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APOSTILA BOVINOCULTURA DE LEITE

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SISTEMA DE PRODUÇÃO E CRIAÇÃO 
 
Sistema de criação: 
LANDAIS (1987), conjunto de elementos em interações, dinâmicas 
organizadas pelo homem para valorizar recursos pelo intermédio de animais 
domésticos. 
 
Elementos 
O produtor: é o centro de decisão, caracteriza-se pelos seus projetos e 
objetivos de produção. A organização social da família, a historia e a mão de obra 
disponível são elementos importantes. 
 
O território: é o espaço disponível para o sistema de criação. Caracteriza-se 
pelo conjunto de recursos naturais (pastos, água) e recursos – produzidos 
(forragem, subprodutos) na fazenda para os animais. Os recursos estão ligados a 
estrutura da propriedade, a produtividade das pastagens e a disponibilidade de 
subprodutos. 
 
O rebanho: é o conjunto de animais. Cada rebanho é caracterizado por 
espécie, raça e número de animais. A composição de um rebanho, a sua dinâmica e 
o seu valor econômico são importantes para definir o sistema de criação. 
 
Fluxo de criação 
O sistema de criação, como qualquer sistema, pode se caracterizar pelos 
diferentes fluxos entre o sistema e o meio exterior. 
 
Fluxos de matéria: produtos produzidos e consumidos pelo homem. 
Fluxos de dinheiro: é o dinheiro consumido para funcionamento do sistema e os 
recursos produzidos. 
Fluxos de energia: são as diferentes energias usadas para fazer funcionar o sistema 
e também que sai do sistema. 
Fluxos de informação: são fluxos que permitem informar ao criador das condições 
fixadas pelos fatores exteriores do sistema de criação e que o ajudam para 
elaboração de decisões. 
 
Zootecnia: (zoon = animal, tekhne= arte) 
(Landais, 1987) é a ciência que se preocupa com as técnicas e as praticas de criação. 
 
Parâmetros zootécnicos 
Há numerosos parâmetros zootécnicos em função do tipo de sistema de criação. 
1. Parâmetros demográficos: pirâmides das idades 
2. Parâmetros de reprodução: IP, IPC 
3. Parâmetros de crescimento: GMD 
 
Produtividade 
Fatores que influenciam na produtividade 
ƒ Composição do rebanho 
ƒ Reprodução das fêmeas 
ƒ Sanidade dos animais 
ƒ Crescimento dos animais 
ƒ Valorização das produções 
 
PRODUTIVIDADE = F(composição, reprodução, crescimento, sanidade, valor ) 
 
Cálculo da produtividade 
Produtividade numérica (PN) 
 
PNN= produtividade numérica ao nascimento = fecundidade 
PNN= número de nascidos vivos / N° de vacas 
 
PN 3 meses- produtividade numérica aos 3 meses 
PN 3 meses = N° de nascidos vivos a 3 meses / N° de vacas 
 
PND- produtividade numérica ao desmame 
PND = N° dos vivos ao desmame / N° de vacas 
 
Produtividade Ponderal (PP) 
A produtividade ponderal de um rebanho durante uma unidade de tempo é a 
soma dos ganhos de peso das diferentes categorias de animais durante essa 
unidade de tempo dividida pelo número das unidades de produção. 
A produtividade ponderal é em função do tipo de exploração. 
 
Para um rebanho de reprodutores 
PP = peso dos produtos vivos / N° de matrizes 
 
Para um rebanho de bovinos reprodutores e de cria 
PP = (ganho dos bezerros + ganhos dos novilhos + ganho na engorda) / N° de 
vacas 
 
Produtividade econômica(PE) 
A produtividade econômica é o produto da produtividade numérica ou da 
ponderal pelo valor econômico da unidade. 
 
Para o rebanho de leite 
PE = (preço de 1 litro de leite) x (PN) 
 
Para o rebanho de corte 
PE = (valor de 1 kg de carne) x (PP) 
 
 
 
 
 Bovinocultura de leite: Algumas raças, aptidões, produção leiteira, teor de gordura e particularidades. 
 
RAÇA ORIGEM APTIDÕES PROD. 
LEITE 
TEOR DE 
GORD 
PARTICULARIDADES 
Holandesa européia Leite 4000-
6000 L 
4% Raça européia mais difundida para produção de leite. 
São exigentes quanto a alimentação e manejo, formam 
hoje o maior rebanho de gado europeu do país. 
Pelagem malhada de preta e branca e malhada de 
vermelha. 
Jersey européia Leite 3000 L 4,5% Apresentam alto teor de gordura no leite. Animais de 
pequeno porte. Pelagem parda ou amarelada. 
Girolanda Brasil C x L 3000 L 3,5% 5/8 holandês e 3/8 Gir ganhando produtividade e 
rusticidade. Pelagem preta, castanha ou vermelha 
uniforme com manchas brancas. 
Flamenga européia Leite 3000 L 3,8 % Pelagem vermelha clara a escura chegando a ser quase 
negra nos machos. 
Dinamarque
sa 
européia C x L 4000 L 4% Pelagem vermelha 
Simental européia C x L Pelagem varia do amarelo claro ao vermelho 
amarronzado. 
Guernsey européia Leite 2500 L 5% Pelagem vermelha 
Pitangueiras Brasil Leite 3000 L 4,2% Pelagem variando do vermelho claro ao escuro. 
BOVINOCULTURA DE LEITE 
 
MANEJO PRODUTIVO E REPRODUTIVO 
 
 
 
 
ƒ A gestação de um bovino é de aproximadamente 280 dias. 
ƒ O momento ideal para cobertura ou IA é entre 60-90 dias após o parto. 
ƒ Teoricamente a vaca estará 3 meses vazia e 9 meses em gestação. 
ƒ Terá uma fase de lactação de 10 meses e uma fase seca 2 meses. 
 
1a FASE: Parição / início da lactação 
 
Identificar a hora do parto 
ƒ É importante controlar a data de cobertura ou IA 
ƒ O produtor deve ter o cuidado de manter um pasto limpo, baixo e sem poças 
de lama. 
ƒ O trabalho de parto dura poucas horas. 
ƒ O colostro é produzido durante os 3 primeiros dias. 
 
2a FASE: Cobertura / IA 
Dois meses após o parto deve ocorrer a cobertura ou IA. 
 
ƒ A forma mais simples é deixar as vacas paridas a mais de 2 meses em piquete 
separado com o touro. Entretanto, este método não permite detectar a data 
exata da cobertura. 
 
ƒ A forma mais segura é detectar o cio e então levar a fêmea para o piquete com o 
macho, ou inseminá-la artificialmente. Esse é o manejo mais recomendado 
tecnicamente. 
 
Detectar o cio 
 
ƒ Este dura apenas 18hs e repete-se a cada 21 dias. 
ƒ Reflexo de monta. 
ƒ Aparecimento de secreção ou corrimento vaginal. 
ƒ O uso de um rufião é mais recomendável. 
ƒ Algumas doenças fazem com que o animal não entre em cio, além de carências 
minerais. 
ƒ A causa mais freqüente de repetição do cio é a inflamação do útero(matrite). 
 
 
 
 
 
 
 
 
FASE 3 : Gestação / lactação 
 
ƒ Em um bom manejo, a vaca passará boa parte de sua vida em gestação e 
lactação ao mesmo tempo. Por causa disso, os animais ficam sobrecarregados e 
com maiores exigências nutricionais. 
ƒ O sal mineral deve ser de boa qualidade e a vontade no cocho. 
ƒ Deve ser feito um bom manejo das pastagens (limpas, sem plantas tóxicas). 
 
FASE 4: Fase seca/ final da gestação 
 
ƒ Se a cobertura da matriz foi feita no período adequado, o fim do período seco 
coincidirá com o final da gestação. 
ƒ A secagem garante a mãe e a glândula mamária um período de repouso até a 
próxima lactação. 
ƒ Para secar um animal basta parar de ordenha-lo no caso de menores produções 
de leite, e em caso de maiores produções deve-se diminuir a alimentação. 
ƒ A higiene é fundamental na secagem dos animais. A vaca deve ter acesso a boas 
pastagens para melhor recuperação. 
 
MANEJO DO BEZZERRO 
 
Cuidado ao nascer: 
a) Respiração: observar se a respiração está normal, se necessário retirar muco 
e restos de membranas fetais das narinas para evitar a morte por asfixia. 
b) Corte do cordão umbilical: cortar i cordão umbilical, deixando-o com um 
comprimento de aproximadamente 3 cm. O cordão não deve ser amarrado. 
c) Abrigos: torna-se necessário a construção de bezerreiros. O local deve ser 
limpo e desinfetado. De preferência deixar os animais ao lado da mãe. 
d) Colostro: deve-se mamar o colostro. Este auxilia nas funções digestivas e 
fornece anticorpos ao bezerro. 
e) Registrar e marca o animal: ficha de registro. 
f) Eliminação do mecônio: observar se o animal elimina o mecônio (1a s fezes). 
Se isso não acontecer administrar via oral 50 cc de óleo de ricínio. 
g) Estresse: os bezerros não devem ser estressados com excessode sol e 
movimentações. 
h) Quantidade de leite fornecida ao bezerro: deve ser proporcional ao seu 
peso. (1/10) do PV do animal. Para animais com 30 kg deve ser 
administrado 3 kg de leite ao dia em 2 ou 3 vezes. 
ƒ Outros cuidados 
ƒ Separar os animais destinados ao abate e reprodução. 
ƒ Colocar os bezerros em pastagem logo no 1o mês, pois assim dará inicio as 
atividades ruminais. 
ƒ Controlar mensalmente o peso dos animais destinados a reprodução. 
ƒ Extirpar tetas suplementares. 
ƒ Não colocar os bezerros em pastagens alagadas ou em águas poluídas. 
ƒ Evitar pastagens muito altas para bezerros novos. 
ƒ Isolar os animais doentes 
ƒ Mineralização adequada 
ƒ Castração: pode ser feita logo após nos primeiros dias com animais 
destinados ao abate, ou entre o 12o e 18o mês, logo após a seleção dos 
possíveis reprodutores. Os principais métodos são: incisão da bolsa escrotal e 
esmagamento do cordão espermático. 
ƒ Descorna: é a remoção dos chifres nos bovinos adultos ou dos botões nos 
recém nascidos. 
Vantagens 
ƒ Facilita o manejo 
ƒ Evita que os animais se machuquem 
ƒ Evita doença nos chifres. 
 
Métodos utilizados 
ƒ Uso de produtos químicos: indicado para bezerro entre 4 e 10 dias de idade. É 
utilizado o hidróxido de potássio. Corta-se os pelos em volta do botão 
protegendo a pele para evitar queimaduras. Finalmente queima-se o botão em 
pomada ou bastão previamente umedecido em água. 
ƒ Uso de ferro candente: utilizado somente para bezerros com idade entre 4 e 10 
dias. 
 
Desvantagens da descorna em animais adultos 
ƒ Morte causada por hemorragia ou infecções 
ƒ Pode enfraquecer o animal 
ƒ Intervenção cirúrgica trabalhosa. 
 
ÉPOCA DA DESMAMA 
ƒ Nas explorações leiteiras o bezerro é desmamado logo nos primeiros dias de 
vida, sendo alimentado artificialmente (balde ou mamadeira) 
ƒ Há explorações leiteiras em que o desmame é efetuado num período que varia 
de 3 a 5 meses. 
ƒ O importante durante a desmama é oferecer pastagem de boa qualidade e 
nutritivas. 
ƒ No caso de animais destinados a reprodução pode-se prolongar o período de 
aleitamento, pois necessitam de cuidados alimentares especiais. 
 
 
 
 
 
A REPRODUÇÃO DE VACAS DE CORTE 
(fecundação, gestação, parto, lactação, desmame, I.P.P, I.E.P) 
 
Quantidade de leite (litros / dia) Figura 12 
50 
 
 
 ◀----------------------I.E.P 1----------------------►◀--------------I.E.P 2 ------------ 
 40 15 meses (12-24 meses) 
 
 
 
 30 
 9 meses (8 – 10) 
 
 
20 I.P.P Desmame 1 Desmame 2 
 39 meses 8 meses 
 (3-5 anos) (6-9 meses) 
10 
 2000 Lit 2600 Lit 
 (1200 – 3500 Lit) 
 Lactação 1 Lactação 2 
 
 0 F F F 
 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 
Fecundação 1 idade (ano/mês) 
3 anos (2-4 anos) Parto 1 Fecundação 2 Parto 2 Fecundação 3 
Gestação 
1 
Gestação 
2 
G 3 
 
 
PRINCIPAIS PARAMETROS ZOOTÉCNICOS 
DA REPRODUÇÃO DOS ANIMAIS DOMESTICOS 
FIGURA 13 
Espécie 
animais 
Tempo 
do ciclo 
Tempo 
do 
oestrus 
Tempo da 
gestação 
Prolificidad
e 
Oestrus 
post-p 
I.P.P I.E.P Relação 
Mac-Fem 
Desmame 
 (dias) (dias) (meses) Nascid./part. (dias) (m.) (m.) (Meses) 
Vaca 20-23 0,5 –1,5 8,5 – 9,5 1 45 36 – 60 12 – 
24 
1/30 – 50 6 – 7 
Égua 21 6 11 1 12 36 – 60 14 – 
24 
1/50 – 80 7 – 8 
Ovelha 14--19 1 – 2 5 1,15 45 10 – 15 7 – 12 1/70 – 80 3 – 4 
Cabra 15-20 2 - 3 5 1,25 45 10 – 15 7 – 12 1/70 – 80 3 – 4 
Porca 21 3 4 7 - 12 7 - 12 10 - 16 5 – 10 1/30 – 40 1,5 – 2 
Coelha 16 provocad
o 
1 5 - 8 3 - 5 1,5 - 3 1/10 - 12 1 
 
I.P.P – Idade ao Primeiro Parto 
I.E.P – Intervalo Entre Partos 
 
 
PARAMETROS POTENCIAIS MEDIOS DE CRESCIMENTO E DE LACTAÇÃO 
 
Bovinos 
Sexo Peso Nasc. GMD/ 0-1 a Peso 1ano GMD / 1-2 a Peso 2 anos Peso Adulto Lactação 
Machos 
Vacas 
20-35 kg 
16-25 kg 
400-700 g 
300-600 g 
150-350 kg 
120-300 kg 
350-500 g 
250-450 g 
300-450 kg 
220-350 kg 
400-800 kg 
350-600 kg 
1000-5000 t 
7-10 meses 
Suínos 
Sexo Peso Nasc. GMD / 0-2m Peso 2m GMD / 2-6m Peso 6m Peso adulto Lactação 
Porco.T 
Porco.S 
Porca.T 
Porco.S 
0,8 – 1 kg 
1-1,5 kg 
--id-- 
--id-- 
150-200 g 
200-300 g 
--id-- 
--id-- 
8-15 kg 
15-20 kg 
--id-- 
--id-- 
200-350 g 
300-700 g 
--id-- 
--id-- 
40-55 kg 
80-110 kg 
35-40 kg 
70-95 kg 
110-125 kg 
280-520 kg 
70-110 kg 
250-400 kg 
 
 
150-400 l 
45-60 dias 
Ovinos 
Sexo Peso Nasc GMD / 0-3m Peso 3m GMD / 3-6m Peso 6m Peso Adulto Lactação 
Carn.T 
Carn. S 
Ovelha.T 
Ovelha. S 
2-2,5 kg 
3-4,5 kg 
--id-- 
--id-- 
100-150 g 
300-400 g 
--id-- 
--id-- 
10-15 kg 
25-35 kg 
--id-- 
--id-- 
50-150 g 
200-300 g 
--id-- 
--id-- 
15-25 kg 
40-50 kg 
--id-- 
--id-- 
30-60 kg 
70-120 kg 
25-45 kg 
45-65 kg 
 
90 dias 
100-150 l 
150-300 l 
Caprinos 
Sexo Peso Nasc. GMD / 0-3m Peso 3m GMD / 3-6m Peso 6m Peso Adulto Lactação 
Bode 
cabra 
1,5 – 2 kg 
--id-- 
75-110 g 
--id-- 
9-12 kg 
--id-- 
40-100 g 
--id-- 
15-20 kg 
--id-- 
25-35 kg 
--id-- 
300-600 l 
3-5 meses 
 
 
 
a- ano/ m-mês/ l-litro/ T- tradicional/ S- selecional/ GMD- Ganho Médio Diário 
REPRODUÇÃO 
 
Definição: 
 Ação ou efeito de reproduzir, ou seja, produzir um novo ser. 
 
Objetivo do Estudo da Reprodução: 
 Aperfeiçoar as habilidades genéticas de cada animal produtor. 
 
 # No gado leiteiro visa aumentar a produtividade por vaca, o que viabiliza 
economicamente a Prod. de leite 
 
 # Na exploração do gado de corte não admiti-se que o acasalamento ocorra 
ao acaso, fora de um programa previamente estabelecido. 
 
 # Num sistema de exploração, seja leite ou carne há a necessidade de 
práticas de manejo reprodutivo e obedeça a um esquema de planejamento. 
 
“A partir do controle do acasalamento dos animais e o aproveitamento 
máximo do potencial genético e reprodutivo, obtemos maior rapidez na evolução 
qualitativa e quantitativa do rebanho”. 
 
É Importante Saber!!!!! 
 
⇒ Deverão ser evitados problemas de cobertura precoce de animais que ainda não 
apresente desenvolvimento suficiente para conceber, o que somente ocorre quando 
as fêmeas atingem: 
 
 # Raças de grande porte300 a 350kg ( 18 a 26 meses); 
 # Raças de menor porte 200 a 250kg . 
 
OBS: Nas regiões de clima quente, como a nossa, as novilhas de raças leiteiras 
devem entrar em reprodução aproximadamente aos 2 anos e as zebuínas um 
pouco mais tarde. 
 
⇒ Outra falha no manejo reprodutivo é o de que, por acidente ou descuido, um ou 
mais touros venham a cobrir indevidamente vacas do rebanho de cria, fugindo ao 
esquema de acasalamento previsto. 
 
⇒Como medida prudente, aos seis meses de idade os bovinos de sexos diferentes 
devem ser separados, a fim de evitar fecundações indesejáveis. Muito precoces. 
 
⇒Touro esta pronto depois da idade de 12meses e, com 15 meses não devem 
realizar + de duas coberturas/semana. 
 
APARELHO REPRODUTIVO 
 
# Os processos reprodutivos são complexos, portanto, antes de definir o que 
fazer para a melhoria da qualidade reprodutiva do rebanho, o indivíduo precisa 
Ter alguns conhecimentos básicos sobre a anatomia e funcionamento do aparelho 
reprodutivo de seus animais. 
 
⇒Puberdade: Época da vida em que o indivíduo esta apto para a procriação. 
 
Machos: 
# Primeira produção de espermatozóides (aproximadamente dos 7,5 a 8,5 
de idade). 
# Grande variação (influência) raciais e individuais. 
# Alimentação – um animal que é mal alimentado tem atraso no 
desenvolvimento corporal, o que também retarda o desenvolvimento 
sexual. 
 
Fêmea: 
 # A média de idade para novilhas em condições corporais favoráveis situa-
se entre 300 a 360 dias, para fêmeas leiteiras (novilhas com 340kg (raças grandes) e 
240kg (raças pequenas) de peso vivo e com 13 a 17 meses já podem, supostamente, 
conceber a primeira cria). 
 # Geralmente estas fêmeas apresentam os cios subsequentes ao primeiro, 
normais e regulares. 
Aparelho Reprodutivo Masculino 
 
⇒Os principais órgãos genitais masculinos compreendem os testículos, que se 
localiza na parte externa do corpo do animal e dentro de uma bolsa que os 
sustenta, denominado escroto ou saco escrotal. 
 
⇒Secundários: compreendem os ductos (ou vasos) eferentes e deferentes, 
epidídimo e o pênis. 
 
⇒Órgãos acessórios: glândulas prostáticas ou próstata, vesículas seminais e 
glândulas bulbouretais ou de Cowper 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aparelho Reprodutivo Femenino 
 
 ⇒Consta de Ovário, Ovidutos, Útero, Cervix uterina, Vagina e Genitária 
externa(vulva). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CICLO SEXUAL 
 
 Quando a fêmea já atingiu a puberdade, manifestando cios ovulatórios 
regulares e desenvolvimento corporal proporcional e satisfatórios a sua raça, já 
podemos considerá-lá madura sexualmente e apta à reprodução 
 
 # Denomina-se de ciclo estral o período de 21 dias entre um cio e o outro, 
que compreende 4 fases distintas: 
 
 Cio ou estro – duração média de 15 a 18 horas 
 Metaestro – duração média de 2 a 3 dias 
 Diestro – duração média de 14 dias 
 Proestro – duração média de 3 dias 
 
OBS: Em geral, a duração do ciclo completo é de 21 dias(20 nas novilhas), podendo 
variar de 17 a 24 dias. 
 
CIO ou Estro: Período imediatamente após a fêmea deixar-se montar por outro 
animal (fêmea ou macho), ou seja, momento em que ela tolera a cópula. 
 
Fatores que influenciam o cio: 
 *Tipo de manejo,Raça, Clima; 
 *Estado nutricional; 
 *Saúde do animal. 
 
 
Sinais de identificação de Cio 
• Mungido e inquietude; 
• Olhares vivos e tentativa de subir nas outras; 
• Os lábios vaginais apresentam-se intumescidos úmidos, avermelhados e 
presença de muco claro e abundante; 
• Decréscimo da ingestão de alimentos 
• Reflexo de tolerância positivo 
• Redução da produção de leite; 
• A Fêmea deixa-se montar por outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Duração do Cio: 
 Em média, a duração do Cio é de aproximadamente 18 h, e termina 
de 6 a 12 h antes da ovulação. 
 
OVULAÇÃO: 
 
 # Nos bovinos em geral ocorre de 28 a 32 h após o início do cio, ou 10 a 12 h 
a partir de seu termino. 
 
METAESTRO 
 
 # Inicia-se logo após cessarem as manifestações de cio. Pode surgir um 
sangramento junto com o muco, proveniente do útero (um ou dois dias após a 
ovulação). 
DIESTRO 
 
 # Corresponde ao período de repouso sexual da fêmea. 
#Tem duração de 14 dias. 
 
 # Caracteriza-se pela falta de interesse sexual. 
 
 
PROESTRO 
 
 # Período antes do estro. 
 
# Primeiros sinais são a inquietude e a tentativa de montar sobre os outros. 
No final encontra-se o muco. 
 
 # Tem duração em média de 3 dias e é seguido pelo Cio. 
 
OBS: Em vacas, o cio se manifesta regularmente durante o ano todo, e a influência 
estacional é pequena. A fertilidade, porém, pode variar, conforme as alterações de 
luminosidade durante o ano. 
 
Recomenda-se: !!!!!!!!!!! 
 
 As vacas sejam servidas no terço final do cio, ou seja, no mínimo 18h 
após a contestação do cio. 
 
IDADE ao PRIMEIRO PARTO (IPP) 
 
 # Depende, principalmente da idade, do equilíbrio nutricional e 
desenvolvimento corporal. 
 # Que seja a partir dos dois anos. 
 
GESTAÇÃO 
 
 # A duração da gestação compreende o momento da concepção 
(fecundação) até o parto. 
 
# Este período varia em função da espécie, influenciado por vários fatores: 
• A idade da fêmea- novilhas que concebem jovens 
• O número de fetos- gêmeos reduzem o tempo Gest 
• O sexo do feto- machos levam de 1 a 2 dois dias p/ nascerem. 
• Tamanho e as influências hormonais do feto também alteram a 
gestação. 
• Pequenas variações na duração da gestação entre raças são atribuídas a 
efeitos genéticos, estacionais ou locais. 
 
PROCESSO REPRODUTIVO 
 
⇒ O óvulo liberado pelo folículo do ovário é captado pela trompa, local 
em que ele se encontra com os espermatozóides e ocorre a fecundação. 
 
⇒ Desta fusão, óvulo-espermatozóide, resulta o ovo que permanece na 
trompa por 4 dias em média, descendo depois para o interior do útero, 
onde permanecerá livre por alguns dias até aderir à parede do órgão 
(implantação do ovo), quando inicia o processo de formação da 
placenta. 
 
⇒ Geralmente cinco dias após o rompimento do folículo e conseqüente 
ovulação, forma-se no mesmo local uma estrutura denominada de 
corpo lúteo(corpo amarelo), que produz progesterona, hormônio 
responsável pela manutenção da gestação. 
 
 
 
 
 
OBS: O crescimento fetal é mais acentuado no terço final da gestação, aumenta 
mais da metade do peso fetal neste período. 
 
 Período de ovo: fertilização até 15o dia 
 P. embrionário: do 15o dia ao 45o gest. 
P. fetal: 45odia até o nascimento. 
 
(OVO FETO) 
 
 
CUIDADOS A SEREM TOMADOS EM RELAÇÃO AO PARTO 
# O auxilio ao parto se faz necessário quando: 
 
⇒ O atraso da ruptura das bolsas fetais for superior a 6 horas; 
⇒ Ocorrer a morte e decomposição fetal; 
Evolução da 
Gestação 
⇒ Houver dilatação do colo uterino, vagina e vulva, mas não ocorrer a 
dilatação óssea (abertura da bacia); 
 
# Quando se fizer necessário a interferência humana, esta deve ser efetuada 
seguindo alguns cuidados: 
 
⇒ .Higiene rigorosa; 
⇒ Evitar traumatismos, tanto na vaca quanto no bezerro; 
⇒ Realizar a intervenção somente quando for realmente necessária; 
⇒ Não utilizar força superior a três pessoas, nuca aplicar outro tipo de 
força que não seja a do homem, alternar a tração entre os membros do 
bezerro p/ facilitar o deslocamento do mesmo pela via fetal da fêmea. 
Não puxá-lo c/ objeto cortante; 
⇒ Tracioná-lo c/ a certeza q/ esta bem posicionado. 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCIPAIS PARÂMERTOS ZOOTÉCNICOS DA REPRODUÇÃO 
 
 
PROCESSOS REPRODUTIVOS 
 
1. Monta Natural 
2. Monta Controlada 
3. Inseminação Artificial 
4. Transferência de Embrião 
_______________________________________________ 
1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA: MÉTODOS DE SECAGEM DE VACAS 
 
- O que é secar uma vaca?R: É fazer com que ela pare de dar leite, ou seja, que interrompa sua 
lactação. Pois, nos últimos 60-90 dias que precedem o parto, o 
desenvolvimento do feto é acentuado. Para se ter uma cria vigorosa, grande 
parte dos nutrientes que a vaca, nessa fase, retira dos alimentos deve ir para 
o processo de gestação. Se, além de gestante, a vaca se encontrar em 
lactação, o desgaste orgânico esse período será maior, com prejuízo para o 
feto que está gerando. 
 
- Por que secar uma vaca? 
9 Proporciona tempo suficiente para a regeneração dos tecidos secretores do 
leite. São necessários 60 dias, entre o fim da lactação e o parto, para que a vaca 
tenha regenerados os seus tecidos secretores de leite para a próxima lactação; 
9 A secagem proporciona maior produção de colostro, essencial para a 
sobrevivência da cria recém-nascida. 
9 Este período de descanso é necessário para que haja um perfeito 
desenvolvimento do feto e acumulação de reservas energéticas para próxima 
lactação. 
Há outra situação em que se aconselha fazer a secagem, é quando a vaca 
apresenta uma produção tão baixa que se torna antieconômico mantê-la em 
lactação. Nessa situação, além da mão de obra que se gasta em seu manejo, há uma 
sobrecarga desnecessária na área de pasto das vacas em lactação, justamente 
daquelas que consomem mais alimentos. 
 
- Quando se deve secar uma vaca? 
 Se o motivo for a proximidade do parto, a secagem deve ser feita no sétimo 
mês de gestação, ou seja, 60 dias antes do parto; 2) Se o motivo for baixa produção 
de leite, o critério a ser adotado deve ser específico de cada produtor, pois somente 
ele será capaz de identificar se a vaca está compensando ou não economicamente, 
podendo até optar pelo descarte se ela não estiver prenhe. 
 
- Como fazer a secagem? 
Esse processo consiste em alterar de uma só vez os principais fatores que 
influem na produção de leite, isto é, a alimentação e os estímulos psíquico-
hormonais (presença do bezerro, das companheiras do rebanho, presença à sala de 
ordenha, cheiro de ração e/ou silagem, etc.). De acordo a EMBRAPA gado de leite, 
deve-se proceder da seguinte maneira: 
9 primeiro cuidado é verificar no início da secagem se a vaca não está com 
mamite. O diagnóstico será feito com uso da caneca telada ou de fundo preto e 
exame do úbere que pode ser feito pela observação da aparência e palpação para 
detectar anormalidades. Se o teste da mamite for negativo, a vaca estará apta ao 
processo de secagem; se positivo, não se deve secar a vaca, mas tratar a mamite. 
9 Atendidas as recomendações acima, deve se esgotar bem o úbere da vaca. 
Em seguida, colocar em cada quarto ou teta um antibiótico de longa duração, 
próprio para este período de secagem da vaca. 
9 Transferir a vaca do local onde está acostumada à rotina da ordenha. Levá-la 
para um piquete ou pasto, afastado do curral ou do estábulo. Este pasto deve ter 
pouca disponibilidade de capim, de modo a não permitir que a vaca se alimente 
bem. Não fornecer concentrado do maneira nenhuma. Embora dispondo de pouco 
alimento, a vaca deve beber água à vontade. 
9 Não ordenhar mais; mesmo se o úbere encher de leite, este falo não 
ocasionará nenhum mal ao animal, pois o organismo da vaca absorverá este leite. 
Entretanto, deve-se observar diariamente, para ver se o úbere da vaca está 
avermelhado ou dolorido, coisa muito rara de ocorrer. Na hipótese de o úbere 
estar inflamado, deverá ser tratado até que a mamite esteja curada e só então 
aplicar medicamento próprio para o período de secagem da vaca. 
9 Decorridas duas semanas, a vaca 1130 riais produzirá leite e a secagem estará 
completa, quando então poderá ter uma alimentação normal volumosa e 
concentrada - condizente com o período pré-parto. 
9 Com este método o estes cuidados, tem sido possível secar vacas com 
produção superior a 20 litros. Este processo é fácil e eficiente, e por ser rápido, não 
acarreta nenhum problema para o feto. 
- Outro método de secagem 
- 
9 1º dia) ordenhar normalmente pela manhã e a tarde; após a ordenha da 
tarde, deixar a vaca presa durante a noite, sem água e sem comida. 
9 2º dia) ordenhar normalmente pela manhã e fornecer água ao animal; não 
ordenha na parte tarde, mas deve-se fornecer água e algum alimento; deixar a 
vaca presa durante a noite, sem água e sem comida. 
9 3º dia) Não ordenhar nem pela manhã nem pela tarde; fornecer água e pouco 
alimento; deixar a vaca presa durante a noite, sem água e sem comida. 
9 4º dia) Fazer o esgotamento do úbere pela manhã e soltar para o pasto. 
Observar o animal, se o úbere ainda estiver inchado e com produção de leite, 
deixar a vaca presa durante a noite, sem água e sem comida. (Fonte: manual de 
produção leiteira, 1993) 
Observações: Após a secagem as vacas deverão ter a disposição pastagens de alta 
qualidade; 20 dias antes do parto devem começar a receber gradativamente ração 
concentrada; 10 dias antes do parto aplicar ADE (5ml - via IM); os ganhos diários 
de peso devem corresponder somente ao crescimento do feto, ou seja, a vaca deve 
manter seu peso corporal.; Através deste manejo alimentar evita-se distúrbios 
metabólicos como: febre do leite e deslocamento do abomaso, freqüentes em vacas 
super alimentadas no período pré-parto. 
APOSTILA: ORIENTAÇÕES PARA O CONTROLE LEITEIRO 
 
O controle leiteiro é uma ferramenta de aferição da capacidade de produção de leite 
de uma vaca. Somente por meio dele é que se pode ter uma estimativa segura da 
produtividade. 
A caracterização de uma fazenda boa produtora de leite só pode ser feita se o fazendeiro 
controlar quanto e como a vaca produz. Olhando ou examinando a matriz, não existe a 
possibilidade de saber a sua capacidade. O conhecimento de sua maior produção é essencial 
para avaliar o animal. 
 
O controle leiteiro tem várias finalidades. Dentre elas destacam-se: 
1. O fornecimento de alimentos, principalmente o concentrado, de acordo 
com a produção de leite. A vaca que dá mais leite deve comer mais. Conhecendo-
se,portanto, o potencial de produção de uma vaca, não estaremos dando comida 
além do necessário para algumas e aquém para outras. Isso resultará em maiores 
produções e custos reduzidos. Este fornecimento de concentrado pode ser feito 
individualmente no cocho, ou para facilitar o manejo, em grupos de animais do 
mesmo nível de produção. O volumoso também pode ser diferenciado, tanto em 
qualidade como em quantidade, de acordo com o potencial de produção dos 
animais. 
2. O provimento de informações que auxiliem no melhoramento genético animal, 
Este melhoramento é decorrente do acasalamento dos melhores indivíduos, e, para 
se saber quem são os melhores, é necessário avaliá-los pela sua produção. O 
controle leiteiro, periodicamente, permite calcular a produção de uma vaca durante 
toda a lactação, sendo esta produção utilizada para se estimar o valor genético dessa 
vaca, de seus pais e mesmo de seus irmãos, usando-se modelos estatisticos 
específicos. Conhecendo-se a produção dos animais e seu valor genético, pode-se 
então selecionar os melhores e usá-los intensivamente nos acasalamentos ou então 
descartar aqueles que não são de interesse. 
3. Outra finalidade é o uso das informações do controle leiteiro para propaganda do 
rebanho, e esta utilização comercial certamente induzirá a uma maior disseminação dos 
genótipos superiores, principalmente por meio da venda de tourinhos ou de sêmen de touros 
provados. 
 
COMO EXECUTAR O CONTROLE LEITEIRO 
O leite de cada vaca deve ser pesado mensalmente, com o uso de balanças precisas, 
admitindo-se um intervalo entre os controles, de 15 a 45 dias. O controle leiteiro deve ser 
feito em duas ou três ordenhas diárias, conforme o sistema adotado na propriedade, e em 
quaisquer dos casos recomenda-se fazer a esgota total na tarde anterior ao dia do controle 
leiteiro. O controle deveser feito em todas as vacas em lactação do rebanho e por 
controladores credenciados pelas organizações responsáveis pelo Serviço de Controle 
Leiteiro, para serem oficializados, ou pelo próprio criador, para uso próprio ou em 
pesquisa. 
Ao iniciar o controle leiteiro em um rebanho, recomenda-se controlar inicialmente 
apenas as vacas recém - paridas. isto é, com mais de cinco e menos de 45 dias pós-parto. 
que serão controladas até o fim desta lactação. Mensalmente, novas vacas recém - paridas 
entrarão em controle e, ao final de aproximadamente um ano, todas as vacas já estarão sob 
controle leiteiro. 
Todos os animais devem ser bem identificados, fazendo se uso de tatuagens. de 
brinco na orelha, ou marcação a ferro etc., para que as anotações sejam precisas. Como a 
produção é medida em 24 horas, recomenda-se, dentro do possível, um intervalo próximo a 
12 horas entre as duas ordenhas e oito horas entre as três ordenhas, para melhor 
padronização dos dados, Recomenda-se corro ideal que, tanto na ordenha de esgota como 
nas ordenhas do controle leiteiro, as vacas sejam ordenhadas aleatoriamente, isto é, sem 
nenhuma preferência para determinadas vacas serem ordenhadas no início ou fim da 
ordenha. 
As ordenhas devem ser completas, ou seja, retirar todo o leite possível, não 
deixando nada para o bezerro no caso de ordenhas com bezerros ao pé. Trabalhos 
experimentais comprovam que o jejum de um dia por mês não prejudica, nem interfere na 
criação de bezerros. 
As produções de leite em cada ordenha (em kg, com um decimal), assim como o 
sistema de alimentação e ocorrências diversas observadas no intervalo de um controle com 
o anterior (assim como parto, secagem, venda, doença, aborto, etc.) devem ser anotadas 
individualmente, em formulário ou livro próprio. 
Sempre que possível, coletar amostra individual de leite para determinação de 
gordura, proteína, lactose ou outro tipo de análise, como por exemplo a contagem de 
células somáticas. Deve-se utilizar frascos apropriados, limpos, previamente marcados com 
as proporções de leite a serem coletadas em cada ordenha (2/3 pela manhã e 1/3 à tarde), e 
devidamente etiquetados para identificação dos animais, e enviados para análise no 
laboratório, cooperativa mais próxima, ou na própria fazenda. 
 
DATA E CAUSA DE SECAGEM DOS ANIMAIS 
Assim como a data do parto, quando se inicia a lactação, é importante anotar a data 
e causa da secagem, o que define a duração e a normalidade ou não daquela lactação. Entre 
as principais causas de secagem, podemos citar: 
9 secagem, por estar próxima ao parto (60 dias para o próximo parto); 
9 secagem, por baixa produção (produzindo pouco, de acordo com a raça ou 
critérios do produtor; secou sozinha; secou normal; secou naturalmente; vaca 
não deu leite etc.); 
9 aborto após o nono mês de lactação ou sétimo mês de gestação, com inicio de 
nova lactação; morte ou separação do bezerro; 
9 doença, morte ou venda da vaca; 
9 parto subseqüente, sem período seco; peitos perdidos por mamite etc. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
No Brasil, poucas são as fazendas que realizam o controle leiteiro, enquanto nos 
países de pecuária de leite mais desenvolvida a maioria delas o faz rotineiramente. O 
controle leiteiro é de grande importância para o melhoramento animal e gerência das 
fazendas. Independentemente da raça ou grau de sangue do animal, é necessário que seja 
implementado no maior número possível de fazendas. 
Resultados de pesquisa nos Estados Unidos indicam que os rebanhos participantes 
do controle leiteiro oficial têm maior produtividade por vaca do que aqueles que não o 
executam, certamente devido ao retorno em informações que lhes possibilitam aplicar as 
vantagens do controle leiteiro. 
Fonte: EMBRAPA DE GADO DE LEITE – Instrução Técnica para o Produtor de 
leite 
 
COMPOSIÇÃO DO REBANHO E SUA IMPORTÂNCIA NO MANEJO 
A composição do rebanho de bovinos de leite é uma ferramenta importante 
para uma avaliação zootécnica da propriedade, visto que um baixo percentual de 
vacas em lactação, em relação ao número total de bovinos de diferentes categorias, 
certamente terá reflexo negativo na economia da atividade leiteira. Infelizmente, 
tal parâmetro ainda é pouco utilizado, seja na avaliação inicial ou no planejamento 
a ser realizado num programa de assistência técnica a fazendas leiteiras. A 
composição de rebanho apresentada a seguir pode ser a mais recomendada 
tecnicamente, mas a definição de categorias de animais pode variar, dependendo 
do manejo a ser estabelecido na propriedade. 
 
9 CATEGORIAS DE ANIMAIS 
Vacas em lactação (VL); vacas secas (VS); bezerras de zero a dois meses (os 
machos serão eliminados); bezerras de dois a seis meses; bezerras de seis a doze 
meses; novilhas de 12 a 18 meses; novilhas de 18 a 24 meses. 
No caso de monta natural ou controlada deve-se incluir o reprodutor, o que 
não é necessário com a inseminação artificial. 
 
9 MORTALIDADE 
Depende do manejo a que os animais são submetidos. Serão adotados os 
seguintes índices de mortalidade para efeito de cálculo: vacas em lactação (1%), 
vacas secas (1%), bezerras de zero a dois meses (4%), bezerras de dois a seis meses 
(2%), bezerras de seis a doze meses (1%), novilhas de 12 a 18 meses (1%), novilhas 
de 18 a 24 meses (1%). 
 
9 CÁLCULO DO NÚMERO DE VACAS TOTAL (VT) DO REBANHO 
Os cálculos para se obter o número de VT no rebanho serão efetuados 
considerando-se o intervalos de partos (IP) ideal de 12 meses, possível de 
ser obtido por meio de um bom manejo, principalmente em rebanhos 
mestiços, bem como as raças Jersey e Guernsey, de boa fertilidade. Em 
rebanhos de raça holandesa pode-se adotar, para efeito de 
dimensionamento de rebanho, IP de 14 meses. 
 
Ex.: Dimensionamento de um rebanho com 60 VL, tem-se: 
 
% VL = Período de lactação (PL) x 100 = 10 meses x 100 = 83% VL 
Intervalo de partos (IP) 12 meses 
 
 Se são 83% de vacas em lactação, a percentagem de vacas secas (VS) será de 
17%, ou seja, 100% - 83% = 17%. Nesse caso, para calcular o número de vacas secas, 
usa-se a seguinte fórmula: 
 
Nº (VS) = % de vacas secas x nº de vacas em lactação = 17 x 60 = 12 VS 
 % de vacas em lactação 83 
 O total de vacas no rebanho será então de 60 vacas em lactação + 12 vacas 
secas = 72 vacas total. 
9 NÚMERO DE PARTOS MÉDIOS POR MÊS 
Com cobrições durante o ano todo (monta natural ou inseminação artificial), o 
NP de um rebanho com 72 vacas total e intervalo de partos de 12 meses, ficará: 
 
 
Nº NP = Total de vacas = 72 vacas = 6 partos por mês 
 Int. partos 12 meses 
 
Como a média é de 50% de machos e 50% de fêmeas, teremos 03 
bezerros e 03 bezerras / por mês. 
 
9 COMPOSIÇÃO DO REBANHO 
Composição Ideal 
Sistemas de cria e recria de fêmeas, com manejo projetado para cobrição 
de novilhas aos 15 meses e parto aos 24 meses. 
O número e o percentual de animais por categoria, considerando-se o 
nascimento médio de três bezerros por mês, com eliminação dos machos ao 
nascer, podem ser calculados conforme indicado abaixo: 
1. Bezerras de 0 a 2 m = (3 x 2) = 6 x 0,96 (4% de mort.) = 6 cab. 
2. Bezerras de 2 a 6 m = (3 x 4) = 12 x 0,98 (2% de mort.) = 12 cab. 
3. Bezerras de 6 a 12 m = (3 x 6) = 18 x 0,99 (1% de mort.) = 18 cab. 
4. Novilhas de 12 a 18 m = (3 x 6) = 18 x 0,99 (1% de mort.) = 18 cab. 
5. Novilhas de 18 a 24 m = (3 x 6) = 18 x 0,99 (1% de mort.) = 18 cab. 
 
9 COMPOSIÇÃO DO REBANHO ESTABILIZADO 
 
Categorias animais cabeças % (aproximada) 
Vacas em lactação 60 42,0 
Vacas secas 12 8,0 
Bezerras de 0 a 2 m 6 4,2 
Bezerras de 2 a 6 m 12 8,3 
Bezerras de 6 a 12 m 18 12,5 
Novilhas de 12 a 18 m 18 12,5 
Novilhas de 18 a 24 m 18 12,5 
Total 144 100 
 
 Os percentuaisencontrados na tabela permitem o cálculo da composição de 
um rebanho por categoria de animais com qualquer número de animais desejado. 
Com a proporção apresentada para as diversas categorias de animais, caso se 
deseje uma taxa de reposição anual de 20%, o produtor terá disponível anualmente 
para venda aproximadamente de 32 animais, ou seja: 14 vacas (20% de 72 vacas = 
14) e 18 fêmeas jovens (72 vacas com IP de 12 meses = 72 crias / ano, com 
mortalidade de 11% = 64 crias = 32 bezerras / ano = 14 para reposição do rebanho 
adulto e 18 para a venda), além de proporcionar ao criador uma boa pressão de 
seleção, desde que usem touros provados. 
 
Obs.: Os índices de mortalidade são utilizados como forma de manter certa 
margem de segurança, embora não sejam considerados por alguns autores no 
planejamento e no dimensionamento das instalações para o rebanho leiteiro. Para 
fins didáticos, deve-se considerar essa possibilidade. 
 
 
 MANEJO E ALIMENTAÇÃO DE NOVILHAS 
 
 
02. Objetivo da criação de Novilhas 
 
 Em uma exploração leiteira a criação de novilhas para reposição é a base para 
a produção de leite futura da propriedade. 
 O melhoramento de qualquer rebanho só é possível quando as vacas 
descartadas são substituídas por novilhas bem nutridas, manejadas 
adequadamente e geneticamente superiores a mãe. 
 Através da comparação mensal do peso e altura das novilhas com os padrões 
de raças para suas respectivas idades e também pela avaliação de ganho de peso 
em cada fase de crescimento, o criador tem a possibilidade de corrigir prontamente 
possíveis desvios em seus animais.Somente assim será possível obter animais 
superiores.De nada adianta descobrir que animal não expressou o seu potencial 
genético esperado depois de seu crescimento concluído; após isto nada mais 
poderá ser feito. 
 No conceito atual, uma novilha de raça holandesa deve parir aos 24 meses 
pesando entre 550 e 600 quilos antes do parto.Um ganho diário entre 700 e 750 
gramas irá proporcionar estes pesos.É importante salientar que o crescimento 
envolve tanto ganho de musculatura, quanto de estrutura óssea e, portanto deve 
ser associado aos padrões tanto de peso quanto de altura. 
 Os gráficos de crescimento podem ser utilizados para a avaliação do programa 
de criação de novilhas e detecção dos problemas.Estes parâmetros serão um 
indicativo de uma boa ou má nutrição ou ainda de um manejo correto. 
 É comprovado que novilhas com maior peso ao primeiro parto têm produções 
maiores na primeira lactação. Isto, no entanto não deve ser usado como 
justificativa para atrasos na idade do primeiro parto, pois compromete seriamente 
a rentabilidade da exploração. 
 Dados importados apontam para um custo em torno de USS 1.200.00 por 
novilha para sua criação desde o nascimento até os 24 meses de idade.Portanto 
uma diminuição de tempo entre o nascimento e primeiro parto oferece uma 
redução substancial nos custos de alimentação destes animais e o numero de 
novilhas de reposição necessárias para manter o rebanho estabilizado. 
 
TABELA1- Efeitos da idade ao primeiro parto e taxa de descarte no numero de 
novilhas necessárias para manter o rebanho estabilizado em tamanho por 100 
vacas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pelos dados expostos acima fica claro que a exploração leiteira será mais 
rentável com a redução da idade ao primeiro parto, pois o numero de animais para 
reposição do plantel será menor e o numero de novilhas para descarte será maior,o 
que trará uma renda extra para a propriedade. No entanto para adoção desta 
pratica é necessário que os objetivos sejam traçados e os parâmetros de crescimento 
e ganho de peso sejam bem dimensionados. Novilhas com maiores pesos devem 
estar relacionadas com as maiores alturas. Uma boa maneira de avaliar 
paralelamente o crescimento das novilhas é através da condição corporal,que não 
devem ultrapassar a condição 3, com variação aceitável entre 2,5 e 3 para que seja 
evitado o excesso de gordura. 
 O crescimento das novilhas tem um período critico que está 
compreendido entre os 3 e 9 meses de idade ou o peso vivo entre 90 e 230 quilos, 
 Taxa de Descarte Idade ao primeiro parto (meses) 
 (%) 
 22 24 26 28 30 32 34 36 
 20% 40 44 48 51 55 59 62 66 
 22% 44 48 52 56 61 65 69 73 
 24% 48 53 57 62 66 70 75 79 
 26% 52 57 62 67 72 76 81 86 
 28% 56 62 67 72 77 82 87 92 
 30% 61 66 72 77 82 88 94 99 
 32% 65 70 76 82 88 94 100 106 
 34% 69 75 81 87 94 100 106 112 
quando um ganho de peso excessivo neste período ira resultar em uma menor 
produção de leite. Isto se deve ao fato de que esta é a fase em que a glândula 
mamaria tem crescimento mais rápido que o do animal, e aumento na taxa de 
ganho de peso normalmente resultam em maior deposição de gordura, o que no 
caso da glândula mamaria não é desejável.Trabalhos recentes têm demonstrado 
que a glândula mamaria aumenta 1,6 vez mais que o crescimento normal da 
novilha,até os dois meses de idade. Esta taxa aumenta para 3,5 vezes dos três 
meses até os noves de idade e 1,5 vez dos 10 aos 12 meses de idade. Este período 
de desenvolvimento halométrico é o mais critico do desenvolvimento da glândula 
mamaria.Vários estudos têm demonstrado que existe uma correlação negativa 
entre a media de ganho de peso diário na pré-puberdade, o peso total da glândula 
mamaria e a porcentagem de tecido adiposo mamário. A alimentação correta é 
essencial durante o crescimento na pré-puberdade quando a glândula mamaria 
esta sofrendo um crescimento halométrico. 
 De qualquer forma monitora as taxas de crescimento é em geral o único 
meio de assegurar que a nutrição e o manejo das novilhas estão sendo feitos dentro 
dos padrões recomendados. Taxa maiores de ganho de peso poderão ser toleradas 
mas somente após a cobertura. 
 
03. Nutrição das Novilhas de Reposição 
 
 O perfil nutricional que for traçado para a alimentação das novilhas será 
diretamente proporcional ao crescimento dos animais e responsável por todo seu 
desempenho produtivo e reprodutivo. 
 A orientação freqüente se faz com relação ao programa nutricional para 
novilhas é a de que estes animais devem ser alimentados basicamente com feno, 
silagem e ração de boa qualidade. 
 Isto partindo do pressuposto que os volumosos deverão ser de ótima 
qualidadee que irão fornecer proteína e energia de forma equilibrada e em 
quantidades suficientes às necessidades dos animais. 
 O que ocorre na realidade é que os volumosos produzidos em nossas 
propriedades nem sempre apresentam composição nutricional que se deseja, 
causando com isto distorções bastante significativas na composição final da dieta 
do animal. A proteína e a energia são os principais nutrientes que as novilhas 
necessitam para seu pleno desenvolvimento dentro dos padrões da raça. Animais 
alimentados exclusivamente com silagem de milho são sérios candidatos a terem 
deficiência protéica, correndo ainda o risco de receber um excesso de energia, o 
que provoca a deposição de gordura em excesso, sem o devido crescimento de 
músculos e ossos. Isto porque a silagem é um alimento altamente energético e com 
baixo teor protéico e que requer normalmente uma suplementação de concentrado. 
 Pesquisas já demonstraram que em novilhas com excesso de gordura em 
idade jovem, há uma interferência direta dos ácidos graxos na produção da 
somatotropina que é o hormônio de crescimento, fazendo com que os animais 
fiquem com baixa estatura e bastante gordo. Devido a isto o balanceamento 
energético da dieta deve ser muito bem equilibrado. 
 Os fenos de gramíneas tropicais, quando corretamente produzido 
constitui um ótimo alimento para novilhas a parti dos 6 meses de idade com a 
pequena suplementação de ração. A alfafa, teoricamente é o alimento que melhor 
atende às necessidades nutricionais dos animais jovens em crescimento, pois 
possui níveis de proteínas e energia com um melhor balanceamento que os outros 
fenos. 
 Qualquer que seja o volumoso oferecido aos animais, o importante é que 
esta dieta seja corretamente balanceada não só em proteínas e energia, mas 
também nas vitaminas e minerais, fornecendo-lhes as condições nutricionais 
adequadas para seu crescimento. Não podemos esquecer que todo programa 
nutricional deverá sempre se acompanhado de um bom manejo e um excelente 
esquema sanitário principalmente quanto aos controles dos ectos e endoparasitas. 
 Todo o sucesso de um programa de alimentação está baseado nos 
parâmetros de cada raça e é de fundamental importância que seja acompanhado e 
avaliado periodicamente em todas as fases da criação. Para avaliação desses 
parâmetros a tabela seguinte da uma idéia, do peso e do ganho diário para animais 
da raça holandesa. 
 
TABELA 2- Crescimento ideal para fêmeas holandesa, para parição aos 24 meses 
de idade. 
 Idade (meses) Peso (kg) Ganho 
diário(g) 
 Nascimento 40 400 
 1 52 550 
 2 69 680 
 4 100 750 
 6 145 750 
 8 190 750 
 10 235 750 
 12 290 750 
 14 325 750 
 Cobrição aos 15 meses de idade 
 16 370 750 
 18 415 750 
 20 460 750 
 22 505 750 
 Parição aos 24 meses de idade 
 24 550 750 
 Fonte:NRC. 
 TABELA 3- Balanceamento energético e a performance da novilha em relação ao 
peso e reprodução. 
 Parâmetros NDT Integrado (%das exigências) 
 60% 100% 140% 
Numero de novilhas 33 34 34 
Idade ao primeiro cio (meses) 20,2 11,2 9,2 
Peso ao primeiro cio (%) 303 254 277 
Peso ao primeiro parto (%) 384 483 548 
Peso do primeiro bezerro (kg) 36 39 41 
Ajuda no parto % 45 26 24 
Esterilidade % 6 12 20 
Produção na primeira lactação (litros) 3.840 3.982 4.082 
Produção na segunda lactação (litros) 4.475 4.634 4.282 
Produção na terceira lactação (litros) 4.716 4.930 4.719 
Produção na quarta lactação (litros) 4.972 4.830 4.678 
Total das quatro lactações (litros) 18.003 18.376 17.761 
Peso do animal antes do quarto parto 724 722 758 
Fonte:Reid (EUA). 
 Na realidade cada proprietário deverá adotar metas condizentes com a sua 
criação e a sua propriedade, promovendo mudanças nos conceitos relativos a 
criação de novilhas para reposição e gradativamente aumentar seus desafios na 
obtenção de índices os mais próximos possíveis dos padrões ideais. 
 Outro ponto de vital importância na nutrição de novilhas é com relação ao 
correto balanceamento energético da dieta, pois quando foram fornecidas 
alimentações com níveis 40% acima das exigências nutricionais dos animais ou 
40% abaixo, em ambos os casos os resultados foram piores, conforme os dados da 
tabela 3. 
 Os dados apresentados mostram claramente a necessidade de se fazer um 
balanceamento correto da dieta dos animais.04. Manejo das Novilhas com mais de 6 meses de Idade. 
 
 As novilhas devem ser separadas em grupos pequenos após 6 meses de 
idade e levadas para as baias coletivas, que obrigatoriamente deveram conter um 
cocho para arraçoamento dos animais e um fenil onde o feno ficará a vontade. È 
recomendável que as baias coletivas tenham acesso a piquetes de gramíneas, de 
leguminosas ou de pastagem consorciadas. Neste piquete deverá conter um 
bebedouro e um cocho para sal mineral, que deverá ser fornecido aos animais à 
livre acesso e a vontade. As novilhas devem ser vistoriadas diariamente para se 
detectar algum problema mais sério, principalmente a piroplasmose, que uma 
enfermidade bastante comum nos animais desta idade. 
 O controle de verminoses deve ser feito periodicamente, indicando-se pelo 
menos uma desvermifugação dos animais a cada 3 meses. 
 O controle dos ectoparasitos, bernes e carrapatos deverá ser feito 
mensalmente, principalmente na época de verão, quando sua incidência é bem 
maior. 
 Os programas profiláticos, quanto à doença infecto contagioso deverá ser 
feito regionalmente, dependendo de qual doença ocorre na região, mas o mais 
comum é a vacinação contra a Brucelose, que devera ser feita nas bezerras aos 6 
meses de idade. O controle de tuberculose deverá ser feito periodicamente 
dependendo de cada propriedade e do histórico do rebanho quanto a esta 
enfermidade. 
 O feno de boa qualidade é a base da alimentação dos animais em 
crescimento, podendo ser também fornecido silagem de milho em quantidades 
limitadas, uma vez que as silagens são ricas em energias e pobres em proteínas. 
Feno de boa qualidade é aquele com muitas folhas, cortadas precocemente, de cor 
verde e sem umidade. 
 A quantidade de ração que se irá fornecer aos animais dependera da 
qualidade dos alimentos volumosos, pois a ração irá completar a deficiência 
nutricional dos fenos, das gramíneas e da silagem. 
 
 
 
 
TABELA 4- Quantidade de ração (em kg) em relação da qualidade dos volumosos. 
 Peso da novilha (kg) Qualidade boa Regular Ruim 
 136 2,3 2,7 3,2 
 181 1,8 2,7 3,7 
 227 1,4 2,7 4,1 
 272 até 2 meses antes do parto 1,0 1,8 2,7 
 Ultimo 2 meses antes do parto 1,8 2,7 3,7 
 Fonte: Feediing and Fertility, Better Breeding Spring-1990 
 
05. Conclusões. 
 
 Em uma exploração leiteira devemos buscar o máxímo de produtividade, e 
para obtermos sucesso a criação de novilhas de reposição deve obedecer a um 
criterioso método de avaliação periódica, onde peso e altura são os principais 
parâmetros a serem seguidos. Não podemos esquecer que um bom programa 
nutricional somente terá sucesso se acompanhado a um bom manejo, sanidade e 
principalmente uma mão de obra treinada e de boa qualidade. 
 
MANEJO E ALIMENTAÇÃO DE BEZERRAS 
 
01.APRESENTAÇÃO: 
 
 Considerando que 20 a 25% das vacas de um rebanho leiteiro devem ser 
substituídas anualmente, a fase de criação de bezerras se reveste de grande 
importância para a viabilidade financeira da exploração. 
 A qualidade dos animais de reposição tem início na habilidade genética 
trazida pelas bezerras. Sendo assim, o primeiro passo a ser dado em um programa 
de renovação e melhoria do plantel, recai sobre a escolha de reprodutores de 
excelente qualidade. 
 O criador não deve comprar novilhas para repor vacas descartadas – Sendo 
mais recomendável criar suas próprias novilhas, pois assim, pode dispensar os 
cuidados necessários e ter um animal de potencial conhecido, o que não acontece 
quando compra animais de outro criador. 
 O criador portanto, considerando os recursos naturais disponíveis e os seus 
recursos financeiros, definirá o sistema de criação de bezerras. 
 Outra grande preocupação será proporcionar à vaca gestante, condições 
ideais de alimentação e ambiente para que ela possa suprir sua cria com 
qualidades suficientes de proteínas, carboidratos, minerais e vitaminas, 
principalmente no terço final do seu desenvolvimento. 
 A partir daí, todos os esforços estarão convergindo para estabelecer uma 
taxa de sobrevivência elevada, que permitirá um maior número de animais 
disponíveis para serem selecionados e integrados ao plantel produtivo. 
 
02. MANEJO DE VACA DA COBERTURA AO PARTO 
 
 Esta fase, que tem duração de aproximadamente 280 dias em bovinos (9 
meses) e 305 dias em bubalinos (10 meses), reveste-se de grande importância, 
principalmente nos últimos 60 dias antes do parto. 
 Enquanto a vaca está prenha, devemos: 
a) Manter registro acirrado (data de cobertura, Sêmen utilizado, dados de 
saúde e produção); 
b) Seguir um programa de saúde do rebanho (Prevenção de doenças); 
c) Proporcionar uma alimentação adequada para produção de leite, ganhos de 
peso adicionais e para reposição do que foi perdido no início da lactação 
(vacas pós-primeira cria); 
d) Proporcionar de 6 a 8 semanas de período seco. 
 
É importante que a vaca esteja em boa condição corporal no final da lactação, 
para que o período seco possa ser totalmente destinado a manutenção de tal 
condição e para o desenvolvimento final e adequado do feto. 
No período seco haverá a formação do colostro, que em condições normais, 
proporcionará ao neonato defesas que serão importantes nos primeiros meses de 
vida. 
Ainda nesta fase deveremos nos preocupar com uma alimentação de 
qualidade para evitar a ocorrência de problemas metabólicos e distócicos que 
poderiam colocar em perigo a saúde da bezerra (o). 
 
03. MANEJO NO MOMENTO DO PARTO 
 
 Aproximadamente 5% das bezerras (os) nascem mortos (natimortos). 
Muitos destes bezerros poderiam ser salvos se houvesse a presença de alguém 
acompanhando o nascimento para dar uma assistência apropriada. 
 Seria desejável que 10 dias antes da data prevista para o parto, a vaca fosse 
conduzida para um local confortável, ventilado, com boa alimentação, sal mineral, 
sobra, água a vontade e próximo da central de manejo. No caso da vaca ser levada 
para um estábulo ou baia, fornecer cama limpa e macia para evitar traumatismos e 
contaminações que seriam indesejáveis neste momento. 
 O acompanhamento mais próximo deverá se dar a partir da ruptura da 
bolsa d’agua. Uma vaca adulta deverá ter a sua bezerra (o) projetada na pélvis 
dentro de 2 horas após a ruptura. Para novilhas este tempo poderá se estender até 
4 horas. Nas búfalas o parto ocorre geralmente à noite. 
 Antes de iniciar o trabalho de parto é interessante que se lave a vaca, 
proporcionando assim, melhor higiene. 
 A pós o parto, a vaca deverá levantar-se e iniciar aassistência à cria. Nossa 
maior preocupação neste momento será proporcionar ao recém nascido condições 
para que ele tenha um bom começo e assim expressar o seu potencial produtivo. 
 
04. MANEJO DO RECÉM-NASCIDO 
 
Quando se querem obter rendimento satisfatório é necessário 
um bom manejo. Pois, é na fase de cria que bovinos e bubalinos merece 
especial atenção, nesta fase a alimentação inadequada e as condições 
higiênicas-sanitárias insatisfatória condicionaram maiores índices de 
morbidez e mortalidade. 
 A bezerra deverá iniciar a respiração assim que o cordão umbilical for 
rompido. Será importante retirar o muco existente das narinas e boca o que 
normalmente e feito pela mãe, para facilitar o inicio da respiração. Também poderá 
ser feito um massageamento vigoroso no animal, proporcionando assim uma 
ativação da circulação, isso ocorre quando a mãe lambe a cria. No caso da vaca 
rejeitar a cria todas estas práticas deverão ser feitas pelo tratador, usando um pano 
limpo ou toalha de papel. 
É comum a (o) bezerra (o) levantar nos primeiros 30 minutos após o parto. 
Caso haja dificuldades, essa pratica deve ser auxiliada manualmente e procurando 
direcionar a boca da cria aos tetos maternos. As (Os) bezerras (os) mamam varias 
vezes nas primeiras 24h de nascidos. O que é extremamente importante, pois além 
de ser o primeiro alimento, é também o mais rico em proteínas, vitaminas, 
gorduras e minerais, possui ação laxativa, digestiva e protetora ao organismo do 
recém-nascido contra doenças próprias da idade. É através deste alimento, o 
colostro, que ocorre a transferência dos anticorpos (imunoglobulinas) que atuam 
contra os agentes causadores das doenças. 
 Existem pesquisas (Tabela 01) que indicam ser altamente favorável que a (o) 
bezerra (o) permaneça na presença da mãe durante algum tempo, e que o ato da 
vaca lamber a cria causa um melhor aproveitamento na absorção das 
imunoglobulinas do colostro. 
TABELA 01 – Tempo de permanência com a vaca após parto e mortalidade de 
bezerras (os). 1 
Tempo (horas) Nº de Rebanho Mortalidade Média (%) 
(bezerras (os) 1 semana – 6 meses de 
idade) 
2-6 
7-12 
13-24 
25-48 
+ 48 
13 
35 
32 
24 
35 
5,2 
9,3 
10,7 
20,5 
14,4 
 
 Durante as primeiras 24 horas a bezerra (o) deverá ingerir o equivalente a 
12-15% do seu peso vivo. Sendo que, nas primeiras 6 horas ou primeira ordenha é 
que encontramos o colostro de mais alto valor nutritivo (Tabela 02). 
 
Desinfecção do Umbigo 
 Imediatamente, deve-se dar início a cura do umbigo. A desinfecção 
do umbigo é uma prática de extrema importância que deve ser realizada logo após 
o nascimento. Em virtude do umbigo estabelecer uma ligação direta entre os mais 
importantes órgãos internos do animal e o meio ambiente, ele funciona como uma 
excelente fonte de infecção, quando não tratado adequadamente. 
Em diversas partes do mundo, vários são os pesquisadores que aponta 
a infecções do umbigo como uma das principais causas da mortalidade de bezerros 
búfalos. Esse tipo de infecção é responsável por 7,6% das mortes de bubalinos 
recém-nascidos 
Logo após o parto, portanto, o bezerro deve ser submetido ao corte e 
desinfecção do cordão umbilical. Essa prática deve ser realizada com auxílio de 
uma tesoura e cortado, aproximadamente três centímetro abaixo de sua inserção. 
Em seguida, deve-se aplicar no local produto de ação desinfetante, cicatrizante e 
repelente, com repetições diárias durante cinco dias. Aconselha-se o uso de 
produtos específicos (corumbi, umbigol, umbiodex, umbicura), mas havendo 
dificuldade na aquisição destes, pode-se usar a mistura de iodo (15ml), éter (10ml) 
e álcool (75ml) ou somente o iodo a 5%, Biofor ou Biocid. 
A total cicatrização e queda do cordão umbilical do animal deve acontecer 
entre o quinto e o sexto dia de nascimento. 
 
Remoção dos Tetos Suplementares ou Supranumerarias 
 
É freqüente em bezerras a ocorrência de tetas supranumerais. Esses 
tetos estabelecem uma comunicação direta do úbere com o exterior, e funciona 
como excelente porta de entrada dos germes, conseqüentemente a ocorrência de 
mamite ou mastite. A remoção desses tetos deve ser feita nos animais ao 
completarem 30 dias de vida, com o auxilio de tesoura e desinfetantes. 
 
05. ALEITAMENTO E DESALEITAMENTO 
 
 O sistema de aleitamento mais utilizado pelos criadores consiste em deixar 
as bezerras (os) mamarem na mãe até 7 a 8 meses de vida, ajustando as mamadas 
ao manejo da ordenha da vaca. 
 
5.1 Primeiro Alimento 
 
 O colostro é costumeiramente definido como a secreção proveniente das 
primeiras ordenhas. Porém o colostro verdadeiro é aquele obtido nas primeiras 
24h, sendo que a partir daí o leite produzido é denominado de transitório, que 
dura entorno de 5 - 6 dias. Daí a grande importância de fornecer o colostro 
imediatamente após o nascimento. 
 OBS: Um bezerro recém-nascido não possui nenhuma resistência à infecção 
ou doenças ao tipo de placenta encontrada nos ruminantes que impede a passagem 
das imunoglobulinas da vaca para o feto. 
 
 
 
 
 
TABELA 02. Composição do Colostro, Leite Transitório e Leite verdadeiro.1 
 
Número da ordenha (vacas ordenhadas 2 vezes ao dia) 
1 2 3 4 5 6 Itens 
Colostro2 Leite Transitório Leite verdadeiro3 
Sólidos totais (%) 
Proteína Total(%) 
Caseína(%) 
Imunoglobulinas(%) 
Gordura(%) 
Lactose(%) 
23,9 
14,0 
4,8 
6,0 
6,7 
2,7 
17,9 
8,4 
4,3 
4,2 
5,4 
3,9 
14,1 
5,1 
3,8 
2,4 
3,9 
4,4 
13,9 
4,2 
3,2 
0,2 
4,4 
4,6 
13,6 
4,1 
2,9 
0,1 
4,3 
4,7 
12,9 
4,0 
2,5 
0,09 
4,0 
4,9 
Minerais(%) 
Densidade específica 
1,11 
1,066 
0,95 
1,040 
0,87 
1,035 
0,82 
1,033 
0,81 
1,033 
0,74 
1,032 
1.Universidade de Minisota, 
 2. Colostro também contem mais vitamina que o leite verdadeiro. 
3. Leite é vendável legalmente após o 5º dia do parto. 
 
Há qualidade do colostro varia de animal para animal. Tal qualidade poderá 
ser observada pela aparência do produto que deverá ser consistente e cremoso ou 
uma análise da densidade. O colostro magro e aquoso não deveram ser fornecidos 
aos recém nascidos, pois contém baixos neveis de sólidos totais e imunoglobulinas. 
 OBS: O recém nascido possui grande permeabilidade no seu trato digestivo 
logo após o nascimento, com isto, consegue um bom volume de imunoglobulina e 
nutrientes do colostro que vão diretamente para a circulação sanguínea. 
OBS2:Caso não se tenha colostro suficiente para a bezerra, pode-se preparar um 
colostro artificial e fornecer 3 vezes ao dia durante os 4 primeiros dias embora não 
seja garantia para sobrevivência da bezerra. – Um ovo batido em 300ml de água 
fervida 
- Uma colher de chá de óleo de vegetal 
- 600ml de leite integral 
- Ainda pode ser adicionado vitaminas, antibióticos. 
 
A criação bem-sucedida de bezerras exige praticas de manejo, que atendam 
suas necessidades sanitárias, pois, uma vez instalado um problema sanitário no 
rebanho, pode, tornar-se fator determinante para uma baixa eficiência do sistema 
criatório. Em vista disso, é de fundamental importância a necessidade de se dar 
especial atenção ao correto manejo sanitário dos animais jovens. 
 
5.2 Método de Aleitamento 
 
 O aleitamento pode ser natural ou artificial. O alimento Natural pode 
apresentar duas variações: 
a) Uma em que a bezerra é junto com a vaca após a ordenha e presa 
entorno de duas horas da tarde. É usado para rebanhos menos 
especializados para produção de leite. 
b) A outra, chamado de “aleitamento no pé da vaca”, em que a bezerra é 
posta para mamar na hora da ordenha. Quando a bezerra realiza a 
primeira sucção nos tetos, provoca a descida do leite, sendo logo após 
amarrada próximo a vaca. É solta logo após a ordenha para mamar o 
leite não ordenhado, sendo em seguida separada da mãe. As bezerras 
ficam empiquetes de boa pastagem, de preferência consorciada 
(gramíneas e leguminosas). 
 
No aleitamento artificial a cria é separada da mãe 24 horas pós-parto, onde 
as bezerras receberam o leite transitório na mamadeira, e logo é acostumada a 
mamar no balde, no caso da ordenha ser mecanizada. 
OBS: O principal inconveniente do aleitamento natural é o menor nível de higiene 
com que se obtém o leite, além de não permitir o controle leiteiro e nem controle da 
qualidade de leite que a bezerra ingere. 
 
5.3 Desaleitamento 
 Para se proceder à desmama de bezerras submetidas a aleitamento natural o 
procedimento é o seguinte: 
 → Prender a bezerra por 24 horas, dando-lhe apenas água. Nos 4 dias 
seguintes, deixa-las pastar apenas 1 hora por dia, prendendo-a novamente. Este 
pasto é distante da mãe. Em geral este tipo de desmama causa muito stresse nas 
bezerras, levando-as a perda de peso. 
 → No caso das bezerras estarem no aleitamento artificial a desmama pode 
acontecer bem mais cedo que no aleitamento natural. Em torno de 5 a 6 dias. Após 
a separação da mãe, a bezerra que vai receber leite no balde, entra num programa 
estratégico. Este programa consiste em colocar concentrado junto com o leite. 
Assim, quando a bezerra mamar todo o leite, no fundo do balde estará o 
concentrado. Bezerras que entram neste programa recebem volumosos e 
concentrados mais cedo, e com isso estimulam mais rápido o rúmen-retículo, 
diminuindo também o stresse na hora da desmama. 
 
OBS: Segundo alguns autores as bezerras têm o melhor aproveitamento do 
leite só até 60 dias de nascida. 
OBS: A data da desmama vai depender de cada criador. Alguns desmama 
os animais em idade de 3 a 4 semanas, outros desmamar 6ª ou mesmo mais tarde, 
12 semanas. A opção vai depender da mão de obra quase quer empregar, além dos 
fatores de custo, assim como o tamanho, a taxa de crescimento e o estado geral de 
saúde das bezerras. 
 
6. MANEJO NUTRICIONAL DAS BEZERRAS 
 
 Durante o 2º e o 3º dia de vida a bezerra deverá receber cerca de 8% do seu 
peso vivo em colostro por dia. As imunoglobulinas deste colostro não serão mais 
absorvidas, porém deverão providenciar alguma proteção local contra agentes 
infecciosos no trato digestivo do animal. 
 A partir do 4º dia de vida até a desmama o animal poderá continuar se 
alimentando do excesso de colostro, leite, substituto do leite ou até de colostro 
fermentado. 
 De forma geral, os recém-nascidos deverão receber de 8 a 10% do peso ao 
nascer em leite por dia até a desmama. Assim, bezerras holandesas com peso 
médio de 4o a 50kg deverão ter a disposição cerca de 4 a 5kg de leite ou substituto 
por dia., em duas refeições. Água fresca e em utensílios limpos, devendo estar a 
vontade. 
 Na primeira semana colocar no balde com o leite o concentrado. É 
extremamente importante que o concentrado seja peletizado, fresco, palatável, que 
contenha de 17 a 20% de proteína e 70 a 72% e energia e que seja fornecido com 
ingredientes nobres. 
 É importante que a dieta líquida permaneça em quantidade fixas, pois assim 
o animal deverá consumir mais alimentos sólidos - concentrados e volumosos. 
 
7. DESENVOLVIMENTO DO RÚMEN E DESMAMA 
 A bezerra recém-nascida é essencialmente monogástrico possui um 
estomago dividido em 4 partes, entretanto somente com o abomaso funcional (4ª 
parte), onde os alimentos líquidos caem diretamente pela goteira esofagiana, que 
se forma a partir de estímulos como sucção, ingestão de leite e água. As repostas a 
estes estímulos se tornam cada vez mais fracas com a idade da bezerra. 
 O consumo de alimento sólido estimula o desenvolvimento do rúmen pelo 
aumento interno do número de bactérias e protozoários, e pelo desenvolvimento 
de tecidos (papilas). Estes microorganismos crescem rapidamente e produzem os 
ácidos graxos voláteis (acético, propiônico e butírico) durante a fermentação, que 
ajudam a estimular o desenvolvimento das papilas no rúmen. É imprescindível 
que a população microbiana esteja estabelecida antes do desmame ser realizado. 
 
OBS: Segundo alguns autores o concentrado deve ser dado a vontade para 
as bezerras até que estejam consumindo 2,5 a 3 gramas por dia. Neste momento 
permaneça com esta quantia até 5 a 6 meses de idade e forneça à livre o volumoso 
de qualidade (Feno de alfafa ou gramíneas). Dê preferência para fenos ao invés de 
alimentos com alta taxa de umidade (capim verde ou Silagem). 
 
 Tabela 03. Peso médio ao nascer e ganhos recomendados nos primeiros 4 
meses. 
 Idade (meses) Peso (kg) : Pardo Suíço 
Holandesa 
Jersey (kg) 
Nascimento 
1 
2 
4 
40-45 
50-55 
73-77 
123-127 
25-30 
32-36 
50-55 
86-91 
HIGIENE DAS INSTALAÇÕES 
 
Os altos índices de morbidez e mortalidade de bezerros nas 
primeiras semanas de vida são influencias das péssimas condições 
higiênicas das instalações, devemos fazer a limpeza e desinfecções 
diariamente, removendo todos os resíduos fecais e lavando com 
desinfetantes, evitando com isso o aparecimento de moscas e outros 
insetos no local. 
 
PRINCIPAIS DOENÇAS 
 
As principais causas de morte de bezerros são as 
enfermidades infecciosas como: Ascaridíase, Colibacilose, Salmonelose, 
Pneumoenterite, Eimeriose, Onfaloflebite, Carbúnculo sintomático e 
Diarréia do leite. 
ASCARIDÍASE é a verminose gastrintestinal causada por 
vermes, que medem de 15a 20 centímetros de comprimento e se 
localiza no intestino dos animais jovens. 
Indiscutivelmente, o Neoascaris vitulorum é o mais comum 
e prejudicial parasita dos bezerros búfalos. Ele é citado como o 
principal responsável pela mortalidade de animais novos. 
A infestação dos bezerros pode ocorrer por via 
transplacentária. Os animais adultos ingerem os ovos embrionados do 
parasitos, disposto no meio ambiente. No interior do animal, esses 
ovos eclodem e liberam larvas que, por sua vez, migram através da 
corrente sanguínea para os órgãos parenquimatosos, onde 
permanecem em dormência. Nos animais em gestação, as larvas são 
reativadas, entram na corrente sanguínea e chegam, através de 
placenta, até o feto. E um grande numero de larvas migram para a 
glândula mamaria, onde são secretadas através do colostro. 
O maior pique de infestação do N. vitulorum ocorre nos 
animais com idade em torno de 30 dias para diminuir, gradativamente, 
até anular-se aos 120 dias. 
Os animais parasitados apresentam-se debilitados, apáticos, 
com ventre flácido, abaulado e com os pêlos ásperos e sem brilho. Nas 
infestações pode ocorrer diarréia fétida e escura e morte do animal 
dentro de quatro dias. 
O controle desse tipo de parasitismo deve ser efetuado 
através de vermifugações sistemáticas com anti-helminticos. 
PNEUMOENTERITE é um processo inflamatório, conjunto 
dos pulmões e intestinos causado pela associação de bactérias 
Escherichir coli com espécies de Salmonella e as vezes por Pasteurella. 
Não constitui uma doença especifica e sim um conjunto de infecções. 
Os bezerros com pneumoenterite mostram-se bastante debilitados, sem 
apetite, febre alta, respiração acelerada, corrimento nasal, pelos 
arrepiados extrema prostação e com pouca diarréia. 
O tratamento dessa infecção é o mesmo utilizado na cura da 
samonelose. O sucesso da vacinação contra a pneumoenterite depende 
de vários fatores: 1º vacinação da vaca no nono mês de gestação para 
transferir para o bezerro, através do colostro os anticorpos, 2º o bezerro 
deve mamar o colostro em quantidades suficiente logo após o 
nascimento, 3º a quantidade de anticorpos produzidos pela vaca vai 
depender da sua capacidade e da qualidade da vacina. O bezerro deve 
ser vacinado quando atingir quinze dias de vida. A prática de 
vacinação somente do bezerro, apresenta pouca eficácia no controle da 
pneumoenterite. 
CARBÚNCULO SINTOMÁTICO é uma doença infecciosa, 
não contagiosa, causada por bacilos do gênero Clostridium

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