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A Constituição Federal é a lei magna que rege a República Federativa do Brasil.
O poder legislativo cria as leis.
O poder executivo faz cumprir as leis.
O poder judicário julga as leis, determinando a cada parte qual o seu direito.
Por ser uma federação, os estados e municípios são independentes e autônomos, podendo criar suas próprias leis, sempre em harmonia com a Constituição Federal.
A Constituição Estadual é a lei que rege cada estado.
A Lei Orgânica é a lei que rege cada município.
Aqui se encaixa a matéria Controle de Constitucionalidade, pois é necessária a averiguação de cada lei, observando se encontra em perfeita harmonia com a Constituição Federal.
Se faz necessário em todas as Câmaras Municipais, Assembléia Legislativa de cada estado, e na Câmara dos Deputados e Senado Federal, tenha comissões especialmente criadas para esta finalidade de averiguação.
Inclui-se aqui que, muitas leis passam, estando totalmente em desacordo com a Constituição. 
1) Formação Histórica do Constitucionalismo.
CONSTITUCIONALISMO é um termo que pode ser empregado para designar qualquer sistema jurídico que tenha uma Constituição para regular o poder do Estado. Nesse estudo, trataremos do constitucionalismo em seu sentido ESTRITO, que estabelece a limitação dos poderes governamentais e estabelece um leque de direitos e garantias fundamentais dos cidadãos. Será visto como um sistema jurídico dotado de uma constituição do regime democrático, que se consolidou a partir das revoluções do século XVIII.
A evolução histórica do constitucionalismo representa o poder dos governantes contra a liberdade dos governados. Enfoque interdisciplinar, pois se conecta com elementos da ciência política.
O constitucionalismo não é um paradigma igualmente utilizado em todos os países. Movimentos constitucionais se diferenciam do constitucionalismo. O primeiro se refere ao desenvolvimento do constitucionalismo, daí se verificar as diferenças entre o constitucionalismo de um país em relação ao do outro. Vejamos a classificação do constitucionalismo:
• Constitucionalismo PRIMITIVO – surgiu nas primeiras coletividades humanas, as quais eram geralmente ágrafas, regidas por costumes (convicções religiosas), e no seio delas começaram a ser lançadas as primeiras sementes. Essas comunidades se baseavam no costume, não havia constituições escritas. Porém existiam referências antigas, que a doutrina majoritária, costuma citar como exemplo os Hebreus que são considerados os precursores do constitucionalismo. Eles de forma costumeira desenvolveram a noção de que os poderes dos governantes estariam limitados pelos chamados poderes do “senhor”, e os profetas deveriam dar esses limites.
• Constitucionalismo ANTIGO – a antiguidade greco-latina é uma fonte importante do constitucionalismo e para o direito público. Na Grécia antiga vigorou uma forma de organização política chamada de “polis”. As cidades podem ser visualizadas como importantes formas de reconhecimento dos cidadãos, sobretudo nas cidades-Estado que seguiam o modelo de Atenas de democracia direta (os cidadãos participavam ativamente das decisões da comunidade). Com isso vemos a afirmação da cidadania e dos direitos dos cidadãos. Marcado pela supremacia do Estado sobre a sociedade. Sócrates (colocou o homem como a medida de todas as coisas, valorizou um governo limitado pela lei, e morreu porque observou a lei – “é necessário que os homens bons sigam as leis más, para que os homens maus sigam as leis boas”). Platão e Aristóteles (obra política) criaram uma teoria de governo, nas formas puras e impuras, até hoje seguidas por nós. Se essas formas puras de governo (seguir o interesse comum) se degenerassem, haveria uma transição de uma forma de governo para outra que também contribuíram para a afirmação do constitucionalismo. Em Roma também pode ser observada sementes do constitucionalismo. Embora não houvesse Constituições escritas nem controle de constitucionalidade, havia uma valorização do parlamento e algumas sementes que limitavam o poder dos governantes.
• Constitucionalismo MEDIEVAL – período marcado por uma profunda fragmentação política econômica e cultural. Panorama fragmentário, desenvolvendo o feudalismo, onde os senhores feudais exerciam não só o poder econômico, mas também o poder político. Marcado pela prevalência do poder da Igreja. Como contribuição importante, podemos citar o desenvolvimento da idéia de que o REI só seria REI se respeitasse a Lei, a qual nesse caso, não era o diploma escrito… lei nesse momento, era um conceito amplo, que abarca do direito natural e os costumes. Descumprindo esse conceito, o REI estaria descumprido as “ordens de DEUS”.
• Constitucionalismo INGLÊS – Magna Carta Libertatum – considerada uma Constituição porque estabeleceu uma limitação ao poder do Rei, garantindo o direito de propriedade, sobretudo da burguesia. Petition of right, bill of rights, são exemplos de pactos escritos que foram moldando o constitucionalismo inglês, com a progressiva limitação do poder dos governantes e poder da burguesia. Foram se aprimorando as idéias de liberdade dos cidadãos, do tribunal do júri, habeas corpus, liberdade religiosa, acesso à justiça, e o devido processo legal. O processo de formação do constitucionalismo inglês é peculiar, pois não é fruto de revoluções – constituição histórica de governo misto – pois ao longo da história foi acomodando diversas forcas (rei, igreja, burguesia), criando um governo equilibrado, harmonizando as forças. Essa harmonização inspirou Montesquieu. CRÍTICA: não nos levou a outros elementos importantes (princípio da supremacia constitucional, porque na Inglaterra com a valorização do parlamento, o qual tinha atos Supremos, não puderam adotar esse princípio) e também não se afirmou o constitucionalismo escrito, e nem a idéia de Rigidez constitucional (divergência na doutrina).
• Constitucionalismo MODERNO – a rigor, o que entendemos hoje como constitucionalismo, surge no constitucionalismo em sua acepção estrita. A idade moderna não se inicia muito aberta para a idéia do constitucionalismo, pois ela se inicia baseada no absolutismo monárquico, onde a burguesia almejava não só poder econômico, mas também político. A burguesia tinha uma aliança com o rei, constituindo os primeiros Estados absolutistas monárquicos, sendo muito importantes, pois firmaram 02 noções: a) noção de territorialidade (território com espaço para exercício do poder soberano do Estado); b) afirmação da soberania do poder estatal. Entretanto o absolutismo monárquico se tornou um estorvo para a monarquia, exatamente por limitar o poder dos governantes. Um dos autores que mais contribuiu foi John Locke (tratados sobre o governo civil – idéia de relação de fidúcia – direito natural à revolução), que se contrapunha às idéias do Leviatã. 02 marcos simbólicos:
a) a Constituição dos Estados Unidos da América do Norte – 1787 – a independência dos EUA, foi um marco importante para a afirmação do constitucionalismo moderno – revolução burguesa. Com a declaração de independência, foi criada a constituição escrita dos EUA que até hoje está em vigor. Contratos de colonização – Contribuição importante: em 1º lugar a afirmação de uma constituição escrita; em 2º lugar a supremacia constitucional; em 3º lugar a idéia de controle de constitucionalidade realizado pelo poder Judiciário (Madison X Marbury); em 4º lugar foi o Presidencialismo como sistema de governo, porque este é a melhor salvaguarda a separação dos poderes; em 5º lugar o Federalismo, porque este, nada mais é do que uma forma de repartição vertical de poder; em 6º lugar o Bicameralismo, pois limita o poder do parlamento, com a desvantagem de manter a casa dos Lordes – os norte-americanos criaram o Bicameralismo democrático, onde o povo elege os representantes; em 7º lugar contribuiu para a reafirmação da democracia representativa, enfatizando o papel do povo, pois o poder legislativo emana do povo.
b) a Constituição Francesa de 1791 – se desenvolveu de modo totalmente contrário doconstitucionalismo inglês. Aqui, foi criado através de um processo revolucionário, de uma ruptura constitucional através da revolução francesa. Foi a revolução liberal burguesa de maior relevância. Contribuiu para o constitucionalismo ao criar a Declaração dos direitos do cidadão frente a sociedade, afirmando que só haveria Constituição se o Estado prevesse a declaração de poderes e os direito dos cidadãos, posteriormente se transformando no preâmbulo da Constituição francesa. Contribuições importantes: em 1º Constituição escrita; 2º soberania /mais associada à nação e não ao povo – Jackes Rousseau; 3º princípio da separação dos poderes, em sua forma Tripartite; 4º previsão de direitos e garantias individuais; 5º não edificou a idéia do constitucionalismo no controle de constitucionalidade, pois temiam que o Judiciário pudesse restaurar o antigo regime (embora estivesse sofrendo mutações), mas podemos observar o Conselho de Estado fazendo um controle de constitucionalidade.
CONCLUSÂO
As grandes contribuições do constitucionalismo MODERNO foram:
1) poder constituinte (poder do povo);
2) afirmação do direito escrito / constituição;
3) rigidez constitucional;
4) afirmação de um Estado de direito / império da legalidade constitucional / processo de jurisdicização do Estado;
5) afirmação da legalidade como expressão da vontade popular;
6) afirmação do princípio da democracia representativa;
7) afirmação da dignidade da pessoa humana.
Constitucionalismo CONTEMPORÂNEO
Final do século XIX para o início do século XX – é um constitucionalismo social. Período marcado pela questão social frente ao capitalismo, onde as sociedades constatam a exploração dos trabalhadores no socialismo. Verifica-se assim a necessidade do Estado intervir no livre jogo das forças individuais, passando a um processo de intervenção do Estado para proteger os mais fracos (trabalhadores) realizando justiça social. Essa tendência se robustece no início do Século XX. Pode citar como marcos desse momento: a Constituição mexicana (1917) e a Constituição Alemã (1919) referidas como modelos importantes para a criação da Constituição Brasileira de 1934.
CONTRIBUIÇÕES:
a) a idéia de um Estado intervencionista na economia, com a idéia de Justiça social;
b) previsão dos direitos sociais e econômicos – direitos de 2º dimensão ou geração;
c) prestações positivas do Estado para implementar direitos sociais e econômicos, como educação, moradia, previdência social etc.;
d) constitucionalismo DIRIGENTE – que muitos negam ser base para a Constituição brasileira;
e) desenvolvimento dos instrumentos de democracia participativa, pois verificou-se que a democracia representativa não atendia à vontade do povo, pois os governantes atuavam em nome próprio buscando seus próprios interesses;
f) iniciativa popular – plebiscito, referendo, veto popular, Recall etc.;
g) normas constitucionais programáticas;
h) relativização do poder legislativo;
i) previsão ou organização do Estado social de direito, Estado comprometido com a Justiça Social.
NEOCONSTITUCIONALISMO
Nova forma de interpretação surgida após a segunda grande guerra mundial. Tem como primeiras referências históricas, a Constituição alemã de 1949 e a Constituição Italiana de 1947. Não se inicia ao mesmo tempo em todos os países. Na Europa continental se deu com a promulgação das Constituições acima descritas; no Brasil, com a Constituição Federativa do Brasil de 1988. Do ponto de vista filosófico, o chamado neoconstitucionalismo é uma expressão do pós-positivismo jurídico, que é um novo modelo de compreensão e interpretação do direito. Ele representa a superação das posições do jus naturalismo e do positivismo jurídico dos séculos XIX e XX, porque o jusnaturalismo é uma doutrina dos direitos naturais, fundamentação axiológica do direito. Essa concepção embora tenha um mérito, é muito critica por tratar de um valor justiça único e imutável, pressupondo uma única idéia de justiça. Positivismo Legalista – direito legislado – implica no sistema jurídico como sistema de normas – teoria de Hans KELSEN. Positivismo Jurídico, embora ofereça parâmetros de segurança – dimensão normativista, não contempla o exame da legitimidade e justiça do sistema jurídico; essa discussão se tornou nítida com a segunda grande guerra mundial.
Com tudo isso se criou o PÓS-POSITIVISMO JURÍDICO, aproveitando do pós-naturalismo o debate jurídico sobre a justiça realizada na dimensão concreta / princípios. Do positivismo ele se apropria da preocupação em operacionalizar a aplicação de normas. O NEOCONSTITUCIONALISMO é a expressão desse movimento no âmbito da Constituição. No Brasil com a CF/88, ele veio a oferecer elementos importantes para o direito brasileiro.
CARACTERÍSTICAS DO NEOCONSTITUCIONALISMO:
A) Previsão da forma do Estado constitucional de direito – Estado que sintetiza o Estado social de direito, o Estado deve buscar através de suas políticas sociais e fins em si mesmo, conciliar legalidade com legitimidade, igualdade com liberdade;
B) As Constituições deixam de ser vislumbradas como meras cartas políticas, cartas que ofereciam meras recomendações, pois nele as constituições são entendidas como conjunto de normas fundamentais imperativas com ampla eficácia jurídica e fundamental para os cidadãos;
C) Implica a consideração da Constituição não somente em seu sentido formal, mas também no sentido substancial ou material – a CF não deve ser entendida como um sistema PURO de normas, deve ser entendida também como um espelho dos fatos sociais e repositório dos valores mais importantes da sociedade;
D) Previsão de novo valor fundamental do Estado de direito – a dignidade da pessoa humana. Proibição de toda e qualquer ação do Estado ou do particular que venha a degradar a dignidade do ser humano. Hoje largamente reconhecida, promove também a conexão da ordem jurídica interna com a ordem jurídica internacional (art. 5º, § 3º, CF/88. – BLOCO de constitucionalidade, ampliando os parâmetros para o controle de constitucionalidade);
E) Previsão de amplo aberto e inexaurível catálogo de direitos humanos fundamentais. Lembrando que esses direitos não excluem outros direitos sociais como saúde, segurança, educação, proteção à maternidade, etc. Direito trans-individuais – interesses difusos (art. 216, CF e art. 5º, § 2º, CF);
F) Normas regras – ex: Brasília é a capital Federal – art. 18, CF;
G) Desenvolvimento de uma nova interpretação constitucional – hermenêutica constitucional – não mais aqueles métodos: gramatical, sociológico, intelectual, etc., mas a colocação de novo métodos como, por exemplo: método hermenêutico concretizador e normativo estruturante;
H) Os princípios constitucionais são normas jurídicas, devem ser levados a sério, considerados superiores do ponto de vista axiológico;
I) Nova teoria da justiça – hoje em dia vem sendo discutida a teoria de John Rawls, inserindo 02 princípios: o da liberdade e o da diferença;
J) Legitimação do ativismo judicial – o poder judiciário está sendo chamado para implementar os direitos fundamentais, para promover a concretização do regime democrático, podendo examinar o mérito de opções discricionários feitas pelo administrador em função da sociedade – RESERVA DO POSSÍVEL;
K) A emergência do fenômeno da constitucionalização do direito. Constitui-se em 03 sentidos básicos:
– SENTIDO AMPLÍSSIMO – seria a previsão de uma Constituição como lei fundamental e hierarquicamente superior. Não nos ajuda a compreender a essência do fenômeno.
– SENTIDO AMPLO – seria mera previsão do direito infraconstitucional no texto da Constituição. O Brasil se identifica com esse sentido, pois prevê os diversos ramos do direito, diversos artigos, etc. No Brasil essa Constituição prolixa se justifica pelos fatos históricos envolvidos.
– SENTIDO ESTRITO – seria a própria expansão dos efeitos jurídicos da Constituição que se situada no centro do sistema jurídico passa a irradiar a aplicação a todos os ramos do direito condicionando a aplicação dos mesmos, inclusive a aplicaçãodo direito privado – processo de filtragem hermenêutica. Estabelece os vetores para a interpretação e aplicação de todos os direitos.
3) CONCLUSÃO
No direito CIVIL brasileiro, a dignidade da pessoa humana se projeta de forma muito interessante, ex: bem de família, protegendo a propriedade, para determinadas pessoas que são mais vulneráveis que outras entidades familiares; redução de dívidas quando as mesmas se tornaram impagáveis; estender direitos da união estável para as uniões homoafetivas.
No direito do TRABALHO em nome da dignidade da pessoa humana, já se protegeu trabalhadoras que eram revistadas intimamente; empresa que impedia seus trabalhadores de ir ao toalete; discriminação entre trabalhadores estrangeiros e nacionais.
No direito PENAL, a dignidade da pessoa humana já foi observada como no caso do fim da proibição de progressão de regime de cumprimento de pena.
Em síntese, a evolução do constitucionalismo nada mais é do que um processo histórico dialético constitucional, marcado por avanços e retrocessos, mas permanentes, limitando poderes dos governantes e privilegiando os direitos fundamentais. Representa o triunfo do direito sobre a força.
De fato, precisamos recusar o conceito de uma Constituição meramente formalista, precisamos entendê-la como uma carta Magna que espelha os fatos e os mais altos valores da sociedade, e com base numa compreensão mais substancial das constituições contemporâneas nós podemos desenvolver uma interpretação constitucional mais justa, sobretudo se aparada por princípios. Os princípios constitucionais pela sua maleabilidade e flexibilidade oferecem um suporte mais adequado, mais razoável para construção de um direito mais justo, com especial atenção ao princípio da dignidade da pessoa humana, que de alguma forma representa o “cerne” de todo o catálogo de direitos fundamentais de uma Constituição como a brasileira. A interpretação constitucional mais justa, passa pela otimização no uso dos princípios constitucionais, sobretudo o princípio da dignidade da pessoa humana. Com isso consegue-se realizar justiça a partir de uma leitura moral do direito posto, conciliando dialeticamente o jusnaturalismo (a exigência de justiça) com o direito positivo (o direito posto) nas sociedades contemporâneas.
2. O Conceito de Constituição.
A Constituição é a norma fundamental, que pode estar escrita ou não e que rege um Estado soberano. Além do que fixa os limites e as relações entre os poderes (neste caso, na maioria dos países ocidentais modernos e destes países com os cidadãos que são seus habitantes). Com a Constituição também se estabelece os direitos e liberdade que um determinado Estado dá como garantia ao seu povo.
A constituição é como uma lei máxima dentro de uma ordem jurídica, já que sempre será ela a que superditará o resto das normas vigentes.
3) Constituição em Sentido Formal (Kelsen e Schmitt).
Formal: é aquela Constituição dotada de supra-legalidade. É solene, necessitando de procedimentos especiais para sua modificação, ou seja, a Constituição formal é o conjunto de normas escritas, hierarquicamente superior ao conjunto de leis comuns, independentemente de qual seja o seu conteúdo, isto é, estando na Constituição é formalmente constitucional, pois tem a forma de Constituição As Constituições escritas não raro inserem matéria de aparência constitucional, que assim se designa exclusivamente por haver sido introduzida na Constituição, enxertada no seu corpo normativo e não porque se refira aos elementos básicos ou institucionais da organização política.
4) Constituição em Sentido Material (Lassalle, Heller e Hesse).
Material: é aquela Constituição que se forma a partir de três matérias: identidade, hierarquia e valores, ou seja, a Constituição material no sentido estrito significa o conjunto de normas constitucionais escritas ou costumeiras, inseridas ou não num documento escrito, que regulam a estrutura do Estado, a organização de seus órgãos e os direitos fundamentais, não se admitindo como constitucional qualquer outra matéria que não tenha aquele conteúdo essencialmente constitucional. Vale dizer que é possível separarem-se normas verdadeiramente constitucionais, isto é, normas que realmente devem fazer parte do texto de uma Constituição, daquelas outras, que só estão na Constituição por uma opção política, mas ficariam bem nas leis ordinárias.
5) Formação e Processos de Mudança da Constituição.
Poder constituinte é o poder de criar uma constituição, e o povo possui a titularidade do poder constituinte, ou seja, o povo tem poder para criar a constituição.
Quando a constituição é feita através da participação popular, diz-se constituição promulgada.
Quando a constituição é fruto do desejo de uma pessoa, ou classe dominante, diz-se constituição outorgada, ou seja, imposta, não representa os ideais e interesses do povo.
A constituição estando pronta, pode ser mudada, porém devemos observar o processo legislativo para tal:
a) rígidas: são aquelas somente suscetíveis de mudança por intermédio de um processo solene e complicado, bem mais específico e rigoroso do que aquele utilizado para modificar as leis em geral (como é nossa Constituição atual).
b) flexíveis: a cada momento, é capaz de ser modificada, expandida, contraída, sem processo formal complexo, da mesma forma que as leis em geral;
c) semi-rígidas: possuem uma parte rígida e outra flexível, como a Constituição Imperial de 1824.
6) Poder Constituinte Originário.
O Poder Constituinte Originário é um poder extraordinário, que surge em um momento extraordinário e que objetiva desconstituir uma ordem anterior e constituir uma nova ordem constitucional. O PCO é um poder que ao mesmo tempo despositiva e positiva uma ordem constitucional, ele é desconstitutivo-constitutivo.
Quanto à sua natureza jurídica, existem três correntes definidoras:
Poder Constituinte como poder de direito (autores de vertentes jus naturalista: Emmanuel Sieyès, Manuel Gonçalves Ferreira Filho, Afonso Arinos): Esses autores dizem que o Poder Constituinte Originário é um poder de direito, pois possui uma estrutura jurídica que respeita cânones do direito natural.
Poder Constituinte como poder de fato: (autores Carre de Balberg, Celso Ribeiro Bastos, Raul Machado Horta): A expressão jurídica máxima é a Constituição, portanto, o poder constituinte só pode ser de fato e não jurídico. O Poder Constituinte Originário é um poder de fato que surge através de uma imposição político-social. Ele não pode ser um poder de direito, pois a Constituição é a lei máxima do país. Portanto, não há como um poder de direito desconstituir a constituição. Assim, a única forma de desconstituir a constituição é através da força dos fatos (por uma revolução ou por um golpe). Essa é a corrente majoritária.
Natureza híbrida – mista (José Joaquim Gomes Canotilho, Paulo Bonavides): Eles dizem que há no Poder Constituinte um viés de direito (quando a Constituição antiga é renovada pela nova) e um viés de fato (quando há a ruptura que envolve ilegalidade na Constituição anterior), ao mesmo tempo. Como ruptura ele é um poder de fato. Porém, ele não só desconstitui, mas também constitui, positiva, e nesse momento ele é um poder de direito.
7) Poder Constituinte Derivado (Reformador).
Poder Constituinte Derivado Reformador: visa a alterar,reformar a Constituição.
Poder Constituinte Derivado Decorrente: visa a complementar a Constituição.
Esses poderes possuem características comuns: São constituídos de 2º grau; São limitados; São condicionados pelo Poder Constituinte Originário.
O Poder Constituinte Derivado Reformador se divide em:
-Poder Constituinte Derivado Reformador de Revisão (reforma geral do texto) art.3º da ADCT.
-Poder Constituinte Derivado Reformador de Emendas (reforma pontual do texto) art.60 da CR/88.
8) Normas Constitucionais e sua Interpretação.
Interpretação das normas jurídicas consiste na descoberta de seu verdadeiro sentido e alcance, visando uma melhor aplicação aocaso concreto (art. 5º LINDB). A hermenêutica é a ciência de interpretação das leis.
Na hipótese de omissão da lei, o Juiz decidirá de acordo com a analogia (consiste na aplicação de um caso semelhante), costumes (reiteração permanente de uma conduta), princípios gerais do direito (auxiliam na compreensão das normas) (art. 4º LINDB) e eqüidade (bom senso).
9) Normas, Regras e Princípios.
1- Normas: É um termo que vem do latim e significa “esquadro”. Uma norma é uma regra que deve ser respeitada e que permite ajustar determinadas condutas ou actividades. No âmbito do direito, uma norma é um preceito jurídico.
Por exemplo: “Cometi uma infração ao conduzir a 120 quilômetros/hora quando a norma estabelece uma velocidade máxima permitida de 110 quilômetros/hora”, “Desculpe, mas aqui não é permitido fumar, é uma norma deste estabelecimento”, “Esta instituição tem normas que devem ser respeitadas por todos os seus integrantes, sem exceções”.
As normas jurídicas podem dividir-se em normas imperativas (são independentes da vontade do sujeito, já que não podem prescindir do seu conteúdo) e normas dispositivas (são prescindíveis partindo do princípio de autonomia da vontade).
Hierarquia das normas:
Constituição; Tratados internacionais que versam sobre direitos humanos; Norma supralegal; e Leis em geral (código civil, penal, constitucional e outros).
Aplicabilidade das normas constitucionais:
a) Existência: Uma norma é perfeita (concluída) quando cumprir os requisitos de existência jurídica, incluído nestes a publicidade.
b)Validade:  O ato administrativo é válido quando produzido de acordo com as normas jurídicas que o regem (adequado à ordem jurídica).
c)Eficácia e Efetividade: Uma norma é eficaz quando esta apta a produzir efeitos que lhe são inerentes. Pode acontecer de uma norma existir, ser válida, mas ser ineficaz (seus efeitos serem inibidos).
d) Imperatividade: É o poder que a norma possui de impor obrigações unilateralmente aos administrados, independentemente da concordância destes. Ex: A luz vermelha no semáforo é fruto de uma norma constante do Código de Trânsito que obriga unilateralmente o motorista a parar, mesmo que este não concorde.
A dimensão existencial da norma depende de 4 elementos:
- Agente: competência (ou seja, feita por alguém competente par tal).
- Vontade: Expressada pelo voto.
- Objeto: Possível.
- Forma: Observância das formalidades necessárias.
Em suma, uma norma só é válida se compatível com a Constituição Federal.
2- Regras: São prescrições específicas que estabelecem pressupostos e consequências determinadas. A regra é formulada para ser aplicada a uma situação especificada, o que significa em outras palavras, que ela é elaborada para um determinado número de atos ou fatos. As regras embora admitindo exceções, quando contraditadas provocam a exclusão do dispositivo colidente.”
Conflitos de regras são resolvidos pelos critérios tradicionais de interpretação: considera-se a norma dotada de superioridade hierárquica (hierárquico), a lei posterior revoga a anterior (cronológico), a lei específica prevalece sobre a regra geral (especialidade).
3- Princípios: São pautas genéricas, não aplicáveis à maneira de “tudo ou nada”, que estabelecem verdadeiros programas de ação para o legislador e para o intérprete. O princípio é mais geral que a regra porque comporta uma série indeterminada de aplicações. Os princípios permitem avaliações flexíveis, não necessariamente excludentes. 
Os conflitos existentes entre princípios são resolvidos pelo critério de peso, preponderando o de maior valor no caso concreto. Ex. a discussão entre a liberdade de informação e de expressão e a tutela da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas (CF, art. 220, § 1°). Neste particular, Inocêncio Mártires Coelho sustenta que os princípios sem impor ao seu intérprete-aplicador uma única decisão concreta, admitem convivência e conciliação com outros princípios eventualmente concorrentes, num complexo sistema de freios e contrapesos muito semelhante ao que, nos regimes democráticos, regula a distribuição de funções entre os Poderes do Estado.
10) Princípio da Proporcionalidade / Razoabilidade.
Segundo Hely Lopes Meirelles, o princípio da razoabilidade visa a proibir o excesso, no sentido de aferir a compatibilidade entre meios e fins de modo a evitar restrições desnecessárias ou abusivas, com lesão aos direitos fundamentais. Ou seja: veda a imposição pelo Poder Público, de obrigações e sanções em grau superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público. 
11) Eficácia Jurídica das Normas Constitucionais.
Eficácia jurídica: Norma que está apta a produzir os efeitos que lhe são inerentes, ou seja, a norma está pronta, acabada, e publicada.
Eficácia social ou Efetividade: É o real alcance social da norma, traduz a materialização no mundo dos fatos, dos preceitos legais, simbolizando a aproximação entre o dever-ser normativo e o ser da realidade social.
12) Classificação das Normas no tocante à sua eficácia 
As normas constitucionais estão classificadas segundo a sua eficácia, ou seja, segundo sua aptidão de produzir efeitos jurídicos, conforme segue: Normas de Eficácia Plena, Contida e Limitada, conforme será doravante demonstrado.
13) Normas Constitucionais de Eficácia Plena.
a) Normas constitucionais de eficácia plena: São aquelas que desde a entrada em vigor produzem ou tem possibilidade de produzir todos os efeitos essenciais que o legislador quis regular. Normas que possuem comandos precisos, fixando condutas positivas e negativas, imediatamente exigíveis. São de aplicabilidade imediata. Possuem todos os meios e elementos para sua executoriedade. São autoaplicáveis.
Exemplo: Constituição Federal, artigo 5, § 1º 
14) Normas Constitucionais de Eficácia Contida.
Normas constitucionais de eficácia contida: Nascem com eficácia plena, reúnem todos os efeitos necessários para a produção de efeitos jurídicos concretos e imediatos, mas terão seu âmbito de eficácia contido restringido, reduzido pelo legislador infra constitucional.
Ex. art. 5º, incisos XIII (sobre a regulamentação de profissões) e VIII (escusa de consciência), art. 37, I, todos da CF/88. O legislador vai conter o âmbito pleno de aplicação da norma.
4.3.4. Normas Constitucionais de Eficácia Limitada.
Normas constitucionais de eficácia limitada: São as únicas que, definitivamente, não são bastantes em si, pois não reune os elementos necessários para a produção de efeitos jurídicos imediatos. São normas que precisam de complementação.

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