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CULTURA DA CEBOLA (Allium cepa)
Professor Germano Güttler CAV-UDESC Lages
A cebola é a hortaliça condimentar mais consumida em todo o mundo.
A Alicina é o principal componente desta hortaliça. Esta substância combate infecções intestinais e gripes, tem efeito sobre a circulação sanguínea, é diurética, laxante e reduz a taxa de glicose do sangue. Também possui altos teores de enxofre.
Origem da cebola
Na Ásia, atual Paquistão. Região seca com inverno frio definiu características da planta como formação de bulbo, caráter bienal e folhas ocas com alta cerosidade.
É uma planta bienal: uma fase vegetativa (inv. prim. verão) + dormência (verão out. inv.) do bulbo + uma fase (inv. prim. verão) reprodutiva (dois ciclos de crescimento) 
Fase vegetativa : forma folhas e bulbo
Fase reprodutiva : emite pendão floral (umbela) com altura de aprox. 1,50 m de altura.
A fase reprodutiva pode ocorrer no primeiro ciclo – indesejável, pois não produz bulbo. Causa : excesso de frio durante o crescimento das plantas.
Folhas tubulares, ocas, cerosas.
Planta com 60 a 70 cm de altura
O bulbo é tunicado, compacto, formado pelo acúmulo de reserva nas bainhas das folhas (bainhas carnosas)
O caule verdadeiro é o disco basal, de onde saem todas as folhas e todas as raízes.
As raízes são fasciculadas.
Produção e produtividade
Cerca de 30 milhões de toneladas são produzidas anualmente: 
	China: 4,4			Índia : 4,0		EUA : 2,4
	Leste europeu (ex-URSS): 2,2		Turquia : 1,7
	Japão: 1,4		Espanha: 1,0 	Brasil : 1,0
Produtividade média em toneladas/ha :
	EUA, Egito e Japão : cerca de 40
	Chile	: 28
	Argentina : 25
	Colômbia e Peru : 20
	Brasil : 17,5
	Santa Catarina : 18,6
Em Santa Catarina as maiores regiões produtoras são o Alto Vale do Itajaí e a Colonial Serrana (85 % do Estado).
Maior concorrência com cebola de SC – Cv. Valenciana da Argentina
Épocas de colheita e comercialização da cebola no Brasil 
Santa Catarina é o maior produtor e a comercialização se concentra (acima de 80 %) nos meses de novembro a maio, quando a média histórica dos preços pagos ao produtor é menor. Toda safra do RS e PR, além de parte da safra de SP, são comercializadas também neste período.
Comparações com a cebola argentina :
	Clima: vantagem argentina na temperatura, umidade e fotoperíodo. Baixa precipitação, inverno muito frio e fotoperíodo mais longo na primavera.
	Solo: solos da região produtora argentina são planos, com altos teores de nutrientes e ausência de acidez.
	Irrigação: toda produção argentina é irrigada por sulcos (sistema de baixo custo)
	A estocagem é feita a campo na Argentina.
	Agricultores argentinos são mais organizados, sistema de cooperativas funciona.
	Vantagem da cebola brasileira: frete mais barato
Opções para o produtor de cebola de Santa Catarina 
	Aumentar a produtividade
	Aumentar a qualidade (padronização de tamanho, cor e forma)
	Cultivares precoces (atualmente cerca de 20 % das cultivares)
	Estocagem por um período maior de tempo
Preços pagos ao produtor no CEAGESP no decorrer de um ano – média histórica de 10 anos)
Características da produção em SC :
	Área total cultivada em torno de 25.000 ha
	Média de 1,5 ha de lavoura de cebola por propriedade
	Tamanho médio das propriedades que produzem cebola : 25 ha
	A cebola é a principal renda das propriedades produtoras
Causas da baixa produtividade de SC :
	Condição sócio-econômica do produtor. Muitos produtores encontram-se descapitalizados e tem dificuldades para investir (aversão ao risco)
	Mau manejo do solo. As lavouras apresentam pouca cobertura vegetal, provocando erosão do solo. Com frequência verifica-se que os solos apresentam teores de nutrientes abaixo ou acima do recomendado, causando desequilíbrio entre nutrientes.
	Com frequência as mudas utilizadas no transplante não apresentam tamanho recomendado ou não são padronizadas.
	Em função das lavouras não serem irrigadas, ocorre perda de mudas recém transplantadas, diminuindo o estande de plantas recomendado.
Ha uma grande diferença tecnológica entre os produtores de cebola em SC. Ha pequenos produtores que colhem menos de 10 t/ha e ha médios e grandes produtores que colhem mais de 40 t/ha.
Clima para a cultura da cebola
A cebola apresenta sensibilidade ao fotoperíodo para a bulbificação. A formação do bulbo somente ocorre após o fotoperíodo crítico (FC), com um mínimo de horas de luz.
Este FC deve ocorrer no momento certo, para que a planta forme um bulbo com características comerciais. 
Quando o FC ocorrer antes de um período mínimo de tempo, a planta formará bulbos pequenos.
Quando o FC ocorrer depois de um período máximo de tempo, a planta formará o “cebolão” ou “charuto”, que são bulbos com o pseudocaule muito grosso. Estes bulbos não apresentam cura, pois não fecham o pseudocaule após a colheita, portanto não apresentam valor comercial.
A cebola é considerada uma planta exigente em temperatura.
No início do ciclo necessita de baixas temperaturas, por 3 a 4 meses – formação da muda e crescimento inicial no campo.
Antes da bulbificação necessita de temperaturas mais altas, para um maior crescimento vegetativo. 
Temperaturas muito baixas durante o crescimento vegetativo, associado ao fotoperíodo curto, favorecem a diferenciação floral nas gemas dormentes do caule verdadeiro. Plantas que florescem não produzem bulbos.
Após formado o bulbo, necessita de temperaturas mais altas, clima seco e fotoperíodo longo para a maturação do bulbo.
Na pré colheita, colheita, pré cura e armazenagem dos bulbos, a umidade deve ser o mais baixa possível. A durabilidade dos bulbos no galpão dependem das condições climáticas deste período (pré colheita e colheita)
As maiores restrições climáticas para produção de bulbos (cebola e alho) no Brasil são outono e primavera quente com alta umidade.
Em SC ocorre a vernalização natural dos bulbos. Um bulbo estocado por vários meses, quando plantado no inverno, sempre irá produzir flores.
A vernalização ocorre no armazenamento em temperaturas entre 4,5 e 14o C (ideal entre 11 e 12o C)
Vernalização = Quebra da dormência de gemas (endodormência), mudança do equilíbrio hormonal da gema.
Endodormência = dormência causada por fatores hormonais com origem dentro da estrutura afetada. É o resultado do equilíbrio entre hormônios promotores e inibidores do crescimento. Esta dormência é uma defesa para fatores adversos do ambiente, principalmente o clima. O frio é o responsável pela quebra deste tipo de dormência.
A bulbificação da cebola no Brasil permite dividir as cultivares em vários grupos, conforme o FC.
No RS as cv. necessitam de 13 a 14 horas de luz (FC)
Em SC necessitam de 11 a 13 horas de luz (FC)
Em SP e MG necessitam de 10 a 12 horas de luz (FC)
Podemos dividir as diversas cultivares e híbridos em grupos (I, II e III):
Grupo I: 
Cultivares de dia curto, ciclo de 130 a 160 dias, alta precocidade, baixo FC (10 a 12 h), baixos teores de enxofre (n-propil-dissulfide) , baixa armazenagem, cebolas de coloração clara, sabor suave e pouca pungência. Cultivadas principalmente no NE e também em SP e MG. Exemplos : Excel, Granex, Pêra IPA-1, Texas Grano 502, Red Creole.
Grupo II: 
Ciclo médio (160 a 200 dias), média precocidade, FC de 11 a 14 h, película amarelo castanho, sabor e pungência mais acentuados, maior período de armazenamento, melhor aceitação comercial (devido coloração). Cultivadas desde MG até em SC. As cultivares são, na maioria, originadas da Baia Periforme.
Grupo III: 
Ciclo longo (acima de 200 dias). FC acima de 13 horas, bulbos de ótima qualidade de coloração mais escura, alta conservação (devido altos teores de SST), sabor e pungência muito acentuados. Algumas cultivares são plantadas em SC, mas a maioria é cultivada no RS. Exemplos: Pêra Norte e Jubileu. Todascultivares argentinas pertencem a este grupo (Cv. Valenciana).
Em SC, a mais de 20 anos, vem sendo realizado trabalho de melhoramento e introdução de novas cultivares, através da EPAGRI conjuntamente com os produtores. Os principais resultados destes trabalhos foram:
	Melhoramento do material crioulo
	“Limpeza” genética do material crioulo
	Criação e introdução de novas cultivares
	Permitiu o uso de várias cultivares com pequenas diferenças de ciclo, favorecendo o escalonamento na colheita (todas de coloração castanha ou baia)
Ciclo da cultura em SC (datas podem variar conforme a cultivar)
Semeadura em abril – transplante julho e agosto – crescimento vegetativo até outubro – FC em outubro – colheita em novembro a janeiro 
Manejo de solo na cultura da cebola no Alto vale do Itajaí
Os solos da região produtora apresentam as seguintes características:
	Teores médios de argila
	Boa drenagem natural
	Baixa fertilidade natural
	Relevo ondulado a forte ondulado (permite mecanização)
As amostras de solo das lavouras de cebola do Alto Vale do Itajaí revelam vários problemas relacionados com a falta e com o excesso de nutrientes na cebola cultivada no sistema convencional
Alta incidência de fatores abióticos nas plantas:
Os maiores problemas estão relacionados com falta ou excesso de calcário
Excesso de alumínio: raízes repartidas
Excesso de calcário na superfície (mal incorporado): bom crescimento inicial e forma bulbo frouxo
Excesso de calcário na produção das mudas: falta de Mn, planta não desenvolve, clorose internerval. Solo deve ter no mínimo 10 a 15 ppm de Mn. Até mesmo a mucuna tem apresentado esta clorose nestas áreas. 
Fungicidas a base de Mn não são suficientes para suprir esta deficiência
Sulfato de Mn via foliar é a melhor opção
Adubos quelatizados liberam Mn, mas inibem o Fe, causando deficiência deste elemento.
Excesso de K: Não se conhece sintomas visíveis de toxidez de K, entretanto seu excesso induz deficiências de magnésio e cálcio.
Def. de B: planta cresce normal, apresenta anéis claros que circundam as folhas. Pode surgir como pontuações, confundindo com Botrytis. Esta doença geralmente ocorre com mais frequência em tecidos mais velhos (pontas das folhas)
A aplicação de B reduz ocorrência de Botrytis e mosca branca (principalmente mudas)
Bacteriose: excesso de N, uso de ervilhaca como adubo verde ou cobertura do solo, excesso de chuvas, solo compactado e cobertura com uréia predispõe a esta doença, que está amplamente disseminada. Pode ser resolvida com nutrição equilibrada e com boa drenagem do solo.
O solo compactado favorece a ocorrência da bacteriose provavelmente porque altera a relação N x Ca x crescimento da planta.
Excesso de N: folha fica “encanoada”, parcialmente dobrada. Facilmente confundido com falta de Mo. O Mo é o nutriente que justamente encaminha os nitratos na planta. 
Deficiência de Zn: está começando a surgir, pois é induzida pelo excesso de P
Folhas secas em estiagens curtas: falta de cobertura do solo com palha
Testes da EPAGRI definiram o composto orgânico como o melhor adubo para a cebola e também a melhor cobertura para canteiro de mudas (aumentou a germinação) 
O sistema agroecológido tem sido mais estável e seguro para o produtor. As variações na produtividade, em função de adversidades climáticas, tem sido menores.
Primeiro ano de cebola agroecológica produziu 12 t/ha na EPAGRI. Já atingiu 29 t/ha
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Manejo Conservacionista
Sistema recomendado a mais de 20 anos para a cultura da cebola: Cultivo mínimo e plantio direto 
Vantagens:
	92 % mais água entre 0 a 15 cm de profundidade
	50 % mais água entre 15 a 30 cm de profundidade
	Melhor pegamento de mudas
	Melhor germinação de sementes
	Diminui ervas espontâneas
	Aumenta infiltração de água
Sistemas já testados em uso:
Milho após colheita da cebola (dez) + adubo verde de inverno (março) + dessecação da cobertura (junho - julho) + plantio das mudas (julho – agosto)
Milho após colheita da cebola (dez) + adubo verde (mucuna) de verão no pendoamento do milho (fev) + manejo da cobertura (julho) + plantio das mudas (julho – agosto)
Propagação
A cebola pode ser propagada por dois processos: Mudas e semeadura direta no campo.
	A semeadura direta no campo é um sistema de produção que tem a vantagem de não necessitar produzir mudas e elimina o transplante. O transplante é uma atividade complexa, pois envolve grande quantidade de mão-de-obra e muita administração por parte do produtor. Porém exige o uso de maquinário de alto custo (semeadora de precisão a vácuo) e depende de boas condições climáticas para a germinação e estabelecimento inicial das plantas. A cebola necessita formar um bom estande de plantas, pois a mortalidade de plantas jovens reduz a produtividade e as plantas próximas às falhas crescem além do desejado, formando bulbos grandes de menor valor comercial e de menor capacidade de cura e conservação.
	A produção de mudas é o sistema de propagação mais tradicional e mais amplamente utilizado nas regiões produtoras de Santa Catarina.
	As mudas são produzidas em canteiros elevados, após arar, gradear e rotativar o solo. Estes canteiros apresentam largura média de 1,20 m e espaço de 0,30 a 0,40 m entre canteiros.
	A semeadura deve ser realizada de modo que cada metro quadrado de canteiro produza cerca de 500 a 550 mudas. Esta semeadura pode ser a lanço ou em linhas com máquinas. Distâncias constantes entre as sementes, produzirão mudas mais homogenias, favorecendo uma maior e melhor qualidade na produção de bulbos. As sementes devem ser depositadas a profundidade de 1,0 a 1,5 cm. Sementes muito profundas podem provocar o tombamento da muda após a emergência da plântula. Sementes colocadas muito superficialmente sofrem mais facilmente com estresse hídrico.
1 kg de sementes, com cerca de 300.000 sementes, é suficiente para produzir no mínimo 150.000 mudas selecionadas e de boa qualidade. Dependendo da densidade utilizada, 1 kg de sementes é suficiente para obter uma quantidade de mudas para plantar de 0,5 a 1,0 ha. 
	As mudas são produzidas a partir de abril, para serem transplantadas no inverno.
Densidade de plantio
	A formação de um bom estande de plantas é fundamental para a obtenção de altas produtividades com bulbos de alta qualidade. As falhas no estande inicialmente planejado diminuem a produtividade. Além disso, os bulbos formados adjacentes a estas falhas crescem além do tamanho ideal (entre 90 e 120 g), diminuindo o seu valor comercial. Bulbos maiores também apresentam maior dificuldade para chegar ao ponto de cura e resistem menos tempo à armazenagem.
	Os espaçamentos mais utilizados para cebola variam de 0,28m a 0,50m entre filas e de 0,06m a 0,10m entre plantas. Em Santa Catarina os espaçamentos mais utilizados são de 0,33m entre filas e 0,08m a 0,10m entre plantas, alcançando uma densidade de 300.000 a 360.000 plantas/ha. Como exemplo de produtividade podemos considerar os seguintes dados: uma mortalidade de 10% das mudas, com um peso médio de bulbos de 100g, totalizando entre 27 e 33,4 t de bulbos/ha.
	Produtividades muito altas podem ser alcançadas em áreas com um bom clima, irrigação e nutrição equilibrada. Considerando-se que a densidade pode atingir até 560.000 plantas/ha (0,28m x 0,06m), com perda de mudas abaixo de 1,0% e peso dos bulbos pouco superior a 100g, a produtividade pode ultrapassar 60 t de bulbos/ha. Alguns produtores, na região Centro-Oeste do Brasil, já conseguiram, nestas condições, produtividades superiores a 70 t de bulbos/ha.
Tratos culturais
	As atividades a serem realizadas após o transplante das mudas são as seguintes: manejo de ervas espontâneas, adubação de cobertura e controle fitossanitário.
Manejo de ervas espontâneas
	A cebola, bem como as demais aliáceas, são plantas que apresentam crescimento lento e formam pouca folhagem para cobrir o solo. Durantea maior parte do tempo em que esta cultura está no campo (pouco mais de 4 meses), o solo fica com pouco cobertura vegetal, permitindo germinação e emergência de grande quantidade de ervas. Em função disto, é comum realizar até 3 intervenções na lavoura para o controle destas ervas. Normalmente a primeira intervenção é realizada com a aplicação de um herbicida pré-emergente, a segunda e a terceira intervenções com a aplicação de um pós-emergente, ou a terceira intervenção pode ser uma capina mecânica.
	No último mês de cultivo, as ervas não mais exercem competição com as plantas de cebola. Porém, se o controle não for realizado, a colheita ocorrerá em meio a uma grande quantidade de ervas com altura até superior às plantas de cebola. Esta situação proporciona uma maior necessidade de mão-de-obra na colheita, maior desconforto no trabalho, além de dificultar a realização da pré-cura a campo, pois há um aumento da umidade do solo e do ar próximo ao solo. Este tipo de manejo, permitindo que as ervas cresçam livremente a partir do momento em que não haja mais competição, poderia ser viável somente em sistemas orgânicos de produção.
Adubação de cobertura
	A adubação de cobertura com nitrogênio pode ser realizada aos 45 dias após o transplante das mudas. A quantidade aplicada depende essencialmente das condições apresentadas pelas plantas e do teor de matéria orgânica do solo. Solos com teor médio a alto de matéria orgânica devem receber adubações de cobertura em torno de 10 kg de N/ha. Pode chegar a 20 kg de N/ha quando as plantas apresentarem sintomas de deficiência deste nutriente.
Pré-cura, cura e armazenamento dos bulbos.
	A conservação de bulbos de cebola por períodos longos de tempo pode ser uma estratégia eficiente para o aumento da rentabilidade do produtor no Sul do Brasil. Considerando que mais de 40% da cebola nacional é colhida entre os meses de outubro e dezembro, há uma grande concentração da oferta do produto entre outubro e março. Os produtores do estado de São Paulo e os produtores do Nordeste (Bahia e Pernambuco), que comercializam os bulbos entre março e maio, frequentemente recebem valores consideravelmente superiores aos valores recebidos pelos produtores do Sul. Isto ocorre pela dificuldade de conservar bulbos até este período. 
A manutenção de bulbos bem curados até os meses de abril, maio e até mesmo junho, depende de uma série de fatores tecnológicos e ambientais. Os fatores que afetam o período de conservação dos bulbos são os seguintes: genética, condições ambientais e manejo na pré-cura, cura e armazenamento dos bulbos.
A genética é o principal fator responsável pela conservação da cebola em pós-colheita. Cultivares mais tardias, do grupo III, apresentam longos períodos de conservação, pois possuem menor teor de água. As cultivares produzidas na Argentina apresentam, no mínimo, dois a três meses a mais de conservação do que as melhores cultivares brasileiras. Isto ocorre até mesmo quando as condições climáticas são as melhores possíveis no sul do Brasil.
As condições ambientais podem alterar consideravelmente a conservação dos bulbos de cebola, nas diversas etapas anteriores e posteriores a colheita. 
As últimas semanas que antecedem a colheita são essenciais para formar um bulbo com baixo teor de água e melhor conservação. Após a bulbificação, que ocorre geralmente no mês de outubro, a planta direciona suas atividades para o crescimento do bulbo, ou seja, para a expansão das células do bulbo. Esta expansão é muito dependente da água disponível. Se ocorrer alta precipitação neste período, até a colheita, os bulbos formados apresentarão alto teor de água, e baixa capacidade de conservação.
Quando as plantas de cebola estão próximas da colheita, o pseudo-caule dobra-se e as folhas ficam prostradas sobre o solo. Este processo chama-se “estalamento” e contribui para a redução na entrada de água no bulbo devido ao escorrimento pelas folhas. Porém, nem todas as plantas se comportam desta maneira. Aquelas que possuem o pseudo-caule mais grosso tendem a não apresentar o estalamento até a colheita. Esta é uma característica não desejada, pois as plantas com pseudo-caule grosso tem maior dificuldade para que ocorra um bom fechamento desta região, diminuindo a capacidade de conservação do bulbo. É aconselhável provocar o estalamento de todas as plantas quando 20% destas já apresentarem esta característica. O estalamento pode ser realizado arrastando-se uma mangueira sobre as plantas e provocando o tombamento da parte aérea. 
A pré-cura é o processo de rápida perda de água das folhas e das túnicas externas do bulbo, bem como o início do fechamento do pseudo-caule. Estas duas regiões da planta, quando rapidamente secas, aumentam muito o período de conservação do bulbo. Nesta fase as plantas colhidas permanecem, após serem arrancadas do solo, por dois a três dias no campo. As plantas são arranjadas de modo que as folhas recebam o máximo de insolação e os bulbos permaneçam na sombra das folhas. A alta umidade relativa do ar, a presença de nuvens e a chuva neste período, impedem uma boa secagem das folhas e as plantas serão levadas para o galpão com muita umidade. Este excesso de água poderá causar perdas por podridões e doenças dentro do galpão.
Produção de sementes próprias e melhoramento genético da cebola.
A grande maioria da cebola produzida no sul do Brasil é oriunda de sementes adquiridas a partir de empresas especializadas do setor. Porém, entre os agricultores era comum a prática de se produzir a própria semente. Esta característica do produtor quase desapareceu, pois o custo da semente era baixo e o material genético sempre foi de boa qualidade. Atualmente o custo da semente aumentou muito e há um certo interesse que esta atividade retorne. A região produtora de cebola, no estado de Santa Catarina, não apresenta um bom clima pra esta atividade, pois o período compreendido entre a floração e colheita (outubro a fevereiro) apresenta-se com alta precipitação pluviométrica. Porém, as regiões mais altas, como o Planalto, pode produzir sementes de boa qualidade.
A produção de sementes inicia-se na escolha dos bulbos que serão plantados. A seleção destes bulbos inicia-se na pré-colheita, descartando-se aqueles que não apresentam estalamento natural, além daqueles com tamanho e cor não adequados. Após a pré-colheita, descartam-se aqueles bulbos que não fecharam bem o pseudo-caule. Durante a cura e armazenamento, são descartados todos aqueles que apresentarem brotação precoce, apodrecimento ou qualquer sintoma de doenças. Os bulbos que passaram por todos estes critérios devem ser plantados no inverno seguinte em uma mesma lavoura, distantes de qualquer outra lavoura que apresente floração, pois a polinização é aberta.

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