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ProcessualCivil 3

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1 
 
Curso: Semestral Semanal OAB 
Disciplina: Direito Processual Civil 
Professor: Georgios Alexandridis 
Data: 03.03.2011 
Anotadora: Yoanna 
 
4.1 Consequências dos elementos da ação: (Continuação) 
 
� Litispendência – duas ou mais ações idênticas, assim sendo, mesma causa de pedir, mesmo 
pedido e mesmas partes. Uma das demandas deverá ser extinta, sem resolução de mérito (artigo 267, V, do 
CPC). A citação válida induz litispendência (artigo 219, CPC). O réu, desse modo, deverá arguí-la em 
preliminar de contestação, nos termos do artigo 301 do CPC. O juiz pode, também, reconhecê-la de ofício. 
 
� Coisa julgada – a decisão prolatada pelo juiz tornou-se definitiva e, portanto, imutável. Toda 
decisão proferida dentro de um mesmo processo, fará nele coisa julgada formal, uma vez que já foram 
interpostos todos os recursos cabíveis ou porque não foram interpostos no momento oportuno. A questão 
decidida nesse processo pode não ser passível de rediscussão em outro processo, tendo-se, nesse momento, a 
coisa julgada material (decisão com resolução de mérito, conforme o artigo 269 do CPC). 
O réu deve arguir a coisa julgada em preliminar de contestação, conforme preceitua o artigo 301 do 
CP C. O juiz, assim como a litispendência, pode reconhecê-la de ofício. 
A fim de se afastar a coisa julgada material, intenta-se a Ação Rescisória, prevista nas hipóteses 
expressas do artigo 485 e seguintes do CPC. 
 
� Perempção – perda do direito de ação, ou seja, não poderá a ação ser novamente proposta. Caso 
o autor deixe de dar andamento por mais de 30 dias ao processo, será ele intimado por carta para que se 
manifeste em 48 horas, contadas da juntada do aviso de recebimento (AR) aos autos. Caso não cumpra, o 
juiz extinguirá a demanda por sentença sem resolução de mérito por abandono (artigo 267, III do CPC e 
coisa julgada formal, portanto). O autor poderá por mais duas vezes intentar a ação e, agindo de forma 
desidiosa pela quarta vez, dar-se-á a perempção. 
Observação: não confundir com a preempção (ou prelação) que é o direito de preferência – Direito 
Civil. 
 
� Conexão e continência – na conexão, tem-se em comum a causa de pedir ou o pedido nas 
ações existentes. O réu poderá até ser o mesmo, mas as partes podem ser diferentes. 
A conexão gera a possibilidade de reunião das ações para julgamento conjunto, a fim de evitar 
decisões conflitantes. Para determinar qual juiz será o competente para julgar as ações, uma vez que até 
então cada qual tramita em um juízo, dever-se-á analisar qual deles é o prevento. 
A prevenção será verificada da forma que segue: 
−−−− Se os juízes tiverem a mesma competência territorial, aquele que primeiro despachou 
positivamente será competente. 
−−−− Se os juízes tiverem competência territorial distinta, o que determinará a prevenção será a 
citação válida. 
 
A continência, por sua vez, configurar-se-á quando entre duas ou mais ações há identidade quanto 
às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras. Poderá, neste 
caso, haver a reunião das ações para julgamento conjunto. 
 
 
5. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS 
 
Os pressupostos processuais dividem-se em: 
 
� Pressupostos de existência: pedido, jurisdição, citação do réu e a capacidade postulatória. 
A capacidade postulatória quem tem é o advogado. Há exceções, quais sejam: 
2 
 
a-) se na localidade não tiver advogados ou aqueles que lá se encontram recusarem-se, poderá 
aquele que detém conhecimento jurídico poderá pleitear em juízo; (artigo 36 do CPC). 
b-) o advogado pode advogar em causa própria; (artigo 36 do CPC). 
c-) no Juizado Especial Cível, até 20 salários mínimos, poderá a própria parte postular em juízo 
(jus postulandi), entretanto, na fase recursal, qualquer que seja o valor, deverá a parte constituir advogado 
(artigo 9º da Lei 9.099/95). 
 
� Pressupostos de validade: para que as decisões proferidas sejam válidas, deve-se observar os 
ditos pressupostos. Para tanto, o artigo 282 e 283 do CPC, devem ser atendidos para que a petição inicial seja 
considerada apta, as causas de inépcia da petição inicial estão configuradas no artigo 295, do CPC. 
Além de jurisdição, deve o juiz ter competência, que é a quantidade de jurisdição que cada juiz 
possui. O juiz, ainda, deverá ser imparcial, assim sendo, não poderá ser suspeito ou impedido. Na suspeição 
as causas são subjetivas (artigo 135 do CPC) e, no impedimento, as causas são objetivas (artigo 134 do 
CPC). 
A citação deve ser válida, ou seja, nos moldes exatamente dispostos na lei vigente. 
Por fim, a capacidade de ser parte e de estar em juízo. A primeira significa a capacidade de ser 
titular de direitos e obrigações, ou seja, definir quem pode ser autor ou réu no processo. A segunda, 
denominada capacidade de estar em juízo, diz respeito à necessidade de ser representada ou assistida. 
Exemplo: o menor, absolutamente incapaz, deverá ser representado por sua mãe. 
 
 
6. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
 
 6.1 Espécies: 
 
 6.1.1 Assistência: o terceiro ingressa no processo com a função de auxiliar. Duas são as 
modalidades: 
 
a-) Simples: a relação existente é a do terceiro (assistente) com a parte que pretende auxiliar 
(assistido). O assistente simples não pode ser parte no processo, mas deve ter interesse jurídico. Exemplo: 
locador propõe em face do locatário uma Ação de Despejo. O sublocatário ingressa como assistente do 
locatário, pois tem interesse na decisão da ação. 
No aspecto processual, terá as mesmas possibilidades de atuação da parte. No aspecto material, o 
assistido age de forma independente, já que o assistente pode apenas auxiliar, não podendo impedir que haja 
transação, por exemplo. 
 
b-) Litisconsorcial: o assistente litisconsorcial pode ser parte. Exemplo: qualquer um dos co-
proprietários pode defender a propriedade como um todo, bastando que apenas um deles ingresse em/com 
uma ação com essa finalidade. Entretanto, caso outro co-proprietário queira ingressar na ação para se 
manifestar nos autos, o fará como assistente litisconsorcial. A relação jurídica, neste caso, é com a parte 
contrária. Em razão de poder figurar como parte, terá o assistente litisconsorcial os mesmo direitos materiais 
e processuais da parte. 
 Pode o assistente, em qualquer das modalidades, ingressar nos autos a qualquer momento, em 
qualquer procedimento ou grau de jurisdição. As partes deverão manifestar-se acerca da assistência, no prazo 
de 5 dias, de forma expressa, concordando ou não ou, ainda, tacitamente, o que implica concordância. 
Havendo impugnação, tanto a petição do assistente quanto a manifestação da parte, serão autuadas em 
apenso a fim de que sejam julgadas (não suspendendo a ação principal). Após a produção de provas, a 
decisão do juiz deverá ser prolatada em 5 dias. 
O terceiro que ingressa como assistente vincula-se à coisa julgada. Por consequência, não poderá 
rediscutir o que foi decidido, salvo se, pelo momento processual que ingressou nos autos, não pôde produzir 
provas; ou, se o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu de provas que o assistente desconhecia. 
 
6.1.2 Oposição: se o autor e o réu estiverem litigando, haverá a possibilidade de um terceiro querer 
para si o objeto ou o direito litigioso, em parte ou totalmente, valendo-se para tanto da oposição. 
Só é cabível no rito ordinário e antes de ser prolatada a sentença pelo juiz. 
A oposição tem natureza jurídica de ação, seguindo, por conseqüência, os requisitos de uma petição 
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inicial. Em sendo promovida antes da audiência de instrução e julgamento, tramitará simultaneamente e em 
apenso à ação principal, que serão julgadas na mesma sentença, de maneira que primeiro será apreciada a 
oposição e, após, a principal. 
O terceiro (opoente) figurará no pólo ativo e o autor e oréu da ação principal formarão o pólo 
passivo (litisconsórcio necessário) e serão chamados de opostos. Estes serão citados na pessoa de seus 
advogados para que apresentem contestação no prazo comum de 15 dias. Neste caso, a regra do artigo 191 
do CPC, o qual confere prazo em dobro àqueles que possuam procuradores distintos, não é aplicável. Vale 
ressaltar que, caso o réu da ação principal não tenha sido citado na ação principal ou, ainda, for revel, será 
citado pessoalmente. 
 Caso seja a oposição apresentada após a audiência de instrução, será da mesma forma distribuída 
por dependência, mas não correrá em apenso e seguirá o rito ordinário. Haverá, portanto, duas sentenças, 
uma nos autos da ação principal e outra nos autos da oposição. Entretanto, poderá o juiz suspender a ação 
principal pelo prazo de até 90 dias, a fim de conciliar o julgamento de ambas ações, proferindo uma única 
sentença. Da mesma forma, seguirá a ordem do julgamento válida para a oposição apresentada em outro 
momento. 
 
6.1.3 Nomeação à autoria: visa a correção do pólo passivo da ação. Essa modalidade de intervenção 
de terceiros poderá ocorrer em 2 hipóteses: 
 
a-) O réu é apenas o detentor do bem sendo demandado em nome próprio. Exemplo: se por ventura 
o caseiro for processado e, na verdade, a intenção do autor era fazê-lo em face do possuidor (eventualmente 
proprietário), será aquele ilegítimo para figurar no pólo passivo. Nesse passo, deverá o caseiro nomear à 
autoria o possuidor para que este figure, então, como réu. 
b-) Ação de indenização proposta em face do réu que causou prejuízo, mas que agiu a mando de 
outra pessoa. Esta que deu as ordens será legítima para figurar no pólo passivo (vide artigo 932, III, do CC). 
 
A nomeação à autoria só é cabível no rito ordinário. Apenas poderá ser promovida pelo réu, já que 
se busca a correção do pólo passivo, no prazo da contestação, qual seja, 15 dias, a contar da citação 
validamente realizada. 
Se em vez de contestar, o réu apresenta a nomeação à autoria, ocorrendo a suspensão do processo. 
No prazo de 5 dias o autor da ação deverá se manifestar de modo a aceitar a nomeação, ficar silente (que 
equivale a aceitação) ou, ainda, recusá-la. 
Na hipótese de recusa, o processo prosseguirá em face do réu originário, que terá o prazo integral da 
contestação a ele devolvido com a finalidade de justamente apresentar resposta. 
Observação: há que se ressaltar que a lei fala em suspensão do processo, mas no que diz respeito ao 
prazo, este é interrompido. A diferença reside no fato de que se suspenso fosse, a sua devolução não seria 
integral, como ocorre na interrupção, mas apenas o equivalente ao saldo devedor. 
 
Ante a aceitação da nomeação à autoria, o terceiro será citado (denominado nomeado). Este poderá 
aceitar a nomeação e no prazo de 15 dias apresentar defesa, de maneira que o réu originário será excluído, 
ocorrendo, ato contínuo, a correção do pólo passivo. Caso recuse a qualidade de ser nomeado, a ação 
prosseguirá apenas contra o réu originário, que terá a ele devolvido o prazo de 15 dias para apresentar 
contestação. 
Se o réu originário permanecer na ação, seja porque negou a nomeação, seja porque o autor não 
concordou, deverá arguir em preliminar de contestação a sua ilegitimidade de parte, com base no artigo 301 
do CPC. Desse modo, deverá o juiz apreciar a dita preliminar e, acolhendo-a, promoverá a extinção do 
processo sem resolução de mérito, com base no artigo 267, VI, do CPC. 
Quando o réu tiver o dever processual de nomear terceiro e não o fizer ou fizer à pessoa diversa da 
correta, arcará com a condenação em perdas e danos. 
 
6.1.4 Denunciação da lide: o CPC estabelece 3 situações nas quais é cabível a denunciação da lide, 
conforme dispõe em seu artigo 70 e incisos: 
I. No caso de evicção (vide artigo 447 e seguintes do CC). Exemplo: venda de uma casa. O 
comprador, após a aquisição, pode vir a perder ou sofrer o risco de perdê-la, em razão de causa anterior à 
compra, de responsabilidade do antigo dono. Neste caso, deve o comprador se valer da denunciação da lide 
(direito de regresso). 
II. O possuidor direto quando estiver sendo processado em nome próprio pode vir a ter 
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prejuízos, o que gera a possibilidade de responsabilizar o possuidor indireto.. 
III. Qualquer um que por lei ou por contrato é o garantidor (tem o dever de indenizar), a 
exemplo do contrato de seguro. 
 
Tanto o autor quanto o réu podem promover a denunciação da lide. Quando pelo autor, será na 
petição inicial. Antes mesmo da citação do réu, ter-se-á a citação do denunciado, que poderá aditar a 
exordial, já que possui interesse comum para com o autor. Quando pelo réu, a denunciação da lide será 
arguida na contestação. O denunciado será citado e poderá contestar, momento em que se formará um 
litisconsórcio passivo. Ato contínuo, poderá nada fazer (ser revel), negar a qualidade que lhe foi atribuída ou 
confessar os fatos alegados pelo autor, assim, o réu (denunciante) dá continuidade a sua defesa. 
O juiz, ao prolatar a sentença, decidirá primeiramente a relação entre autor e réu e, após, a relação 
formada pela denunciação, a fim de garantir o chamado direito de regresso. 
 
6.1.5 Chamamento ao processo: ocorre apenas no rito ordinário e será por iniciativa do réu. Em 3 
hipóteses será possível o chamamento ao processo, a saber: 
a-) Se o fiador for processado pelo credor, tem o direito de regresso contra o devedor principal. 
b-) Existência de co-fiadores. Um deles poderá ser demandado, hipótese na qual poderá chamar os 
demais para com ele figurar o pólo passivo. 
c-) Co-devedores solidários. Se apenas um devedor solidário for acionado, este poderá chamar os 
demais para com ele figurar o pólo passivo. 
 
Diferenças acerca da denunciação da lide e do chamamento ao processo: 
 
���� Denunciação da lide: apenas no rito ordinário (exceção: artigo 280 do CPC (rito sumário) que 
permite a intervenção do contrato de seguro); é vedada nas ações que versam sobre relação de consumo 
(artigo 88 do CDC); e o risco da demanda diz respeito tanto ao autor quanto ao réu. 
 
���� Chamamento ao processo: apenas no rito ordinário, entretanto, o artigo 101, II, do CDC, 
possibilita o chamamento do contrato de seguro; e o direito de regresso é garantido apenas ao réu.

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