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Cap´ıtulo 5 5.1 O teorema que vamos estudar agora e´ o resultado central do ca´lculo diferencial. Ele possui um conteu´do geome´trico bastante sugestivo, que merece ser analisado antes mesmo que o enunciemos. Para isso, consid- eremos uma func¸a˜o f e dois pontos sobre seu gra´fico: Figura 5.1 A = (a, f(a)) e B = (b, f(b)). O declive da secante AB e´ dado por f(b)− f(a) b− a . A Fig. 5.1 sugere que entre A e B deve haver um ponto C = (c, f(c)) sobre o gra´fico, onde a reta tangente a` curva seja paralela a` secante AB. Mas enta˜o os declives dessas duas retas sera˜o iguais. Como o declive da tangente em C e´ f ′(c), teremos f(b)− f(a) b− a = f ′(c), Figura 5.2 ou ainda f(b)− f(a) = f ′(c)(b− a). (5.1) Este resultado e´ conhecido como Teorema do Valor Me´dio. Observe que o valor c, entre a e b, satisfazendo (5.1) pode na˜o ser u´nico. A Fig. 5.2 ilustra uma situac¸a˜o em que ha´ dois pontos C e C ′ entre A e B, onde as tangentes sa˜o paralelas a` secante AB. Portanto, neste caso ha´ duas abscissas c e c′ tais que f(b)− f(a) = f ′(c)(b − a) = f ′(c′)(b− a). 148 SEC¸ ˜AO 5.1: TEOREMA DO VALOR M ´EDIO – 149 Pode acontecer, tambe´m, que na˜o haja ponto algum nas condic¸o˜es citadas, como vemos na Fig. 5.3. Isto mostra que, para a validade geral da Eq. (5.1), e´ imprescind´ıvel que a func¸a˜o f seja deriva´vel no intervalo aberto (a, b). Estamos agora em condic¸o˜es de enunciar o referido Teorema do Valor Me´dio: Figura 5.3 Teorema do Valor Me´dio. Seja f uma func¸a˜o definida e cont´ınua num intervalo fechado [a, b] e deriva´vel nos pontos internos. Enta˜o ex- iste pelo menos um ponto c, compreendido entre a e b, tal que f(b)− f(a) = f ′(c)(b − a) (5.2) A demonstrac¸a˜o desse teorema depende de um lema, conhecido como Teorema de Rolle, e sera´ feita no Apeˆndice (pp. 366-367). Nos Exerc´ıcios 1 a 12, determine os valores c tais que f ′(c) = f(b)− f(a) b− a e fac¸a os gra´ficos em cada caso. 1. f(x) = x2, a = 1, b = 2. 2. f(x) = x2 + 3x, a = −1, b = 1. O procedimento e´ simples. Encontre o nu´mero correspondente ao quociente f(b) − f(a) b− a . Esse sera´ igual a c = f ′(x) para algum x em (a, b). Fac¸a com que a expressa˜o da derivada seja igual ao nu´mero encon- trado no quociente e resolva a equac¸a˜o em x. O que encontrara´ sera˜o aqueles valores de c tais que f ′(c) = f(b) − f(a) b− a . Use o GeoGebra para visualizar o aspecto geome´trico do que encontrara´. Ha´ in- struc¸o˜es na p. 193. 3. f(x) = x3, a = 0, b = 1. 4. f(x) = x3, a = −2, b = 2. 5. f(x) = x3 − x2, a = −2, b = 3. 6. f(x) = −x4 + x2, a = −1, b = 1. 7. f(x) = 1/x, a = 1, b = 5. 8. f(x) = −1/x2, a = −3, b = −1. 9. f(x) = √ x, a = 1, b = 4. 10. f(x) = √ x, b > a > 0. 11. f(x) = 1√ x , b > a > 0. 12. f(x) = x− 1 x+ 1 , b > a > 1. 13. Considere a func¸a˜o f(x) = 2− 3 √ x2. Mostre que na˜o existe c ∈ [−2, 2] tal que f ′(c) = 0. Por que isto na˜o contradiz o Teorema do Valor Me´dio? 14. Considere a func¸a˜o f(x) = |x− 2|. Mostre que na˜o existe c ∈ [1, 4] tal que f(4)− f(1) = f ′(c)(4− 1). Por que isso na˜o contradiz o Teorema do Valor Me´dio? 150 – CAP´ITULO 5: TEOREMA DO VALOR M ´EDIO E APLICAC¸ ˜OES 15. Demonstre que no caso da func¸a˜o y = f(x) = Ax2 + Bx + C so´ existe um nu´mero c que satisfaz o Teorema do Valor Me´dio, o qual e´ dado por c = (a+b)/2. Fac¸a um gra´fico e interprete esse resultado geometricamente. Lembre-se que a func¸a˜o dada representa uma para´bola com eixo vertical. Para visualizac¸a˜o dos gra´ficos, consulte a p. 193. 1. Como f ′(c) = 3 e f ′(x) = 2x enta˜o c = 3/2. 2. Como f ′(c) = 3 e f ′(x) = 2x+ 3 enta˜o c = 0. 3. Como f ′(c) = 1 e f ′(x) = 3x2 enta˜o c = √ 3/3. 4. Como f ′(c) = 4 e f ′(x) = 3x2 enta˜o c = ±2√3/3. .: OPCIONAL :. Saber o significado do que encontra e´ im- portante. Na p. 193 ha´ instruc¸o˜es para que construa ilustrac¸o˜es que mostram o significado geome´trico dos valores en- contrados. 5. Como f ′(c) = 6 e f ′(x) = 3x2 − 2x enta˜o c = (1±√19)/3. 6. Como f ′(c) = 0 e f ′(x) = −4x3 + 2x enta˜o c = ±√2/2 ou c = 0. 7. Como f ′(c) = −1/5 e f ′(x) = −1/x2 enta˜o c = √5. 8. Como f ′(c) = −4/9 e f ′(x) = 2/x3 enta˜o c = − 3√9/ 3√2. 9. Como f ′(c) = 1/3 e f ′(x) = 1/2 √ x enta˜o c = 9/4. 10. Como f ′(c) = ( √ b−√a)/(b−a) e f ′(x) = 1/2√x enta˜o c = (b− a) 2 4( √ b−√a)2 . 11. Como f ′(c) = − √ b−√a√ a · b (b− a) e f ′(x) = −1 2x3/2 enta˜o, podemos mostrar que c = ( b · √a+ a · √ b ) 2 3 2 2 3 . 12. Como f ′(c) = 2 a+ b+ ab+ 1 e f ′(x) = 2 (x+ 1) 2 enta˜o, podemos mostrar que c = √ a+ b+ ab+ 1− 1. 13. A equac¸a˜o f ′(c) = −1/3c1/3 = 0 na˜o possui soluc¸a˜o e assim na˜o existe c ∈ [−2, 2] tal que f ′(c) = 0. Na˜o contradiz o Teorema do Valor Me´dio porque f na˜o e´ deriva´vel em x = 0 ∈ [−2, 2]. 14. Para x ∈ (1, 2), f ′(x) = −1; se x ∈ (2, 4), f ′(x) = 1; em x = 2, f na˜o e´ deriva´vel. Na˜o contradiz o Teorema do Valor Me´dio porque f na˜o e´ deriva´vel em x = 2 ∈ [1, 4]. 15. Como f ′(c) = f(b)− f(a) b− a = bB − aB + b2A− a2A b− a e f ′(x) = 2A ·x+B enta˜o, resolvendo a equac¸a˜o 2A · x + B = bB − aB + b 2A− a2A b− a , em relac¸a˜o a x, obteremos x = a+b 2 que e´ o ponto me´dio entre x = a e x = b. SEC¸ ˜AO 5.2: FUNC¸ ˜OES COM A MESMA DERIVADA – 151 5.2 Vamos iniciar esta sec¸a˜o com uma propriedade muito importante: Se a derivada de uma func¸a˜o f e´ zero em todo um intervalo aberto (a, b), enta˜o a func¸a˜o e´ constante nesse intervalo. Para demonstra´-la utilizamos o Teorema do Valor Me´dio, aplicando a Eq. (5.2) com a e b substitu´ıdos por dois pontos quaisquer, x e x′, do intervalo (a, b): existe um c entre x e x′ tal que f(x)− f(x′) = f ′(c)(x− x′) = 0 · (x− x′) = 0. Como a derivada de f e´ zero em todo o intervalo, obtemos f(x) = f(x′). Isto prova que f tem valor constante, conforme quer´ıamos demonstrar. Essa propriedade tem um significado geome´trico simples e intuitivo, fa´cil de entender: como f ′(x) ≡ 0 o declive da reta tangente ao gra´fico da func¸a˜o f e´ sempre horizontal, o que sugere que esse gra´fico seja mesmo uma reta horizontal, donde a func¸a˜o ser mesmo constante. Finalmente, consideremos o caso de duas func¸o˜es, f(x) e g(x), que tenham a mesma derivada: f ′(x) = g′(x). Enta˜o, a diferenc¸a h(x) = f(x) − g(x) tem derivada zero, pois h′(x) = f ′(x) − g′(x) = 0; em consequeˆncia, h(x) e´ constante, ou seja, f(x) e g(x) diferem por uma constante C, vale dizer, Figura 5.4 f(x)− g(x) = C, ou ainda, f(x) = g(x) + C. � Aplicac¸o˜es a` Cinema´tica Veremos agora, como esse u´ltimo resultado, que e´ uma consequeˆncia do Teorema do Valor Me´dio, tem interessantes aplicac¸o˜es em Cinema´tica. Consideremos primeiro uma part´ıcula em movimento uniforme. Isso significa que sua velocidade v e´ constante, o que nos permite escrever s(t)− s0 t = v, donde s(t) = s0 + vt. onde s(t) e´ a posic¸a˜o do mo´vel no instante t e s0 e´ o posic¸a˜o inicial, ou seja, o valor de s(t) em t = 0. A equac¸a˜o s(t) = s0+vt e´ chamada a equac¸a˜o hora´ria do movimento. Seu gra´fico e´ uma reta com declive v, cortando o eixo dos s no ponto de 152 – CAP´ITULO 5: TEOREMA DO VALOR M ´EDIO E APLICAC¸ ˜OES ordenada s0. A Fig. 5.4 ilustra uma situac¸a˜o em que s0 e v sa˜o nu´meros positivos. � Movimento uniformemente variado Neste movimento a velocidade e´ varia´vel, mas sua taxa de variac¸a˜o ins- tantaˆnea, conhecida como acelerac¸a˜o, e´ constante. Exemplo t´ıpico de tal movimento e´ o que ocorre na queda de um corpo. Consideremos, pois, um movimento com acelerac¸a˜o constante a. Teremos v − v0 t = a, onde v = v(t) e´ a velocidade e v0 e´ a velocidade inicial, ou seja, a veloci- dadeno instante t = 0. Resolvendo a equac¸a˜o anterior obtemos Figura 5.5 v = v0 + at, (5.3) que e´ a equac¸a˜o da velocidade. Seu gra´fico e´ uma reta, ilustrada na Fig. 5.5 quando v0 e a sa˜o positivos. � Equac¸a˜o hora´ria Para obtermos a equac¸a˜o hora´ria do movimento, sejam s = s(t) o espac¸o percorrido pelo mo´vel ate´ o instante t e s0 = s(0) a posic¸a˜o inicial, ou espac¸o no instante t = 0. Observe que a derivada de s(t) e´ a velocidade dada em (5.3). Ora, a func¸a˜o t 7→ v0t+ at 2 2 tambe´m tem a mesma derivada v0+at. Enta˜o, pelo que vimos ha´ pouco, as func¸o˜es s(t) e v0t+ at 2/2 diferem por uma constante C: s(t)− ( v0t+ at2 2 ) = C, ou seja, s(t) = C + v0t+ at2 2 . Figura 5.6 O significado de C torna-se claro quando fazemos t = 0: C = s(0) = s0. Em consequeˆncia, s = s0 + v0t+ at2 2 . Esta e´ a equac¸a˜o hora´ria do movimento. Como s e´ um trinoˆmio do 2o¯ grau em t, seu gra´fico e´ uma para´bola, como ilustra a Fig. 5.6 na SEC¸ ˜AO 5.2: FUNC¸ ˜OES COM A MESMA DERIVADA – 153 hipo´tese de serem s0, v0 e a todos positivos. ◮ Exemplo 1: Trajeto´ria de um corpo lanc¸ado (qualquer direc¸a˜o). Vamos provar que se um corpo for lanc¸ado com certa velocidade ini- cial diferente de zero numa direc¸a˜o qualquer, e abandonado a` ac¸a˜o da gravidade, sua trajeto´ria sera´ uma para´bola. Figura 5.7 Suponhamos que a direc¸a˜o inicial do movimento fac¸a um aˆngulo α com a horizontal. Escolhendo os eixos coordenados como na Fig. 5.7, o movimento efetivo e´ a resultante de dois movimentos, sobre esses eixos, de equac¸o˜es hora´rias dadas por x = (v0 cosα)t e y = (v0 senα)t− gt 2 2 , respectivamente. De fato, o movimento horizontal e´ uniforme com velocidade v0 cosα, enquanto o movimento vertical e´ desacelerado com velocidade inicial v0 senα e acelerac¸a˜o negativa −g. Da primeira equac¸a˜o tiramos t = x/v0 cosα; substituindo este valor na segunda equac¸a˜o, obtemos: y = (tg α)x− g 2v20 cos 2 α x2 = − g 2v20 cos 2 α︸ ︷︷ ︸ a x2 + (tgα)︸ ︷︷ ︸ b x. Observe que esta equac¸a˜o e´ do tipo y = ax2 + bx+ c, onde a = − g 2v20 cos 2 α , b = tgα, c = 0, Figura 5.8 portanto, equac¸a˜o de uma para´bola que passa pela origem e tem a con- cavidade voltada para baixo (Fig. 5.8). ◮ Exemplo 2: Lanc¸amento vertical para cima. Um objeto e´ lanc¸ado do solo, verticalmente para cima, com velocidade de 100 m/s. Desprezando a resisteˆncia do ar, vamos calcular sua altura ma´xima e o tempo gasto para atingi-la. Com o eixo orientado para cima (Fig. 5.9), a equac¸a˜o hora´ria do movimento e´ dada por s = 100t − gt 2 2 , donde obtemos a equac¸a˜o da velocidade: v = s˙ = 100 − gt. A altura ma´xima h ocorre quando v = 0, isto e´, quando t = 100/g s. Este e´ o tempo gasto para atingi-la. Substituindo esse valor na primeira das equac¸o˜es, obtemos Figura 5.9 h = 1002 g − 100 2 2g = 5000 g . 154 – CAP´ITULO 5: TEOREMA DO VALOR M ´EDIO E APLICAC¸ ˜OES Tomando g = 9, 8 m/s2, esses valores sera˜o: t ≈ 10, 204 s e h ≈ 510, 2 m. ◮ Exemplo 3: Movimento horizontal de uma part´ıcula. Vamos estudar o movimento de uma part´ıcula ao longo de um eixo horizontal, com equac¸a˜o hora´ria s = t3 − 3t2 − 9t+ 1. Como de costume, supomos que o eixo esteja orientado da esquerda para a direita, como ilustra a Fig. 5.10a. Para analisar esse movimento, calculamos sua velocidade: v = ds dt = 3t2 − 6t− 9. Trata-se de um trinoˆmio de segundo grau, com ra´ızes t = −1 e t = 3; portanto, v = 3(t+ 1)(t− 3). O gra´fico desta func¸a˜o esta´ ilustrado na Fig. 5.10b. Observando os dois gra´ficos da Fig. 5.10 vemos que a velocidade decresce de +∞ em t = −∞1 a v = 0 em t = −1; continua decrescendo (portanto, agora e´ negativa, o que significa que o mo´vel esta´ se deslocando para a esquerda, como ilustra a Fig. 5.10a) ate´ t = 1, onde passa a crescer e se anula novamente em t = 3, e a partir de enta˜o desloca-se sempre para a direita, com velocidade crescente e tendendo a +∞. Figura 5.10 A acelerac¸a˜o do movimento, que e´ dada por a = v′(t) = 6t− 6 = 6(t− 1). ajuda a entender o que se passa: ela e´ negativa para t < 1, se anula em t = 1 e e´ positiva para t > 1; isso mostra que a velocidade, positiva e 1Isto e´ um modo informal de dizer que v(t)→ +∞ com t→ −∞ SEC¸ ˜AO 5.2: FUNC¸ ˜OES COM A MESMA DERIVADA – 155 infinita em t = −∞, decresce ate´ um valor mı´nimo em t = 1, e a partir da´ı volta a crescer, tendendo a infinito com t→ +∞. Nos problemas 1 a 10, considere a acelerac¸a˜o da gravidade como sendo g = 9, 8 m/s2. 1. Um automo´vel percorre 40 km a uma velocidade constante de 60 km/h, e outros 100 km a` velocidade constante de 80 km/h. Calcule sua velocidade me´dia em todo o trajeto. 2. Calcule o tempo que um foguete gasta para atingir a velocidade de 12 km/s, supondo que ele seja lanc¸ado com acelerac¸a˜o igual a cinco vezes a da gravi- dade. 3. Um carro a` velocidade de 80 km/h aplica os freios, adquirindo uma desacel- erac¸a˜o constante, parando em 15 s. Calcule sua acelerac¸a˜o negativa. 4. Um corpo e´ lanc¸ado para cima com certa velocidade inicial v0. Demonstre que o tempo de subida e´ igual ao tempo de descida. Calcule esse tempo e a altura ma´xima atingida pelo corpo em termos de v0 e g. 5. Um projetil lanc¸ado para cima, na vertical, atinge a altura ma´xima de 2 km. Calcule sua velocidade inicial. 6. Um projetil e´ lanc¸ado para cima com velocidade de 100 m/s. Determine sua velocidade 5 segundos apo´s o lanc¸amento; determine a altura ma´xima atingida e o tempo gasto para atingi-la. 7. Um foguete e´ lanc¸ado segundo a lei hora´ria s = 12t2 m, onde t e´ expresso em segundos. Calcule a altura do foguete quando ele atingir a velocidade do som (330 m/s) e o tempo necessa´rio para que isso acontec¸a. Calcule a altura e a velocidade do foguete um minuto apo´s o lanc¸amento. 8. Um avia˜o, com acelerac¸a˜o constante de am/s2, precisa atingir uma velocidade cr´ıtica de V m/s para levantar voˆo. Mostre que a pista necessa´ria para isto deve ter comprimento l, inversamente proporcional a` acelerac¸a˜o, dado por l = V 2/2a m. 9. Demonstre que a velocidade me´dia de um corpo em movimento uniformemente acelerado, durante um tempo t, e´ igual a` velocidade instantaˆnea no instante t/2. Interprete esse resultado graficamente. 10. Mostre que num movimento uniformemente acelerado, vale a relac¸a˜o v2 − v20 = 2a(s− s0). Nos Exerc´ıcios 11 a 19, uma part´ıcula se move ao longo de um eixo com equac¸a˜o hora´ria dada. Encontre as expresso˜es para a velocidade e a acelerac¸a˜o, descrevendo o movimento da part´ıcula, fazendo, inclusive, uma representac¸a˜o esquema´tica do que ocorre. 156 – CAP´ITULO 5: TEOREMA DO VALOR M ´EDIO E APLICAC¸ ˜OES 11. s = t2 − 8t+ 12. 12. s = −t2 + 9t− 14. 13. s = t2 + 2t− 8. 14. s = 2t2 − t− 15. 15. s = −3t2 + 10t− 7. 16. s = t3 − 9t2 + 24t+ 1. 17. s = t3/3− t2 − 3t. 18. s = −t3 + 8t2 + 20t. 19. s = 3t5 − 5t3. 1. Na˜o confunda velocidade me´dia com me´dia de velocidades. t = tempo de percurso: t = 40 60 + 100 80 = 2 3 + 5 4 = 23 12 horas; vm = 40 + 100 23/12 = 1680 23 ≈ 73 km/h. 2. v = (5g) · t, donde t = 12.000/(5× 9, 8) ≈ 245 s = 4 min 5 s. 3. Substitua os valores nume´ricos (e v = 0) em v = v0 − at. e´ conveniente transformar km/h em m/s. a = 80 000 3 600 · 15 ≈ 1, 48 m/s 2 . 4. v = v0 − gt = 0 no fim da subida; enta˜o, t = ts = v0/g. Altura ma´xima h = v0t− gt 2 2 = v20 g − gv 2 0 2g2 = v20 2g . Na descida, h = gt2/2 = v20/2g, donde t = td = v0/g = ts. 5. Seja hmax a altura ma´xima. Como no exerc´ıcio 13, hmax = v 2 0/(2 · g) donde obtemos v0 = √ 2 · g · hmax e assim, v0 = √ 2· 9, 8 · 2 000 ≈ 197, 99 m/s. 6. Como v = v(t) = v0 − gt enta˜o v(5) = 100− 9, 8 · 5 = 100− 49 = 51 m/s. Do exerc´ıcio 13 sabemos que hmax = v 2 0/(2 · g) enta˜o hmax = 100 2/(2 · 9, 8) = 10 000/19, 6≈ 510 m. O tempo de subida e´ t ≈ 10, 2 s (veja exerc´ıcio 13). 7. v = 24t; t = v/24 = 330/24 = 13, 75 s; h = 12(330/24)2 = 2 268, 75 m. Um minuto apo´s o lanc¸amento, v = 24 · 60 = 1 440 m/s, s = 12 · 602 = 43 200 m. 8. t = V/a, l = at2/2 = aV 2/2a2 = V 2/2a. 9. v(t) = v0 + at. v(t) + v0 2 = v0 + a t 2 = v ( t 2 ) . 10. Tire t de v = v0 + at e substitua em s = s0 + v0t+ at 2/2. SEC¸ ˜AO 5.3: FUNC¸ ˜AO CRESCENTE E FUNC¸ ˜AO DECRESCENTE – 157 11. v = 2t− 8. 12. v = −2t+ 9. 13. v = 2t+ 2. 14. v = 4t− 1. 15. v = −6t+ 10. 16. v = 3t2 − 18t+ 24. 17. v = t2 − 2t− 3. 18. v = −3t2 + 16t+ 20. 19. v = 15t2(t2 − 1). 5.3 Seja f uma func¸a˜o definida em todo o eixo real, num semi-eixo ou em um intervalo limitado. Diz-se que f e´ crescente se ela varia no mesmo sentido que a varia´vel independente, isto e´, se f(x) cresce a` medida que x cresce, e decresce a` medida que x decresce. Em linguagem formal, isso significa: x < x′ ⇒ f(x) < f(x′). Figura 5.11 Observe que isso tambe´m equivale a escrever: x > x′ ⇒ f(x) > f(x′). O importante a notar aqui e´ que x e f(x) variam no mesmo sentido, isto e´, se a varia´vel independente cresce (ou decresce), a func¸a˜o tambe´m cresce (ou decresce). O gra´fico de uma func¸a˜o crescente tem um aspecto ascendente, como ilustra a Fig. 5.11. A definic¸a˜o de func¸a˜o decrescente e´ ana´loga a` de func¸a˜o crescente: diz-se que uma func¸a˜o f e´ decrescente se x e f(x) variam em sentidos contra´rios, isto e´, se x cresce, enta˜o f(x) decresce; e se x decresce, enta˜o f(x) cresce. Formalmente, x < x′ ⇒ f(x) > f(x′). Figura 5.12 Ou ainda, x > x′,⇒ f(x) < f(x′). O gra´fico de uma func¸a˜o decrescente tem um aspecto descendente, como ilustra a Fig. 5.12. Geralmente lidamos com func¸o˜es definidas em todo o eixo real ou em intervalos. Uma func¸a˜o pode ser crescente em um ou mais intervalos de seu domı´nio e decrescente em outros; e´ este o caso da func¸a˜o y = x2, que e´ decrescente em x ≤ 0 e crescente em x ≥ 0.
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