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Direito Processual Penal 
Prof. Flávio Cardoso 
Matéria: Visão Geral do Processo Penal/Princípios Fundamentais/Aplicação da Lei 
Processual Penal. 
11/04/2011 
 
Os bens que a lei penal tutela, dizem respeito a toda a sociedade, uma vez infringida 
nasce ao Estado o direito e o dever de punir “jus puniendi”. Quando identificado o sujeito 
(regra – pessoa física, salvo exceção pessoa jurídica – Lei de Crimes Ambientais 
9.650/98), e configurado à autoria do delito, acarretará em uma sanção, via de regra uma 
punição abstratamente em privação de liberdade, salvo exceção -advertência aos usuários 
de entorpecentes (pena que não é cumprida com privativa de liberdade Lei 11.343/06). 
Sendo que o indivíduo em regra busca preservar o seu “jus libertatis”(direito de 
liberdade). Conclui-se portanto, que existe uma lide penal entre o Estado querendo punir 
versos o indivíduo querendo impedir qualquer tipo de sanção que restrinja a sua 
liberdade, no qual o Processo Penal é o instrumento destinado para solucionar esta lide. 
- “Jus Puniendi” X “Jus Libertatis” = lide penal – solucionada pelo intrumento processual 
penal, dotado de princípios e regras. 
Obs.: O Projeto da Câmara 156/09 – já foi aprovado no Senado e está aguardando 
discusão na Câmara. O que está prestes a entrar em vigor é um Projeto 09 leis/2001 
(reforma parcial – relacionada a matéria de prisão). 
Princípios Fundamentais do Processo Penal: 
1. Princípio da Ampla Defesa: Este princípio está explícito no Art. 5º, LV, da CF, no qual 
estabelece que o Estado deve garantir (obrigação) ao acusado que ele utilize de todos os 
meios lícitos para se opor a pretensão estatal (=pretensão punitiva). Portanto, ampla 
defesa é o ato de não estabelecer limites dentro da licitude para a defesa do acusado, 
tendo por finalidade estabelecer um equilíbrio à relação processual penal. Ademais, este 
princípio estabelece duas modalidades distintas de defesa: 
1º Autodefesa: É o próprio acusado realizando diretamente a sua defesa, sem 
intermediários. Exs.: Durante o interrogatório lhe é concedido o direito de esclarecer os 
pontos que desejar para a realização do exercício da sua defesa. Esta autodefesa também 
é visível na participação em audiência (acusado presente em todos os atos processuais) 
independente de ser reincidente em crime anterior. A autodefesa é um ato prescindível 
(faculdade), ou seja, o acusado não precisa utiliza-la se não quiser, mas a oportunidade 
deve ser garantida. 
Se o acusado estiver solto pode simplesmente se abster de participar dos atos processuais, 
razão pela qual não justifica por si só a decretação da sua prisão. 
 
Se estiver preso e não quiser comparecer é possível? Sim. No rito do Juri o acusado 
assina uma petição junto com seu advogado (e não comparece). 
Se o réu estiver preso e quiser exercer o seu direito de ampla defesa – deverá ser levado 
(conduzido) ao processo, sob pena do ato ser nulo. Ex.: Fernandinho Beira Mar – foi 
transportado para audiência em outro Estado. 
2º Defesa Técnica: A defesa técnica é exercida somente pelo advogado devidamente 
habilitado, ou seja, único profissional hábil para efetua-la, podendo este ser constituído 
ou dativo. Logo, defesa técnica é imprescindível, uma vez que inexiste qualquer ato 
processual sem defesa técnica, sob pena de nulidade absoluta. Ex.: Estagiário que 
assumiu uma causa – todos os atos praticados por ele foram considerados nulos. 
Súmula 523: “NO PROCESSO PENAL, A FALTA DA DEFESA CONSTITUI 
NULIDADE ABSOLUTA, MAS A SUA DEFICIÊNCIA SÓ O ANULARÁ SE HOUVER 
PROVA DE PREJUÍZO PARA O RÉU.” 
O Defensor Dativo pode ser: 
- Escolhido: Nomeado pelo próprio acusado; 
- Nomeado: Diante, da ausência de nomeação pelo acusado o juiz nomeia um advogado 
dativo. Sendo que, este dativo não poderá recusar a nomeação feita, salvo posição 
extremamente imperiosa (ex.: vítima da causa). 
 
Art. 5º LV – “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes.” 
 
2. Princípio do Contraditório (Art. 5º, LV, da CF): Este princípio apregoa garantir às 
partes igualdade de oportunidades para ambas as partes. Sendo, inerente ao sistema 
acusatório este princípio. Ex.: Se uma das partes juntar um documento, abre-se vista para 
a parte contrária. 
3. Princípio da Presunção de Inocência (Art. 5º, LVII, da CF): Este princípio também é 
conhecido como princípio da presunção da não culpabilidade. O princípio da presunção 
da inocência pode ser visualizado sobre dois aspcetos/reflexos fundamentais, são eles: 
1º Em regra o acusado permanecerá em liberdade, salvo exeção em casos de decretação 
da prisão cautelar antes da sentença condenatória definitiva/trânsito em julgado. 
- HC/8.4078 – O STF (no pleno, por maioria afirmou que o acusado que esteja em 
liberdade só será recolhido após o trânsito em julgado, mesmo que haja recursos, ele 
permanecerá em liberdade até a última instância). 
2º A presunção de inocência se reflete também na certeza da condenação, sendo que se o 
juiz possuir qualquer dúvida deverá proceder sempre em intuito de beneficiar o réu 
“indubio pro réu”. 
 
 
Art. 5º LVII – “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença 
penal condenatória.” 
 
4. Princípio do Juiz Natural (Art. 5º, LIII, da CF): O indivíduo que é acusado de praticar 
uma infração penal só poderá ser processado e julgado perante o orgão ao qual a CF 
atribui a competência para tanto, ou seja, competência para julgar e processar, inexistindo 
a criação de um juízo ou tribunal de exceção. 
Art.5º LIII – “ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente.” 
 
5. Princípio da Duração Razoável do Processo (Art. 5º, LXXVIII, da CF): O processo 
deve terminar seu curso em tempo razoável, ou seja, celere, tendo por finalidade evitar 
maiores constrangimentos ao acusado. Salienta-se, ainda que, esta regra não vale apenas 
para o réu solto, mas também para o réu preso, tendo por finalidade evitar a prescrição. 
Art.5º LXXVIII – “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a 
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.” 
6. Princípio da Verdade Real: Este princípio é implícito no ordenamento jurídico, 
portanto não há qualquer artigo especificamente sobre este tema. O princípio estabelece 
que no Processo Penal deve-se buscar a aproximação da verdade dos fatos (= realidade), 
portanto o juiz não deverá se conformar com a verdade formal. Quando o juiz não estiver 
convicto das verdades trazidas pelas partes, deverá solicitar a providência da produção de 
provas, tendo por finalidade obter-se a verdade real. 
Aplicação da Lei Processual Penal: 
- No Espaço: Aos crimes praticados em território nacional, aplica-se a lei processual 
penal brasileira. Obs.: Aplica-se também no território nacional por extensão – mar 
territorial, espaço aéreo etc. Exceção: Os dispostos em Tratados e Convenções, no qual 
o Brasil seja signatário. Ex.: Tribunal Penal Internacional – Quando um crime contra a 
humanidade é praticado em território brasileiro e o país não pune o autor, o TPI intervém 
para que seja realizada a punição (adotando regras próprias deste Tribunal – e não a lei 
penal brasileira, p.ex: Crime de Genocídio). 
- No Tempo: A lei processual (nova) que entra em vigor, rege os atos que serão 
praticados do momento em que entra em vigor e os subsequentes, mas aos atos que 
tenham sido praticados anteriormente a esta lei serão considerados válidos, ou seja, 
permaneceram inalteráveis. Ex.: A reforma de 2008. Obs.: Se for uma lei puramente 
processual não existe as nuances de lei processual mais benéfica, no qual ocorre em 
matéria de Direito Penal. No entanto, caso seja uma lei processual que tenha em seu 
interior normade direito material, esta retroage ou irretroage em favor de beneficiar o 
réu. Ex.: Lei de Prisão Cautelar, lida com norma material – direito de liberdade. 
 
 
 
Ex.: Caso Nardoni: O crime foi praticado em março/2008 e entrou em vigor a Lei 
11.689/08 (eliminando o protesto por novo juri), no qual foram julgados no ano de 2010. 
A acusação sustenta que a lei é puramente processual e a defesa sustenta que a lei é 
processual com norma de conteudo material (direito ao processo por novo juri).

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