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7 – Notação Indicial: Constitui uma alternativa à notação simbólica tradicional capaz de representar expressões matemáticas de uma maneira mais concisa. Para tanto, em um sistema de coordenadas cartesianas 3-D, associam-se os índices 1, 2, 3 às direções x1, x2, x3. Esta notação – também conhecida como notação de Einstein – apresenta como limitação a aplicação a coordenadas curvilíneas 7.1 – Regras de Utilização da Notação Indicial: i) Índices mudos (repetidos) podem ser trocados por quaisquer outros índices mudos não- presentes no termo, sem alterar o significado do termo; Exemplos: 332211 babababababa kkjjii ++=== 332211 332211 332211 bAbAbA bAbAbA bAbAbAbAbAbA mmikkijji 333 222 111 +++ ++++ +++=== ii) Índices não-repetidos são denominados índices livres e devem sempre assumir os valores 1, 2 e 3. Numa expressão qualquer, todas as parcelas devem possuir o mesmo índice livre; Exemplo: ikkkikjji yDcBxA =+ iii) A ordem de um tensor é dada pelo número de índices livres presentes em cada termo; Exemplos: ϕ é um escalar; ia é um tensor de primeira ordem; jiB é um tensor de segunda ordem; iv) Mais de dois índices mudos em um mesmo termo caracterizam uma inconsistência, pois não se sabe qual dos índices indica soma. Contra-exemplo: 332211 cbacbacbacba iiiiii ++= ou 332211 cbacbacba iii ++= ou iii cbacbacba 332211 ++= 7.2 – Tensor Delta de Kronecker: O Tensor Delta de Kronecker é um tensor de segunda ordem definido da seguinte forma: =jiδ 0 se i ≠ j ; 1 se i = j . Observações: i) Note que pela convenção de soma: 3111332211 =++=++= δδδδ ii ; ii) O tensor Delta de Kronecker possui uma propriedade de grande importância na análise de expressões em notação indicial. Esta propriedade é exemplificada a seguir e é conhecida como Propriedade de Substituição. Exemplo: iiiijji aaaaa =++= 332211 δδδδ iii) O tensor Delta de Kronecker corresponde a uma matriz identidade 3 x 3. Portanto, além de ser uma matriz diagonal, pode ser considerado simétrico. Todo produto de um tensor simétrico por um anti-simétrico de mesma ordem é nulo. Exemplo: Supondo um tensor qualquer jiA anti-simétrico, tem-se que: 0=jiji Aδ , pois: ( ) jijijijiijjiijijjiji AAAAA δδδδδ −=−=== mas jijijiji AA δδ −= é um contra-senso. Logo, isto só pode ser verdade se 0=jiji Aδ . 7.3 – Tensor Permutação: O Tensor Permutação já foi definido anteriormente para n dimensões. Para um espaço Euclideano 3-D, este tensor é de terceira ordem e, portanto, definido da seguinte forma: =∈ kji +1 (se os valores atribuídos a i, j, k constituem uma permutação par) –1 (se os valores atribuídos a i, j, k constituem uma permutação ímpar) 0 (se os valores atribuídos a i, j, k não constituem uma permutação, ou seja, se há um índice mudo) Observação: Num espaço 3-D, os índices i, j, k podem assumir os valores 1, 2, 3. Como kji∈ é um tensor de terceira ordem, possui 33 = 27 componentes (ou possíveis arranjos para a seqüência de três números, envolvendo 1, 2, 3). De todas estas possibilidades, • 1 2 3, 2 3 1, 3 1 2 são permutações pares; • 1 3 2, 2 1 3, 3 2 1 são permutações ímpares; • Todos os outros arranjos possíveis não constituem permutações; 7.4 – Operações com Vetores em Notação Indicial: i) Produto Escalar: iijijijijijjii vuvueevueveuvu ==•=•=• δˆˆˆˆ ii) Produto Vetorial: kkjijijijijjii evueevueveuvu ˆˆˆˆˆ ∈=×=×=× iii) Produto Triplo: ( ) ( ) ( ) ( ) kjikjiikjkjikjimimkjmikjimkj mikjimkjmmkjkjiikkjjii wvuwvuwvuwvu eewvuewveueweveuwvu =∈∈==∈=∈ =•=∈∈•=ו=ו δδ ˆˆˆˆˆˆˆ iv) Identidade δ−∈ : Considere o seguinte determinante de terceira ordem: [ ] 333231 232221 131211 Det aaa aaa aaa A = . De acordo com as propriedades de determinantes, sabe-se que, se houver a permutação de uma linha por outra, inverte-se o sinal do determinante. Portanto, para um número arbitrário de permutações de linhas, tem-se: [ ] [ ]( )A aaa aaa aaa A kji kkk jjj iii DetDet 321 321 321 ∈== onde kji∈ é o tensor permutação. Considere, agora, um número arbitrário de permutações de colunas. Analogamente, [ ] [ ]( )A aaa aaa aaa A nml nml nml nml DetDet 333 222 111 ∈== Sendo assim, para um número arbitrário de permutações de linhas e colunas, tem-se: [ ] [ ]( )A aaa aaa aaa A nmlkji nkmklk njmjlj nimili DetDet ∈∈== Se a matriz [ ]A for o tensor Delta de Kronecker, ou seja, jijiA δ= , tem-se que 1DetDet == jijiA δ . Portanto, chega-se à seguinte expressão: ( ) nmlkjijinmlkji nkmklk njmjlj nimili ji ∈∈=∈∈== δ δδδ δδδ δδδ δ DetDet Por fim, calculando o determinante, obtém-se o seguinte resultado: lkmjninkljmimknjli mkljnilknjminkmjli nkmklk njmjlj nimili ji δδδδδδδδδ δδδδδδδδδ δδδ δδδ δδδ δ −−− −++= =Det Desta forma, chega-se à expressão final conhecida como identidade δ−∈ : lkmjninkljmimknjlimkljnilknjminkmjlinmlkji δδδδδδδδδδδδδδδδδδ −−−++=∈∈ Em aplicações práticas, como será visto posteriormente, é comum haver índices mudos no lado direito da equação. Sendo assim, escreve-se esta identidade de uma maneira simplificada, conforme a seguir. Note que, para se chegar a este resultado, basta considerar ml = na expressão geral acima e efetuar as simplificações necessárias. lkmjmkljmlimji δδδδ −=∈∈ 7.5 – Transformação de Coordenadas em Notação Indicial: Considere um SR original A ( 321 ,, xxx ) cujos cursores unitários são ( 321 ˆ,ˆ,ˆ eee ) que sofre uma rotação no espaço, dando origem a um novo SR B ( ,3 , 2 , 1 ,, xxx ) cujos cursores unitários são ( ,3 , 2 , 1 ˆ,ˆ,ˆ eee ). Considere, também, um tensor de primeira ordem (vetor) u que possui sua descrição em cada um dos SR’s dada por: ii A êuu = ⇒ Descrição do vetor u no SR A ( 321 ,, xxx ); ,, ii B êuu = ⇒ Descrição do vetor u no SR B ( ,3 , 2 , 1 ,, xxx ). Como o tensor é invariante à transformação de coordenadas, tem-se que: ,, iiii êuêuu == Para obter a regra de transformação para este tensor de primeira ordem, adota-se o seguinte artifício: pós-multiplicando escalarmente ambos os lados por jê , tem-se: jiijii êêuêêu •=• ,, mas... jiji êê δ=• e jiji Têê =• , Lembrando que 1 , == ii êê , pois são cursores unitários, então ),(cos ,, jiji êêêê =• . Portanto: , ijijii uTu =δ ⇒ , ijij uTu = (Regra de transformação para um tensor de 1a ordem) Procedimento análogo pode ser utilizado para obter a matriz responsável pela transformação inversa, bastando apenas pós-multiplicar escalarmente ambos os lados por , jê . Conforme já ressaltado, a matriz [ ]Tjiij TT = , pois a matriz jiT é ortogonal. Portanto: iijj uTu = , ou uTu AABB = Portanto: BAji TT = e AB ij TT = . Observe que, para fazer uma analogia com a notação simbólica, o índice ”“ i corresponde às direções do SR A ( 321 ,, xxx ) e o índice”“ j corresponde às direções do SR B ( ,3 , 2 , 1 ,, xxx ). Considerando, agora, um tensor de segunda ordem (diádico) M , onde: jiji A nmMM == ⇒ Descrição do diádico M no SR A ( 321 ,, xxx ); ,,, lklk B nmMM == ⇒ Descrição do diádico M no SR B ( ,3 , 2 , 1 ,, xxx ). Mas, conforme visto anteriormente, tem-se que: , kiki mTm = e , ljlj nTn = . Portanto: ( )( ) ,,,,, lkjliklkjlikljlkikji MTTnmTTnTmTM === , lkM Portanto, a regra de transformação para um tensor de 2a ordem é: , lkjlikji MTTM = Observações: i) Note que o tensor jiM é assumido como sendo obtido a partir da combinação (multiplicação) de dois vetores ( im e jn ). Em um caso geral, estes vetores podem ter regras de transformação diferentes ( ikT e jlT ). Caso possuam a mesma matriz de transformação, recai-se no seguinte caso particular: , iijijijj MTTM = ou MTTM BBABAA = , lembrando que BAji TT = ii) Estendendo este conceito para tensores de ordem superior, tem-se, para um tensor de ordem qualquer, a seguinte regra de transformação: , ...... ...... qpnmlqkpjnimlkji MTTTTM =
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