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Resumo fatos juridicos e negocio juridico

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CONCEITO DE FATO JURÍDICO LATO SENSU
 Os acontecimentos, indistintamente considerados, que geram direitos subjetivos são chamados, em sentido amplo, de fatos jurídicos ou fatos jurígenos. “Fatos jurídicos são, portanto, aqueles fatos a que o direito atribui relevância jurídica, no sentido de mudar as relações anteriores a eles e de configurar novas situações, a que correspondem novas qualificações jurídicas” (LOTUFO, Renan; [coordenação Everaldo Augusti Cambler]. Curso Avançado de Direito Civil: Vol 1. São Paulo: RT, 2003, p. 199).
 O ordenamento atribui a um fato uma qualificação e uma disciplina, de tal sorte que ocorrendo concretamente o fato, ou historicamente, constitui o ponto de confluência entre a norma e o dever ser da realidade: é o modo pelo qual o ordenamento jurídico encontra real atuação.
 Assim, fato jurídico, em sentido amplo (lato sensu), seria todo o acontecimento natural ou humano capaz de criar, modificar, conservar ou extinguir relações jurídicas.
EFEITOS DO FATO JURÍDICO
 1) Aquisição de direitos – Ocorre quando se dá sua conjunção com seu titular. Assim, surge a propriedade quando o bem se subordina a um dominus. A aquisição de direitos tem sido analisada das seguintes formas:
 a) Originária ou derivada – de acordo com a existência ou não de uma relação jurídica anterior com o direito ou bem objeto da relação, sem interposição ou transferência de outra pessoa;
 b) Gratuita ou onerosa – de acordo com a existência ou não de uma contraprestação para a aquisição do direito;
 c) A título universal ou singular – se o adquirente substitui o sucedido na totalidade (ou em quota-parte) de seus direitos ou apenas de uma ou algumas coisas determinadas;
 d) Simples ou complexa – Se o fato gerador da relação jurídica se constituir em um único ato ou numa necessária simultaneidade ou sucessividade de fatos.
 A título de complementação, porém, é importante distinguir os direitos futuros, em relação à expectativa de direito, do direito eventual e do direito condicional. A expectativa de direito é mera possibilidade de sua aquisição, não estando amparada pela legislação em geral, uma vez que ainda não foi incorporada ao patrimônio jurídico da pessoa. Um exemplo é a fase de tratativas para celebração de um contrato, em que não há falar, ainda, de um direito adquirido, por si só, à realização da avença.
 O direito eventual, por sua vez, refere-se a situações em que o interesse do titular ainda não se encontra completo, pelo fato de não se terem realizado todos os elementos básicos exigidos pela norma jurídica. Como exemplo, podemos lembrar o direito à sucessão legítima, que, embora protegido pelo ordenamento jurídico, só se consolida com a morte do autor da herança.
 Por fim, o direito condicional é aquele que somente se perfaz se ocorrer determinado acontecimento futuro e incerto.
 
 2) Conservação de direitos – Atos praticados para o resguardo (defesa) de direitos, caso estes sejam ameaçados por quem quer que seja. Essas medidas, de caráter muitas vezes acautelatório, podem ser sistematizadas da seguinte forma:
 a) Atos de conservação – Atos praticados pelo titular do direito para evitar o perecimento, turbação ou esbulho de seu direito.
 b) Atos de defesa do direito lesado – Tendo ocorrido a violação ao direito, o ajuizamento de ações cognitivas ou executivas, no exercício do direito constitucional de ação (art. 5º., XXXV, da CF).
 c) Atos de defesa preventiva – Antes mesmo da violação (mas diante da sua ameaça evidente) é possível o ajuizamento de procedimentos próprios para uma defesa preventiva, como é o caso do interdito proibitório.
 d) Ocorrida a violação, a ordem jurídica admite, sempre excepcionalmente, a prática de atos de autotutela, como, por exemplo, o desforço incontinenti (art. 1210, parágrafo 1º do CC).
 3) Extinção de direitos – Como tudo na vida, também os direitos podem extinguir-se, como é o caso do perecimento do objeto, o abandono, a decadência, etc.
FATO JURÍDICO EM SENTIDO ESTRITO
 São todos os acontecimentos naturais que determinam efeitos na órbita jurídica. Os fatos jurídicos em sentido estrito subdividem-se em:
 a) Ordinários – São fatos da natureza de ocorrência comum, costumeira, cotidiana: o nascimento, a morte, o decurso do tempo.
 b) Extraordinários – São fatos inesperados, às vezes imprevisíveis: um terremoto, uma enchente, o caso fortuito e a força maior.
ATO JURÍDICO EM SENTIDO ESTRITO
 O ato jurídico em sentido estrito, constitui simples manifestação de vontade, sem conteúdo negocial, que determina a produção de efeitos legalmente previstos.
 Neste tipo de ato, não existe propriamente uma declaração de vontade manifestada com o propósito de atingir, dentro do campo da autonomia privada, os efeitos jurídicos pretendidos pelo agente (como no negócio jurídico), mas sim um simples comportamento humano deflagrador de efeitos previamente estabelecidos por lei. É o que ocorre, por exemplo, no ato de fixação do domicílio.
 Note-se que o elemento caracterizador dessa categoria reside na circunstância de que o agente não goza de ampla liberdade de escolha na determinação dos efeitos resultantes de seu comportamento, como se dá no negócio jurídico (um contrato, por exemplo).
NEGÓCIO JURÍDICO
 O negócio jurídico é entendido pela corrente voluntarista (dominante no direito brasileiro, refletindo-se no art. 112 do C.C.) como uma “declaração de vontade dirigida à provocação de determinados efeitos jurídicos, ou, na definição do Código da Saxônia, a ação de vontade, que se dirige, de acordo com a lei, a constituir, modificar ou extinguir uma relação jurídica” (GOMES, Orlando. Introdução ao estudo do direito civil. 10ª. Rio de Janeiro: Forense, 1993, p. 280.).
 Com efeito, para apreender sistematicamente o tema faz-se mister analisá-lo sob os três planos em que o negócio jurídico pode ser visualizado:
 a) Plano de existência – Um negócio jurídico não surge do nada, exigindo-se, para tanto que seja considerado como tal, o atendimento a certos requisitos mínimos. Neste plano “não se cogita de invalidade ou eficácia do fato jurídico, importa, apenas, a realidade da existência. Tudo, aqui, fica circunscrito a se saber se o suporte fático suficiente se compôs, dando ensejo à incidência” (MELLO, Marcos Bernardes de. Teoria do Fato Jurídico (Plano da Existência). São Paulo: Saraiva, 2000, p. 83.)
 b) Plano de validade – O C.C. no art. 104 enumera os pressupostos de validade do negócio jurídico:
 1) agente capaz;
 2) objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
 3) forma prescrita ou não defesa em lei.
 Sobre o tema da capacidade o C.C., suprindo omissão da legislação civil anterior, trouxe à tona um capítulo inteiramente dedicado ao instituto da representação, com preceitos genéricos aplicáveis tanto à representação legal, quanto à voluntária. A representação, como forma de manifestação de vontade do representado através do representante deve produzir plenamente seus efeitos, na forma deduzida no art. 116 do C.C. Sobre o tema, ainda, vale observar a restrição legal sobre o autocontrato, ou seja, ao negócio jurídico consigo mesmo, como se vê do art. 117:
“Art. 117 – Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo.
Parágrafo único – Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido substabelecidos.”
 A licitude para a validade do negócio jurídico traduz a idéia de estar o objeto dentro do campo de permissibilidade normativa, o que significa dizer não ser proibido pelo direito e pela moral. Além do campo da licitude, o objeto deve, ainda, respeitar as leis naturais. Há que ser, portanto, fisicamente possível, uma vez que não se poderia reconhecer validade a um negócio que tivesse por objeto uma prestação naturalmente irrealizável, como, por exemplo, a alienação deum imóvel situado na lua.
 Deve, também, o objeto ser determinado ou, ao menos, determinável, sob pena de se prejudicar não apenas a validade, mas, em último plano, a própria executoriedade da avença. Todo objeto deve, pois, conter elementos mínimos de individualização que permitam caracterizá-lo.
 Por fim, para que o negócio jurídico, seja perfeitamente válido, deve revestir a forma adequada. Observa-se, com isso, que os negócios jurídicos, como regra geral, podem ser realizados de acordo com a conveniência da forma preferida pelas partes, por força da adoção no C.C. do princípio da liberdade da formas.
 Todavia, quando a norma legal impõe determinado revestimento para o ato, traduzindo em uma forma especial ou em uma indispensável solenidade, diz-se que o negócio é ad solemnitatem, a exemplo do testamento e dos contratos constitutivos ou translativos de direitos reais imóveis acima do valor consignado em lei, uma vez que a forma pública é indispensável para a validade do ato.
 Ao lado do negócio ad solemnitatem, figura outra importante categoria: a dos negócios ad probationem. Nesses, apesar de a forma não preponderar sobre o fundo, por não ser essencial, deverá, outrossim, ser observada, para efeito de prova do ato jurídico. Assim, a prova escrita é necessária, para efeitos probatórios, quando o valor do contrato exceder o décuplo do maior salário mínimo vigente no país, ao tempo que foi celebrado, nos termos do art. 401 do CPC.
 c) Plano de eficácia – Ainda que um negócio jurídico existente seja considerado válido, ou seja, perfeito para o sistema que o concebeu, isto não importa em produção imediata de efeitos, pois estes podem estar limitados por elementos acidentais de declaração.
 A lei civil dispõe sobre três tipos de elementos acidentais:
 1) Condição – Elemento voluntário que subordina o nascimento ou extinção do direito subjetivo a acontecimento futuro e incerto. A modalidade suspensiva provoca a aquisição do direito, já a resolutiva, uma vez realizado o negócio, permite a extinção de seus efeitos na eventualidade de o fato previsto vir a acontecer.
 2) Termo – É o marco temporal que define o começo ou o fim dos efeitos jurídicos de um negócio jurídico. Pode ser legal ou convencional. O primeiro decorre da lei o segundo, de cláusula contratual. O termo se caracteriza pela futuridade e certeza. O termo pode ser suspensivo ou resolutivo. O primeiro, também denominado inicial (dies a quo) é o dia a partir de quando os efeitos de um negócio jurídico começam a produzir. Ele não instaura a relação jurídica, que já existe. Neste sentido é a regra do art. 131, a qual informa que o termo inicial suspende o exercício, não a aquisição do direito. O segundo corresponde ao dia em que cessam os efeitos do ato negocial. O C.C. por seu art. 1923, prevê a hipótese de legado a termo inicial ou suspensivo. A doutrina registra ainda o termo de graça, que é concedido pelo juiz no curso dos processos mediante dilação de prazo.
 3) Encargo ou modo – É a cláusula geradora de obrigação para a parte beneficiária em negócio jurídico gratuito e em favor do disponente, de terceiro ou do interesse público. É um peso atrelado a uma vantagem (uma restrição), e não uma prestação correspectiva sinalagmática. O encargo pode ser uma restrição no uso da coisa, ou pode ser uma obrigação imposta àquele que é beneficiário.

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