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�PAGE � �PAGE �3� UNIVERSDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC CENTRO DE CIÊCIAS AGROVETERIÁRIAS – CAV DISCIPLINA – OLERICULTURA II MORANGO (Fragaria x ananassa) Única hortícola da família das rosáceas. Por este motivo, muitos pesquisadores da área consideram o morango como uma planta a ser estudada na área de fruticultura. Entretanto, todo o seu cultivo está mais relacionado com a olericultura do que com a ffruticultura Planta perene, mas cultivada como anual. Motivo: redução da produtividade devido a infestação com viroses. A muda que permanece por mais de um ciclo no campo acumula grandes quantidades de vírus, reduzindo a produtividade. Altas produtividades só podem ser obtidas com plantas “livres de vírus”. Consumo muito elástico, com elevado consumo restrito a algumas épocas do ano (junho a setembro). As variedades mais modernas (insensíveis ao fotoperíodo) permitem produzir por períodos mais longos de tempo, estendendo a oferta durante a maior parte do ano (dezembro a maio). Devido às dificuldades de produção no verão, e clima bastante propício no inverno, os preços variam muito durante o ano. No comércio varejista podem ficar abaixo de R$ 1,00 no inverno e primavera, e acima de R$ 4,00 no verão (bandeja com 260 g de frutos) Normalmente concorre pouco com outras frutas, de qualidade similar como pêssego, ameixa, entre outras, quando comercializado no inverno. Pode apresentar dois tipos de lavoura totalmente diferentes: de frutos e de mudas Considerando a difusão e valor do produto, tem pouca pesquisa. “Fruto” é o receptáculo floral. É um fruto formado pelo crescimento de dezenas de receptáculos florais. Não possui epiderme e fisicamente é muito sensível. Os aquênios (pontos pretos) são os frutos verdadeiros. São extremamente sensíveis ao manuseio, além de apresentarem alta taxa respiratória. Exige manuseio pós colheita muito específico. Possuem flores hermafroditas. Eficiente polinização é essencial para formar fruto de padrão comercial. Propagação é por estolhos, formando grandes touceiras. Áreas onde as plantas perenizam, formam eficiente, rápida e perene cobertura do solo, devido a grande produção de estolhos. O caule é um rizoma estolhoso. A planta apresenta entre-nós muito curtos. Por isto a planta tem aparência de uma pequena touceira. A região central da planta apresenta gemas terminais que formam folhas compostas, estolhos ou inflorescências (conforme idade da planta, temperatura ambiente e o fotoperíodo). Raízes são muito superficiais (70 a 90% até 5 cm de profundidade) e fasciculadas. Podem atingir até 60 cm de profundidade. Possui alta capacidade de renovação de raízes. Estolhos: São longos e finos. A cada 2 nós (geralmente) emitem folhas e raízes. Os estolhos são considerados o segundo cultivo do morango. Cultivares em relação ao destino da produção. Características para indústria: Resistência a pragas e doenças, vermelho intenso (inclusive polpa), firme, poucos e pequenos aquênios, cálice facilmente destacável, sem preferência para tamanho dos frutos. Ex: Konvoy – cascata, Villa Nova, Bürkley. Características para Consumo “in natura”. Reflorescente, acima de 600g de fruto por planta, precocidade. Frutos vermelhos, grandes, uniformes, pouco rugosos, perfumados, adocicados e de baixa acidez. Deve ser resistente à Micosphaerella fragariae, e a podridões de folha e fruto. Facilidade de produção de estolões. Ex.: Camarosa, Osogrande, Flórida 90, Tangi, Santa Clara, Chandler, Campinas, Sequóia, Villa Nova, Bürkley A maioria das cultivares, para consumo ou indústria, apresentam pedúnculo longo. Esta característica é solicitada pelos produtores para facilitar a colheita dos frutos. Cultivares em relação a sensibilidade ao fotoperíodo. Cultivares sensíveis ao fotoperíodo (tradicionais): Dia curto com baixa temperatura – florescimento Dia longo com “alta” temperatura – produção de estolhos Plantio das mudas em abril/maio. Colheita de junho a setembro. Cultivado em regiões onde a primavera e verão apresentam temperaturas muito altas para o morangueiro (acima de 28o C): Alto Vale do Itajaí, Oeste e Meio-Oeste Catarinense. Nos estados de São Paulo e Minas Gerais cultiva-se em regiões acima de 600 a 800 m de altitude. Cultivares insensíveis ao fotoperiodo (de verão) Florescem até mesmo no verão Nestes cultivares surgem flores e estolhos simultaneamente. Somente é possível cultiva-las nas regiões acima de 850 metros no sul do Brasil, ou onde a temperatura não ultrapasse 28o C. Por ser uma região limitada onde é permitido o cultivo, a oferta diminui consideravelmente no verão, elevando os preços desta fruta. Ex.: Aromas Lavoura para Frutos: Plantam se mudas em março/abril ou setembro/outubro, conforme sensibilidade ao fotoperíodo. Primeira colheita pode ser no inverno (cultivares sensíveis ao fotoperiodo) ou na primavera (cultivares insensíveis ao fotoperiodo). Para Produção de Mudas Laboratório (micropropagação) Multiplicação em telados (excluir afídeos) – aclimatação Mudas vão para outro telado ou para campo de multiplicação Propagação Metodologia utilizada pela EPAGRI-Chapecó. Setembro – Enviveirar as mudas recém produzidas no laboratório (livres de vírus), por 30 dias em espaçamentos de 10 cm x 10 cm. Distância mínima de 200,00 m de plantações comerciais. Outubro – Transferir para campo de produção de mudas, em espaçamento de 2m x 1,5m. Abril – Arrancar as mudas para transplante Produção de 200 mudas/matriz com 80% de aproveitamento. Clima As temperaturas ideais para esta cultura são referentes tanto para as cultivares sensíveis como para as insensíveis ao fotoperíodo. Temperatura Fotoperíodo > 10°C > 12 horas Tende a vegetar > 23°C = 15 horas Máximo crescimento dos estolhos > 25°C - Inibe diferenciação floral > 32°C - Aborto de Flores Formação do fruto depende da polinização dos aquênios Ideal para raízes: >12°C no solo. Dias curtos favorecem entrada em dormência. 10 dias com temperatura menor que 10°C é suficiente para sair da dormência – define época de plantio. Dias ensolarados com temperaturas amenas a noite – frutos firmes, doces e aroma mais forte, maior conservação. Morangos produzidos em regiões abaixo de 700 a 800 são de menor qualidade. Temperaturas Críticas: (Média ideal mensal: 18,5 a 23,8°C) Knott (1962) Congelamento da planta ocorre entre –3 a –5°C Paralisação do crescimento 2 a 5°C Enraizamento: temperatura mínima 10°C temperatura ótima 18°C temperatura máxima 35°C Florescimento (Ideal): Dia: 15 a 18°C Noite: 8 a 10°C Maturação dos Frutos Dia: 18 a 25°C Noite: 10 a 13°C Frio antes do Plantio Para um bom desenvolvimento as plantas necessitam de um mínimo de horas de frio (entre 2 a 7°C). Este n° de horas varia de 380 a 700 horas, conforme cultivares. Nesse período as plantas estão em dormência ou em latência. É um período de acumulo de reservas na coroa, pecíolos e raízes primárias. As folhas ficam avermelhadas e com pouco crescimento vegetativo. A planta pode suportar até - 6°C nesse período. Se o requerimento em frio for atendido teremos como resultado: Rápido crescimento foliar. Normal diferenciação de gemas florais Pouca produção de estolhos Pós-colheita Respiração (atividade respiratória a 20°C) Fruto Atividade Respiratória (mg/CO2 /Kg.h) Vida Útil (Comercial) Framboesa 160 2 – 3 dias Morango 150 5 – 10 dias Figo 80 7 – 10 dias Pêssego 80 2 – 4 semanas Pêra 50 2 – 7 meses Kiwi 20 3 – 5 meses Maçã 20 1 – 12 meses Taxas de Respiração de algumas frutas em diferentes temperaturas (mg/CO2 /Kg.h) Fruta Temperatura em °C 0 5 10 15 20 Framboesa 24 55 92 135 200 Morango15 28 52 83 127 Laranja 3 5 9 15 24 Maçã 3 5 8 15 20 Na prática é mais utilizado: 4°C – conservação de: 2 dias – consumo “in natura” 4 dias – indústria 21°C – conservação de: 24 horas Nutrição Extrações máximas Nutriente Cv. Campinas Cv. Camanducaia Cv. Mt. Alegre N 242 288 199 P 54 43 35 K 281 217 204 Ca 110 108 109 Mg 45 45 37 S 31 29 31 Até o início da colheita absorve 1/3 do N, P, K requeridos. Essencial que se faça bom manejo com fertirrigação. A produtividade pode chegar a 80 t/ha. pH Ideal entre 5 e 6. Correção deve ser feita com muita antecedência. Excesso de calcário pode diminuir o porte da planta e tamanho dos frutos. Nos EUA se faz correção com 2 anos de antecedência. Regiões produtoras do Brasil mostram excesso de nutrientes no solo. Ex: Cabreúva (SP): - 880 – 1280 Kg/ha P2O5 440 – 640 Kg/ha K2O 230 – 320 Kg/ha N+MO Excesso de N: Muito vigor vegetativo produção mais tardia, frutos mal formados, amadurecimento irregular. K em equilíbrio: aumenta SST aumenta o ácido ascórbico melhora a cor, sabor e firmeza do fruto Adubação em SC e RS (Recomendação ROLAS): - 90 a 260 Kg/ha P2O5 40 a 200 Kg/ha K2O 40 a 120 Kg/ha N Dosagem mais comum: 200g/m² de 5-20-10 100 Kg/ha de N - 400 Kg/ha de P2O5 200 Kg/ha de K2O + 3 Kg/m² de cama de aviário Cobertura: N - 20/m² de sulfato de amônia com 30, 60, 90 dias. Um hectare equivale a mais ou menos 7.500 m² de canteiros. Cobertura do Canteiro Uso Obrigatório: Fruto não pode encostar no solo. Plástico preto ou cobertura com palhas. Acícula de Pinus – melhores resultados A cobertura deve ser de todo o canteiro até as laterais. Uso do Plástico: Cuidados. Abaular o canteiro Não sujar com o solo na parte superior Prever sistema de irrigação específico (gotejamento). Túnel é construído com arcos de metal (mais utilizado) e com plástico leitoso (branco). Nestas condições as plantas ficam sempre cobertas pelo plástico, permitindo iluminação parcial do local onde as plantas crescem, até mesmo quando o clima é favorável. Esta prática é utilizada para evitar queimaduras de sol nos frutos que não estão sombreados pelas folhas. Espaçamento: Mais utilizado de 0,30 x 0,30 m, podendo diminuir. Quando utilizar túneis: Aumentar espaços entre canteiros Área dos Canteiros: Necessita muita insolação, desde o nascente até o poente. Drenagem é imprescindível, bem como ventilação. Doenças: Manchas de micosferela (M. fragarie) Identificadas 6 raças fisiológicas diferentes em Santa Catarina A cultivar deve ser resistente as raças locais Mancha de Dendrophoma obscurans Bom controle com cauda bordalesa Mancha Angular (Xanthomonas fragarie) Uso de mudas sadias Pragas: Pulgões: Captophorus fragaefelli Cerosipha forbesi Ambas se alojam no centro da planta, sugando as folhas novas. São transmissoras de viroses e estão associadas com a presença de formigas (Solenopsis saevissima) lava pés Lesmas
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