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Direito Processual Penal I

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____________________________________________________________________________________________ 
Direito Processual Penal João Pedro Castellucci 
DIREITO PROCESSUAL PENAL - 1º BIMESTRE 
I. PROCESSO PENAL: DEFINIÇÃO, NATUREZA E FINALIDADE. 
1. Definição de Direito Processual Penal 
 
1.1. Inquérito Policial (1ª fase – administrativa): Conjunto de diligências realizadas sob a 
presidência de delegado de polícia de carreira, visando angariar elementos que apontem a autoria e 
comprovem a materialidade de fato caracterizado como infração penal (fato típico). 
 ASPECTO INQUISITIVO: 
“Trata-se o inquérito, assim, de um procedimento inquisitivo, voltado à obtenção de elementos que 
sirvam de suporte ao oferecimento de denúncia ou de queixa-crime. Exatamente em razão desta 
natureza que singulariza o inquérito, faculta o art. 14 do CPP ao delegado de polícia o poder de 
indeferir eventuais diligências postuladas pelo ofendido ou pelo investigado. Sem embargo desta 
previsão legislativa, em determinados casos, os tribunais têm concedido ordem de habeas corpus com 
a finalidade de determinar à autoridade policial o atendimento de diligências requeridas pelo ofendido 
ou pelo investigado. Considera-se, nestas hipóteses, que o próprio art. 14 do CPP faculta a esses 
interessados tais requerimentos. Sendo assim, muito embora o deferimento ou não das providências 
requeridas fique a critério da autoridade policial, isto “não haverá de constituir empeço a que se 
garantam direitos sensíveis do ofendido” 
 
“Art. 14. CPP. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer 
diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade[policial]. ” 
 
1.2. Ação Penal (2ª fase – judicial): 
 
ASPECTO ACUSATÓRIO (CONTRADITÓRIO): 
 
 Direito de Ação Penal: é o direito público subjetivo de pedir ao Estado-Juiz a 
aplicação do direito penal objetivo a um caso concreto. Funciona, portanto, como o direito que a 
parte acusadora – Ministério Público ou o ofendido (querelante) – tem de, mediante o 
devido processo legal, provocar o Estado a dizer o direito objetivo no caso concreto. 
 
“Art. 5º, XXXV. CF/88. a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” 
 
 Direito de Defesa (favor rei): “ o interesse do acusado tem prevalência sobre a 
pretensão punitiva estatal e que se encontra cristalizado em vários dispositivos do Código de 
Processo Penal, como por exemplo, no art. 386, VII, estatuindo a absolvição do réu por 
insuficiência de provas, e no art. 621, inserindo a possibilidade de o condenado promover revisão 
criminal dos processos findos quando condenatória a decisão, possibilidade esta inexistente para 
acusação em relação ao decisum absolutório (revisão pro societate, vedada em nosso 
ordenamento).” 
 
____________________________________________________________________________________________ 
Direito Processual Penal João Pedro Castellucci 
 Fases: postulatória – instrução – debates – julgamento (recurso) – execução 
 
2. NATUREZA JURÍDICA: Ramo do Direito Público 
 
3. FINALIDADE 
 
3.1. Finalidade imediata: Aplicação do Código Penal 
3.2. Finalidade mediata: Pacificação 
 
4. Processo e procedimento: processo é a relação jurídica entre autor, juiz e réu; 
procedimento é a maneira como ocorrerá o processo. 
 
 
II. PODER DE PUNIR 
1. Direito de punir e Direito de Liberdade 
 
“O jus puniendi pertence, pois, ao Estado como uma das expressões mais características de sua 
soberania. Observe-se, contudo, que o jus puniendi existe in abstracto e in concreto. Com efeito. 
Quando o Estado, por meio do Poder Legislativo, elabora as leis penais, cominando sanções àqueles 
que vierem a transgredir o mandamento proibitivo que se contém na norma penal, surge para ele o jus 
puniendi num plano abstrato e, para o particular, surge o dever de abster-se de realizar a conduta 
punível. Todavia, no instante em que alguém realiza a conduta proibida pela norma penal, aquele jus 
puniendi desce do plano abstrato para o concreto, pois, já agora, o Estado tem o dever de inflingir a 
pena ao autor da conduta proibida. Surge, assim, com a prática da infração penal, a ‘pretensão 
punitiva’. Desse modo, o Estado pode exigir que o interesse do autor da conduta punível em conservar 
a sua liberdade se subordine ao seu, que é o de restringir o jus libertatis com a inflição da pena” 
 
Regras: 
a) Interpretação mais favorável ao réu 
b) Absolvição se não há prova suficiente para a condenação 
c) Começo do processo: pro societate (aceitação da denúncia sem certeza da autoria) 
d) Final do processo: pro reo (absolvição por falta de provas) 
 
“Art. 144. CF/88 - A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é 
exercida para a preservação da ordem pública1 e da incolumidade das pessoas e do patrimônio2” 
 
1Preservação da ordem pública = manutenção da ordem 
2Incolumidade das pessoas e do patrimônio = bem comum 
 
 
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Direito Processual Penal João Pedro Castellucci 
INDISPONIBILIDADE DO DIREITO DE DEFESA E A REVELIA NO PROCESSO 
PENAL: 
 
 Existe revelia no Processo Penal. De acordo com o art. 367, CPP, o processo seguirá sem a 
presença do acusado que: citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer 
sem motivo justificado; não comunicar o novo endereço ao juízo, no caso de mudança de residência. 
Contudo, não se pode confundir os efeitos da revelia no Processo Civil e no Processo Penal, no primeiro, 
decretada a revelia presumir-se-ão verdadeiros os fatos alegados pela parte contrária – o Código de 
Processo Civil se satisfaz com a verdade formal, ficta -, já no segundo, o Processo Penal, não há o que 
afirmar sobre tal presunção, uma vez que é consagrado a este gênero processual o Princípio da Verdade 
Real, como também o Princípio da Presunção de Inocência. Destarte, a única consequência da revelia 
no processo penal é a desnecessidade de intimação do acusado para a prática dos demais atos 
processuais, exceção feita à intimação da sentença, que deve ser realizada sob quaisquer circunstâncias 
(CPP, art. 392). 
 Deve-se salientar que, ainda que se decrete a revelia, o processo não ocorrerá sem a 
presença de defensor ao réu. No caso de o mesmo ter nomeado defensor anteriormente, este o será; 
caso não o tenha feito, o juiz nomeará defensor dativo. 
 
“Art. 261. CPP. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem 
defensor.” 
“Art. 263. CPP. Se o acusado não o [defensor] tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o 
seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se, caso tenha 
habilitação. 
Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será obrigado a pagar os honorários do defensor dativo, 
arbitrados pelo juiz.” 
“Art. 367. CPP. O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente 
para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, 
não comunicar o novo endereço ao juízo.” 
“Art. 392. CPP. A intimação da sentença será feita: 
I - ao réu, pessoalmente, se estiver preso; 
II - ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, quando se livrar solto, ou, sendo afiançável 
a infração, tiver prestado fiança; 
III - ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável, ou não, a infração, expedido o mandado de 
prisão, não tiver sido encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça; 
IV - mediante edital, nos casos do no II, se o réu e o defensor que houver constituído não forem 
encontrados, e assim o certificar o oficialde justiça; 
V - mediante edital, nos casos do no III, se o defensor que o réu houver constituído também não for 
encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça; 
VI - mediante edital, se o réu, não tendo constituído defensor, não for encontrado, e assim o certificar o 
oficial de justiça.” 
“Art. 344. CPC. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as 
alegações de fato formuladas pelo autor. ” 
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Direito Processual Penal João Pedro Castellucci 
1.1. Direito Penal: Proteção de bens jurídicos e incriminação de determinadas 
condutas. 
 
 SENTIDO OBJETIVO: Conjunto de normas que descrevem os delitos e estabelecem as 
sanções. 
 SENTIDO SUBJETIVO: O direito de punir do Estado. 
 
Exemplo: 
 
CP, art. 121. Matar alguém: Preceito primário1 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Preceito secundário2 
 
1Descrição da conduta 
2Aplicação da pena 
Norma: Decorrência lógica dos preceitos, no exemplo, não matar. 
 Jus puniendi: "...direito que tem o Estado de aplicar a pena cominada no preceito 
secundário da norma penal incriminadora, contra quem praticou a ação ou omissão descrita no 
preceito primário, causando um dano ou lesão jurídica” (Frederico Marques). 
 LIMITES CONSTITUCIONAIS: 
 
 Legalidade – anterioridade. 
 “Art.5º. XXXV. CF/88. a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou 
ameaça a direito” 
 
Poder Judiciário: lesão ou ameaça a direito. 
Processo: autoridade competente. 
Privação da liberdade: devido processo legal. 
 
DEVIDO PROCESSO PENAL: 
Sistema clássico (modelo tradicional adversarial): Válido para infrações de médio potencial e 
infrações de natureza grave. 
Novo sistema (sistema da conciliação): Válido para infrações de pequeno e médio potencial 
ofensivo; medidas despenalizadoras. 
III. LIDE: FORMAS DE COMPOSIÇÃO 
Crítica: autotutela e composição. Vontade concreta da lei e prejuízo do interesse tutelado pelo 
Direito. 
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Direito Processual Penal João Pedro Castellucci 
 
1. AUTOTUTELA 
 
Conceito: conduta unilateral permitida e moderada pelo Estado. 
Razões: defesa imediata pelo Estado, altruísmo. 
 
Exemplos: 
a. Desforço imediato: “Art. 1.210. CC. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de 
turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser 
molestado. 
§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto 
que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, 
ou restituição da posse. 
§ 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito 
sobre a coisa.” 
 
b. Árvores limítrofes: Art. 1.283. CC. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do 
prédio, poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido. 
 
c. CP: legitima defesa; estado de necessidade. 
 
d. CPP: prisão em flagrante delito 
 
1.1. AUTOCOMPOSIÇÃO: Ofensa ao monopólio estatal da jurisdição - atividades de 
conciliação. 
 
Modalidades: transação, submissão e desistência. 
 
2. MEDIDAS PREVISTAS NOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS (Lei nº 
9.099/95): 
Composição dos danos civis: Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, 
homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no 
juízo civil competente. 
Transação: Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública 
incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação 
imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. 
Suspensão do processo: Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou 
inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, 
poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja 
sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos 
que autorizariam a suspensão condicional da pena. 
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Direito Processual Penal João Pedro Castellucci 
3. PROCESSO: Complexo de atos e relação jurídica. 
 
3.1. Complexo de atos: aplicação da lei aos casos concretos (procedimento). 
 
3.2. Relação jurídica. 
 
3.2.1. Características: 
 
a) Bilateralidade ou Trilateralidade. 
b) autonomia. 
c) caráter público. 
d) caráter instrumental: atuação do direito material. 
 
Indispensável para a imposição de pena: Composição da lide e julgamento de mérito. 
4. SISTEMAS PROCESSUAIS 
 4.1. Inquisitivo; 4.2. Acusatório; 4.3. Misto europeu; 4.4. Sistema pátrio. 
4.1. Inquisitivo 
4.1.1. Principais características: 
 
a) Funções do juiz: acusação, defesa e julgamento 
b) Réu: objeto do processo. 
c) Instauração do processo: oficiosidade. 
d) Juiz permanente e irrecusável. 
e) Prisão processual imediata do investigado: regra. 
f) Diligências visando a descoberta da verdade real. 
g) Ausência de previsão do contraditório (igualdade e liberdade processuais). 
h) Apreciação das provas: arbítrio judicial (sistema tarifado). 
i) Procedimento escrito e sigiloso. 
j) Duplo grau de jurisdição. 
 
4.2. Acusatório 
 
4.2.1. Principais características: 
 
a) Divisão das funções: acusação, defesa e julgamento. 
b) Devido processo legal e princípio acusatório. 
c) Réu: 
 sujeito de direitos. 
 direito a ser informado da acusação. 
d) Legalidade: ação oficial e obrigatória. 
e) Iniciativa da ação penal (ação pública e ação privada). 
f) Iniciativa probatória. 
g) Igualdade entre as partes. 
h) Contraditório e ampla defesa. 
i) Presunção de não culpabilidade. 
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Direito Processual Penal João Pedro Castellucci 
j) Predomina a oralidade. 
k) Publicidade. 
l) Imparcialidade do juiz. 
m) Valoração das provas pelo juiz. 
n) Julgamento em liberdade (em regra). 
o) Correlação entre acusação e sentença. 
p) Duplo grau de jurisdição. 
 
4.2.2. Críticas ao sistema acusatório: 
 
a) Iniciativa da acusação e impunidade. 
b) Facilitação da acusação falsa: ausência de investigação prévia. 
c) Distorções: instrumento de vingança, de ódio, de extorsão, etc. 
d) Ausência de proteção aos mais fracos. 
e) Distorção dos fatos (busca da verdade): juiz impedido de agir. 
f) Destruição de provas. 
g) Corrupção de testemunhas. 
h) Impossibilidade de julgamento pela ausência de provas sérias. 
i) Dificuldade no cumprimento da condenação: fuga do acusado. 
 
 
4.2.3. Acusatório puro (adversary system: contraditório). 
 
a) Imparcialidade: juiz neutro e passivo. 
b) Modelo adversarial: participação ativa apenas das partes. 
c) Juiz e verdade dos fatos: 
 Convocar de ofício testemunhas não arroladas pelas partes. 
 Intervir diretamente na colheita da prova testemunhal. 
 Nomeação de perícia técnica. 
 
4.3. MISTO EUROPEU - Processo moderno. 
 
4.3.1. Sistema acusatório em sua segunda fase histórica: 
Renasce como reação ao sistema inquisitivo (modificado). 
Contexto: França. Século XIII: la court du Roi e os procuradores do Rei. 
Objetivo: evitar o perigo da impunidade. 
A acusação é confiada a um órgão estatal.4.3.2. Desenvolvimento: 
1ª fase: juizado de instrução. Investigação e instrução preparatória (inquisitiva). 
2ª fase: julgamento. 
 
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Direito Processual Penal João Pedro Castellucci 
 
4.4. SISTEMA PÁTRIO: Regras da Constituição Federal do Código de Processo Penal (1988-
1941). 
 
4.4.1. Fases da persecução penal: 
 
1ª fase: investigação criminal - IP, PCI, etc. ("inquisitivo"). 
 
2ª fase: ação penal ("acusatório"). 
Fase judicial: direito de ação e direito de defesa. 
 
4.4.2. Constituição Federal: 
Responsabilidade pela acusação, defesa e julgamento: (iniciativa das partes). 
Princípios constitucionais que regulam o processo penal. 
 
4.4.3. Código de Processo Penal: 
Investigação criminal: ausência de contraditório. 
Procedimento escrito e sigiloso. 
Autoridade Policial: impossibilidade de recusa. 
 
4.4.4. Atividades do Juiz: 
Requisitar instauração de IP. 
Supervisão da investigação criminal. 
Prisão do investigado de ofício ou mediante provocação: 
Conversão de flagrante em preventiva: art. 310. 
Prisão preventiva: CPP, art. 311 (divergências: doutrina e jurisprudência). 
Lei n.º 7.960/89: prisão temporária na fase preliminar. 
 
Necessitam de autorização judicial: investigação criminal e restrições a direitos 
fundamentais. 
 
4.4.5. Sistema processual e CPP: 
Art. 5º, II: requisição de instauração do IP. 
Art. 10, §§ 1º e 3º: atividades das autoridades policial e judicial. 
Art. 16: atividades do MP e judicial. 
Art. 28: arquivamento do IP. 
Art. 39: exercício do direito de representação. 
Art. 127: decretar, de ofício, o sequestro de bens. 
Art. 147: incidente de falsidade. 
Arts. 156, 209 e 212 par. ún.: participação do juiz na produção de provas. 
Art. 196: interrogatório de ofício. 
Art. 225: depoimento antecipado de ofício. 
Art. 311: prisão preventiva. 
Art. 385: pedido de absolvição e reconhecimento de agravantes (proposta: vinculação). 
Art. 497, XI: diligências de ofício. 
Art. 746: reabilitação e recurso de ofício. 
(Arts. 33, 94, 133, 149, 168, 185, § 2º, 383, 384, 413, 417, 426, 554, 750, 755, etc.). 
____________________________________________________________________________________________ 
Direito Processual Penal João Pedro Castellucci 
IV. CONTAGEM DE PRAZOS: 
 
1. CPP X CPC 
 
1.1. CPC: Contagem em dias úteis, portanto não conta: sábado, domingo e feriados. 
“Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os 
dias úteis. 
 Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais.” 
1.2. CPP: Contagem em dias corridos, portanto conta: sábado, domingo e feriados 
“Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo 
por férias, domingo ou dia feriado. 
 § 1o Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.” 
 
2. DIREITO MATERIAL(substantivo) X DIREITO FORMAL(processual) 
 
Material: É a lei, no caso, o Direito Penal 
Formal: É como aplicar a lei, no caso, o Processo Penal 
 
Obs. 1. Em caso de alteração de prazo processual, a aplicação será imediata. 
 
CP: Inclui o dia do começo e exclui o dia do final. 
CPP: Exclui o dia do começo e inclui o dia do final. 
 
Obs. 2. Não é porque um artigo está no CPP, que esse será direito processual, a essência da norma 
que dirá se é formal ou material. 
 
V. PRINCÍPIOS JURÍDICOS 
“sem dúvida significam os pontos básicos, que servem de ponto de partida ou de elementos vitais 
do próprio Direito. Indicam o alicerce do Direito” (De Plácido e Silva).” 
 
1. DIREITOS E GARANTIAS 
 
 Direitos são normas que declaram a existência de interesse, portanto, são normas 
declaratórias (materiais). Garantias são normas que asseguram o exercício do interesse, 
portanto, são normas assecuratórias(processuais). 
 
DIREITO REMÉDIO CONSTITUCIONAL 
Liberdade Habeas corpus 
Líquidos e certos não amparados por HC Mandado de segurança 
Informação Habeas data 
 
 
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Direito Processual Penal João Pedro Castellucci 
 
2. NORMAS: PRINCÍPIOS E REGRAS 
 
Robert Alexy (Dimensão de peso) x Ronald Dworkin (Tudo ou nada): 
 
“Pode-se dizer que Robert Alexy faz uma leitura axiológica do ordenamento jurídico enquanto 
Ronald Dorkin faz uma leitura deontológica desse mesmo ordenamento jurídico. O primeiro 
concebe os princípios como valores e defende que a solução de eventuais conflitos entre eles 
deve ser feito mediante a aplicação do princípio da proporcionalidade, com uso de 
ponderação de bens. Já Dworkin entende que o conflito aparente entre princípios é um conflito 
entre normas jurídicas e, como tal, deve ser resolvido mediante o reconhecimento do caráter 
deontológico dos princípios, tendo em vista o caso concreto e considerando o direito em sua 
integridade.” 
 
Axiologia = estudo de valores 
Deontologia = estudo de deveres 
 
3. CONFLITO ENTRE REGRAS (regras comuns de interpretação; aplicação das leis) 
 
a) lei especial derroga a lei geral (princípio da especialidade). 
b) a lei posterior afasta a anterior (princípio da posterioridade). 
c) a norma superior prepondera sobre a norma inferior (princípio da hierarquia). 
 
4. DEVIDO PROCESSO LEGAL 
 
“Art. 5º, LIV. CF/88. ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo 
legal” 
 
a) não culpabilidade; 
b) juiz natural/juiz competente; 
c) contraditório/ampla defesa (recursos).; 
d) igualdade processual. 
 
5. PRESUNÇÃO DE NÃO CULPABILIDADE 
 
 “Art. 5º, LVII. CF/88. ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença 
penal condenatória” 
 
a) prisão sem sentença com trânsito em julgado. 
b) apelação em liberdade: direito público subjetivo de natureza constitucional. 
c) STF: mudança no entendimento da Corte: HC 126.292 (17/2/2016). 
 
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Direito Processual Penal João Pedro Castellucci 
 
6. JUIZ NATURAL 
 
“Art. 5º, XXXVII. CF/88. não haverá juízo ou tribunal de exceção.” 
“Art. 5º, LIII. CF/88. ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente.” 
 
6.1. Efeitos 
a) Criação de órgãos para o julgamento de pessoas ou fatos determinados. 
b) Designação de juiz para julgamento de pessoas ou fatos determinados. 
 
6.2. Exceções: 
 
a) Modificações de competência; 
b) Prorrogação de competência; 
c) Substituições; 
d) Desaforamento; 
 
7. PROMOTOR NATURAL 
 
“Art. 28. CPP. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer 
o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso 
de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de 
informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do 
Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só 
então estará o juiz obrigado a atender.” 
 
Conflita com o Princípio da Indivisibilidade: 
 
 Aos que defendem o Princípio do Promotor Natural, o art. 28, do CPP é o fundamento 
utilizado, porém, ainda que o artigo mencione a troca do órgão do Ministério Público - a título de 
exemplo, a substituição de um promotor de justiça por outro - a troca de membro não traz ao 
processo nenhuma alteração, uma vez que sendo o Ministério Público é uno e indivisível e 
porquanto autoriza a substituição de seus membros no processo.Ademais, o membro do 
Ministério Público atua em nome do órgão e não em seu próprio nome. 
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Direito Processual Penal João Pedro Castellucci 
8. IMPARCIALIDADE DO JUIZ. 
Independência: um dos atributos da imparcialidade. 
 
Garantias: vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos. 
Restrições (CF, art. 95): 
a) exercício de outro cargo ou função (salvo uma de magistério); 
b) recebimento de custas ou participação em processo; 
c) atividade político-partidária; 
d) suspeição e impedimento. 
9. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO. 
 
“Art. 5º, LV. CF/88. Aos litigantes em processo judicial ou administrativo, e aos acusados 
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes.” 
 
a) Colheita dos elementos probatórios com participação das partes; 
b) Contraditório diferido (postergado). 
 
10. PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA E A PLENITUDE DE DEFESA 
 
 “A Constituição Federal de 1988 prevê no artigo 5º , inciso XXXVIII, alínea a e no 
mesmo artigo, inciso LV, a plenitude de defesa e a ampla defesa, respectivamente. Não 
se confunde uma e outra, a primeira é muito mais abrangente do que a segunda. 
 A plenitude de defesa é exercida no Tribunal do Júri, onde poderão ser usados todos 
os meios de defesa possíveis para convencer os jurados, inclusive argumentos não 
jurídicos, tais como: sociológicos, políticos, religiosos, morais etc. Destarte, em respeito a 
este princípio, também será possível saber mais sobre a vida dos jurados, sua profissão, 
grau de escolaridade etc.; inquirir testemunhas em plenário, dentre outros. 
 Já a ampla defesa, exercida tanto em processos judiciais como em administrativos, 
entende-se pela defesa técnica, relativa aos aspectos jurídicos, sendo: o direito de trazer 
ao processo todos os elementos necessários a esclarecer a verdade, o direito de omitir-se, 
calar-se, produzir provas, recorrer de decisões, contraditar testemunhas, conhecer de 
todos atos e documentos do processo etc.” 
 
11. FALTA DE DEFESA X DEFICIÊNCIA DE DEFESA (súmula 523, STF) 
 
Falta de defesa: nulo; gera a nulidade absoluta 
Deficiência de defesa: anulável; anula apenas se houver prejuízo ao réu. 
 
12. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO 
 
 Não é garantia, mas sim um princípio implícito na Constituição Federal, está também 
previsto no Pacto de San José da Costa Rica. 
 
 
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Direito Processual Penal João Pedro Castellucci 
13. IGUALDADE DAS PARTES. 
 
a) Decorrência do princípio do contraditório. 
b) Igualdade de direitos, deveres, ônus, faculdades e obrigações. 
 
 Objetivo: assegurar o equilíbrio entre as partes. 
 
Permite-se somente ao réu (favor rei): 
 
a) direito de punir e direito de liberdade: interpretação mais favorável ao réu (in dubio pro 
reu). 
b) absolvição se não há prova suficiente para a condenação: CPP, art. 386, VII. 
c) embargos infringentes ou de nulidade (matéria processual): CPP, art. 609. 
d) revisão criminal: arts. 621 a 631. 
e) recurso somente por parte do réu e reformatio in pejus: CPP, art. 617. 
 
14. INICIATIVA DAS PARTES (Princípio Dispositivo) 
 
 Não há juiz sem autor: arts. 24, 28 e 30. 
 nemo judex sine actore e ne procedat judex ex officio. 
 
Efeitos: 
a) iniciativa da ação penal pública e da ação penal privada. 
b) arquivamento do inquérito: homologação/remessa ao PGJ. 
c) procedimento ex officio (juiz e autoridade policial): CF, art. 129, I. 
d) limites do pedido (ne eat judex ultra petita partium). 
e) definição jurídica diversa (CPP, art. 383): não configura julgamento ultra petita. 
f) aditamento da denúncia (CPP, art. 384). 
 
15. PUBLICIDADE. 
 
Constituição Federal: 
- art. 5º, LX: defesa da intimidade e do interesse social 
- art. 37: da administração pública. 
- art. 93, IX: Poder judiciário. 
CPP, art. 792, § 1º. 
 
Publicidade popular (modelo acusatório): os atos processuais são públicos. 
Publicidade absoluta: qualquer pessoa pode assistir as audiências, as sessões e os demais atos 
processuais (CPP, art. 792). 
Publicidade restrita: limitada às partes, defensores e número restrito de pessoas. 
 
 
“Art. 5º, LX. CF/88. A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da 
intimidade ou o interesse social o exigirem;” 
 
“Art. 37. CF/88. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte.” 
 
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Direito Processual Penal João Pedro Castellucci 
 
“Art. 93, IX. CF/88. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em 
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a 
preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à 
informação; “ 
 
“Art. 792. CPP. As audiências, sessões e os atos processuais serão, em regra, públicos e se realizarão 
nas sedes dos juízos e tribunais, com assistência dos escrivães, do secretário, do oficial de justiça que 
servir de porteiro, em dia e hora certos, ou previamente designados. 
 § 1o Se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato processual, puder resultar escândalo, 
inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou o tribunal, câmara, ou turma, 
poderá, de ofício ou a requerimento da parte ou do Ministério Público, determinar que o ato seja 
realizado a portas fechadas, limitando o número de pessoas que possam estar presentes.” 
 
16. PROVAS ILÍCITAS E PROVAS ILEGAIS 
 
“Art. 157. CPP. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim 
entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.” 
 
 A prova ilícita não é nula e também não é anulável. Ela deve ser excluída, desentranhada 
do processo; não pode ser aproveitada; ela é inadmissível. Exemplos: tortura, quebra de sigilo. 
 
 As provas ilegais estão relacionadas com o Direito Processual; podem ser anuladas se 
causarem prejuízo ao réu. Exemplo: perito inimigo do réu. 
 
17. EXCLUSIVIDADE DAS PROVAS 
 
“Art. 155. CP. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório 
judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos 
na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.” 
 
VI. SÚMULAS 
 
STF - SÚMULA 523: NO PROCESSO PENAL, A FALTA DA DEFESA CONSTITUI 
NULIDADE ABSOLUTA, MAS A SUA DEFICIÊNCIA SÓ O ANULARÁ SE HOUVER PROVA 
DE PREJUÍZO PARA O RÉU. 
STF - SÚMULA 705: A RENÚNCIA DO RÉU AO DIREITO DE APELAÇÃO, MANIFESTADA 
SEM A ASSISTÊNCIA DO DEFENSOR, NÃO IMPEDE O CONHECIMENTO DA APELAÇÃO 
POR ESTE INTERPOSTA. 
STF - SÚMULA 708: É NULO O JULGAMENTO DA APELAÇÃO SE, APÓS A 
MANIFESTAÇÃO NOS AUTOS DA RENÚNCIA DO ÚNICO DEFENSOR, O RÉU NÃO FOI 
PREVIAMENTE INTIMADO PARA CONSTITUIR OUTRO. 
STJ - SÚMULA 522: A CONDUTA DE ATRIBUIR-SE FALSA IDENTIDADE PERANTE 
AUTORIDADE POLICIAL É TÍPICA, AINDA QUE EM SITUAÇÃO DE ALEGADA 
AUTODEFESA (25/03/2015).

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