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Fenomenologia na Clínica

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Fenomenologia na Clínica 
Tereza Cristina Erthal
Treinamento em Psicoterapia Vivencial, Vozes
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Cliente - “...sei que cobro muito das pessoas, mas me dou muito para elas, poxa!” (Nesse momento bate no peito como se referisse a si)
Terapeuta – “Você percebe o que está fazendo enquanto diz isso?”
C – “O quê?”
T – “Quando você disse ‘ eu me dou muito para elas’, você indicou para você assim”. (repete a expressão não verbal, bater no peito).
T – “E agora, o que você sente com isso?”
C – “É esquisito, mas como se eu quisesse só para mim...” (p.85)
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C – “Estou amargurada, triste e decepcionada. Meu namorado tinha me prometido não usar mais cocaína. Tudo parecia tão bem e, de repende, descobria que ele mentia para mim. Recaiu e me omitiu. Odeio mentiras e já não acredito mais nele”.
T – Fale-me um pouco mais sobre isso.
C - Sabe, ele é um dependente químico, Tratou-se, mas se coloca como um onipotente dizendo que as drogas não brincam mais com ele. Mas percebe que ele não consegue sair. Por isso não arruma emprego, não tem objetivo. Já tive toda a paciência do mundo, mas agora não dá mais...
T - Você está colocando um limite para você. Não aceita mais essa situação tamanho o sofrimento que lhe causa”. (p.87)
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C – “Eu realmente não consigo deixar de me sentir burra. Por mais que eu escute os outros me dizendo que sou inteligente, não consigo...”
T – “Você já recolheu muitas evidências tanto do seu comportamento quanto do feedback de outros que era inteligente, mas não consegue se convencer disso”.
C – “É. Questiono tudo e sempre encontro um meio de confirmar a minha hipótese...”
T – “Hum-hum. Mas sua atitude aponta para um outro questionamento”.
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C - “Qual?”
T - “Uma pessoa com pouca inteligência seria capaz de se questionar o tempo todo”
C – “É, acho que não. Mas por que eu não me convenço?”
T – Talvez você prcise manter sua imagem inalterada. Como se você ganhasse algo com isso...” (p.92)

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