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Processual Trabalhista 3

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Direito Processual Trabalhista 
Prof. Michele Borges 
Matéria: Orgãos da Justiça do Trabalho/ Competência Material e Territorial/ Atos e 
Termos Processuais 
 
25/04/2011 
Orgãos da Justiça do Trabalho: 
1. Varas do Trabalho: Denominada de Vara apartir de 1999, pois com a adoção da 
EC/99 foi extinta a denominação Juntas do Trabalho – que era composta por juízes 
togados e juízes classistas, tendo atualmente a jurisdição exercida por um juiz singular. 
A Vara do Trabalho é a base da Justiça do Trabalho, consequentemente onde se inicia o 
processo trabalhista (regra) – 1ª instância. 
A Vara do Trabalho só tem competência originária. 
As Varas são restritas por localidade. Portanto, caso se na localidade não existir uma 
Vara do Trabalho, caberá ao juiz de direito (magistrado estadual) apreciar a demanda 
trabalhista como se fosse um juiz do trabalho, conforme Art. 112 da CF e Art. 668, da 
CLT. 
 
Art. 112 – “A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não 
abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o 
respectivo Tribunal Regional do Trabalho.” 
 
Art. 668. “Nas localidades não compreendidas na jurisdição das Juntas de conciliação e 
Julgamento, os Juízes de direito são os órgãos de administração da justiça do Trabalho, 
com a jurisdição que lhes for determinada pela lei de organização judiciária local.” 
 
2. Tribunais Regionais do Trabalho/TRT: Via de regra o TRT faz o 2º grau de 
jurisdição. 
Trata-se de um orgão superior hierárquico acima da Vara do Trabalho. 
O TRT possui competência originária e recursal. Sendo que, o TRT, atua 
excepcionalmente na forma de competência originária, p.ex: julgar dissídio coletivo 
inicial; mandado de segurança; habeas corpus; ação rescisória. Já o TRT atua como 
competência recursal quando reejulga o recurso interposto em face da inicial impetrada 
na Vara do Trabalho. 
 
3. Tribunal Superior do Trabalho/TST: O TST compor-se-á de 27 ministros, 
escolhindos entre brasileiros com mais de 35 anos e menos de 65 anos, nomeados pelo 
Presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal, dos quais onze escolhidos 
entre juízes de carreira da Magistratura Trabalhista, um quinto entre Advogados e 
membros do Ministério Público do Trabalho. 
 
 
 
O TST é um orgão único – sub-dividido em orgãos: 
1º Pleno: Cuida da parte administrativa do TST e editam às súmulas e OJ (orientação 
jurisprudencial). 
 
2º SDC (Seção de Dissídio Coletivo): Julga dissídio coletivo. A SDC possui competência 
origináira e recursal. 
- Competência para julgar dissídio coletivo inicial que extrapolou o TRT; 
- Julga recursos vindos do TRT; 
- Julga os recursos impetrados no próprio TST. 
 
3º Turma: 
- Só tem competência recursal (julga o 2º recurso). 
 
4º SDI2 (Seção de Dissídio Individual): 
- Julga o 1º recurso; 
- Terá competência para julgar algumas iniciais. 
 
5º SDI1 (Seção de Dissídio Inidividual): 
- Julga o 3º recurso (recurso de embargos). 
 
Competência: A competência na Justiça do Trabalho pode ser dividida em 3 tipos, são 
elas: 
1. Em razão da pessoa; 
2. Em razão da matéria; 
3. Em razão do território. 
 
Competência Material da Justiça do Trabalho (em razão da pessoa e em razão da 
matéria): 
A base constitucional da competência na Justiça do Trabalho vem prevista no Art. 114 da 
CF (este dispositivo teve sua competência ampliada pela EC/45). 
A Justiça do Trabalho é competente para julgar qualquer relação de trabalho. Obs.: Antes 
a Justiça do Trabalho só podia julgar casos que versavam sobre relação de emprego. 
 
Art. 114 –“ Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público 
externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios; 
II - as ações que envolvam exercício do direito de greve; 
III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e 
trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; 
IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado 
envolver matéria sujeita à sua jurisdição; 
V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o 
disposto no art. 102, I, "o"; 
VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de 
trabalho; 
 
VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos 
órgãos de fiscalização das relações de trabalho; 
VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, "a", e II, e 
seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; 
IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.” 
 
Diferença entre emprego e trabalho: 
Trabalho é todo esforço intelectual ou físico destinado a produção. Ex.: Trabalhador 
avulso, voluntário, eventual, estagiário. 
Toda relação de emprego contém uma relação de trabalho, porém nem toda relação de 
trabalho contém uma relação de emprego. 
Por sua vez, será considerado empregado, aquele que cumpre todos os requisitos do Art. 
3º, da CLT. Obs.: Ausente qualquer um dos requisitos – não configura como empregado, 
indepentemente de estar executando trabalho. 
 
Regra: Trabalhador deve procurar solucionar o seu dissídio na Justiça do Trabalho (Art. 
114, da CF). 
Exceções: 
1º Funcionário Público (regido por um Estatuto) – resolve seus problemas “trabalhistas” 
na Justiça Comum. Já o empregado público (regido pela CLT) resolve sempre na Justiça 
do Trabalho. 
2º Atleta Profissional (Art. 217, p.1º, da CF) – resolve seus problemas na Justiça do 
Trabalho, salvo dissídios que envolva disciplina e/ou controvérsia despostiva – nestas 
duas circunstância o atleta deve buscar primeiro a Justiça Desportiva, mas caso não seja 
resolvido/solucionado – poderá buscar a Justiça do Trabalho. 
 
Art. 217 § 1º - “O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às 
competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, 
reguladas em lei.” 
 
Outras Exceções: 
- Para configurar o acidente do trabalho e/ou para recebimento de auxílios 
previdenciários será competente a Justiça Comum. Obs.: Ação proposta contra o INSS 
(Art. 109/CF). 
 
STF Súmula nº 501 -Competência - Processo e Julgamento - Acidente do Trabalho - 
Contra a União, suas Autarquias, Empresas Públicas ou Sociedades de Economia 
Mista 
“Compete a justiça ordinária estadual o processo e o julgamento, em ambas as 
instâncias, das causas de acidente do trabalho, ainda que promovidas contra a união, 
suas autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista.” 
 
Se for para cobrar algum dano decorrente do acidente do trabalho será competente a 
Justiça do Trabalho. Obs.: A cobrança será impetrada contra o empregador. 
 
 
 
- Habeas Corpus. 
Os juízes do trabalho podem decretar a prisão do depositário infiel e em casos de pensão 
alimentícia. 
Como a ocorrência se dá em autos trabalhistas, e a prisão é decretado por juiz investido 
em jurisdição trabalhista, os habeas corpus, onde se discute a legalidade ou não da prisão 
decretada, são apreciados pelos Tribunais Regionais do Trabalho, tradicionalmente. 
 
Caso seja descumprida a competência em razão das pessoas ou da matéria – gera 
nulidade absoluta, podendo ser declarada ex officio pelo juiz ou ser provocada mediante 
exceção de incompetência em razão da matéria. Quando a matéria em discussão não 
pertencer à jurisdição trabalhista, a parte interessada (reclamada) deve arguir a 
incompetência material, apresentado em audiência, com a contestação, invocada como 
matéria de preliminar. 
A incompetência material não se prorroga. 
 
 Competência Territorial da Justiça do Trabalho (em razão do território):O Art. 651, da CLT fixa a competência em razão do lugar, estabelecendo que o juízo 
competente é aquele do local da prestação de serviço, salvo se tratar de agente ou 
viajante. 
Quando se tratar de agente ou viajante comercial, a competência será da localidade em 
que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado; na falta, 
será competente a vara da localização em que o empregado tenha domicílio. 
Em se tratando de empregador que promova a realização de atividades fora do lugar do 
contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da 
celebração do contrato + local da prestação do respectivo serviço, ou seja, onde esteja 
subordinado (requisitos cumulativos). 
Em relação aos trabalhadores que laboram no estrangeiro, estabelece o Art. 651, da CLT 
que a competência será da Justiça do trabalho brasileira se estiverem presentes as 
seguintes condições: 
 a) Se o trabalhador for brasileiro (nato ou naturalizado); 
b) Se houver agência, filial ou sucursal da empresa contratante no Brasil; 
c) Se inexistir tratado internacional dispondo em sentido contrário. 
 
Se for descumprida a competência territorial gera uma nulidade relativa, razão pela qual 
deverá ser arguida em primeiro momento, sob pena do juízo incompetente se tornar 
competente para julgar a demanda. 
 
Art. 651. “A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela 
localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao 
empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. 
§ 1º Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da 
Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado 
esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em que o 
empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. 
 
 
 
§ 2º A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, 
estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o 
empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional disposto em contrário. 
§ 3º Em se tratado de empregador que promove realização de atividades fora do lugar 
do controle de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da 
celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.” 
 
Atos e Termos Processuais: 
1º Publicidade: O processo como um todo é público (Art. 770, da CLT), salvo as 
seguintes exceções (o processo pode ser restrio totalmente ou parcialmente): 
- Quando o interesse social determinar ou exigir; 
- Quando a defesa da intimidade exigir. 
 
2º Os atos e termos processuais serão realizados em dias úteis (inclusive aos sabados) – 
das 6:00 às 20:00 hrs. 
Exceção: Poderá ser realizado em dias não úteis (domingos) – apenas com autorização 
judicial. 
 
Art. 770. “Os atos processuais serão públicos salvo quando o contrário determinar o 
interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. 
Parágrafo único. A penhora poderá realizar-se em domingo ou dia feriado, mediante 
autorização expressa do juiz ou presidente.” 
 
3º Os atos e termos processuais são documentados e redigidos à termo. 
Exceção: Atualmente se admite a utilização do meio eletrônico, desde que dentro do 
prazo processual e em 5 dias corridos para juntar o documento original (incluindo sabado 
e domingo), conforme a Lei 9.800 e a Súmula 387/TST. 
A instrução normativa- IN/28/TST regulamenta a entrega por e-mail, desde que, com a 
certificação digital do empregado. 
Obs.: Tais possibilidades de exceção só poderão serem realizadas se a petição for 
simples.

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