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TEORIAS E TÉCNICAS PSICOTERÁPICAS I Introdução Estudaremos esse ano teorias e técnicas oriundas da Psicanálise • O que estuda a Psicologia Clínica? Qual é, afinal, o objeto de estudo da Psicologia? O homem; o cérebro, a mente, a alma, o psiquismo, o corpo; o comportamento humano; as emoções; o pensamento; as relações humanas; a personalidade; os conflitos (consigo, com o mundo e com o outro); os sonhos, os desejos, as frustrações. • Modelos de compreensão da “loucura” Modelo sobrenatural É aquele que compreende o comportamento “desviante” como um reflexo das lutas entre o bem e o mal. O mal era o responsável por influenciar o homem (pecador), logo a loucura era atribuída à ação de demônios, feiticeiros e bruxas; o indivíduo doente era o indivíduo possuído, logo a principal técnica adota por este modelo era: o exorcismo; mergulhos em água gelada ou mergulhos em poços de serpentes. Ao tomar para si a incumbência de entender e dominar a “loucura”, a medicina, através da psiquiatria, buscará seu substrato orgânico, tentará demonstrar a relação entre o psíquico, o cérebro e o sistema nervoso e, a cada descoberta, novas técnicas serão introduzidas. Philippe Pinel enfatizou a necessidade de observar a loucura, para assim poder compreendê-la. Pinel não privilegiou os sintomas estritamente orgânicos, considerou que a etiologia da doença mental fosse determinada por: causas físicas, hereditariedade, educação “errada” e paixões diversas. Modelo biológico O modelo biológico é àquele que desde os primórdios da história procurou compreender os transtornos mentais buscando encontrar as suas causas físicas, tentando tornar científicas as práticas empírico-mágicas que predominavam Hipócrates: médico grego, considerava que os transtornos mentais pudessem ser causados por patologias ou traumas cerebrais, exercendo influência hereditária (genética). Ele afirmava que o funcionamento normal do cérebro estava relacionado ao equilíbrio dos quatro fluidos corporais ou humores. 1.Sangue (coração) estava relacionado ao otimismo, à alegria, o excesso deste fluido no cérebro relacionava-se à insônia, o delírio 2.Bílis negra (baço) estava relacionada à depressão o excesso derramado no cérebro relacionava-se à melancolia 3.Fleuma/linfa (cérebro) estava relacionada à calma seu excesso, entretanto, à apatia, morosidade 4.Bílis amarela (fígado) estava relacionada à raiva, cólera seu excesso era encontrada em pessoas de temperamento quente Modelo psicológico Enfatiza as influências sociais e culturais na vida do sujeito, como por exemplo, a aprendizagem oferecida pelo ambiente. Em termos de prática (terapia), tem sua origem nas mais diversas relações construídas, ao longo da história, entre aqueles que procuram auxílio (paciente) e àqueles que oferecem o alívio para o seu sofrimento (psicoterapeuta). A psicoterapia herda um pouco dos dois modelos anteriores, influenciando e sendo influenciada por estes. 1. Início da Psicanálise: Teoria e Técnica Freudiana Uma Visão Histórica das Psicoterapias A psicoterapia existe muito antes de haver qualquer noção de uma abordagem sistemática de tratamento. Basicamente, a psicoterapia envolve um sistema de duas pessoas: • Suplicante (que sofre primariamente mais na mente do que no corpo) • Curandeiro (cuja empatia, sabedoria, maturidade e objetividade permitem que ele alivie o sofrimento do suplicante) O curandeiro vê e entende alguma coisa sobre o suplicante da qual este não tem conhecimento. O curandeiro amplia o pensamento do suplicante e influencia o seu comportamento, é, portanto considerado uma pessoa “iluminada”, que tem a função de aumentar a “iluminação” do suplicante. Na atualidade, entretanto para ser considerado psicoterapia é necessário, neste sistema, haver uma troca ativa entre terapeuta e paciente. Ao paciente cabe revelar a natureza do seu problema, ainda que não possua maior conhecimento sobre ela, ao terapeuta, “adivinhar” sua verdadeira natureza e assim levar o paciente ao conhecimento curativo (esclarecimento), ou seja, nesta concepção há participação do paciente. Antigamente não havia participação do paciente, acreditava-se que a insanidade era proveniente de um demonio e a cura era feita através de ensalmos (palavras que curam) Na metade do último milênio o poder da Igreja Católica começou a enfraquecer, promovendo maior liberdade de pensamento, período conhecido como o Iluminismo, que levou a grandes progressos no esclarecimento humano de modo geral Philippe Pinel, psiquiatra francês foi influenciado pelas ideias iluministas e modificou o método de tratamento do paciente mental, retirando-lhe as correntes, mas ainda não havia troca ativa na psicoterapia. Mesmer acreditava que existia um fluido animal-magnético universal e invisível, sua má distribuição estava por baixo de todas as doenças humanas. Para “equilibrá-lo”, ele constrói um método composto por instrumentos como: varinha especial, manto e um barril (cuba de Mesmer). Seus seguidores desmistificaram seu método, demonstrando ser desnecessária a utilização desses instrumentos. Obtinham os mesmos resultados por meio da indução do estado de transe pelo poder da sugestão, posteriormente denominada de hipnose. Estes movimentos e ocorrência deram origem ao que se denomina: primórdios da psicanálise Introdução à Teoria e a Técnica Psicanalítica A psicoterapia começa a se tornar científica na França do século XIX, com as grandes escolas sobre a técnica da sugestão, Nancy, com Liébeault e Berheim; Salpêtrière, com Charcot. A técnica da sugestão visa modificar a atenção, desviar o sujeito de ideias patogênicas e se concentrar em outras atividades, sendo ao mesmo tempo um instrumento de investigação e de assistência. A partir desta técnica inicia-se o estudo que visa compreender “a influência da moral sobre o corpo”, mas ainda assim não era uma troca ativa. Com a introdução da Psicanálise, Freud leva a psicoterapia a um nível científico. O Método Catártico Breuer, através do caso Anna O, utiliza o hipnotismo não para que a paciente se esqueça, mas, ao contrário, para que ela se recorde, técnica que ficou conhecida como: cura pela fala, pela palavra (Talking cure). Concluiu através do método catártico que: narrar as circunstâncias em que surgiram os sintomas faz com que eles desapareçam → Recordar como alvo da técnica. Freud utilizou um procedimento intermediário entre o método catártico de Breuer e o que viria a ser a Psicanálise. Consistia em estimular e pressionar o enfermo para que ele se recordasse. Este método ficou conhecido como coerção associativa, método que antecedeu a psicanálise como técnica. Teoria e técnica: construções paralelas A técnica catártica descobriu a dissociação da consciência, o método produz uma ampliação da consciência. A partir destas descobertas os autores formularam e reformularam a teoria. Breuer criou a teoria dos estados hipnoides, onde uma condição do indivíduo favoreceria a segregação da consciência (fatores psicológicos e biológicos). Freud por sua vez criou a teoria do trauma (psicológicos), onde uma condição do evento/acontecimento favoreceu a segregação da consciência, para ele, o acontecimento ficaria segregado da consciência para que fosse esquecido *Segregação= separar, esquecer Considerando que a técnica consistia em recordar o evento, Freud introduziu a técnica da coerção associativa e abandonou a hipnose. A técnica da coerção associativa trouxe a ideia de que as coisas são esquecidas porque não se quer recordá-las, nasce o conceito de resistência. Concluiu que o que no trauma condicionouo esquecimento, no tratamento condicionará a resistência. Se há a resistência, então não se justifica a coerção (forçar), ao invés disso, deixa-se o paciente falar livremente. Surge daí a técnica da associação livre —> regra fundamental da psicanálise. • Coerção associativa (técnica) —> Resistência (teoria) —> Associação livre (técnica) Só recordar, entretanto não é suficiente, pois a resistência age no sentido de defender o sujeito. É necessário que o paciente conheça aquilo que ele ignora. Surge daí a interpretação → instrumento técnico fundamental na psicanálise. O alvo deixa de ser apenas recordar e passa a ser: recordar, repetir e elaborar. O que é PSICOTERAPIA ? Trata-se de um método de tratamento realizado por um profissional treinado, com o objetivo de reduzir ou remover um problema/queixa ou transtorno definido de um cliente ou paciente que propositalmente busca ajuda, onde: • O terapeuta utiliza meios psicológicos como forma de influenciar o cliente ou paciente • É realizada em um contexto primariamente interpessoal (relação terapêutica) • Utiliza-se a comunicação verbal como recurso principal • Há eminente atividade colaborativa entre paciente e terapeuta 2. Conceitos Teóricos e Técnicos em Psicanálise • Resistência A resistência surge, no desenvolvimento da psicanálise, como uma oposição às lembranças dolorosas durante o tratamento, derivada inicialmente da teoria do trauma. Mais do que uma força a ser vencida, a resistência representa a forma como o indivíduo se defende e resiste no cotidiano de sua vida. Resistência do analisando (que faz tratamento psicanalítico): “É a resultante de forças dentro dele, que se opõem ao analista ou aos processos e procedimentos à análise, isto é, que obstaculizam as funções de recordar, associar, elaborar, bem como o desejo de mudar” (Zimerman) Algumas formas de resistência ao tratamento podem se manifestar através de fenômenos e comportamentos tais como: atrasos às sessões; recusa em tomar medicamentos; permanecer em silêncio; enfocar materiais não relevantes; esquecer-se de pagar; em relação à elaboração (ganhos secundários) e a transferência. Possíveis causas para o seu surgimento podem ser: medo do “novo”; medo da depressão; medo de perder o controle; medo da progressão; predomínio de uma inveja excessiva; excessivo apego ao ilusório mundo simbiótico-narcisista • Transferência À medida que os impulsos ou fantasias iam sendo “descobertos” (tornando-se conscientes) durante o tratamento, o paciente resistia, transferindo tais impulsos à figura do terapeuta, ocorrendo, portanto um falso enlace. Revive-se na análise uma série de experiências psicológicas como pertencentes não ao passado, mas ao presente, na relação com o terapeuta. É um recurso que o paciente utiliza a fim de que o material patogênico (conflito) permaneça inacessível (resistência). É uma “vivência” do passado que está interferindo na compreensão do presente. Distorção entre: passado/presente; fantasia/realidade; inconsciente/ consciente. Há a repetição da necessidade e uma necessidade de repetir. Um impulso/desejo que se dirige ao outro (terapeuta) como forma de resistir, ou seja, transfere-se para evitar a recordação. A transferência ocorre tanto dentro da análise (transferência) quanto fora dela (extratransferência). Define-se a transferência em positiva ou negativa. Na primeira inclui sentimentos carinhosos e amistosos, como também os desejos de um amor não sexual (idealizado). Já a transferência negativa inclui a existência de pulsões agressivas, destrutivas e de uma erotização desmedida. • Contratransferência Freud descreve este fenômeno como: “... resposta emocional do analista aos estímulos que provêm do paciente, como resultado da influência do analisando sobre os sentimentos inconscientes do médico”. Para Freud a contratransferência é decorrente de complexos e resistências internas do médico, por isso salientava a necessidade da autoanálise e, alguns anos depois, da análise didática e das reanálises periódicas para reconhecê-la e superá-la durante o tratamento. É um obstáculo ao tratamento, possivelmente se devia à resistência e receio dos analistas em relação aos seus próprios sentimentos e a possíveis críticas. A contratransferência começa a ganhar destaque com os trabalhos de Paula Heimann (1950) e Heinrich Racker (1953), que passam a considerá-la um fenômeno normal dentro do processo terapêutico e como reações que o analista (terapeuta) experimenta diante de seu paciente e que podem ser consideradas como: um obstáculo; um instrumento para melhor compreensão do paciente e um campo em que o paciente pode adquirir uma experiência diferente da que teve originalmente. Alguns sinais de contratransferência: falhas em relação a honorários; horários; duração da sessão; frequentes pensamentos sobre o paciente, comumente acompanhado de mudança de humor; uma necessidade repetitiva de falar sobre as sessões com este paciente (...) Perceba que a maior parte deles tem a ver com o setting. • Contratransferência x Transferência do terapeuta A Contratransferência ocorre quando se é possível identificar que parte do self do paciente ou de suas fantasias está sendo colocada dentro da mente do terapeuta e está lhe provocando uma reação, ideia ou comportamentos distintos. Freud descreve este fenômeno como: “... resposta emocional do analista aos estímulos que provêm do paciente, como resultado da influência do analisando sobre os sentimentos inconscientes do médico” Obstáculo ao tratamento, decorrente de complexos e resistências internas do médico, por isso salientava a necessidade de autoanalise. Já a Transferência do Terapeuta ocorre quando sentimentos, ideias e comportamentos que são dirigidos ao paciente a partir da história pessoal do terapeuta ou de situações de sua vida atual, transferidos sobre ou para dentro do paciente A, mas também para o paciente B e não provocados por estes. • Setting Terapêutico (Enquadre) Soma de todos os procedimentos que organizam, normatizam e possibilitam o processo psicanalítico (terapêutico), incluindo a estrutura física. O enquadre compreende a conjunção de regras, atitudes e combinações, tanto as contidas no “contrato” como as que vão se definindo durante a evolução do tratamento, incluem aspectos tais como: dias, horários, honorários, forma de pagamento, planos de férias, entre outros. Setting: a soma de todos os detalhes da técnica Situação analítica: soma de todos os fenômenos que se processam na relação analista- analisando. Na técnica psicanalítica, o setting favorece o desenvolvimento de uma neurose de transferência, daí o seu papel fundamental na técnica. Trata-se de um ambiente que se estabelece a fim de propiciar as melhores condições que favoreçam um bom clima de trabalho, este por sua vez é um fenômeno natural e espontâneo, que emerge no transcurso da relação terapêutica. • Funções do Setting O setting deverá ser preservado ao máximo, deve se manter uniforme, inalterado. O setting é a criação de um novo espaço, onde o analisando terá a oportunidade de reexperimentar com o seu analista a vivência de antigas e decisivamente marcantes experiências emocionais conflituosas que foram mal compreendidas, atendidas e significadas pelos pais do passado e, por conseguinte, mal solucionadas pela criança de ontem, que habita a mente do paciente de hoje. Além desta, o setting possui funções complementares, tais como: • Estabelecer o aporte da realidade exterior com suas inevitáveis privações e frustrações; • Ajudar a definir a predominância do princípiode realidade sobre o princípio do prazer; • Definir a noção dos limites e das limitações que provavelmente estão “borradas” pela influência da onipotência e onisciência; • Reconhecer que é unicamente sofrendo as inevitáveis frustrações impostas pelo setting que o analisando (tal como a criança no passado), pode desenvolver a capacidade para simbolizar e pensar. • Alicerces que sustentam o setting Neutralidade: a neutralidade do terapeuta, refere-se à sua função, sua postura na terapia. Independente de seus valores, crenças, opiniões e sentimentos o terapeuta deve estar disponível para todos os pontos de vista dos seus analisandos, não significa uma conduta de frieza, indiferença ou ausência de sentimentos. Anonimato: é natural, na relação bi pessoal, que o paciente demonstre curiosidade, o problema é quando a curiosidade pretende invadir a vida íntima do terapeuta. Os terapeutas psicanalistas não falam sobre sua vida particular, sua família, os seus problemas pessoais, pois a relação terapêutica envolve assimetria. Abstinência: abster-se de qualquer tipo de atividade que não seja a de interpretação e análise do paciente, inclui a proibição de qualquer tipo de gratificação (externa, sexual ou social). Por parte do paciente deve haver uma abstinência em procurar o menos possível satisfações substitutas para os seus sintomas. • O Contrato terapêutico O contrato irá definir os papéis do terapeuta e do paciente, o primeiro busca alívio de seu sofrimento psíquico, enquanto o segundo utiliza todos os seus recursos teóricos, técnicos e emocionais para atenuar este sofrimento. O contrato pode ser apresentado de forma detalhada ou simplificada, logo após ser realizada a avaliação do paciente. Entre os elementos que compõem o contrato terapêutico, dois deles merecem ser analisados com atenção: a frequência e os honorários. Frequência: é importante que exista a continuidade e regularidade no tratamento. Honorários: devem refletir o nível de formação e de experiência do terapeuta e devem estar de acordo com os padrões da comunidade onde trabalha. • Avaliação - entrevista inicial Antes de se propor o contrato, é importante verificar a demanda do paciente, apurando se o modelo de psicoterapia atende às necessidades do paciente A entrevista inicial, pode ser mais de uma, podem ser: entrevistas iniciais. Importante frisar que não se trata ainda de sessão de psicoterapia, pois o contrato ainda não foi estabelecido. Seus objetivos ou finalidades são: • Avaliar as condições mentais, emocionais, materiais e circunstâncias da vida do paciente; • Verificar a qualidade da motivação para o tratamento; • Observar se a teoria de tratamento e de “cura” do terapeuta (abordagem) coincide com a do paciente; • Verificar a acessibilidade, ou seja, a disponibilidade e a capacidade do paciente em permitir um acesso ao seu inconsciente; • Observar como o paciente reage aos assinalamentos. Deve-se avaliar: • O tipo de encaminhamento e grau de motivação do paciente; • A aparência exterior (forma de falar, vestimentas, como saúda/cumprimenta); • As condições socioeconômicas, suporte e histórico familiar e posição profissional, entre outros aspectos relevantes. Para a abordagem psicanalítica, alguns quadros e condições são, teoricamente, contraindicados para o tratamento deste referencial, entre eles: • Quadros psicóticos agudos; • Quadros depressivos graves com sérias tentativas de suicídio; • Dependência crônica de álcool e outras drogas; • Quadros fóbicos causadores de incapacitação crônica; • Quadros obsessivos-compulsivos causadores de incapacitação crônica; • Transtornos de personalidade (caracterológicos) graves; • Transtornos alimentares graves; • Síndrome cerebral orgânica e deficiência mental, entre outros. • Aliança Terapêutica Pode ser compreendida como uma relação dual, uma formação de compromisso entre duas pessoas. Trata-se de uma situação em que um necessita do outro e na qual existe uma intenção de colaboração recíproca, ou seja, uma “união de forças” em direção à busca de um objetivo comum, no caso da psicoterapia, a “cura” ou desenvolvimento. Primeiro, o paciente deverá se ligar ao tratamento para depois ser tratado analiticamente. A escuta empática e atenciosa também promove a aliança terapêutica, até mesmo em tratamentos farmacoterápicos. • Interpretação – Insight – Elaboração Interpretação: é uma explicação que o analista dá ao paciente (a partir do que este lhe comunicou) para lhe proporcionar um novo conhecimento sobre si mesmo. Destina-se a produzir insight, sem que nós (terapeuta/analista) o busquemos diretamente. Interpretação x Informação: • A primeira se refere a algo sobre a realidade interna, ao mundo interior do paciente, • A segunda se refere a algo relacionado ao mundo externo, do qual o paciente deveria saber, mas não possui tal informação ainda, precisando ser apontada pelo terapeuta para que o paciente lide/apreenda melhor a realidade externa. A interpretação não é apenas uma hipótese que o analista constrói, mas uma hipótese que é feita para ser comunicada, para ser testada. Para Freud, a interpretação é definida como um instrumento do analista para ir do conteúdo manifesto (o que ele traz/expressa) às ideias latentes (àquilo que ainda está inconsciente). Envolve, portanto tornar consciente o inconsciente, explicar o significado de um desejo, trazer à luz uma determinada pulsão (inconsciente). Insight: deve ser compreendido como o movimento de tomada de consciência de algo significativo a respeito da vida psíquica, no tratamento. Já a elaboração percorre o caminho inverso da interpretação, ou seja, tenta vencer as resistências (abandono das gratificações e dos padrões aos quais o sujeito está neuroticamente apegado), do conteúdo latente (conflito psíquico) até transformá-lo em mudança (comportamento manifesto modificado). Homem dos ratos
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