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Aulas 01 a 05 Educacao Física nas Unidades e Programas de Saude

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Aula 1: Conceito de educação e saúde 
Atividades diárias: Ele inicia seu dia, caminha na praça próxima à sua residência durante 50 minutos, vai para o trabalho,  encontra os amigos após o expediente e retorna à sua casa no final do dia.
Ele teve  uma noite de insônia, corre perto de casa por 1h, está cheio de trabalho, não conseguiu sair para almoçar, por isso.
Verificamos que alguns aspectos em nosso dia a dia irão determinar nosso estado de saúde. Por mais que tenhamos um dia perfeito, podemos vivenciar situações desconfortáveis que nos causarão desequilíbrios emocionais, físicos ou sociais constantemente.
Para Serge e Ferraz (1997, p. 539) a definição da OMS é irreal porque, aludindo ao “perfeito bem-estar”, coloca uma utopia. O que é “perfeito bem-estar?” É por acaso possível caracterizar-se a “perfeição”? Não restam dúvidas de que não devemos nos prender a considerações radicalizantes, ou com tendência positivista dos conceitos de saúde. É importante mantermos uma visão ampliada do tema.
Educação em saúde 
Campanhas - Analisando as gravuras abaixo, podemos identificar algumas campanhas relacionadas à mudança de comportamentos nocivos à saúde, portanto, objetivam educar para a saúde. Campanhas como prevenção a DST, importância das brincadeiras na saúde da criança, vida sem álcool e fumo. 
O processo deve considerar que a linguagem utilizada representará um papel fundamental na interação do indivíduo com o meio e subsequente formação de vínculos. Deve ser clara e respeitar principalmente características culturais e sociais, permitindo que possamos estruturar nosso pensamento, traduzir o que sentimos, expressar o que já conhecemos e nos comunicarmos com os demais.
Promoção da saúde - “Combinação de apoios educacionais e ambientais que visam a atingir ações e condições de vida conducentes à saúde”.
As ações que dizem respeito às atividades da promoção em saúde são bastante distintas. Seus objetivos afastam-se das pressões cotidianas do aqui e agora de programas de saúde pública, buscando a participação de outras pessoas, cuja atuação se processa fora do espaço tradicional onde os programas são em geral implementados. Forças da dinâmica social, que incidem sobre uma situação específica e que vão muito além do estudo do ambiente físico ou dos serviços médicos destinados à população. Dizem respeito àqueles fatores ambientais que também precisam ser considerados no planejamento de atividades de promoção em saúde.
A expressão “condições de vida” permite que a definição de promoção em saúde ultrapasse os limites daqueles fatores estritamente comportamentais, observáveis em geral durante o relacionamento interpessoal que ocorre no âmbito do nível local, para prender-se a uma teia de interações muito mais complexa, constituída pela cultura, por normas e pelo ambiente socioeconômico. Cada um deles se associando com o significado histórico mais amplo do que se convencionou denominar de estilo de vida.
É necessário distinguir com mais propriedade tipos de programas, de atividades e de procedimentos, que passam a ser mais bem caracterizados por propostas que, dependendo das circunstâncias, poderão ser de natureza educacional ou de natureza promocional. O foco da educação em saúde é o comportamento individual, enquanto o da promoção de saúde é o comportamento organizacional.
Aula 2: Estudo das Cartas da Promoção da Saúde 
Introdução - Durante a década de 60, dois acontecimentos estabeleceram as bases para importantes movimentos de convergência na conformação de um novo paradigma em relação à saúde (até então com orientação centrada no controle da enfermidade):
A abertura da China Nacionalista e o movimento canadense, desenvolvido a partir das missões de observação.
Publicação do Relatório Lalonde  (primeiro documento oficial a receber a denominação de “promoção à saúde”.).
Esses eventos abriram grandes debates, em vários países, sobre a determinação econômica e social da saúde, buscando uma abordagem mais positiva neste campo.
Os novos fundamentos da saúde se estabelecem no conceito de "campo da saúde" e introduzem os chamados "determinantes de saúde", baseados em quatros amplos componentes: Biologia humana, Ambiente, Estilo de vida, Serviços de Saude 
Conferencias internacionais – uma serie de declarações internacionais foi periodicamente formulada nas conferencias sobre o tema, inicadas a partir da conferencia de Alma-Ata (1978) com a proposta de saúde para todos no ano 2000 e a estratégia de Atencao Primaria de Saude. Conheça as principais abordagens estabelecidas em Conferências que ajudam a entender os princípios da promoção da saúde. 
Canada – I Conferencia Internacional sobre Promocao da saúde (Carta de Ottawa)
Realizada em Ottawa, Canadá, em novembro de 1986:
• Focalizou, principalmente, as necessidades de saúde nos países industrializados, embora tenham levado em conta necessidades semelhantes de outras regiões do globo.
• Definiu “promoção da saúde” como o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo: empowerment.
           • A escolha do estilo de vida dependia da classe social.
           • Dois novos conceitos: política pública saudável e o de cidade ou comunidade saudável.
• Estabeleceu como pré-requisitos para a saúde:
           • Paz;
           • Habitação;
           • Educação;
           • Alimentação;
           • Renda;
           • Ecossistema estável;
           • Recursos sustentáveis;
           • Justiça social e equidade.
• Pressupôs a intersetorialidade: a promoção está além do setor da saúde. Enfatiza a atribuição da promoção de fazer com que todos os setores assumam a saúde como meta.
• Estabeleceu ao setor sanitário um papel mediador.
• A participação ativa da população foi destacada como um meio essencial para operacionalizar a promoção de saúde.
• Reordenação dos serviços de saúde.
México – V Conferencia mundial 
• Realizada no México, em 2000;
• Promover a responsabilidade social em matéria de saúde;
• Ampliar a capacitação das comunidades e dos indivíduos;
• Aumentar a “inversão” no desenvolvimento da saúde; 
• Assegurar a infraestrutura necessária à promoção de saúde e fortalecer sua base científica;
• Reorientar os sistemas e serviços de saúde.
No Brasil, a 8ª Conferência Nacional de Saúde (1986), a primeira aberta à sociedade, foi fundamental para reordenação dos serviços de saúde. As discussões concluíram sobre a necessidade de rever a legislação propondo uma Reforma Sanitária, que vem ampliar o conceito sobre saúde e sua correspondente ação institucional. A partir de então, constituiu-se como um marco para a implantação do atual Sistema Único de Saúde (SUS), formando as bases para a seção “Da saúde” da Constituição de 1988.
Suíca –III Conferencia Internacional – Declaracao de Sundsvall 
• Realizada em Sundsvall (Suíça), em 1991;
• Saúde e equidade;
• Desenvolvimento sustentável;
• Interdependência entre ambiente e saúde;
• Criação de ambientes promotores de saúde deve sempre ser guiada pelo princípio da equidade.
Indonésia – IV Conferencia Internacional sobre Promoção da Saúde – Declaração de Jacarta 
• Realizada na Indonésia, em 1997;
• “Saúde é um direito humano fundamental e essencial para o desenvolvimento social e econômico” (Brasil, 2001, p.43).
Australia – II Conferencia Internacional sobre promoção de saúde – Declaração de Adelaide 
• Realizada em Adelaide (Austrália) em 1988;
• Elaboração de políticas públicas saudáveis;
• Criação de ambientes físicos e sociais favoráveis à saúde.
Condições para a promoção da saúde - Como vimos, a promoção da saúde depende das condições de habitação, lazer, salário, água, esgoto e uma série de outros requisitos e ações. No Brasil, esse problema está relacionado a um desenvolvimento urbano equivocado e ao problema da distribuição de renda, que é uma das piores do mundo. Mesmo reconhecendo os avanços ocorridos na área da saúde, o país ainda apresentamuitos problemas a solucionar, como veremos nas próximas aulas. Desta forma, a sociedade brasileira precisa continuar debatendo sobre o setor para enfrentar os problemas de financiamento e estruturação do seu sistema de saúde.
Conferências Nacionais do Esporte - A primeira vez que toda a sociedade brasileira se reuniu para discutir esporte e lazer, interferindo na elaboração de políticas públicas para o setor, foi em 2004, na I Conferência Nacional de Esportes, realizada em Brasília. O evento teve como objetivo discutir políticas públicas para o esporte, o lazer e o desenvolvimento humano. Dos debates surgiu a proposta de criação do Sistema Nacional do Esporte e Lazer, descentralizado e regionalizado, com eixos em políticas nacionais de gestão participativa e controle social, de recursos humanos e de financiamento. Também foi discutida a criação da Lei de Incentivo ao Esporte e outra de criação da Bolsa-Atleta. Desde então, as Conferências (em 2006 e 2010) acontecem em três etapas nos níveis municipal, estadual e federal, discutindo a potencialidade e construção da identidade nacional brasileira, através do esporte e do lazer, divididos em eixos. A II Conferência Nacional do Esporte teve como tema Construindo o Sistema Nacional de Esporte e Lazer, e a III Conferência, Plano Decenal do Esporte e Lazer. Assim, o objetivo dos debates permeia a consolidação do esporte e o lazer como direitos sociais e a continuidade às conquistas das edições anteriores, configurando uma forma de descentralizar as discussões acerca das políticas públicas de esporte e lazer.
Importancia do papel q o setor da Ed. Física tem a desempenhar no desenvolvimento e operação dos cuidados primários de saúde - É uma nova maneira de interpretar as necessidades e ações de saúde, não mais numa perspectiva unicamente biológica, mecanicista, individual, específica, mas numa perspectiva contextual, histórica, coletiva, ampla.
Aula 3: Estudo da Educação Popular e práticas de cuidado humanizado
Educação Popular - No Brasil, na década de 20, após a Semana de Arte Moderna, surgem manifestos da Escola Nova, abrindo debate para uma educação que fosse direito de todos. Na década de 50 surge a concepção de educação popular com ideias e práticas com a preocupação de instrução popular, idealizada por Paulo Freire. A proposta se preocupava com uma educação emancipadora, unindo conscientização social, cultural e política com organização popular de adultos das classes menos favorecidas, vítimas de desigualdades.
A Educação Popular é uma educação libertadora, onde acontece a interação entre educando e educador no processo de ensino e a aprendizagem, partindo de ambos os lados. Quem ensina aprende e quem aprende ensina simultaneamente. Nesta educação problematizadora, proposta por Paulo Freire, o conhecimento não é transferido do educador para o educando, mas, a despeito disto, ocorre um compartilhamento de experiências onde se encontram as condições necessárias para a construção de seres críticos, no decorrer do diálogo com o educador, por sua vez, também crítico.
EDUCACAO – EDUCANDO – EDUCADOR 
Processo de conscientização: aproximação entre teoria e prática:
- Incluir na escola a cultura local – ligar os níveis individual, organizacional e comunitário do empoderamento 
- Projeto político-pedagógico emancipatório – participação do educando, levando a autonomia 
- Considerar e conhecer a realidade dos alunos – Prática dialógica. 
Autonomia e emancipação dos grupos populacionais - Quando a prática é tomada como curiosidade, ela desperta horizontes de possibilidades, amadurecendo politicamente os intelectuais e grupos populares. Nesse processo, as pessoas não se limitam a discutir sobre conteúdos, mas sobre as dimensões e os momentos da prática.
“Assim, é através do diálogo que se cria o movimento constitutivo da consciência, que é a consciência do mundo. Ao objetivar o mundo, o homem o historiciza, o humaniza; ele passa a ser o mundo da consciência, que é uma elaboração humana. Assim, o mundo passa a ser um projeto humano, o homem se faz livre e pode ser autônomo. 
Diálogo é o encontro dos homens para Ser Mais, para construir sua autonomia. Para que a educação promova no educando a autonomia, é essencial que ela seja dialógica, pois assim há espaço para que o educando seja sujeito, para que ele mesmo assuma responsavelmente sua liberdade e, com a ajuda do educador, possa fazer-se em seu processo de formação” (FREIRE, 1983).
"Já agora ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo" (FREIRE, 1983, p. 79).
Anos 70: Trouxe para o setor da saúde uma cultura de relação com as classes populares que representou uma ruptura com a tradição autoritária e normatizadora da educação em saúde.
Anos 90: Profissionais de saúde, lideranças de movimentos sociais e pesquisadores se organizaram em torno da Articulação Nacional de Educação Popular em Saúde, que foi constituída no I Encontro Nacional de Educação Popular em Saúde.
Anos de 2003: Com o auxílio do Ministério da Saúde no primeiro ano do governo Lula, realizaram-se encontros estaduais que culminaram em um encontro nacional, no qual se constituiu a Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular e Saúde, que ficou conhecida por ANEPS 19.
A partir de 2005: O Ministério da Saúde assume o compromisso de ampliar e fortalecer a participação da sociedade na política de saúde, desde sua formulação ao exercício do controle social, com a criação de um espaço institucional para as ações de Educação Popular e mobilização social.
Atualmente: Nos últimos anos, o Ministério da Saúde tem apresentado setores específicos para a construção de políticas e incentivo a atividades no campo da Educação Popular em Saúde.
Sobre a educação popular, o Ministério da Saúde diz: “Pode-se afirmar que uma grande parte das experiências de Educação Popular em Saúde está hoje voltada para a superação do fosso cultural existente entre os serviços de saúde, as organizações não governamentais, o saber sanitário e as entidades representativas dos movimentos sociais. De outro lado, a dinâmica de adoecimento e de cura do mundo popular é feita desde a perspectiva dos interesses das classes populares, reconhecendo, cada vez mais, a sua diversidade e heterogeneidade. Atuando a partir de problemas de saúde específicos ou de questões ligadas ao funcionamento global dos serviços, busca-se entender, sistematizar e difundir a lógica, o conhecimento e os princípios que regem a subjetividade dos vários atores envolvidos, de forma a superar incompreensões e mal-entendidos ou tornar conscientes e explícitos os conflitos de interesse. A Educação Popular dedica-se à ampliação dos canais de interação cultural e negociações (cartilhas, jornais, assembleias, reuniões, cursos, visitas etc.) entre os diversos grupos populares e os diversos tipos de profissionais e instituições.”
Aula 4: Promoção da Saúde e Qualidade de Vida
Experiência - Vamos iniciar esta aula com uma rápida experiência. Durante um minuto, observe a figura ao lado: 
Agora, pense em cinco palavras que traduzam, para você, o significado desta imagem.
Repita o procedimento com outra pessoa.
Responda as perguntas abaixo:
• As respostas foram as mesmas?
• Quantas respostas correspondem a sentimentos positivos?
• Quantas respostas correspondem a sentimentos negativos?
• Quantas respostas não correspondem a nenhum sentimento?
Pluralidade Cultural - A partir da experiência anterior podemos afirmar que a identificação das características de determinado objeto ou situação depende de vários fatores. Na vida de cada grupo cultural, há um conjunto imenso de possibilidades. Devemos reconhecer que a pluralidade cultural representa o acúmulo das experiências e das conquistas humanas, que variam de acordo com o que aprendemos com outras pessoas em uma dada cultura. 
Por meio desse aprendizado na vida social, formamos nossa personalidade e elaboramos nossos planos de vida, sentimentos e desejos.Nossa vida só pode acontecer verdadeiramente se participarmos de um mundo cultural, se partilharmos um conjunto de referências sociais. É nessa relação que construímos nossas impressões do mundo.
Conflitos da pluralidade cultural - A pluralidade cultural é também um foco constante de conflitos, pois traz consigo concepções que questionam profundamente nossas crenças e valores. Por este motivo, a realização das possibilidades de desenvolvimento humano depende do enfrentamento de um desafio: como reconhecer o direito à diversidade quando há discordância de condutas e pensamentos? Para dar conta disso, tem havido um esforço grande para se desenvolver uma ética universal que afirme valores morais para a regulação do comportamento entre os diversos grupos culturais e as pessoas que manifestam essas diferenças. Um exemplo desse debate é o relatório da UNESCO, "Nossa diversidade criadora", coordenado por Javier Pérez de Cuéllar.
Modo de vida 
Muitas crenças – aquelas opiniões que cultivamos como nossas – acabam formando nosso modelo de realidade. Graças a isso é que muita gente, por exemplo, adquire a mesma doença que os familiares.
“Todas as coisas são precedidas pela mente, guiadas pela mente e criadas pela mente. Tudo o que somos hoje é resultado do que temos pensado. O que pensamos hoje é o que seremos amanhã: nossa vida é uma criação da nossa mente”. (Dhammapada – escrito budista)
Qualidade de vida 
Nossas prioridades - Refletir sobre nossas prioridades é central para definir nossa qualidade de vida. Sabendo que esta é uma responsabilidade individual, o conjunto das escolhas próprias terá grande interferência em nós e até mesmo nos outros. Considerando a definição de qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde (OMS), vemos a importância de entender o contexto das pessoas na intervenção do profissional de Educação Física.
Estruturacao dos conhecimentos - A estruturação dos conhecimentos / saberes definidos nas diretrizes curriculares aponta para a perspectiva de um corpo de conhecimento mais sistematizado, dando um maior embasamento para a prática profissional. Este conhecimento próprio nem sempre produz orientações considerando as prioridades pessoais, levando a atuações profissionais equivocadas. Devemos entender que todo conhecimento específico, próprio da área de conhecimento da Educação Física, deverá se adequar a perspectivas pessoais de qualidade de vida de nossos alunos que, muitas vezes, não correspondem aos objetivos traçados em seu planejamento de trabalho.
Atividades - Existe uma variedade de atividades e modos de treinamentos que deverão ser considerados para podermos provocar uma mudança de atitude que sejam condizentes à saúde. Estes fatores têm grande impacto no estudo da adesão à atividade física. Este é um fenômeno complexo, e que deve ser entendido como um processo de criação de condições favoráveis através de programas ou outras iniciativas do poder público.
Medição de qualidade de vida - Questionários de qualidade de vida relacionada à saúde refletem o impacto de intervenções de cuidados em aspectos de saúde como bem-estar físico, mental e social. Porém, em pesquisa clínica e ou em prática, um questionário prolongado é problemático. Questionários reduzidos minimizam tempo e esforço e também aumentam o interesse do paciente. Precisam ser suficiente e fisiometricamente robusto, enquanto provam sua validade, confiança e que eles são capazes de detectar reais mudanças no estado de saúde.
Um dos instrumentos utilizados para medir qualidade de vida em adultos é o World Health Organization Quality of Life Group (Grupo WHOQOL). Este formulário considera como características fundamentais o caráter subjetivo da qualidade de vida (englobando aspectos positivos e negativos) e sua natureza multidimensional, contendo cem questões. A necessidade de instrumentos de rápida aplicação determinou que se desenvolvesse a versão abreviada do WHOQOL-100, o WHOQOL-bref. Este instrumento consta de 26 questões, sendo duas questões gerais de qualidade de vida e as demais 24 representam cada uma das 24 facetas que compõem o instrumento original. 
Aula 5: Saúde, meio ambiente e sociedade
Saúde e meio ambiente - A ocupação do nosso planeta foi, gradativamente, mudando sua paisagem devido a um processo de urbanização acelerado. Áreas de maior desenvolvimento econômico foram crescendo de forma desordenada, utilizando e transformando recursos naturais indiscriminadamente. Para o desenvolvimento da industrialização, foi necessária grande exploração do meio, sem a preocupação com a reposição destes recursos, uma vez que se acreditava em sua abundância. Os recursos naturais não renováveis, como os minérios e combustíveis fósseis, além dos recursos animais e vegetais, continuam a ser muito explorados, desencadeando a contínua extinção das espécies.
Nos últimos anos, surgiu a preocupação em manter o desenvolvimento econômico através da conservação ambiental, unindo a prosperidade com a saúde ambiental e o bem-estar social. As Nações Unidas criam a definição de sustentabilidade, que é determinada pela garantia de suprir as necessidades da geração atual, sem prejudicar as gerações futuras. O desenvolvimento social, político e econômico deve estar intimamente relacionado com a conservação do meio ambiente.
Fatores que afetam a vida humana - Se considerarmos que a definição de saúde mais difundida é a encontrada no preâmbulo da Constituição da Organização Mundial da Saúde – “estado de completo bem-estar físico, mental e social” –, devemos estudar suas relações com processos biológicos, ecológicos, culturais, econômicos, sociais e ambientais. A seguir, podemos visualizar fatores que podem afetar a saúde humana:
Crescimento da população e urbanização em ampla escala: O aumento populacional, principalmente a partir do século XX, tem forçado a ocupação desordenada dos espaços, comprometendo a relação com o meio ambiente, afetando a saúde da população e provocando a etilogia de determinadas doenças.
Desenvolvimento econômico, industrial e tecnológico: A organização política e econômica do Capitalismo expõe as pessoas ao desejo crescente de consumo, o que exige grande exploração do ambiente. O uso de matérias-primas e energia é uma grande demandante de recursos naturais.
Pobreza: Estudos têm evidenciado uma relação entre saúde e pobreza, onde um dos fatores de aumento à predisposição a doenças refere-se à dificuldade de aquisição de bens e serviços de saúde.
Saúde e sociedade - Devido às transformações na sociedade que vimos até agora nesta aula, novas doenças passaram a existir e consequentemente tornou-se necessário que o governo pensasse em medidas de prevenção para esses novos cenários. Sendo assim, é necessário o conhecimento de estudos epidemiológicos
Você sabe o que é Epidemiologia - “Ciência que estuda o processo-saúde-doença em coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde”.
Prática da epidemiologia - O estudo das influências externas torna a prevenção possível. O esquema abaixo resume a aplicação prática da epidemiologia: 
Distribuição e fatores determinantes das enfermidades - Para entendermos a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, devemos estudar as medidas de ocorrência (ou frequência) e as medidas de associação. Estas irão fornecer dados para a análise e determinação do planejamento em saúde pública, mostrando evidências necessárias para a tomada de decisão.
Medidas de ocorrência (ou frequência) - Representam o momento quantitativo da epidemiologia descritiva (inicia a investigação do fenômeno de saúde em evidência). Descrevem o estado de saúde das populações, de modo a identificar os grupos mais afetados e traçar seuperfil em saúde (MACHADO, 2006). São elas:
• Mortalidade: A taxa de mortalidade (ou coeficiente de mortalidade) é um dado demográfico do número de óbitos, geralmente para cada mil habitantes em uma dada região em um período de tempo.
• Morbidade: Indicador estatístico epidemiológico que define as relações normais e anormais de ocorrência de uma doença em uma determinada população, estabelecido pelos coeficientes de incidência e prevalência, aferindo o comportamento de uma doença em um grupamento populacional.
• Prevalência: Quantifica a proporção de indivíduos que têm a doença em um instante específico do tempo, em determinado grupo populacional. É calculada dividindo-se o número de casos existentes da doença pela população total a um dado instante do tempo.
• Incidência: Quantifica o número de novos casos da doença desenvolvidos pela população de indivíduos sob risco, durante um intervalo específico de tempo. É calculada dividindo-se o número de casos em certo período de tempo pelo número de pessoas expostas no referido período.
Medidas de Associação - Quantificam a relação entre uma dada exposição e uma consequência. São elas:
• Risco Relativo: Estima a magnitude da associação entre exposição e doença e indica a probabilidade de desenvolvimento da doença no grupo exposto, relativo ao grupo de não expostos. Calcula-se dividindo a incidência da doença no grupo exposto pela incidência no grupo não exposto.
• Odds Ratio: É calculado pela razão da diferença da exposição entre os casos para aquelas entre os controles. Utilizada nos estudos de caso-controle, onde os participantes são selecionados sob as bases da doença, normalmente não sendo possível calcular as taxas de desenvolvimento da doença dada a presença ou ausência da exposição.
• Risco atribuível: É a parcela do risco a que está exposto um grupo da população, atribuível exclusivamente ao fator estudado. Resulta da subtração dos coeficientes de incidência entre os expostos e
Estudos epidemiológicos - Para se conhecer melhor a saúde de uma população, os fatores que a determinam, a evolução do processo da doença e o impacto das ações propostas para alterar o seu curso, a Ciência desenvolveu várias maneiras de investigação e abordagem. Dentre eles, os estudos epidemiológicos analíticos, que são utilizados para estudar questões científicas (hipóteses) de causa/efeito: se uma suposta exposição leva a uma dada doença.
A atividade física é um dos fatores a serem considerados para modificar o risco de adoecimento da população. Estudos nesta área demonstram melhoria da eficiência do sistema imunológico, reduzindo a incidência de doenças crônicas degenerativas.

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