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Ética 
Prof. Alysson Rachid 
Matéria: Renúncia e Revogação da Procuração/ Direitos dos Advogados. 
01/02/2011 
 
Renúncia e Revogação da Procuração: Tanto na renúncia quanto na revogação, busca-
se a ciência inequívoca. 
 
A renúncia é uma prerrogativa de direito (dever) do advogado. Por outro lado, a 
revogação é um direito do cliente. 
 
Renúncia: Na renúncia o advogado deve enviar preferencialmente uma carta informando 
ao cliente, com o AR (aviso de recebimento) – ciência inequívoca. 
Obs.: O cliente pode ser informado via e-mail ou fax? 
Resp.: Depende, se o advogado conseguir comprovar que o cliente ficou ciente da 
renúncia – tudo bem. 
 
O advogado responsável pelo processo por no máximo 10 dias, contados da data do aviso 
de recebimento/notificação (e não da juntada deste aviso ao processo). Portanto, se em 
menor prazo outro advogado juntar procuração neste processo, automaticamente o 
advogado anterior deixará de ser responsável pelo mesmo. 
 
Foro Íntimo: O motivo da renúncia é de foro íntimo, ou seja, o advogado não deve 
revelar o motivo da sua renúncia ao seu cliente, sob pena de responder infração 
disciplinar – punida com a sanção de censura. 
 
O advogado juntará aos autos a carta com o aviso de recebimento, consequentemente 
deixando de receber publicações processuais com relação ao processo que atuava. 
 
A renúncia é um direito/dever do advogado? 
Resp.: Sim, pois em algumas hipóteses o advogado pode e deve renunciar a sua 
procuração. Ex.: Deve renunciar, quando ingressar em um processo em que o cliente já 
tenha constituído advogado ou quando o advogado perdeu a confiança em seu cliente. 
 
Obs.: Função Social é uma das características da advocácia. Esta função social está 
relacionada com a seguinte interpretação: o advogado não trabalha apenas para ganhar 
dinheiro (o recebimento de dinheiro é mera consequência), uma vez que por de traz desta 
área existe a função social (o advogado é quem garante o acesso ao Judiciário, 
contraditório, ampla defesa, ou seja, garante o devido processo legal). 
 
 
 
 
Revogação: Trata-se de um direito do cliente. 
Na revogação basta que o advogado fique ciente da vontade do cliente. O advogado 
deverá redigir uma carta de revogação, para que ambos assinem, bem como devendo 
deixar claro ao cliente que apartir do dia seguinte ele não irá responder mais pelo 
processo. 
 
Em caso de revogação o advogado que passar a atuar no processo não pode realizar um 
acordo, no qual ele abra mão dos honorários de sucumbência (pois estaria abrindo mão 
do patrimônio de 3º - advogado anterior), porque o advogado anterior que atuou no 
processo até a data da revogação tem direito aos honorários de sucumbência de forma 
proporcional. 
 
Direitos dos Advogados (Art. 6º e seguintes, do Estatuto): 
1. Postular em Juízo: A carteira da OAB (inscrição principal) é válida em todo o 
território nacional como identificação profissional. Porém, para advogar em outras 
unidades da federação é necessário que promova uma inscrição suplementar em outra 
Seccional se exceder o número de cinco causas por ano. O advogado pode atuar mais do 
que 5 causas judiciais em outro Estado? Resp. Depende. Neste caso o advogado precisa 
providenciar uma inscrição suplementar. 
Obs.: Inscrição suplementar: Em cada causa que o advogado desejar atuar em Estado 
diverso da inscrição principal, deverá obter uma inscrição suplementar, 
consequentemente pagará anuidade por cada uma destas. 
O termo inscrição suplementar nem sempre é apresentado desta forma no exame da OAB, 
podendo também ser indentificado no enunciado da questão com a denominação - 
exercício habitual em outro Estado (corresponde a mais do que 5 causas judiciais naquele 
Estado). 
Obs.: O regulamento geral considera efetivo exercício da advocacia – apartir do momento 
em que ocorra à atuação de 5 atividade privativas da advocacia. São atividade privativas 
da advocacia (aula passada) – sinônimo: exercício efetivo, são as 3 privativas – 
acessoria/consultoria; visar atos constitutivos e postular em juízo. 
Nota-se que o exercício habitual, corresponde ao ato de postular em juízo em mais do que 
5 causas judiciais, no qual consequentemente esta postulação trata-se de uma das 
atividades relativas ao exercício efetivo da advocacia (atividades privativas da 
advocacia). Conclui-se portanto que o exercício habitual necessariamente quer dizer o 
exercício efetivo, mas o exercício efetivo não quer dizer necessariamente o exercício 
habitual. 
O advogado com a inscrição principal pode realizar o exercício efetivo da advocacia, com 
a ressalva que se postular em mais do que 5 causas judiciais em outro Estado precisará de 
uma inscrição suplementar. 
 
 
2. Imunidade Profissional do Advogado: A imunidade profissional do advogado 
abrange a injúria e a difamação. Obs.: O desacato estava suspenso por uma ADIN. Esta 
ação foi julgada inconstitucional, ou seja, o desacato não faz parte definitivamente da 
imunidade profissional, razão pela qual o advogado responde pela prática do crime de 
desacato. Salienta-se, ainda que a calúnia nunca fez parte da imunidade profissional do 
advogado. 
A imunidade profissional do advogado corresponde a uma imunidade penal, no qual 
estabelece que o advogado não será processado criminalmente por crime de injúria e 
difamação, mas nada impedi que o advogado responda um processo disciplinar perante a 
OAB (processo administrativo, quanto a prática destes institutos – injúria e difamação). 
3. É direito do advogado se comunicar com o juiz e com o seu cliente, sem hora 
marcada. Quando o advogado desejar comunicar-se com o juiz, deverá respeitar o bom 
senso, bem como não necessitando de hora marcada para tanto. Salienta-se, ainda que, 
caso o juiz esteja ausente do seu gabinete, cartório, sala de audiência, ou seja, ausente do 
forum, o advogado terá o direito de aguardar 30 minutos e protocolar uma petição, 
informando o motivo e a hora da sua retirada, 
 exercendo assim a sua prerrogativa. Obs.: Caso o juiz esteja atrasado com a sua pauta 
(próxima audiência) o advogado deverá esperar. 
Trata-se de um direito do advogado a comunicação com seu cliente preso sem hora 
marcada, inclusive sem procuração nos autos, independentemente do cliente estar 
cumprido o regime de incomunicabilidade. Exceções: Durante rebelião. 
4. Inviolabilidade do Local de Trabalho: O local de trabalho, os arquivos, os dados, as 
correspondências e as comunicações do advogado são invioláveis, salvo em caso de 
busca e apreensão judicial. As correspondências entre o advogado e o cliente estão 
protegidas pelo sigilo imposto na CF e sua violação enseja processo criminal. 
Obs.: A bolsa, pasta, mala, laptop dentre outros acessórios, tratam-se de uma extensão do 
local de trabalho, consequentemente inviolável. No entanto, admite-se a revista pessoal e 
a porta magnética (moderadamente), uma vez que prevalece a questão da segurança 
social. 
Busca e Apreensão em Escritório de Advocacia: Para ser realizada a busca e apreensão 
deve existir uma autorização judicial, o acompanhamento pessoal de um representante da 
OAB, bem como necessariamente um mandado específico e por minorizado (detelhado) e 
indícios de que a infração tenha sido praticada pelo advogado, sendo ilícita a ordem 
genérica e a apreensão de coisas não obtidas por meios criminosos. As buscas deverão ser 
realizadas por agentes vinculados aos órgãos componentes da Segurança Pública (polícias 
civil, militar ou federal), que devem apresentar e ler o mandado ao advogado. A 
autoridade deverá lavrar auto circunstanciado da apreensão. A apreensão de documentos 
e correspondências que não correspondam ao delito investigado sujeita o juiz e/ou as 
autoridades executoras a processo criminal por abuso de autoridade e/ou violação de 
domicílio, conforme o caso. 
 
Obs.: Oacesso será somente as informações pessoais do advogado, portanto informações 
de clientes serão preservadas, conforme o princípio do sigilo profissional. Existe a 
possibilidade de acesso as informações do cliente, desde que o mesmo esteja sendo 
investigado como coautor ou participe na infração. Logo, os demais clientes estão 
amparados pelo sigilo profissional. 
A residência do advogado está amparado pela inviolabilidade? Resp. Depende. A 
residência somente estará amparada se for utilizada como local de trabalho do advogado. 
O Departamento Jurídico de uma determinada empresa também está amparado pela 
inviolabilidade, uma vez que trata-se de um local de trabalho do advogado. 
5. Prisão Especial X Sala de Estado Maior: Sujeita-se a prisão especial todo indivíduo 
com curso superior completo, além de algumas autoridades. Já o advogado quando for 
preso ficará detido em uma sala de estado maior. O conceito de sala de estado maior, 
advém do Direito Militar – local dentro de um estabelecimento militar (não envolto por 
grades), onde eventualmente um oficial militar será recolhido e que contenha instalações 
de acordo com a credibilidade (prestígio/dignidade) da advocacia. Obs.: Portanto, caso 
seja retirado o direito de prisão especial do ordenamento, tal alteração não irá afetar a 
figura do advogado, uma vez que este tem o direito de permanecer em sala de estado 
maior, fundamentada no Estatuto. Na ausência de sala de estado maior, o advogado terá o 
direito de responder o processo em prisão domiciliar. 
A sala de estado maior, assim reconhecida pela OAB. A expressão “assim reconhecida 
pela OAB” foi julgada incostitucional, logo o advogado tem o direito de responder em 
sala de estado maior, não sendo necessário o reconhecimento da OAB como tal. Quando 
o advogado constatar que a sala de estado maior não esteja de acordo, providenciará 
discusão no Judiciário, podendo a OAB estar presente nesta audiência. 
Prisão em Flagrante: No exercício da profissão o advogado pode ser preso em flagrante, 
diante da prática de um crime inafiançável, sendo obrigatória a presença do representante 
da OAB, no qual irá assinar o auto de prisão em flagrante do advogado.

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