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Direito Processual do Trabalho Prof. Lilian Babo Matéria: Recursos em Espécie (continuação)/ Execução 28/06/2011 Agravo Regimental: O agravo regimental é um recurso previsto no regimento interno dos Tribunais, serve para destrancar o andamento de recurso ao qual foi negado seguimento dentro do próprio Tribunal, ou seja, para que seja encaminhado de um orgão para o outro, dentro do mesmo Tribunal. Competência: nos Dissídios Individuais, pela SDI, e nos Coletivos, pela SDC. Agravo de Instrumento: É interposto em face de todas os despachos que denegarem seguimento a outro recurso, ou seja, serve para destrancar o recurso que não foi remetido à instância superior, exceto quando foi negado seguimento dentro do próprio tribunal – agravo regimental e da decisão que não admitir os embargos – agravo regimental. Embargos de Declaração: Serve para sanar manifesto equívoco dos pressupostos extrínsecos/objetivos (previsão legal, preparo, adequação e tempestividade). Se o “ad quem” ao fazer a análise dos pressupostos extrínsecos entender que está ausente um, ou mais, desses pressupostos, consequentemente, não irá conhecer o recurso – dessa decisão caberão os embargos de declaração para ser sanado o manifesto equívocoda análise dos pressupostos objetivos. Obs.: Quando o “a quo” negar seguimento, por ausência dos pressupostos – em face desta decisão caberá o agravo de instrumento. Lembrete: - “Ad quem” (se equivocou – negou conhecimento) = embargos de declaração. - “A quo” (denegou seguimento) = agravo de instrumento. Quem irá sanar um vício na sentença ou acórdão, em caso de obscuridade, contradição ou quando for omitido ponto sobre o qual o juiz ou tribunal deveria se pronunciar – é o próprio juiz que proferiu a decisão. Prazo: para opor embargos de declaração 5 dias. Execução: A fase de execução é regulamentada por 4 normas nessa ordem: - CLT: 20 artigos; - Lei 5.584/70: regula a execução no que tange à remição (quitação da dívida pelo devedor); - Lei 6.830/80: lei das execuções fiscais; - CPC. Obs.: Nessa fase do processo, havendo omissão da CLT, são aplicáveis, subsidiariamente, a lei 5.548/70, a lei de execuções fiscais 6.830/80 e o CPC, necessariamente nesta ordem. Diante de um processo de conhecimento (com todas as suas etapas realizada) – o juiz irá proferir sua sentença, consequentemente encerrando a fase de conhecimento e iniciando a fase de execução (analisada pelo mesmo juiz que proferiu a sentença). Espécies de Execução: A execução poderá ser definitiva ou provisória. -Execução Definitiva: Quando existir decisão transitada em julgado. -Execução Provisória: Os recursos trabalhistas não têm efeito suspensivo, apenas devolutivo, ou seja, devolvem a matéria, para apreciação, à instância superior, porém não suspendem a execução, permitindo que o interessado inicie a execução da sentença, ainda que não transitada em julgado. Porém, nesse caso, a execução vai apenas até a penhora (o bem penhorado não poderá ser adjudicado ou arrematado). Obs.: A execução provisória terá o mesmo trâmite da execução definitiva, todavia a execução provisória vai até a penhora, ou seja, o bem penhorado não poderá ser adjudicado e nem arrematado, enquanto a sentença não for transitada em julgado. Fase de Execução: Em regra, tem início com uma sentença ilíquida (sem valor específico de cada verba que foi condenado o executado, razão pela qual deverá ser promovida a liquidação da sentença). Legitimados: A execução só pode ser promovida pela parte que venceu? Não! A execução será promovida por qualquer interessado, ou seja, pelo credor, pelo devedor, pelo MP, pelo próprio juiz de ofício, pelo INSS (com relação as contribuições previdenciárias). O mais comum, na Justiça do Trabalho, é a liquidação por cálculos aritméticos, elaborados pelo exequente por meio de planilhas demonstrativas. Apresentados os cálculos – a parte obrigatoriamente deverá indicar os valores relativos à Previdência Social. Posteriormente, a reclamada será chamada para contestar os cálculos apresentados pelo reclamante. Caso exista divergência nos cálculos, o juiz nomeia um perito judicial. Quem paga os honorários periciais? A parte sucumbente. Critério: A parte que se afastar mais dos valores apresentados pelo perito. Caso seja o reclamante que deu causa a esta diferença – ele paga. Todavia, se for beneficiário da Justiça Gratuita ficará isento, razão pela qual o perito irá entrar na fila dos precatórios para aguardar o seu recebimento. Depois de resolvidas as divergências (que poderá resultar em perícia contábil) o juiz homologa o cálculo correto. Dessa sentença homologatória (considerada um despacho meramente interlocutório), não cabe recurso, pois trata-se de uma decisão irrecorrível. Apartir deste momento o juiz expede um mandado de citação, penhora e avaliação; o oficial de justiça comparece à sede da executada para cita-la e que no prazo de 48 horas pague a dívida ou nomeie bens à penhora Pode ser aplicado o Art. 475-J do CPC? Não, pois a CLT regulamenta esta citação (48 hrs – pagamento da dívida ou apresentar a nomeação dos bens à penhora). Caso o executado permaneça inerte, o oficial de justiça volta à sede da devedora e procede à penhora de tantos bens quantos bastarem à satisfação da dívida. Promovida a sentença que homologa os cálculos, o juiz poderá (é uma faculdade) abrir prazo de 10 dias para as partes se manifestarem quanto a esta decisão, sob pena de preclusão do direito de se manifestarem em qualquer fase do processo. Obs.: Caso não seja aberta a oportunidade de manifestação – as partes não podem fazer nada. Caso a executada citada – efetue o pagamento (garantindo o juízo), terá a oportunidade de no prazo de 5 dias opor os embargos à execução. Obs.: Os embargos à execução são autuados nos próprios autos, nos termos do Art. 884, da CLT. Portanto, como se vê, a garantia da execução é um requisito para a apresentação dos embargos à execução (pela executada) e da impugnação (pelo exeqüente). Art. 884. “Garantida a execução ou penhora os bens, terá o executado 5 dias para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exeqüente para impugnação.” Caso seja o reclamante não tenha concordado com a sentença – poderá oferecer em 5 dias a impugnação, desde que, a reclamada já tenha garantido 100% o juízo. Obs.: Portanto, se não tiver sido garantido o juízo pela reclamada e o reclamante não tenha concordado com a sentença proferida – ele nada poderá fazer. Obs.: Se o juiz concedeu o momento de manifestação, mas a parte não se manifestou, porém garantiu o juízo, consequentemente apresentando embargos à execução. Este embargo não será reconhecido, pois a parte deixou de se manifestar quando teve a oportunidade. Caso o oficial penhore bens que não petencem ao executado (reclamada), mas a um 3º, alheio à lide, ele poderá apresentar embargos de terceiros, no prazo de 5 dias. Obs.: Guardar os principais prazos, são eles: - 10 dias (manifestação das partes, quanto a sentença que homologa os cálculos); - 48 hrs (prazo para a executada: pagar a dívida ou nomear bens a penhora); - 5 embargos do executado; - 5 impugnação; - 5 embargos de terceiro. Apresentado os embargos do executado e a impugnação, o juiz profere duas sentenças? Não, apenas uma sentença definitiva. Apresentado os embargos de terceiros, o juiz também profere uma sentença definitiva. Em face desta sentença definitiva – caberá agravo de petição em 8 dias, tanto pelo executado quanto pelo exequente. Este agravo é interposto no juízo “a quo” (para a Vara) e remetido para o juízo “ad quem” (para o TRT). Obs.: Da decisão proferida no julgamento do agravo de petição, pelo TRT – só será possível a interposição do recurso de revisa, se ela ferir/violar aCF. Obs.: O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os valores impugnado, conforme o Art. 897, § 1º da CLT. - Delimitar o valor: Apresentar qual o valor controvertido (diferença apresentada pela reclamada e pelo perito) e o incontroverso. Portanto, o valor incontroverso será executado definitivamente, enquanto que, o valor controvertido será discutido em recurso. Art. 897 § 1º “O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta de sentença.” Atenção: A Prof. aconselha como principais tópicos de estudo: - Art. 651, da CLT: Competência territorial; - Art. 795, p.1º, da CLT: Nulidade; _ Arts. 894, 895, 896 e 897 (artigos relacionados à recursos). Obs.: Dê preferência ao estudo do recurso de revista; - Art. 896, p.2º* e p.6º *: Recurso de Revista; - Art. 852, da CLT: Rito Sumaríssimo.
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