos pela quadra , pedir aos alunos que fiquem em duplas. Um deverá guiar o outro, e ajuda- lo a passar por todas as barreiras que encontrarem pelo caminho. Depois trocam- se o guia, para que todos tenham a mesma vivencia (ALMEIDA, 1999). Adaptado de: Revista Scielo (1998, 2006) Revista Benjamim Constant (1999) Quadro 3- Propostas de atividades para deficiência auditiva O corpo Fala Dividir a sala em grupos, cada grupo receberá um papel com uma mensagem escrita. Cada grupo deverá transmitir sua mensagem por gestos para os outros grupos (SCHIRMER et. al., 2007). Jogo da Memória Dividir a turma em grupos, em cada grupo colocar um jogo da memória embaralhado. Lembrando que as imagens usadas em cada peça deve ser desenhos de sinais usados em LiBraS (FORTE & SILVA, 2010). Bola ao alto Numerados sequencialmente, os alunos devem estar em circulos. Ao centro deve ficar o professor, ele vai jogar a bola para o alto e fazer um gesto correspondente a um numero, o que tiver o numero deve correr ao meio do circulo e pegar a bola antes dela cair no chão (RIBEIRO, 2009) Adaptado de: Associação de Entidades Educativas Privadas Argentinas (2010); AVM Faculdade Integrada (2009); Ministério da Educação e do Desporto (MEC, 2007). Quadro 4- Propostas de atividades para deficiência física Passa a bolinha Cortar 3 garrafas transparentes, encaixar 2 garrafas cortadas (tampa e fundo). Colocar 2 bolinhas de gude, tentar fazer com que a bolinha caia no fundo da ultima garrafa, lembrando que deve passar por todas as tampas (fases) (SOUSA & BATISTA, 2008). Pega ajuda com Passes Um dos alunos será designado a ser o pegador, os demais serão fugitivos, todos deverão estar sentados espalhados pela quadra. Tanto os pegadores quanto os fugitivos não poderão se levantar, deverá se deslocar sentado. O pegador terá uma bola na mão, onde tentará arremessar nos colegas. Aquele que for atingido pela bola passará a ser o pegador, aumentando o numero de caçadores (DIEHL, 2006). Fabricando brinquedos recicláveis Pedir aos alunos que levem materiais como caixa de leite vazia, garrafa pet entre outros, para fabricar brinquedos junto com os outros alunos (ZAMAI, 2002). Adaptado de: Revista Scielo (2008; 2006; 2002) Quadro 5- Propostas de atividades físicas para deficiência Mental Mão na massa Entregar um pedaço de argila para cada aluno e deixa-lo livre para fazer qualquer escultura, ao fim, comentar sobre o que ele fez (BATISTA E EMUNO, 2004). Leão faminto Os alunos deverão estar em fileira ao fundo da quadra e um na linha central. A quadra simboliza a “floresta”, o aluno que ficará na linha central simbolizará o “leão faminto”. Os alunos que estão no fundo da quadra tentarão atravessar a floresta imitando um determinado animal sem ser pego pelo leão faminto, que não poderá sair da linha centra. Os animais que não conseguirem fugir do leão o ajudarão a pegar os demais animais (DIEHL, 2006). Dançando livremente Colocar uma musica e incentivar que todos dancem, compondo sua própria coreografia, para que conheça os limites do seu corpo (MASINI, 1993). Adaptado de: Revista Scielo (2004, 2006); Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos (1993). CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo aponta que apesar dos problemas que o processo de inclusão vem enfrentando para ser adquirido pela escola, o ambiente escolar, mais certamente as aulas de Educação Física tem propiciado a acessibilidade de deficientes nas aulas através de atividades adaptadas. Para se desfrutar da inclusão escolar é necessário que haja mudanças na sociedade, para que deficientes sejam vistos como cidadãos normais. Fatores como reestruturação no sistema de ensino, formação de profissionais competentes, interdisciplinaridades, são determinantes na ação da inclusão. A educação física escolar auxilia na inclusão, porém é necessário que haja uma transformação no geral para que o aspecto da inclusão seja reconhecido. O trabalho com a Educação Física inclusiva deve estar ligado com a disposição da escola em receber alunos deficientes. É papel do professor de Educação Física desenvolver os aspectos físico e mental do seu aluno, promover a interação dele com os outros colegas, adaptar atividades para que este aluno participe das aulas. A contribuição do processo de inclusão não traz conhecimentos só para alunos com necessidades especiais, mas traz experiências também para colegas e professores. REFERÊNCIAS ALMEIDA, G.J.J. A pessoa deficiente visual: revelações sobre atividade motora. Revista Benjamim Constant, 1999. AMIRALIAN, M.L.T., PINTO, E.B., GIRAIDI, M.I.G., LICHTIG, Ilda., MISSINI, F.S., PASQUALIN, Luiz. Conceituando deficiência. Revista de Saúde Pública, vol. 34, n° 1, São Paulo, 2000. AZEVEDO, H.P., BARROS, F.J. O nível de participação do estado na gestão do esporte brasileiro como fator de inclusão social de pessoas portadoras de deficiência. Revista Brasileira de Ciencia e Movimento. Brasília, v.12, n° 1, 2004. BATISTA, C.G. Crianças com deficiência visual- como favorecer sua escolarização. Revista SciELO, Ribeirão Preto, vol. 6, n° 3, 1998. BATISTA, M.W., EMUNO, S.R.F. Inclusão escolar e deficiência mental: analise da integração social entre companheiros. Estudos de psicologia. Revista SciELO, Espirito Santo, 2004. BATTISTELLA, L.R. Secretaria de estado de direitos da pessoa com deficiência. São Paulo. 2004. BRASIL. Presidência da República. Lei n. 4.024 de 20 de Dezembro de 1961. Dispõe sobre a Lei de Diretrizes e Bases. São Paulo. 1961. BRASIL. Presidência da República. Lei 9394 de 20 de Dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. São Paulo, 1996. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parametros Curriculares Nacionais: Educação Física, Brasília, 1998. BRASIL, Ministério da Educação. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação básica. Secretaria da Educação Especial. MEC, SEESP, 2001. CIDADE, R.E., FREITAS, P.S. Noções sobre Educação Física e esporte para pessoas portadorasde deficiência. Revista SciELO, Uberlandia, 1997. CIDADE, R.E., FREITAS, P.S. A Educação Física e inclusão: considerações para a pratica pedagógica na escola. Revista Integração – MEC, Brasília, 2002. DIEHL, K.M. Jogando com as diferenças: jogos para crianças e jovens com deficiência. Revista Scielo. São Paulo, 2006. ESPANHA. Ministério da Educação. Declaração de Salamanca. Espanha, 1994. FALKENBACH, P.A., CHAVES, E.F., NUNES, P.D., NASCIMENTO, F.V. A inclusão de crianças com necessidades especiais nas aulas de Educação Física na Educação Infantil. Movimento, Porto Alegre, v.13, n° 2, 2007. FLORES, P.P., KRUG, N.H. Formação em Educação Física: um olhar para a inclusão escolar. Revista Digital, Buenos Aires, ano 15, n° 150, 2010. FORTE, A.P.S.O., SILVA, A.M.T.B. Ampliando horizontes na educação dos surdos- propostas de atividades pedagógicas. Programa mestrado em psicologia. Buenos Aires, 2010. INSTITUTO BENJAMIM CONSTANT. Conceitos de deficiência, Brasil, 2005. LACERDA, F.B.C. A inclusão escolar de alunos surdos: o que dizem alunos, professores e interpretes sobre esta experiência. Caderno Cedes, Campinas, v. 26, n° 69, 2006. LEONARDO, T.S.N. Inclusão escolar: um estudo acerca da implantação da proposta em escolas públicas. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolas Educacionais, vol. 12, n° 2, 2008. MACIEL, M.R.C. Portadores de deficiência: a questão da inclusão social. Revista SciELO, São Paulo, vol. 14, n° 2, 2000. MASINI, E.F.S. A educação do portador de deficiência visual- as perspectivas do vidente e não vidente. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, ano 13, n° 60, 1993. MELO, V.L.R.F., MARTINS, R.A.L. Acolhendo e atuando com alunos que apresentam paralisia cerebral nas classes regulares:a organização da escola. Revista Brasileira de Educação Especial, São Paulo, 2007. MENDES, E.G. A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil. Revista Brasileira de Educação, vol. 11, n° 33, 2006. OLIVEIRA, F.F. Dialogando sobre educação, Educação Física e Inclusão escolar. Revista Digital, Buenos Aires, ano 8, n° 51, 2002. OMOTE, S. Normalização, integração, inclusão. Revista Brasileira de Educação Especial, Florianópolis, vol.1, n° 1, 1999. ORGANIZAÇÃO NAÇÕES UNIDAS. Percentagem de deficientes no mundo. 2013. Disponível em: http://www.onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-e-as-pessoas-comdeficiencia/ PAULON, S.M., FREITAS, L.B.L., PINHO, G.S. Ministerio da Educação, Secretaria de Educação especial, Brasília, 2005. PRADO, A.M.C.C., MOROSTEGA, V.L. A inclusão do portador de necessidades especiais em âmbito social e escolar. Revista Educação Especial, n° 17, 2001. RIBEIRO, A.L. Trabalhando a Educação Física inclusiva no cotidiano escolar: brincadeiras cantadas e lúdicas para alunos surdos. Monografia apresentada para conclusão do curso de pós- graduação “latu sensu”. Rio de Janeiro, 2009. ROJO, Roxane. A pratica de linguagem em sala de aula: praticando os PCNs. São Paulo, 2000. SADALLA, A.M. Com a palavra a professora: suas crenças, suas ações. Tese de doutorado, programa de pós graduação em Educação, Campinas, 1997. SANT´ANA, M.I. Educação Inclusiva: concepções de professores e diretores. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 10, n° 2, 2005. SCHIRMER, C.R., BROWNING, N., BERSCH, R., MACHADO, R. Atendimento Educacional especializado, Brasília, 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_df.pdf SILVA, S.C., NETO, S.S., DRIGO, J.A. Os professores de Educação Física adaptada e os saberes docentes. Revista Motriz, Rio Claro, v. 15, n° 3, 2009. SOUSA, C.M.L., BATISTA, C.G. Interação entre crianças com necessidades especiais em contexto lúdico: possibilidades de desenvolvimento. Revista SciELO, Campinas, 2008. SOUTO, D.C.M., LIMA, G.M., SILVA, F.V., HENRIQUE, J. Integrando a Educação Física ao projeto político pedagógico: perspectiva para uma educação inclusiva. Revista Motriz, Rio Claro, v. 16, n° 3, 2010. VENTURINI, O.R.G., RODRIGUES, M.B., MATOS, G.D., ZANELA, L.A., JÚNIOR, P.L.R., PAULA, R.R.G., CUNHA, S.A., FILHO, M.L.M. A importância da inclusão nas aulas de Educação Física escolar. Revista Digital, Buenos Aires, ano 15, n° 147, 2010. ZAMAI, M.V. As atividades acadêmicas para crianças especiais nas formas de brincar. Psicologia escolar educacional. Revista SciELO, vol. 6, n° 2, Campinas, 2002.
No Brasil, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva Site externoassegura acesso ao ensino regular a estudantes com deficiência (intelectual, física, auditiva e visual), com transtorno do espectro autista (TEA) e com altas habilidades/superdotação, entre outros, desde a educação infantil até o ensino superior. Desse modo, quando pensamos em uma abordagem para a educação física escolar inclusiva, faz-se necessário reconhecer o direito de todas as crianças e jovens ao componente curricular da disciplina, à qualidade da aprendizagem, ao respeito e à compreensão das diferenças.
Enquanto uma função disciplinar que ocorre no ensino escolar e possui objetivos bastante especiais, trabalha o conhecimento e a cultura dos estudantes, sendo por essa razão distinta do esporte na escola. Não que sejam questões excludentes, muito pelo contrário, são atividades culturais complementares, porém não significam o mesmo, não apresentam finalidades idênticas e possuem capacitações diferentes. Este texto se baseia especificamente na disciplina desenvolvida na escola.
A questão que se apresenta no desafio proposto é a seguinte: há alguma diferença nos objetivos da educação física para as pessoas com deficiência e para as pessoas sem deficiência? Uma vez que todos os estudantes têm direito a dispor e participar da disciplina, que é componente obrigatório para todos em todas as séries e anos da educação básica, a resposta é não. Não há diferença entre os dois grupamentos.
Além disso, na atual conjuntura brasileira e mundial, vivemos uma epidemia de obesidade por conta da vida sedentária e de hábitos de vida inadequados. Cabe ressaltar que tal pressuposto atinge tanto as pessoas “normais” como aquelas com deficiência. A alternativa para modificar o status quo é que se busque a promoção de conhecimentos e cultura que proporcionem a mudança nos hábitos de vida das pessoas, principalmente a adoção da prática regular e sistemática de exercícios físicos. Como é reconhecido por todos, o processo de mudanças deve começar com as crianças, portanto, no sistema educacional formal.
É importante que se considere que o objetivo da educação física escolar é contribuir na formação geral dos estudantes através do desenvolvimento de cultura das capacidades motoras, cognitivas, afetivas e sociais, visando à aquisição do hábito da prática regular de atividades físicas como componente fundamental da educação para uma vida saudável. Portanto, a disciplina é um caminho privilegiado da educação, pelas suas possibilidades de desenvolver a dimensão motora e afetiva das crianças e adolescentes, conjuntamente com os domínios cognitivos e sociais, e por tratar de um dos preciosos recursos humanos, que é o corpo.
A educação física tem compromissos com as grandes questões contemporâneas da humanidade como a inclusão social, o atendimento a pessoas com deficiência, a promoção do fair play, da paz, da excelência, dos cuidados com o meio ambiente. Em termos históricos, é possível que se proceda a afirmação de que as pessoas com deficiência eram excluídas da sociedade, sendo mesmo marginalizadas.
Atualmente, a legislação determina o direito de todos à educação e principalmente a inclusão das pessoas com deficiência no processo educacional. É interessante observar que, no tocante ao quesito atividade esportiva, constata-se que o Brasil tem proporcionado diversas oportunidades para as pessoas com deficiência e em especial a inclusão das equipes representativas do país nos Jogos Paraolímpicos e demais campeonatos mundiais, tanto é que, em termos de resultados esportivos, o Brasil está bem colocado no ranqueamento midiático. Em que pese à ocorrência dessasparticipações referidas e dos resultados favoráveis alcançados, somos levados a identificar que em relação à inclusão da pessoa com deficiência, seja na sociedade, e até mesmo na escola, a acessibilidade de forma geral continua deixando a desejar.
Ao sistema escolar e a disciplina educação física bem como aos profissionais de educação física cabe, neste momento em que a sociedade brasileira vem discutindo diferentes questões que envolvem a qualidade de vida, proporcionar o debate deste problema nas “salas” de aula e buscar saídas, discutir e desenvolver atividades que envolvam a questão da marginalização e discriminação de crianças com deficiência. Portanto, o que se considera como o passo importante é que se elabore uma política específica, se organize programas e ações que possibilitem a inclusão e nesse sentido se proceda a utilização da disciplina educação física, a qual apresenta um papel relevante, dado os seus objetivos e o papel que desempenha na educação e na formação dos estudantes.
O ser humano se faz presente no mundo por meio do seu corpo, seja ele um corpo com ou sem deficiência. São seres integrais que se movimentam, articulam, convivem, sofrem, brincam, se divertem, e a educação física exerce um papel de suma importância no desenvolvimento do aluno, como um todo, uma vez que é impossível subdividir esse Ser e educar o corpo, pois o corpo não é educável, mas somente treinável, sendo inviável, portanto, dissociá-lo da educação das outras dimensões, tais como: a intelectual, a social, a moral, a emocional, etc. O desenvolvimento motor (e aqui inclui-se todas as deficiências) está diretamente ligado à formação integral da criança, pois é responsável pelo conhecimento da estrutura físico-motora, afetiva e cognitiva da criança.
O papel da educação física está definido, com competência e profundidade, como parte integrante e fundamental no processo educativo de todos, capaz de proporcionar aos estudantes as necessárias competências para o seu pleno desenvolvimento. Assim, considera-se como inegável a importância da educação física no sistema educacional brasileiro uma vez que a mesma estabelece a sinergia positiva que favorece em conjunto com as demais abordagens a que as crianças e os adolescentes estão submetidos, o pleno desenvolvimento humano e o exercício da cidadania. Através da educação física trabalha-se o aspecto motor, o aspecto cognitivo, o aspecto da sociabilidade e o aspecto psicológico.
A educação física é a disciplina com maior e melhor propriedade para favorecer e possibilitar a educação inclusiva, uma vez que as atividades são executadas em conjunto possibilitando a interação e integração entre todos os alunos.
É notória a possibilidade de ver refletido nas aulas de Educação Física um conjunto de valores indispensáveis para que a criança cresça e exerça a cidadania com plenitude – valores como a ética, o trabalho em equipe, o respeito às normas, o respeito à diversidade, o respeito aos colegas e às diferenças, o implantar e despertar da autoestima.
Em que pese à disciplina Educação Física ser obrigatória e estar contemplado na Constituição, o direito de todos ao esporte, contudo, na prática não é o que se identifica, principalmente em relação aos alunos com deficiência. Os programas escolares e as Políticas Públicas não contemplam com relevância esse direito. Não há politica nem projeto de capacitação dos gestores escolares e dos professores quanto à aplicação desse direito e muito menos programas que contribuam, de fato, para que as escolas cumpram esse papel social e fundamental que lhe cabe.
Dessa forma, considera-se ser imperioso apontarmos as perspectivas dessa inclusão na sociedade, discutindo a questão desse processo no campo da Educação Física Escolar e, criando possibilidades para que os professores de Educação Física estejam aptos a enfrentar essa realidade, legitimando o acesso democrático tão discutido legalmente.
A prática de atividade física e/ou esportiva por pessoas que possuem algum tipo de deficiência, sendo esta visual, auditiva, intelectual ou física, pode proporcionar dentre os diferentes benefícios da prática regular de atividade física que são mundialmente conhecidos, a oportunidade de testar seus limites e potencialidades, prevenir as enfermidades secundárias à sua deficiência e promover a sua adequada integração social. Assim sendo, da mesma forma que os alunos ditos “normais”, àqueles que possuem alguma deficiência precisam adquirir o hábito da prática desde a escola e compreender a importância dessa atividade ao longo de suas vidas.
Além do processo de inclusão social, é fundamental que a Educação Física seja ofertada a todos, uma vez que as atividades físicas e esportivas para as pessoas com deficiência física apresentam uma considerável gama de valores terapêuticos evidenciando os benefícios tanto na esfera física quanto na psíquica.
Conforme estudos desenvolvidos no âmbito educacional no país, a disciplina Educação Física aborda diversas práticas corporais, que segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) trazem muitos benefícios para aos alunos com alguma dificuldade, quanto ao desenvolvimento das capacidades perceptivas, afetivas, de integração e inserção social.
Ainda segundo os mesmos Parâmetros Curriculares Nacionais, a Educação Física tem como um de seus princípios a inclusão do aluno na cultura de movimento corporal, a qual deve procurar reverter o paradigma da seleção entre indivíduos aptos e inaptos para as práticas corporais, a partir da valorização exacerbada do desempenho e da eficiência da pessoa.
As ações dos professores em fazer com que os alunos com deficiência participem das aulas de Educação Física é importantíssimo para estes. Pois essa é a aula e representa o momento em que os alunos podem e têm mais contato uns com os outros, fazendo com que identifiquem e aprendam a respeitar às diferenças.
Nesse contexto, a Educação Física pode significar melhorias para a sua qualidade de vida, por proporcionar prazer e ser entendida como uma prática que não desconsidera sua deficiência e seus limites, mas sim, evidencia a sua eficiência e possibilidades.
Com o desenvolvimento de uma Educação Física inclusiva às pessoas com deficiência, poder-se-ia demonstrar à sociedade que todo cidadão, com ou sem deficiência, é capaz de viver com seus limites, praticando alguma atividade física, sem que as pessoas os olhem com compaixão e evitem qualquer forma de exclusão. Dessa maneira, pode-se considerar que esse seria um procedimento acertado e capaz de ampliar suas possibilidades nos campos físico, social, político e cultural.
Valores como determinação, cooperação, autossuperação, autoconfiança, autoestima, socialização, bem como habilidades motoras e cognitivas, podem ser referenciados pela prática da atividade física. Ao trabalhar com a pessoa com deficiência, é indispensável que ocorra uma intervenção visando o oferecimento de uma Educação Física que os conscientize de suas dificuldades ocasionadas pelas deficiências, mas que os faça desvelar as possibilidades e motivá-los na busca de melhorias para a adoção de procedimento que lhes proporcione uma melhor qualidade de vida, facilitando suas atividades cotidianas.
 
Perspectivas para a educação física
É inquestionável o valor do exercício físico e/ou esportivo para todas as pessoas;
É inquestionável a importância da atividade física para os possuidores de qualquer tipo de deficiência;
É inquestionável o valor e a importância da disciplina Educação Física, pois é na escola, e no início do processo de estudos, que se pode e se deve adquirir os hábitos saudáveis e formativos da vida, dentre eles a compreensão das diferenças e a adoção da prática de exercícios físicos e/ou esportivos.
A escola é o princípio basilar de tudo e onde a Educação Física inclusiva deve ser efetivada, razão principal para que se deva discutir a inclusão e a exclusão social.
Tornar a Educação Física uma prática aplicada e vivenciada por todos os alunos, ou seja, aqueles ditos “normais”

Outros materiais