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Avaliação Nutricional Adolescentes Prof. Leandro Bernardino Adolescência É a etapa evolutiva do ser humano, que culmina todo o processo maturação biopsicossocial do indivíduo. Período entre 10 e 19 anos, onde ocorre intensas mudanças Influenciam na ocorrência de possíveis distúrbios nutricionais. Definição de Puberdade e Adolescência Puberdade Refere-se aos eventos biológicos como a maturação sexual e o estirão da puberdade (condrogênese) Adolescência Refere-se a uma fase do ciclo da vida, onde acontece modificações corporais típicas da fase e transformações psicossociais Puberdade Início Marcado pelo aumento dos testículos no sexo masculino (11 a 14 anos) No sexo feminino ocorre o desenvolvimento do broto mamário (9 a 13 anos) Término Fim do crescimento esquelético, amadurecimento dos testículos e ovários Maturidade sexual → Apto à reprodução Adolescência Caracterizada como o 2º período de velocidade máxima de crescimento Alteração de peso, estatura, composição corporal, transformações fisiológicas nos órgãos Adolescência Nutricionais Sociais e culturais Genética → Responsável pelo processo de crescimento e maturação sexual Fatores Ambientais Psicológico Fatores ambientais interfere Desenvolvimento e crescimento Adolescência Afetam seus hábitos e atitudes em relação à alimentação Escola Amigos Família Mídia Transtornos Alimentares na Adolescência Importância da Avaliação Nutricional Cerca de 50% do peso e 20-25% da estatura de um indivíduo são adquiridos na adolescência Tornando a avaliação nutricional imprescindível nesta fase Evitando um retardo na maturação e crescimento Desenvolvimento do Adolescente Estirão de crescimento e as mudanças fisiológicas ↑ Necessidades nutricionais, tanto de macro e micro nutrientes Tais mudanças no gasto energético, associadas ao aumento das necessidades nutricionais, tornam os adolescentes suscetíveis às desordens nutricionais Crescimento e Desenvolvimento na Adolescência Os hormônios de crescimento, estrogênio, testosterona desencadeiam os eventos da puberdade. o Aceleração e desaceleração do crescimento o Desenvolvimento de gônadas (testículos e ovários) o Surgimento de caracteres sexuais secundários o Mudança na composição corporal o Desenvolvimento dos sistemas respiratório e circulatório Crescimento e Desenvolvimento na Adolescência A avaliação do crescimento e do estado nutricional Idade cronológica + Idade biológica (maturação sexual) Velocidade de crescimento → maturação sexual Crescimento e Desenvolvimento na Adolescência Atividades dos hormônios ↓ transformações físicas que ocorrem entre os meninos e as meninas, que pode ser visto claramente no estirão de crescimento. Estágios de Maturação Sexual Estágios de Maturação Sexual Auxilia o nutricionista na determinação do diagnóstico nutricional Exemplos: O garoto não atingiu a sua estatura adequada devido a um grau de desnutrição ou pelo fato de não ter alcançado o estágio de maturação sexual Meninas que já passaram pela menarca são mais altas, mais pesadas, apresentam maiores taxas de sobrepeso do que aquelas, da mesma idade que não tiveram a menarca. (Marshall e Tanner,1986) Estágios de Maturação Sexual Estágio 1 (P1M1/P1G1) o Características físicas infantis o ♀ < 9 a 10 anos e os ♂ < 11 a 12 anos o Fase de repleção pré-purberal (acúmulo de tecido adiposo → reserva energética para o posterior estirão de crescimento) o Eles ficam com um aspecto de mais “gordinhos” o A intervenção nutricional quando necessária → aumentar o suprimento de nutrientes essenciais ao crescimento linear o O excesso de peso não pode ultrapassar os 20% do peso esperado para a altura Estágio 1 (P1M1/P1G1) Estágios de Maturação Sexual Estágios de Maturação Sexual Estágio 2 (P2M2/P2G2) o Para as ♀ é o início do estirão de crescimento → 2 anos depois apresentarão a menarca (final do estágio 3) o A idade cronológica das ♀ varia de 10 a 12 anos o Para os ♂ início da puberdade e não do estirão Esses aspectos são importantes para a determinação das necessidades nutricionais Estágios de Maturação Sexual Estágio 3 (P3M3)/Meninas o Apresentam um grande acréscimo em sua altura → aspecto longilíneo e “emagrecido”, sendo classificada com de baixo peso o Esse quadro reflete a utilização das reservas energéticas corporais → intenso crescimento linear o Ocorre modificações da composição corporal o Menarca acontece no final desta fase Estágios de Maturação Sexual Estágio 3 (P3G3) / Meninos o Fase que acontece o estirão pubertário o A idade cronológica varia de 13 a 14 anos → 150 cm o Pode ocorrer variações individuais Um garoto de 13 anos pode apresentar 140 cm, mas devido ao seu estágio puberal (P2G2). O mesmo irá atingir a altura ideal, mais tarde que a média da população Estágios de Maturação Sexual Estágio 4 (P4M4) / Meninas o A maioria das adolescentes já apresentaram a menarca o Se perde o corpo “infantil” o A altura já deverá ter atingido, ou estar próxima do potencial genético esperado o Necessidade energética por peso → diminuída Importante a monitoração da ingestão alimentar e do gasto energético Estágios de Maturação Sexual Estágio 4 (P4G4) / Meninos o Desaceleração do crescimento → emagrecimento é comum nessa fase o No final desse estágio, forma física mais encorpada (↑ tecido adiposo e muscular) o Devido a maior dimensão física (massa muscular) → ↑ necessidade da ingestão alimentar Estágios de Maturação Sexual Estágio 5 (P5M5/P5G5) o Finalização do processo de maturação sexual o Grande modificações corporais e do crescimento linear o As ♀ reduzem espontaneamente a ingestão alimentar → Peso/Altura o Os ♂ apresentam maior consumo alimentar → ↑ altura e mais massa muscular → gasto energético significativo Estágios de Maturação Sexual Orientam a fase de crescimento e maturação sexual que o adolescente se encontra Para estabelecer melhor a estratégia de intervenção nutricional Avaliação Antropométrica Os indicadores utilizados para avaliar o estado nutricional na adolescência serão os mesmos utilizados em crianças Critérios de aplicação e a interpretação dos dados são mais complexos Avaliação Antropométrica A idade cronológica é um referencial pouco consistente para caracterizar o crescimento. Indicadores de maturidade sexual devem ser associados às variáveis de peso, estatura, idade e sexo Classificar o estado nutricional Avaliação Antropométrica Porém a correlação da composição corporal com o estágio de maturação sexual e agravos nutricionais é difícil Limitação para o diagnóstico nutricional Avaliação Antropométrica Medidas antropométricas mais utilizadas: o Peso o Altura o PCT o PCSE Avaliação Antropométrica Índices antropométricos utilizados: o IMC o E/I (estatura/idade) o PCT + PCSE (composição corporal)P/I e P/E? Avaliação Antropométrica IMC (Índice de Massa Corporal) IMC = Peso atual (Kg) Altura2 (m) Avaliação Antropométrica IMC (Índice de Massa Corporal) Indicador recomendado internacionalmente para diagnósticos individuais e coletivos Deve-se considerar a avaliação do IMC, conforme o sexo e a idade em relação a uma população referência Avaliação Antropométrica IMC (Índice de Massa Corporal) Interpretado pela avaliação de Cole et al, 2000 Esta avaliação leva em consideração as diferenças entre as diversidades nas diferentes populações Os pontos de corte do IMC, estão associados ao risco de morbimortalidade Percentis 85 e 95 → Sobrepeso e obesidade Avaliação Antropométrica IMC (Índice de Massa Corporal) Interpretado pela avaliação de Cole et al, 2000 Limitação Não foi definido o ponto de corte para baixo peso Limitando sua adoção como indicador básico para triagem de risco nutricional Essa avaliação se restringi às pesquisas voltadas para o diagnóstico de sobrepeso e obesidade Avaliação Antropométrica IMC (Índice de Massa Corporal) Interpretado pela CDC (Centers for Disease Control), 2000 Dados interpretados pelas curvas de crescimento do NCHS Leva em consideração o sexo e a idade do adolescente Limitação Devido um número elevado de crianças e adolescentes obesos nos E.U.A → subestimação do diagnóstico de sobrepeso e obesidade quando aplicada em outra população Avaliação Antropométrica IMC (Índice de Massa Corporal) Interpretado pela CDC (Centers for Disease Control), 2000 Avaliação Antropométrica IMC (Índice de Massa Corporal) Interpretado pela avaliação de Must et al, 1995 É o padrão de referência preconizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria Classificações mais atualizadas já foram definidas pela OMS -Em janeiro de 2006- Reunião de especialistas, com o apoio da OMS, para avaliar a viabilidade do desenvolvimento de uma referência nacional de crescimento para crianças em fase escolar e adolescentes. Avaliação Antropométrica IMC (Índice de Massa Corporal) Recomendação OMS, 2007 Avaliação Antropométrica IMC (Índice de Massa Corporal) Recomendação OMS, 2007 Adoção das curvas NCHS de 1977, reanalisadas por especialista em 2006 É considerada uma curva internacional para a classificação dos índices antropométricos na adolescência Avaliação Antropométrica IMC (Índice de Massa Corporal) Recomendação OMS, 2007 Avaliação Antropométrica Ministério da saúde,2008 Avaliação Antropométrica Índice Estatura/Idade (E/I) Recomendação OMS Identifica situações de déficit de crescimento em adolescentes Aferir de forma adequada a estatura do adolescente e avaliar o valor encontrado, comparando com a curva de crescimento Avaliação Antropométrica Índice Estatura/Idade (E/I) Recomendação OMS Avaliação Antropométrica Ministério da saúde,2008 Avaliação Antropométrica Índice Estatura/Idade (E/I) Além da avaliação do diagnóstico do crescimento é importante avaliar o canal de crescimento. Canal de crescimento → inclinação do traçado longitudinal de variação da estatura É construído por pelo menos 2 aferições sucessivas, em determinado intervalo de tempo (4 a 6 meses) Traçado ascendente: crescimento satisfatório Traçado horizontalizado: alerta Avaliação Antropométrica Prega Cutânea Tricipital (PCT) e Prega Cutânea Subescapular (PCSE) São medidas de adiposidade que avalia a composição corporal A soma das duas pregas cutâneas = % de gordura corporal, utilizando a fórmula de Slaughter, 1988 Pode também avaliar as pregas de forma isolada, utilizando os percentis, de acordo com as tabelas de Frisancho, 1990 Regra de normalidade = Percentis 15 a 85 Avaliação Antropométrica Prega Cutânea Tricipital (PCT) e Prega Cutânea Subescapular (PCSE) Avaliação Antropométrica Realização da PCT e PCSE Avaliação Antropométrica Circunferência Muscular do Braço (CMB) Pode ser utilizado sozinho ou associado a PCT Composição corporal A OMS só recomenda a sua utilização quando os dados de peso e estatura não estão disponíveis!!! Avaliação Antropométrica Circunferência Abdominal (CAB) Os riscos associados ao excesso de gordura abdominal para os adolescentes ainda estão pouco definidos Em adolescentes obesos esse marcador foi associado com morbidade como: hiperinsulinemia de jejum e ↑ lipoproteínas plámaticas Avaliação Antropométrica Circunferência Abdominal (CAB) Dado adicional ao exame físico ou na ausência de equipamento para aferir a composição corporal Avaliação Antropométrica Bioimpedância Elétrica (BIA) Baseia-se no princípio da condutividade elétrica → estimativa dos compartimentos corporais Massa magra → altamente condutores de corrente elétrica (↑ água e eletrólitos) Tecido adiposo e o osso → Pobres condutores Avaliação Antropométrica Bioimpedância Elétrica (BIA) O aparelho fornece o cálculo dos percentuais de água corporal, massa magra e gordura corporal Método altamente aceito pela comunidade científica Limitações Preparado rigoroso para o exame Grávidas Presença de distúrbios hídricos Avaliação Antropométrica Bioimpedância Elétrica (BIA) Os eletrodos são colocados em locais específicos da mão e do pé do lado dominante. Por meio dos eletrodos distais é introduzido uma corrente que será captada pelos eletrodos proximais Avaliação Antropométrica Resumindo.... o IMC/I o E/I (estatura/idade) o PCT + PCSE (composição corporal) OMS, 2007 Frisancho / Slaughter Outros Métodos Usados na Avaliação Nutricional Em função da grande variabilidade diária da ingestão de alimentos, existe diferença considerável entre consumo alimentar atual e habitual Sendo o consumo habitual a medida de interesse, pois estará mais próxima do resultado verdadeiro! Avaliação Dietética Avaliação Dietética Questionário de Frequência Alimentar (QFA) Limitações A sua utilização requer validação prévia para a população específica que será aplicado. Cada aplicação por adolescente será uma realidade diferente! Avaliação Dietética Recordatório de 24 horas (R24h) e Registro Alimentar (RA) Avaliam a dieta atual, porém quando aplicados em repetições e em dias alternados. Pode se obter informações sobre o consumo alimentar habitual Os instrumentos devem mostrar boa reprodutibilidade capacidade do instrumento de reproduzir os mesmos resultados em condições semelhantes de aplicação Avaliação Dietética O melhor inquérito dietético é aquele que permite obter maior quantidade de informações sobre a alimentação do indivíduo, de forma a refletir também o sentimento envolvido com o comportamento alimentar Para conhecer o hábito alimentar do adolescente → Aplicar Registro Alimentar de 3 a 4 dias Para avaliar a conduta nutricional → Aplicar um R24h Recordatório de 24 horas (R24h) e Registro Alimentar (RA) Avaliação Bioquímica Caracteriza a deficiência nutricional de forma específica Indicadores bioquímicos dosados no sangue: Albumina Transferrina Ferro Cálcio Avaliação Bioquímica Casos específicos (obesidade) Colesterol totalLDL HDL Triglicérides Glicemia Avaliação Clínica Anamnese específica para o público alvo Conhecer a história sócio-econômica Identificar algum transtorno psicológico (distúrbio alimentar) Conhecer a história alimentar Estilo de vida Exame físico Rastrear deficiência nutricional através de sinais e sintomas SISVAN,2008
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