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Direito do Trabalho Prof. Andre Veneziano Matéria: Normas de Proteção do Salário – descontos, isonomia (equiparação salarial), irredutibilidade, impenhorabilidade, piso salarial/ Décimo Terceiro Salário/ Alterações no Contrato de Trabalho. 16/06/2011 Normas de Proteção do Salário: Descontos (Art. 462, da CLT): São possíveis os descontos previstos em: - Leis – Exs.: INSS, CS (a contribuição sindical é obrigatória e tem natureza de tributo); IR; VT (vale transporte). - Normas Coletivas – Exs.: Seguro de vida, colônia de férias etc. - Adiantamentos. Art. 462.“Ao empregador é vetado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de Lei ou de contrato coletivo.” Em caso de dano causado pelo empregado: - Com dolo (proposital): A lei permite o desconto; - Com culpa (imperícia, negligência, imprudência): O desconto será lícito, desde que esta possibilidade tenha sido acordada (previsão contratual). Obs.: Caso contrário não será lícito o desconto. Art. 462 § 1º “Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado.” Isonomia: O princípio da isonomia salarial vem inscrito no Art. 7º, XXX e XXXII, da CF. Art. 7º XXX – “proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.” Art. 7º XXXII – “proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos.” Por outro lado, o Art. 461, da CLT também trata do assunto, assegurando a todos os empregados a garantia de não sofrer discriminação salarial quando seu trabalho for de igual valor ao de outro trabalhador escolhido como paradigma. Art. 461. “Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade. § 1º Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 (dois) anos.” Conforme, a CLT existem 5 requisitos para que um empregado ganhe o mesmo que o outro, são eles: 1º Função idêntica; 2º Mesmo empregador; 3º Mesma localidade (Municípios); Obs.: Conforme, a Súmula 6º/TST – mesmo Município ou Municípios vizinhos que pertencem a mesma região metropolitana – considera-se a mesma localidade. 4º Valor do trabalho – qualidade ou produtividade; 5º Diferença de tempo entre o trabalhador e o paradigma – de até 2 anos na função. *Obs.: Existem 2 casos de exclusão da isonomia (excludentes do direito à equiparação salarial): 1. Quando a empresa tem quadro de carreira devidamente homologada perante o Ministério do Trabalho. Sendo que, o Poder Público não necessita de homologação para seu quadro de carreira. Obs.: A petição será considerada inepta se requerer a equiparação, pois quando existe o quadro de carreira – não há que se falar em equiparação salarial. 2. O empregado acidentado tem que ser readaptado. Logo, o readaptado não pode ser modelo de paradigma para equiparação salarial. Art. 462 § 2º “Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizados em quadro de carreira, hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antiguidade e merecimento. § 3º No caso do parágrafo anterior, as promoções deverão ser feitas alternadamente por merecimento e por antiguidade, dentro de cada categoria profissional. § 4º O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestado pelo órgão competente da Previdência Social, não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial.” Irredutibilidade do Salário: Impossibilidade de redução, exceto se for feito através de norma coletiva (Acordos e Convenções) – Art. 7º, XV. O salário é crédito privilegiado na falência - até 150 salários mínimos. Sendo que, o que exceder este valor entrará como crédito comum (quirogarfário), conforme a Lei 11.101/05. Impenhorabilidade do Salário: O salário é impenhorável, salvo para pagamento de pensão alimentícia (Art. 649, IV, do CPC). Art. 649 – “São absolutamente impenhoráveis: IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, observado o disposto no § 3º deste artigo.” Piso Salarial: - Por profissão; - Por categorias. Além do salário mínimo há o piso por categoria (salário convencional ou salário normativo), bem como por profissão, este normalmente previsto em lei Pode ser comissionista puro? Sim, desde que, a empresa garanta pelo menos o piso. O piso é o valor mínimo que o empregado deve receber pelo seu trabalho. Obs.: Quando pensarmos em piso – prevalece sempre a norma mais favorável ao empregado, conforme o princípio protetivo da esfera trabalhista. Salário Compressivo: É o pagamento que engloba diversas verbas de natureza trabalhista. Isto é vedado, já que deve haver identificação da natureza de cada verba, afim de que, haja controle pelos orgão fiscalizadores. Décimo Terceiro Salário: Corresponde a 1/12 avos por mês ou fração de 15 dias sobre a remuneração e deve ser pago em até 2 parcelas anuais (Art. 7º, VIII, da CF). Art. 7º VIII – “décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria.” A primeira parcela deve ser paga entre o mês de fevereiro até o dia 30 do mês de novembro. E a segunda parcela até o dia 20 do mês de dezembro. Na rescisão o décimo terceiro será pago proporcionalmente, salvo na dispensa por justa causa (não será devido). *O empregador deverá adiantar a 1ª parcela do décimo terceiro na ocasião das férias, desde que, o empregado tenha requerido este adiantamento no mês de janeiro. Alterações no Contrato de Trabalho: Art. 468, da CLT A CLT faz restrições quanto às alterações nos contratos individuais de trabalho, asseverando que só podem ser feitas por mútuo consentimento e, ainda assim, desde que não resultem em prejuízos diretos ou indiretos aos empregados, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. Portanto, os requisitos para alteração são: - Tem que concordar com à alteração; e - Não pode haver prejuízo ao empregado esta alteração, ou seja, o contrato não pode ser alterado para pior. *Exceção: Ocorre quando o empregador retorna o empregado que ocupava um cargo de confiança. Art. 468. “Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. Parágrafo único. Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança.”
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