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Direito Processual Civil Prof. Georgios Alexandridis Matéria: Recursos em Espécie – Apelação; Adesivo; Recurso Inominado (JEC); Embargos de Declaração; Agravo de: Instrumento e Retido (próxima aula) 12/05/2011 Recursos em Espécies Apelação: O Recurso de Apelação tem como objeto sentenças, tanto as fundadas no art. 267 quanto 269 do CPC (com ou sem resolução de mérito). É cabível contra sentenças proferidas em qualquer tipo de processo (conhecimento, execução e cautelar), e procedimento (comum ou especial). O objetivo do recurso de apelção é reformar a sentença proferia ou obter à anulação da sentença (ex.: cerceamento de defsa – comporta em anulação, via apelação). O prazo para a interposição é de 15 dias (Art. 508, do CPC), salvo exceção ao litisconsorte com procuradores distintos (prazo contado em dobro), o mesmo ocorre com o Ministério Público e a Fazenda Pública. A interposição será feita para o 1º grau de jurisdição denominado de “juízo a quo”, ou seja, para o mesmo juiz que prolatou a sentença. Na apelação deverá conter: qualificação das partes, motivo da interposição e o pedido de reforma ou invalidação da sentença atacada, bem como a realização do preparo (custas recursais e porte de remessa e retorno dos atos). O recurso diante da exceção do efeito suspensivo, será recebido apenas no efeito devolutivo. Sempre que tivermos matéria de ordem pública, poderá ser apreciada de ofício pelo juiz, razão pela qual o recurso foge do efeito devolutivo. Caso a sentença tenha extinto o processo sem resolução de mérito (Art. 267, do CPC), poderá o 2º grau de jurisdição apreciar a causa que levou a extinção do processo, bem como enfrentar o mérito da demanda, desde que, não haja prejuízo à ampla defesa e o contraditório (sem que isso venha ocasionar a supressão de instâncias). Exceções ao Duplo Efeito (sem recebimento do efeito suspensivo): - A sentença que homologar a divisão ou demarcação; - A sentença que condenar em alimentos; - A sentença que decidir processo cautelar; -A sentença que rejeitar liminarmente os Embargos à Execução ou julgá-los improcedente; - A sentença que instituir à arbitragem; - A sentença que confirmar a tutela antecipada. Art. 520 – “A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no entanto, recebida só no efeito devolutivo, quando interposta de sentença que: I - homologar a divisão ou a demarcação; II - condenar à prestação de alimentos; III - julgar a liquidação de sentença; (Revogado) IV - decidir o processo cautelar; V - rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los improcedentes; VI - julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem. VII – confirmar a antecipação dos efeitos da tutela;” Quando o recurso de apelação tiver apenas o efeito suspensivo, ocasionará na paralização da eficácia daquela decisão, consequentemente impedindo as partes de executar provisoriamente a sentença. Interposto o recurso (prazo de 15 dias), o juiz irá analisar os requisitos de admissibilidade. Caso fique constatado à ausência de qualquer um dos requisitos – impedirá o recebimento do recurso. O juiz irá declarar o não recebimento, através de uma decisão interlocutória, passível do recurso de agravo (Art. 522 e seguintes, do CPC). O juiz também não receberá o recurso de apelação quando a sentença estiver em conformidade com súmula do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal. Conclui-se portanto que existe um novo requisito específico de admissibilidade para o recurso apelatório. Assim, a apelação, para subir ao tribunal, além de externar todos os requisitos genéricos já expostos na teoria geral, deverá também não estar em confronto com súmula do STJ ou STF, sob pena de não ser reconhecido (admitido) o recurso. Caso o juiz não aceite a apelação, caberá a interposição do agravo de instrumento. Presente todos os requisitos de adminissibilidade, o juiz irá receber à apelação e determinará os efeitos em que foi conhecida, bem como chamará a parte contrária, para efetuar resposta com relação ao recurso interposto. Obs.: Realiza estes atos na mesma decisão. Em regra, a apelação é conhecida nos efeitos devolutivo (devolução da matéria, ora impugnada, para nova apreciação) e suspensivo (qualidade do recurso que adia a produção dos efeitos da decisão impugnada assim que interposto o recurso. Pelo efeito suspensivo, a execução do comando emergente da decisão impugnada não pode ser efetivada até que seja julgado o recurso). Caso o juiz se equivoque ao estabelecer os efeitos em sua decisão, caberá agravo de instrumentos. A parte contrária ao ser chamada, terá o direito de resposta ao recurso de apelação interposto (resposta denominada por contrarazões ao recurso de apelação). O prazo de resposta será o mesmo que a parte contrária teve para recorrer (15 dias). Obs.: A parte não é obrigada à apresentar esta resposta. Apresentada a respostas o juiz poderá rever os pressupostos de admissibilidade no prazo de 5 dias. Após esta segunda análise dos pressupostos (confirmação/convicção do juiz que o recurso precisa ser processado), irá remeter o recurso ao 2º grau de jurisdição. Recurso Adesivo: É cabível nos recursos de: apelação, embargos infringentes, recurso especial, recurso extraordinário. Quando existir uma sentença proferida com parcial procedência, tanto o autor quanto o réu – terão o direito de recorrer dela, interpondo um recurso de apelação. A apelação devidamente recebida pelo juiz, acarretará na intimação da parte contrária para apresentar suas contrarazões. Neste momento (apresentação das contrarazões), poderá interpor um recurso de apelação adesivo (este ficará dependendo do recurso de apelação já interposto pela outra parte). Consequência: Se não for conhecido o recurso de apelação original, também não será conhecido o adesivo. Cabe salientar, que o recurso adesivo seguirá os mesmo requisitos do original. Portanto, o juiz irá realizar a verificação dos pressupostos de admissibilidade do recurso adesivo. Presente todos os pressupostos – determinará à apresentação da reposta pela parte contrária (prazo de 15 dias), bem como declarando em quais efeitos este recurso foi recebido. Caso o juiz não admita o adesivo – cabe agravo de instrumento. Juizado Especial Civel (JEC) Lei 9.099/95: No Juizado Especial Cível o recurso cabível é o recurso inominado, em face de uma sentença, tendo por objetivo a reforma ou à anulação da decisão proferida. O prazo para a interposição deste recurso é de 10 dias. O preparo do recurso inominado, no sistema dos Juizados Especiais Cíveis, será feito nas 48 horas seguintes à interposição, prazo que se conta de minuto a minuto, independentemente de intimação. Esta determinação é apresentada em lei específica. Efeitos do Recurso Inominado: Devolutivo (devolver ao Colégio Recursal a matéria impugnada). Em regra o recurso inominado não tem efeito suspensivo, salvo quando a sentença causar ou poder causar dano irreparável a parte (razão pela qual será recebido no suspensivo). Embargos de Declaração: Também conhecido por embargos declaratórios, previsto nos Arts. 535 e seguintes, do CPC. Objetivo: Sanar omissões, contradições ou obscuridades evidenciadas tanto na sentença como no acordão. Obs.: Jurisprudencialmente têm-se admitido a possibilidade da impetração dos embargos declaratórios em face de decisão interlocutória. No JEC (Juizado Especial Civil) os embargos declaratórios ocorrem em face de sentença, sendo observados todos os requisitos para a sua interposição (omissões, contradições e obscuridade), bem como contendo um pressuposto a mais – em caso de dúvida. Salienta-se, ainda que, os embargos não tem caráter infringente, ouseja, não buscam a reforma nem a anulação da sentença. Portanto, consequentemente pode ocorrer o efeito modificativo, através dos Embargos, mas tal possibilidade não é considerado como um caráter infringente. No Processo Civil Brasileiro, podem ser opostos embargos de declaração no prazo de 5 dias. Os Embargos de Declaração suspendem ou interrompem o prazo para a propositura de outros recursos? Existe a possibilidade da interposição de 2 recursos (Apelação e Embargos) em face de uma única sentença, uma vez que ambos visam pretensão diversa um do outro. Sendo que, primeiro será interposto os embargos, pois o prazo é menor (5 dias) e em segundo plano a Apelação. Os embargos interrompem o prazo para a interposição do recurso de apelação. Ademais, proferida a decisão dos embargos subsequentemente inicia-se a contagem integral (15 dias) para a interposição do recurso de apelação. Os embargos de declaração interrompem o prazo de outro recurso, aplicando-se analogicamente o disposto no artigo 538, do CPC e serão deduzidos em requerimento, de que constem os pontos em que a decisão judicial ou acórdão é ambíguo, obscuro, contraditório, omisso ou duvidoso. Art. 538 – “Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de outros recursos, por qualquer das partes.” Ressalte-se que perante os Juizados Especiais, os embargos de declaração não interrompem o prazo do recurso, e sim suspende, decorrendo o restante do prazo a partir da publicação do julgamento do mesmo. Obs.: No JEC, assim que o processo eletrônico (regulamento pela Lei 8.415/06) for disponibilizado no Diário Oficial e após publicado, no próximo dia subsequente (dia útil) da publicação – inicia-se o prazo para a contagem. Regra: embargos declaratórios interrompem o prazo para outros recursos (Art. 538, do CPC). Exceção: embargos declaratórios interposto em face de sentença no Juizado Especial Civil – suspendem a contagem do prazo para o recurso inominado. O prazo para a interposição do recurso inominado é de 10 dias, mas quando utilizado o embargos (prazo de 5 dias), consequentemente o recurso inominado contará apenas com o prazo de 5 dias para a sua interposição. Ex.: Embargos interpostos antes do prazo de 5 dias (p.ex.: 4 dias), o restante do período de 6 dias ficará para a interposição do recurso inominado. Como discorremos em linhas anteriores, embargos de declaração são o recurso destinado a pedir ao juiz ou juízes prolatores da sentença ou acórdão que esclareçam obscuridade, ou dúvida, eliminem contradição ou supram omissão existente no julgado. Portanto, os embargos são destinados ao prórprio juiz que prolatou a sentença ou acórdão, razão pela qual não há porte de remessa ou custas recursais (ausente de preparo). Pré Questionamento da Matéria: Se aquele acórdão prolatado em 2º Grau de Jurisdição (2ª instância) não tiver abordado a matéria – requisito necessário para a interposição de embargos declaratórios, sob pena do recurso (Especial – STJ/ Extraordinário – STF) não será reconhecido. Agravo: O Agravo tem cabimento diante de uma decisão interlocutória (aquela decisão que resolve uma decisão incidental, mas não tem o condão para proferir mérito). Trata-se de um recurso único, ou seja, sem espécies. Porém, existe uma variação procedimental quanto as formas deste recurso, são elas: Agravo de Instrumento e Agravo Retido. Caberá Agravo de Instrumento, quando: - Se a decisão interlocutória poder causar a parte lesão grave de difícil ou incerta reparação. - Quando o juiz não admitir o recurso de apelação. - Quando o juiz não observar os efeitos que deveriam ser concedidos no recurso de apelação. Agravo Retido (próxima aula).
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