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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA PARASITOLOGIA VETERINÁRIA O QUE É PARASITO: -Parasito é um ser vivo de menor porte que vive associado a outro ser vivo de maior porte (hospedeiro), sempre dependendo deste para seu abrigo, alimentação e reprodução. Parasito � organismo agressor Hospedeiro � organismo agredido -Normalmente, parasito e hospedeiro vivem em equilíbrio uma vez que a doença no hospedeiro irá comprometer a sobrevivência do parasito. Entretanto, condições adversas podem ocorrer, principalmente no que diz respeito à sanidade ambiental, fazendo com que este equilíbrio da relação parasito-hospedeiro seja comprometido e conseqüentemente com que a doença clínica ocorra. PRINCIPAIS CONCEITOS UTILIZADOS EM PARASITOLOGIA *AGENTE ETIOLÓGICO - É o agente causador ou responsável pela origem da doença. Ex: vírus, bactéria, fungo, protozoário e helmintos. *EPIDEMIOLOGIA - É o estudo da distribuição e dos fatores determinantes da freqüência de uma doença. *HOSPEDEIRO - É o organismo que alberga o parasito. Ex: Ascaris suis - suíno. �Hospedeiro Definitivo (HD)- apresenta o parasito em fase de maturidade ou de atividade sexual. �Hospedeiro Intermediário (HI) - alberga o parasito em fase larval ou assexuada. �Hospedeiro Paratênico ou de transporte- é o HI no qual o parasito ñ sofre desenvolvimento, mas permanece encistado até ser ingerido pelo HD. *NICHO ECOLÓGICO – espaço onde vivem os organismos, incluindo os alimentos que utilizam, as atividades que desenvolvem, suas relações com outros seres, seus hábitos e maneiras de reagirem às condições ambientais. Em cada nicho encontramos apenas uma espécie, mas o mesmo nicho pode ser ocupado em lugares diferentes por espécies diferentes. Ex: Na Europa o Ancylostoma duodenale é parasito do intestino delgado do homem (nicho). No Brasil este mesmo nicho é ocupado pela espécie Ancylostoma brasiliensis. *PARASITEMIA - Indica a carga parasitária no sangue do Hospedeiro. *PARASITISMO - Associação entre seres vivos, onde existe unilateralidade de benefícios, sendo um dos associados prejudicado pela associação. *PARASITO ACIDENTAL - É o que parasita hospedeiro Diferente do habitual. Ex: Dipylidium caninum parasitando crianças. *PARASITO FACULTATIVO - É o que pode viver parasitando ou não outro hospedeiro. Ex: larvas de Sarcophagidae. *PARASITO OBRIGATÓRIO- É aquele incapaz de viver fora do hospedeiro. Ex: Toxoplasma gondii. *PARASITO HETEROXÊNICO - Possui um HD e outro(s) HI. *PARASITO MONOXÊNICO - Possui apenas o HD. *PATOGENIA OU PATOGÊNESE - Mecanismo pelo qual o agente infeccioso provoca as lesões no hospedeiro. Ex: A maioria dos helmintos provoca lesões nos locais em que se fixam no aparelho digestivo. *PATOGENICIDADE - É a habilidade do agente infeccioso em provocar lesões. *PATOGNOMÔNICO - Sinal ou sintoma característico de uma doença. Ex: o sinal de Romanã é típico da doença de Chagas. *PERÍODO DE INCUBAÇÃO - É o período decorrente entre o início da infecção e o aparecimento dos primeiros sinais clínicos. *PERÍODO PRÉ-PATENTE - É o período que decorre entre a infecção e o aparecimento das primeiras formas detectáveis do agente infeccioso. Ex: No Schistosoma. mansoni o período entre a penetração da cercária até o aparecimento de ovos nas fezes é de 43 dias. *PROFILAXIA - É o conjunto de medidas que visam a prevenção, erradicação ou controle das doenças ou fatores prejudiciais aos seres vivos. *RESERVATÓRIO - São o homem, os animais, as plantas, o solo e qualquer matéria orgânica inanimada onde vive e se multiplica o agente infeccioso. *SINANTROPIA - É a habilidade de certos animais silvestres (mamíferos, aves e insetos) de freqüentar habitações humanas, normalmente resultante de uma alteração ou destruição do habitat natural desses animais (desmatamento, queimadas, etc...). *VETOR - É um artrópode, molusco ou outro veículo que transmite o parasito entre dois hospedeiros. � Vetor Mecânico - quando o parasito não se multiplica e nem se desenvolve no vetor, este simplesmente servindo de transporte. � Vetor Biológico - quando o parasito se multiplica ou se desenvolve no vetor. ZOONOSE - Doenças e infecções que são naturalmente transmitidas entre animais vertebrados e o homem. � Zooantroponose - doença primária do homem que pode ser transmitida aos animais. Ex: Equistossomose no Brasil. � Antropozoonose - doença primária de animais e que pode ser transmitida ao homem. Ex: Brucelose ASPECTOS DA RELAÇÃO PARASITO-HOSPEDEIRO: ORIGEM DO PARASITISMO: -Os seres vivos na natureza apresentam grande inter-relacionamento que varia desde uma colaboração mútua (simbiose) até o parasitismo e canibalismo. Parasitismo Ocorreu quando na evolução de uma dessas associações, um organismo menor (parasita) se beneficiou do seu hospedeiro. (Proteção, obtenção de alimento) Relação unilateral. Evolução Adaptação Melhor relacionamento Parasito-Hospedeiro TIPOS DE ADAPTAÇÕES -As principais mudanças e adaptações: � Morfológicas -Degenerações: Ex: Tubo digestivo dos Cestodas. -Hipertrofia: Em órgão de fixação e reprodutivos. Ex: ventosas dos helmintos. � Biológicas -Alta capacidade reprodutiva. Ex: produção de grande quantidade de ovos. -Tipos diversos de reprodução = Hermafroditismo, partenogênese, polienbrionia. -Resistência à agressão do hospedeiro: Ex: produção de enzimas neutralizantes. -Tropismos: facilitam a propagação, reprodução ou sobrevivência do parasito. TIPOS DE ASSOCIAÇÕES ENTRE OS ANIMAIS -Na busca da sobrevivência o indivíduo irá buscar a melhor forma de obter alimento e abrigo, obrigando muitas espécies a conviver em um mesmo ambiente e conseqüentemente a desenvolverem formas variadas de associação e interação. Neste sentido pode ser observada desde a indiferença ou neutralismo, até a competição ou predatismo; ou, se as ações encaminham-se em outro sentido, até a cooperação, o comensalismo, o mutualismo e a simbiose. -Essas associações podem ser: �HARMÔNICAS: quando ocorre benefício mútuo ou ausência de prejuízo. Além disso, são relações temporárias nas quais uma espécie não depende necessariamente da outra. � Foresia = É uma associação em que uma espécie fornece à outra suporte, abrigo ou transporte. Ex: Dermatobia hominis (berne) e insetos foréticos; rêmoras e tubarões. � Comensalismo = indica um tipo de associação bastante frouxa onde apenas um dos associados tira proveito da convivência para melhorar as suas condições alimentares, enquanto o outro não se beneficia e nem sofre nenhum tipo de prejuízo. � Mutualismo = Interações nas quais ambos interagentes se beneficiam. Exemplos: polinização, flora intestinal de herbívoros. Pode ser facultativo ou obrigatório. �DESARMÔNICAS: quando há prejuízo para alguns dos participantes. �Competição = Interação na qual um organismo é prejudicado por outro, como resultado do uso de um mesmo recurso limitado e essencial para ambos. Ocorre dentro de um mesmo nicho ecológico. � Predatismo = Interação na qual um organismo se alimenta de outro (inteiro ou apenas de uma parte), na qual o segundo organismo está vivo quando atacado. (Vivo para não confundir com necrofagia.). Exemplos: falcão e passarinho, lagarta e planta. � Canibalismo = é uma forma de predadismo, contudo entre indivíduos da mesma espécie. � Parasitismo PARASITISMO -Tipo de associação entre seres vivos de espécies diferentes, onde existe unilateralidade de benefícios, ou seja, o hospedeiro é espoliado pelo parasito, pois fornece alimento e abrigo para este. -Doença parasitária é um acidente que ocorredevido a um desequilíbrio entre o parasito e o hospedeiro”. -Ação dos parasitos sobre o hospedeiro: *Ação Espoliativa � Ex: Hematofagismo dos triatomídeos e outros insetos. *Ação Tóxica � Ex: Certos helmintos produzem metabólitos alergênicos. *Ação Mecânica � Ex: Adultos de Fasciola hepática obstruindo o canal biliar. *Ação Traumática � Ex: Lesão hepática produzida pela migração das larvas de F. hepatica. *Ação Irritativa � Ex: A ação irritativa das ventosas dos cestódeos. *Ação Enzimática � Ex: Produção de enzimas que auxiliam por ex. na penetração do parasito. *Anóxia � Ex: Consumo do O2 da hemoglobina pelo parasito ou anemia. CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS -CLASSIFICAÇÃO = Ordenação dos seres vivos em classes baseando-se em vários aspectos de sua biologia e morfologia. -NOMENCLATURA = Aplicação de nomes distintos a cada uma dessas classes. -TAXONOMIA = É o estudo teórico da classificação (principais normas e regras). Espécie = Coleção de indivíduos que assemelham-se tanto entre si como os seus ascendentes e descendentes. Subespécies = Quando alguns indivíduos de determinada espécie destacam-se do resto do grupo por apresentarem característica(s) excepcional(s) ou um conjunto de pequenas diferenças que se perpetua(m) nas gerações seguintes. Gênero = Várias espécies com características comuns para reuni-las num grupo. Família = Agrupamento de vários gêneros com características comuns. Ordem Classe Filo Reino Tendência ao equilíbrio Ação do Parasita Resistência do Hospedeiro Natural O grau de intensidade da doença � Nº. Formas infectantes � Patogenicidade do parasita � Condições físicas do hospedeiro � Resposta imune do hospedeiro Ex: Fasciola Hepática Reino: Animal Filo: Plathyelminthes Classe: Trematoda Ordem: Prosostomata Família: Fasciolidae Gênero: Fasciola PRINCIPAIS REGRAS DE NOMENCLATURA ZOOLÓGICA: � A nomenclatura das espécies deve ser latina e binominal (2 palavras: 1ª designa o gênero e deve ser escrita com a primeira letra em maiúsculo; a 2ª designa a espécie e é escrita em minúsculo) Ex: Fasciola hepatica � O nome das espécies deve ser escrito em itálico ou com letras grifadas. � Quando a espécie possuir uma sub espécie, essa palavra virá em seguida à da espécie, sem nenhuma pontuação. Ex: Culex pipiens fatigans � Quando a espécie possuir um subgênero, este virá interposto entre o gênero e a espécie, separado por parênteses. Ex: Anopheles (Kerteszia) cruzi As categorias tribo, subfamília, família e superfamília são escritas baseadas no gênero-tipo e acrescentando- se uma desinência própria. Ex: Gênero-tipo: Culex Tribo - acrescenta-se ini - Culicini Subfamília - acrescenta-se inae - Culicinae Família - acrescenta-se idae - Culicidae Quando vai se descrever uma espécie, seu nome deve ser simples e elucidativo. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO FILO PLATYHELMINTHES PRINCIPAIS CLASSES DE INTERESSE MÉDICO-VETERINÁRIO: -Classe Trematoda Ex: Fasciola hepatica -Classe Cestoda Ex: Taenia solium MORFOLOGIA E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: -Corpo em geral comprimido dorso ventralmente *Monóicos - Achatado em forma de folha (Trematódeos) *Dióicos - corpo em forma de fita e segmentado (Cestódeos) -São geralmente indivíduos Hermafroditas nos quais se verifica a auto fertilização. -Possui ventosas para a fixação aos tecidos dos hospedeiros, indicando uma adaptação à vida parasitária. *Cestódeos � rostelo (auxilia a fixação) -Sistema digestivo pouco desenvolvido. *Cestódeos � Ausente (nutrientes absorvidos pela parede do corpo do parasita). *Trematódeos�Incompleto TIPO DE CICLO BIOLÓGICO: -Classe Trematoda Monoxeno: ciclo direto (ñ utiliza HI) Heteroxeno: utilizam 1 ou + HI -Classe Cestoda: utilizam 1 ou + HI PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AS CLASSES: Trematoda Cestoda *Corpo em forma de folha e ñ segmentado. *Tubo digestivo geralmente incompleto. *Corpo em forma de fita e segmentado. *Tubo digestivo ausente. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA CLASSE TREMATODA -São vermes achatados em forma de folha e, às vezes, cilíndricos ou piriformes. -Possuem o tegumento desprovido de cílios. -Tubo digestivo incompleto (sem ânus). -Normalmente possuem ventosas para auxiliar a fixação no corpo dos hospedeiros. -O ciclo evolutivo pode ser direto ou indireto, havendo, no último caso, obrigatoriamente, passagem por um hospedeiro intermediário (normalmente molusco). As espécies de interesse médico veterinário evoluem-se através do ciclo indireto. REVESTIMENTO EXTERNO: -Resistente à ação da Tripsina e está associado à respiração e à absorção de substâncias nutritivas. -O revestimento é formado por duas principais camadas: •Região citoplasmática distal (anucleada). •Região citoplasmática perinuclear. SISTEMA DIGESTIVO: -Pouco desenvolvido. -Constituído normalmente por boca, faringe, esôfago e dois cecos. -Em geral não possui ânus. SISTEMA EXCRETOR: -Sistema excretor é constituído por células excretoras (células em flama ou solenócitos), dois tubos excretores e uma vesícula excretora que se comunica com o exterior por meio do poro excretor. ÓRGÃOS DE FIXAÇÃO: -São representados por ventosas e rostelos. -Mais importantes: Ventosa oral, Ventosa ventral ou acetábulo, Ventosa genital SISTEMA VASCULAR: -Constituído por dois ou mais tubos longitudinais de cada lado e por vários capilares (transporte dos nutrientes). SISTEMA NERVOSO: -Sistema primitivo composto por dois gânglios cerebrais e um plexo submuscular. SISTEMA REPRODUTIVO: -Com raras exceções são Hermafroditas, sendo os órgãos reprodutivos os mais desenvolvidos. -Sistema Reprodutivo Masculino: constituído de testículos, canais eferentes, canal deferente, vesícula seminal, canal ejaculador, pênis ou cirro, glândulas prostáticas e bolsa de cirro. -Sistema Reprodutivo Feminino: constituído de ovário, oviduto, receptáculo seminal (acúmulo de espermatozóides que sobem pelo útero), oótipo (parte modificada do oviduto onde os óvulos tomam forma definida), útero e glândulas anexas (glândula de Menhlis e glândulas vitelínicas). A fertilização irá ocorrer no oótipo ou nas suas proximidades. CICLO BIOLÓGICO: -Enquanto um ovo de nematóide pode desenvolver-se apenas em 1 (um) adulto, um ovo de trematóide pode dar origem a centenas de adultos. -Trematódeos monogenéticos = ciclo direto sem HI. -Trematódeos digenéticos = ciclo indireto c/ alternância de hospedeiro e de processo de multiplicação -Nos Hospedeiro Intermediário, os parasitas em suas formas larvárias, se multiplicam assexuadamente. *Quando existe apenas 1, este normalmente é representado por um molusco. *Mais HI� 1o é um molusco e o 2o outro molusco, um artrópode ou um vertebrado. -O Hospedeiro Definitivo geralmente é um vertebrado no qual se dá o processo sexual de formação dos ovos. -Principais formas evolutivas: *Ovo: Constituído por uma célula ovariana fecundada e por várias células vitelínicas. São eliminados juntos com as fezes, urina ou secreções brônquicas dos HD. Os ovos após eclodirem, dão origem a larvas ciliadas denominadas miracídios. *Miracídio: É a primeira forma evolutiva após a eclosão dos ovos, correspondendo a uma larva primária ciliada. Apresenta normalmente o corpo em forma de pêra ou cilíndrico, sendo coberto de placas epidérmicas variadas. É provido de glândulas de penetração que secretam enzimas próprias. Após a eclosão dos ovos na água, o miracídio irá se locomover atravésdo batimento dos cílios, à procura de um HI (molusco) onde irá iniciar sua próxima fase de desenvolvimento. Ao penetrar no HI, o miracídio perde o epitélio ciliado, as glândulas de penetração e se transforma em um corpo alongado, denominado esporocisto-mãe. *Esporocisto-mãe: Contém várias células germinativas que se multiplicam por mitose, formando bolsas germinativas. Através de substâncias nutritivas provenientes do HI, as bolsas germinativas aumentam de tamanho dando origem a uma segunda geração de esporocistos (esporocistos-filho) ou a uma próxima geração de larvas, denominadas rédias. No ciclo de algumas espécies, os esporocistos originam diretamente as cercárias, sem ocorrência da fase de rédia, como é o caso de parasitas que utilizam apenas um HI. *Rédias: Caracterizam-se por se apresentarem como uma estrutura alongada, com 2 ou 4 projeções em forma de broto. Da mesma forma que os esporocistos, possuem células e bolsas germinativas que irão se desenvolver em uma segunda geração de rédias (rédias-filhas) ou em uma próxima geração de larvas, denominadas cercárias. *Cercárias: Morfologicamente possuem corpo, cauda e uma ou duas ventosas. Após completado o desenvolvimento, as cercárias podem seguir os seguintes caminhos: �. As cercárias saem do corpo do HI diretamente para a água, onde nadam ativamente até encontrarem o HD. A penetração direta no HD ocorre através da pele. �. As cercárias abandonam o HI� e penetram em um segundo HI (HI�) ou em plantas, onde irão se encistar dando origem a uma forma vegetativa denominada metacercárias. -A contaminação do HD irá ocorrer, desta forma, pela penetração direta da cercária através da pele ou pela ingestão de HI ou plantas contendo a Metacercária. -No corpo do HD as cercárias perdem a cauda e as glândulas de penetração, atingem a circulação sanguínea e migram até os sítios de fixação, onde alcançam a maturidade sexual e iniciam a produção de ovos. PRINCIPAIS FAMÍLIAS DE INTERESSE MÉDICO-VETERINÁRIO: SUB CLASSE DIGENEA ORDEM PROSOSTOMATA Sub Ordem Distomata Família Fasciolidae Ex: Fasciola hepatica Família Dicrocoelidae Ex: Eurytrema coelomaticum Sub Ordem Strigeata Família Eucotilidae Ex: Schistosoma mansoni Miracídioo Ovo Cercária Fasciola hepatica CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA: (1) Filo Platyelminthes (2) Classe Trematoda (3) Ordem Prosostomata (4) Família Fasciolidae PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: -Trematódeo parasita de canais biliares de ovinos, caprinos, suínos e outros animais, inclusive silvestres. Acidentalmente, parasita o homem. As formas imaturas são encontradas no fígado e na cavidade peritoneal. -Causa uma doença conhecida por Fasciolose. -Tem como hospedeiro intermediário (HI) o caramujo do gênero Lymnaea sp. -Além de ser um problema de saúde pública, pois pode acometer o homem, a Fasciolose é responsável por consideráveis prejuízos na economia nacional: *� Índice de Mortalidade *� Produtividade dos animais doentes (� Taxa de crescimento, � produção de leite, � produção de lã). *Condenação de vísceras (fígados) durante a inspeção nos matadouros. *Gastos com medidas de controle e com o tratamento dos animais acometidos. -A Fasciola hepatica é encontrada em quase todos os países do mundo, particularmente em zonas alagadiças e sujeitas a inundações, onde existe o hospedeiro intermediário. -É uma doença comum em muitas áreas do RS, SC e PR e em algumas áreas de SP e RJ. Em MG, já foram verificados focos desta parasitose principalmente na região Sul. Além disso, a Fasciolose encontra-se em expansão pelo território brasileiro. O aparecimento de casos de Fasciolose em áreas anteriormente livres está principalmente ligado ao baixo controle de trânsito animal, ao aumento do número de animais susceptíveis devido à intensificação da pecuária e à presença do Hospedeiro intermediário (Caramujo das espécies Lymnaea columela e L. cubensis). Essas situações ocorrem com crescente prevalência em algumas áreas de Minas Gerais. -Em regiões endêmicas a prevalência de Fasciolose nos animais é superior a 40%, podendo chegar a 100%. MORFOLOGIA: O PARASITO: -Verme adulto mede 20 a 30 mm de comprimento por 13 mm de largura. É hermafrodita. -Corpo achatado em forma de folha, de coloração vermelho castanha e c/ tegumento coberto por espinhos. -São hermafroditas, possuindo testículos e ovários ramificados. As glândulas vitelogênicas ocupam os campos laterais e posterior do corpo. Úteros e ovários anteriores aos testículos. O poro genital localiza-se na linha mediana longitudinal, entre o acetábulo e a bifurcação do esôfago. -Possui faringe desenvolvida, esôfago curto e ceco longo e ramificado. -Como característica específica, possui cone cefálico caracterizado por uma projeção cônica anterior. -Os ovos são operculados e castanhos. CICLO BIOLÓGICO: -Os parasitas adultos localizam-se nos canais biliares dos Hospedeiros Definitivos onde irão produzir ovos => Os ovos são expulsos junto com as fezes porém só se desenvolvem quando em contato com a água. Após 15 dias, estando a temperatura, luminosidade e umidade favoráveis, os ovos irão eclodir liberando na água, a larva do tipo Miracídio. => O miracídio irá penetrar ativamente na pele do Hospedeiro Intermediário (Caramujo do gênero Lymnaea) => Nos pulmões do HI, o miracídio irá perder os cílios e se diferenciar em esporocisto de 1ª geração os quais irão se multiplicar dando origem a uma primeira geração de rédias (5 ou 8 rédias). Em determinadas regiões pode ocorrer uma segunda geração de rédias. -Ainda no HI, as rédias irão se multiplicar, originado as cercárias (larvas providas de cauda) que irão abandonar o corpo dos HI e se encistar no ambiente. A larva encistada recebe o nome de Metacercária que após 15 dias se torna infectante. As cercárias só deixam o molusco quando a temperatura da água está compreendida entre 9 a 26ºC, e o processo independe de luz. O principal estímulo para a emergência das cercárias é a água limpa. -A infecção ocorre quando o Hospedeiro Definitivo ingere as Metacercárias encistadas presentes na água ou na vegetação que margeia os córregos, rios ou lagoas. No Hospedeiro Definitivo a metacercária irá se desencistar, liberando as larvas que atravessam a parede intestinal => cavidade peritoneal => fígado => adultos nos canais biliares. -O PPP varia de 60 a 90 dias. -Os adultos produzem de 3.000 a 7.000 ovos por dia. PATOGENIA E SINTOMAS: -A Forma Aguda ocorre principalmente devido à migração das larvas pelo parênquima hepático (2 a 6 semanas após a infecção). É comum quando o animal se infecta com uma grande quantidade de metacercárias (> 2.000). Os ovinos são menos resistentes à forma aguda e apresentam basicamente os seguintes sintomas: *Hemorragias hepáticas c/ fibrose após a migração do parasita. *Ocorrência de lesões necróticas (toxinas liberadas pelos parasitas). *Animais apresentam anorexia, apatia, dor abdominal e palidez de mucosas. *O fígado encontra-se aumentado de volume, hepatomegalia. *Febre *Eosinofilia *A mortalidade é de 10 a 15% dos animais acometidos. *Necropsia: fígado dilatado, hemorrágico e dividido em forma de favos pelo trajeto dos trematóides migrantes. -A Forma Subaguda ocorre devido à ingestão de menor quantidade de metacercárias por períodos mais prolongados. Neste caso, tanto a migração larval no parênquima hepático como a presença do adulto nos ductos biliares é responsável pelo quadro patogênico (6 a 10 semanas após a infecção). Acomete também com maior freqüência,os ovinos. *As larvas causam lesões menos graves, porém semelhantes à forma aguda *Colangite �ação traumática dos adultos na parede dos ductos hepáticos e biliares. *Anemia Hemorrágica e hipoalbuminemia => palidez de mucosa e edemas. *Necropsia: fígado dilatado c/ numerosos trajetos necróticos na superfície e no parênquima. Em geral observam-se hemorragias subcapsulares, mas sua ruptura é rara. -A Forma Crônica ocorre principalmente devido à presença do parasita adulto nos canais biliares (4 a 5 meses após a infecção). Acomete com maior freqüência os animais mais jovens (3 meses a 2 anos de idade), sendo assintomática nos adultos. Os bovinos são menos resistentes à forma aguda e apresentam basicamente os seguintes sintomas: *O parasita é hematófago causando hemorragias nos ductos biliares => anemia => hipoalbuminemia => edema submandibular. *Palidez de mucosa devido ao quadro de anemia. *Colangite (inflamação nos ductos). *Perda de peso, letargia, baixa produção de leite e lã. *Necropsia observa-se fibrose hepática e colangite hiperplásica. -A cercária pode atingir os pulmões durante a migração hepática com formação de cistos de ~ 1 cm de diâmetro. -Como as infecções são simultâneas, os animais apresentam a doença aguda e crônica ao mesmo tempo, porém, os bovinos são mais susceptíveis à forma crônica e os ovinos à forma aguda. EPIDEMIOLOGIA: -Alguns fatores irão atuar, favorecendo a ocorrência das infecções e das manifestações clínicas por Fasciolose: Temperatura e Umidade: *Os dados relativos à Fasciolose correspondem a estudos feitos na região Sul do Brasil onde se observa a doença com mais freqüência (> umidade). *O limite de temperatura para o desenvolvimento dos ovos e larvas de Fasciola hepática e do HI varia entre 10 a 13ºC. No inverno do Sul (� Temperaturas) o desenvolvimento do parasita interrompe. *Na seca o parasita e o HI entram em estivação ou hibernação. *No Sul, a maior ocorrência de Fasciolose é verificada nos meses de agosto a novembro (final do inverno e início da primavera), após um aumento na população de HI e de metacercárias e conseqüentemente da taxa de infecção dos animais. No sudeste a doença acomete os animais principalmente em meados do verão (Pico em fevereiro). Presença do Hospedeiro Intermediário: *Na região central do Brasil, os hospedeiros intermediários (caramujos) ocorrem durante todo o ano, apresentando um pico populacional durante o verão (+ chuva e temperaturas médias mais altas). Na região sul é no outono que observamos um aumento na população de caramujos Lymnaea sp. (+ chuva). No sudeste, durante o período de seca (inverno) observamos uma considerável diminuição na população de cercárias devido à estivação ou hibernação dos hospedeiros intermediários. Nestas condições, os caramujos podem se enterrar no subsolo, onde irão permanecer até que as condições ambientais se tornem favoráveis (umidade e temperatura acima de 13ºC). *Os caramujos preferem águas limpas. Os habitats permanentes incluem as margens de valas ou córregos e as margens de pequenas lagoas. Os habitats temporários são constituídos por coleções de água que se formam em marcas de casco, sulcos de rodos entre outros, após chuvas pesadas ou inundações. *Biotipos primários são os sítios de sobrevivência dos caramujos durante os períodos de menor pluviosidade. *Os caramujos freqüentemente morrem devido à infecção pela Fasciola hepática, o que desfavorece a disseminação do parasita em casos de epidemias. *No Brasil existem 3 espécies de caramujos do gênero Lymnaea (L. columella, L. viatrix e L. cubensis) das quais a L. columella é a mais importante (> distribuição geográfica e > resistência à infecção). Fatores Relacionados ao Hospedeiro Definitivo: *Como na maioria das parasitoses, 10% dos animais irão albergam mais de 50% dos parasitas sendo estes os principais contaminadores do ambiente. *Estado imunológico dos animais. Este fator é diretamente influenciado pela sua idade, status nutricional, estado fisiológico (gestação, desmama), condição física (infecções concomitantes c/ agentes oportunistas) e pelo manejo ao qual encontram-se submetidos (criações intensivas com alta densidade animal). *Apesar de sofrerem mais com a doença, os ovinos apresentam uma menor taxa de infecção quando comparados aos bovinos pois estes últimos possuem uma maior predileção por pastagens alagadas. Desta forma, os bovinos apesar de apresentarem a doença de forma crônica e na maioria das vezes assintomáticas, se tornam disseminadores da doença para os ovinos que são mais vulneráveis. Aconselha-se portanto, evitar o uso de pastagens consorciadas entre estas duas espécies animais. *As capivaras e Ratões do Banhado, devido a alta afinidade por cursos d’água, apresentam-se como importantes reservatórios silvestres da Fasciola hepática no Brasil. DIAGNÓSTICO: -Clínico: difícil, pois os sintomas da forma aguda não são específicos para a doença e a forma crônica é na maioria das vezes assintomática. Em áreas endêmicas torna-se mais fácil. -Exame de fezes: Os ovos são característicos dos trematódeos (grandes e operculados). As técnicas usadas são as seguintes: *Tamissagem (passagem em peneira de Tamires). *Sedimentação (pior). -Necrópsia => conclusivo. Lembrar que na forma aguda o fígado encontra-se dilatado, hemorrágico e dividido em forma de favos; na forma subaguda o fígado está dilatado c/ numerosos trajetos necróticos na superfície e no parênquima e na forma crônica observam-se fibrose hepática e colangite hiperplásica. -Exames laoratorias: Detecção de enzimas liberadas por células hepáticas lesadas. A glucamato-desidrogenase (TGO) é liberada quando a lesão ocorre nas células do parênquima hepático e a glutamiltranspeptidase (TGP) quando as células epitelias dos ductos hepáticos são lesionadas. -Exames Sorológicos: *O teste Elisa que detecta a presença de anticorpos contra a Fasciola é o que apresenta melhores resultados. TRATAMENTO: -No tratamento da fascilose podem ser utilizadas drogas fasciolicidas que tenham efeito na forma adulta e na forma imatura também. Entretanto, a maioria delas só apresenta bons resultados sobre as formas adultas, sendo geralmente necessária a aplicação de uma segunda dose. -Não se recomenda esperar que o rebanho apresente sintomas clínicos da doença para iniciar o tratamento, pois as pastagens já estarão com um alto grau de infestação e o controle se tornará muito mais difícil. -A fasciolose é um problema de rebanho, portanto todos os animais devem ser incluídos no programa de tratamento para diminuir a infecção ambiental. Drogas disponíveis Dose (mg/Kg) Eficácia em Imaturos Eficácia em Adultos Albendazole Rafoxanide Nitroxinil Niclopholan Triclabendazol Clorulon Netobimin 15 7,5 10 3 12 2 20 + ++ ++ + +++ + - +++ +++ ++++ ++++ ++++ ++++ +++ +: <60% ++: 60-85% +++: 85-95% ++++: 95-100% CONTROLE: -O controle da fasciolose consiste na aplicação de drogas fasciolicidas em épocas estratégicas, a fim de obter um melhor custo-benifício, e sempre associado a práticas de manejo que visem diminuir a contaminação dos pastos com metacercárias e/ou evite a translação parasitária. Na Região Sul: O primeiro tratamento é feito no final do verão e no início do outono (antes das chuvas) quando os animais albergam basicamente parasitos adultos, evitando a contaminação dos caramujos que emergirem do solo após o verão. Um segundo tratamento deve ser feito no final do inverno. Região Sudeste : O primeiro tratamento no final de outono e iníciode inverno, com a finalidade de atingir os parasitos que infectam os hospedeiros vertebrados na época das chuvas (época de maior população de metacercárias e caramujos na região Sudeste). Neste momento do tratamento, como a translação estará diminuída em função da seca e das baixas temperaturas, os hospedeiros estarão albergando basicamente parasitos adultos, sensíveis às drogas. Além disso, é a época de menor disponibilidade de pastagens aos animais que podem estar subnutridos e portanto, mais susceptíveis à fasciolose clínica. Um segundo tratamento deve ser feito no final do inverno para atingir as formas que se encontravam imaturas na época do primeiro tratamento. Estes dois tratamentos vão diminuir sensivelmente a eliminação de ovos nas pastagens para o período das chuvas, diminuindo, portanto, a translação no verão. Como o controle de verminose gastro-intestinal ideal para a região Sudeste é de três vermifugações no período seco (maio, julho e setembro), os fasciolicidas poderiam ser integrados a estes tratamentos (populações de caramujo e metacercária estão menores). -O tratamento de qualquer animal introduzido no rebanho é extremamente importante, ainda mais se não souber se a área de origem é endêmica ou não. -Construção das instalações das propriedades em áreas mais altas, evitando o contato do hospedeiro vertebrado com os cursos d’água. -É imprescindível que a faciolose seja divulgada entre os técnicos do Sudeste como uma doença emergente na região. -Deve-se fazer a drenagem de planícies pantanosas para diminuir a área povoada pelo caramujo na propriedade. -O combate químico aos caramujos com substâncias moluscocidas pode ser feito, entretanto, apresenta sérios danos ao ambiente (ex: sulfato de cobre). -Práticas de controle natural podem ser utilizadas em áreas específicas, através da introdução em massa de animais predadores de Lymnaea spp (peixes e patos). Eurytrema coelomaticum CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA: (1) Classe Trematoda (2) Sub classe Digenea (3) Ordem Prosostomata (4) Sub Ordem Distomata (5) Família Dicrocoelidae PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: -Os parasitas adultos são encontrados no canal pancreático dos bovinos, caprinos e ovinos. -A doença é diagnosticada em vários estados do Brasil. MG- 17,15% ocorrência. -Possui dois hospedeiros intermediários durante o seu desenvolvimento biológico. O primeiro é representado por um caramujo onde o parasita irá se desenvolver até o estádio de Cercária. O segundo HI, normalmente é um gafanhoto do gênero Conocephalus sp. no qual a cercária não se desenvolve mas permanece encistada até ser ingerida pelo bovino junto com a gramínea, durante a alimentação. -Normalmente é apatogênico para o hospedeiro podendo em infestações maciças, provocar atrofia e fibrose pancreática. MORFOLOGIA: -Possuem o corpo em forma de lança. -Possui ovos operculados. -Os adultos medem 0,8-1,6cm x 0,5–0,8cm. -Coloração vermelha com manchas escuras e com tegumento coberto por espinhos. -Ventosas grandes. -Não possui cone cefálico. -Poro genital se localiza posterior à bifurcação esôfago. -Testículos não ramificados na linha horizontal. -Ovários não ramificados na linha mediana. -Bolsa de cirrus anterior ao acetábulo. -Ceco terminando em tubo longo e não ramificado. CICLO BIOLÓGICO: -O parasita adulto localizado nos canais pancreáticos dos hospedeiros definitivos, produz ovos que são eliminados junto com as fezes � Os ovos são expulsos junto com as fezes � a larva primária denominada miracídio inicia o seu desenvolvimento dentro dos ovos que são ingeridos pelo hospedeiro intermediário (Caramujo do gênero Bradybaena sp.). -Dentro do caramujo, os ovos irão eclodir e liberar o miracídio que dará origem a uma grande quantidade de esporocistos de 1ª geração. -Neste parasita não é verificada a ocorrência de uma geração de rédias durante o ciclo evolutivo, ao contrário, os esporocistos de 1ª irão gerar os esporocistos de 2ª geração que por sua vez darão origem às cercárias. -Os caramujos à medida que se locomovem irão liberando as cercárias que serão ingeridas pelo segundo HI (gafanhoto) onde elas se encistarão e se transformarão em metacercárias. -A infecção do animal ocorre quando ele ingere o gafanhoto contendo a metacercária, durante o pastejo. -No Hospedeiro Definitivo, as metacercárias irão penetrar na mucosa intestinal � corrente sangüínea � pâncreas onde irão se desenvolver em parasitas adultos. Morfologia do Adulto de Eurytrema coelomaticum Testículos Ovários Ventosa Oral PATOGENIA E SINTOMAS: -Considerado quase apatogênico porém, em infestações maciças pode causar a obstrução dos canais pancreáticos (adultos) � reação inflamatória � pancreatite crônica � Pode ocorrer focos de necrose no pâncreas. -O gado Zebu é mais resistente. -Os efeitos são principalmente observados em longo prazo e, quando a pancreatite crônica ocorre, o animal pode se tornar apático. DIAGNÓSTICO: -Exame de fezes. TRATAMENTO: -Complicado – Anti Helmintico. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA CLASSE CESTODA -Endoparasitas; em geral, achatados dorso-ventralmente; corpo em forma de fita e segmentado. Cada segmento é denominado proglote e possui órgãos reprodutivos independentes. -Não possuem tubo digestivo, sendo os nutrientes absorvidos diretamente pelo tegumento. -São hermafroditas e se reproduzem sexualmente através da auto-fecundação ou da fecundação cruzada entre proglotes. -Os órgãos de fixação são representados por ventosas e rostelo, este sendo um órgão protrátil e que pode apresentar-se armado por uma fileira de acúleos (espinhos) que auxiliam a adesão ao tecido do hospedeiro. -Os cestódeos se desenvolvem por evolução indireta, ou seja, necessitam de um hospedeiro intermediário durante o seu ciclo biológico. Normalmente, o HD se torna infectado ao ingerir um HI contendo o metacestódeo (formas imaturas dos cestódeos), e o HI, torna-se infectado ao ingerir os ovos dos adultos expelidos com as fezes do HD. -Os adultos são normalmente parasitos do tubo digestivo, ductos biliar e pancreático de vertebrados. As larvas (metacestódeos) são parasitas de tecidos de vertebrados e invertebrados. MORFOLOGIA: PARASITOS ADULTOS: Os cestódeos são constituídos por uma região anterior, denominada cabeça ou escólex, ligada ao corpo ou estróbilo por uma região intermediária denominada pescoço ou colo: (a). Escólex -Mede de 1 a 2 mm. -Composto por 4 ventosas musculares dispostas radialmente que servem como órgãos de locomoção e fixação. -Em algumas espécies, no ápice do escólex existe um rostelo armado por pequenos ganchos. Os cestódeos que não possuem rostelo, geralmente apresentam as ventosas maiores e mais desenvolvidas. -O escólex se fixa, por exemplo, no Intestino Delgado do Hospedeiro Definitivo e inicia o crescimento com a germinação das proglotes. No início são proglotes imaturas que atingem a maturidade sexual com o tempo, tornando-se proglotes grávidas. (b). Pescoço: -É também chamado colo. É a região de crescimento, e que une a cabeça ao corpo. -Não possui segmentação. -Possui células em constante atividade de multiplicação de onde são originados os segmentos (proglotes). (c). Estróbilo: -O corpo ou estróbilo dos cestódeos é constituído por uma cadeia de segmentos que se denominam proglotes. A forma e o tamanho das proglotes, entre as várias espécies, variam muito. -São encontradas no estróbilo, proglotes em 3 estágios de desenvolvimento. Logo após o pescoçoencontram-se as proglotes mais imaturas ou proglotes jovens nas quais os órgãos reprodutivos ainda não estão formados. Seguindo este primeiro estágio vêm as chamadas proglotes maduras que apresentam os órgãos genitais completamente desenvolvidos e em funcionamento. Finalmente, segue-se uma série de proglotes grávidas, nas quais o útero encontra-se repleto de ovos. Proglote Maduro Proglote Grávido -Cada proglote maduro possui órgãos reprodutivos masculino e feminino, músculos, canais excretores e nervos. -Os ovos fecundados ficam retidos no útero. Quando o proglote enche de ovos, ele se solta do resto do estróbilo e é expelido junto com as fezes dos animais. Alguns proglotes podem se movimentar nas fezes. OVOS: -Os ovos dos cestódeos contêm o embrião (oncosfera) completamente desenvolvido. -Ao serem expelidos, os ovos já se apresentam imediatamente infectantes para o hospedeiro intermediário. -No centro do ovo, o embrião é envolvido por uma estrutura denominada embrióforo. A cápsula é o revestimento mais exterior. METACESTÓDEOS: -O termo metacestódeo é coletivamente empregado a todos os estágios de cestódeos que parasitam os hospedeiros intermediários. Ovário Útero Testículos Poro Genital Glândulas Vitelínicas Útero repleto de ovos -O embrião ou oncosfera torna-se um metacetódeo ao emergir do embrióforo e penetrar na parede do intestino dos HI. O objetivo do desenvolvimento do metacestódeo é formar um escólex (cabeça) nos tecidos do HI onde terá probabilidade de ser ingerido pelo hospedeiro definitivo adequado. -Existe uma variedade em tamanho e formas dos metacestódeos que irá depender do hospedeiro intermediário que será parasitado: (a). Cestódeos da Família Taenidae: -Nos parasitas pertencentes aos gêneros Taenia sp. e Hidatígera sp., os hospedeiros intermediários são vertebrados e a larva metacestoda recebe o nome de Cysticercus que se apresenta como uma vesícula de paredes translúcidas, cheias de um líquido, tendo no interior uma escólex invaginado. Com relação aos cestódeos do gênero Echinococus sp., o que ocorre no HI é a formação de uma grande vesícula contendo várias vesículas internas que recebem o nome de vesículas prolígeras. Neste caso, a metacestoda é denominada hidátide ou cisto hidático. (b). Cestódeos das Famílias Anoplocephalidae, Hymenolepididae, Davaineidae e Dyledididae: -Nos parasitas pertencentes a estas famílias, as metacestodas possuem tamanho diminuto pois os hospedeiros intermediários são invertebrados (minhocas, baratas, ácaros , besouros, etc..). -Morfologicamente as metacestodas apresentam-se como pequenas vesículas, praticamente sem líquido no interior, com escólex invaginado e são denominadas larvas cisticercóides ou cisticercóide apenas. -Além desses dois tipos ainda existem as metacestodas do tipo coenuro e do tipo estrobilocerco que não serão consideradas por serem observadas em parasitas que não apresentam muita importância na parasitologia veterinária. Estrobilocerco Hidátide ou Cisto Hidático Coenuro Cisticercóide Cysticercus CICLO BIOLÓGICO: -Os adultos presentes no intestino dos hospedeiros definitivos irão se reproduzir sexualmente seja por auto- fecundação interna nos proglotes ou por fecundação cruzada entre proglotes. As proglotes grávidas serão expelidas junto com as fezes, contendo em seu interior centenas de ovos embrionados. -Os cestódeos de importância médico-veterinária apresentam sempre hospedeiros intermediários que podem ser animais vertebrados (Família Taenidae) ou invertebrados (Famílias Anoplocephalidae, Hymenolepididae, Davaineidae e Dylepididae). Esses HI irão se infectar ao ingerir os ovos liberados de dentro das proglotes grávidas. No aparelho digestivo dos HI os ovos irão liberar o embrião que irá penetrar na parede intestinal migrar para os tecidos e formar um escólex (cabeça) dando origem à larva do tipo metacestoda. -A evolução se completa quando as larvas, encistadas nos tecidos dos hospedeiros intermediários, são ingeridas por hospedeiros definitivos apropriados. No tubo gastrointestinal destes, as larvas, auxiliadas pelas enzimas digestivas, libertam-se dos tecidos dos HI e, após a evaginação, os escólex fixam-se pelos seus órgãos adesivos (ventosas e rostelos) às paredes intestinais. Aí instalado, o parasito cresce progressivamente e continuamente, formando segmentos (proglotes) que se tornam maduros à medida que vão se afastando do escólex. A expulsão INFECÇÃO DO HI dos ovos dos cestódeos para o exterior é realizada através das fezes, no interior das proglotes grávidas que se destacam do estróbilo. PRINCIPAIS FAMÍLIAS E ESPÉCIES DE INTERESSE MÉDICO-VETERINÁRIO: Filo Platyelminthes Classe Cestoda Sub classe Eucestoda Ordem Cyclophyllidea Famílias: *Anoplocephalidae -Anoplocephala magna -Anoplocephala perfoliata -Paranoplocephala mamillana -Moniezia expanza -Moniezia benedeni *Daivaineidae -Daivainea proglotina -Raillietina tetragona -Raillietina schinobothrida -Raillietina cesticillus *Dilepdidae -Dypylidium caninum -Amoebotaenia cuneata *Hymenolepididae -Hymenolepis nana -Hymenolepis diminuta *Taeniidae -Taenia solium -Taenia saginata -Taenia hydatigera -Taenia taeniformis -Echinococcus granulosus FILO PLATYELMINTHES CLASSE CESTODA Sub Classe Eucestoda ORDEM CYCLOPHYLLIDEA FAMÍLIA TAENIIDAE Taenia solium / Cysticercus cellulosae PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: -O parasito adulto é encontrado no intestino delgado do homem (Hospedeiro definitivo) onde causa a doença denominada Teníase. -Os hospedeiros intermediários (vertebrados) podem ser o porco, o cão e acidentalmente o homem nos quais as larvas metacestodas irão se encistar causando uma doença conhecida por cisticercose. -A larva metacestoda denominada Cysticercus cellulosae, é encontrada encistada nos tecidos do hospedeiro intermediário onde causa a cisticercose. -Além de apresentarem-se como um problema de saúde pública, pois podem acometer o homem, a Cisticercose é responsável por consideráveis prejuízos na economia nacional: *� Produtividade dos animais doentes (quando o Cysticercus cellulosae se aloja no Sistema Nervoso Central e causa a neurocisticercose) *Condenação das carcaças durante a inspeção nos matadouros. -Os suínos com mais de seis meses de idade, raramente irão se infectar com a metacestoda. MORFOLOGIA: -Os parasitos adultos medem aproximadamente 3 metros de comprimento. -O escólex possui quatro ventosas e um rostelo não retrátil, armado por quatro fileiras de ganchos (acúleos). -Os proglotes são globosos c/ o útero apresentado ramificações dendríticas. -A proglote grávida é imóvel e pode conter até 40.000 ovos. A.Escólex de Taenia solium B.Proglote madura de Taenia solium C.Proglote grávida de Taenia solium CICLO BIOLÓGICO: Ramificações Dendríticas Rostelo Ventosas -Os parasitos adultos presentes no intestino delgado do hospedeiro definitivo (homem) irão liberar as proglotes grávidas repletas de ovos que serão expelidas junto com as fezes. No meio exterior, as proglotes irão se romper, liberando os ovos embrionados. -Os hospedeiros intermediários irão se contaminar, ingerindo os ovos presentes no solo, alimentos contaminados, água, etc. -No intestino delgado do HI os ovos irão eclodir, liberando o embrião que irá penetrar na mucosa intestinal e alcançar a circulação sanguínea � fígado � circulação geral � de onde será distribuída para vários tecidosdo corpo do animal. -Uma vez alojado nos tecidos, o embrião irá se transformar na metacestoda que neste caso é o cisticerco denominado Cysticercus cellulosae. A metacestoda pode ficar encistada nos tecidos (músculos) do hospedeiro intermediário durante muitos anos sem causar nenhuma patogenia. A doença cisticercose irá ocorrer quando a larva se encistar em tecidos vitais como cérebro, músculo ocular, músculo cardíaco etc... -A contaminação do hospedeiro definitivo (homem) irá ocorrer quando este ingerir a carne do hospedeiro intermediário (principalmente suíno) contendo o Cisticercus cellulosae. Por este motivo é que devemos evitar ingerir carne mal passada de suínos pois neste caso o cisticerco não pode ser morto. -No intestino do hospedeiro definitivo irá ocorrer a evaginação do cisticerco que irá perder as adjacências restando apenas o escólex. A partir de então, o escólex irá se fixar na mucosa intestinal e originará um parasito adulto através da germinação de proglotes. O crescimento ocorre a partir do colo ou pescoço do parasita fixado. -Atingindo a maturidade sexual, a tênia esta pronta para iniciar o ciclo. -O período pré-patente da teníase é de aproximadamente 60 dias. -Nos hospedeiros intermediários, os cisticercos necessitam de pelo menos 60 dias para se tornarem infectivos (tempo para que o embrião desenvolva o escólex c/ rostelo). -Resumindo, o homem irá adquirir a teníase (parasito adulto) através da ingestão de carne contaminada dos hospedeiros intermediários (porco, cão e homem acidentalmente) que por sua vez, irão adquirir a cisticercose pela ingestão de ovos de tênia. -Além disso, o homem pode desenvolver a cisticercose através de coprofagia (ingestão de suas próprias fezes) e de auto-infecção interna. SINTOMAS CLÍNICOS: CISTICERCOSE *Hospedeiro Intermediário: Suíno -Normalmente não apresentam sintomas. Porém, em caso de neurocisticercose (70% dos casos) podem apresentar baixo ganho de peso. Eventualmente pode ocorrer: sensibilidade no focinho, paralisia da língua e convulsões. Cão -Quando ocorre no sistema nervoso leva a uma doença denominada neurocisticercose que irá determinar sintomas semelhantes ao da raiva. Homem -Perda de visão quando o cisticerco se localiza no olho do homem. -Neurocisticercose determina pouca reação no homem enquanto o cisticerco está vivo � morte irá ocorrer a calcificação deste e desordens neurológicas podem aparecer. -Cisticerco pode impedir a circulação linfática intracraniana � hidrocefalia. TENÍASE *Hospedeiro Definitivo Homem -É na maioria das vezes assintomática. -Causa dores e incômodo abdominal devido à toxinas liberadas pelas tênias. Pode causar obstrução em infecções maciças. Taenia Saginata / Cysticercus bovis PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: -Este parasita tem como hospedeiro definitivo o homem no qual também irá causar a Teníase. O hospedeiro intermediário (vertebrado) é o bovino onde as larvas metacestodas irão se encistar. -O parasito adulto é encontrado no intestino delgado do homem (HD). -A larva metacestoda denominada Cysticercus bovis, é encontrada encistada nos tecidos do bovino e eventualmente outros pequenos ruminantes (HI). -A maior prevalência de teníase humana é a causada por Taenia saginata (> que por Taenia solium). Isso ocorre devido ao maior consumo de carne de bovinos em relação à carne de suíno e devido à maior dificuldade de diagnóstico do Cysticercus bovis no matadouro quando comparado ao Cysticercus cellulosae. Além disso, a maioria das criações de suínos para abate corresponde a granjas altamente tecnificadas onde os animais recebem alimentação controlada. MORFOLOGIA: -Os parasitas adultos medem aproximadamente 8 metros de comprimento sendo portanto significativamente maior que a Taenia solium. -O escólex possui 4 ventosas porém não possui rostelo. -Os proglotes são quadrangulares c/ o útero apresentado ramificações dicotômicas. -A proglote grávida é móvel e pode conter até 100.000 ovos. D. Escólex de Taenia saginata E.Proglote grávida de Taenia saginata CICLO BIOLÓGICO: -O ciclo é semelhante ao da Taenia solium, porém neste caso, apenas o bovino e eventualmente outros pequenos ruminantes irão funcionar como hospedeiro intermediário. Neste caso, não existe cisticercose em humanos causada pela Taenia saginata. -Parasito adulto no intestino delgado do homem � proglotes grávidas nas fezes � bovino (HI) ingere os ovos embrionados � formação da metacestoda (Cysticercus bovis) no tecido do bovino (fígado, pulmão, rim e gordura abdominal)� o HD (homem) ingere a carne do HI contendo o cisticerco � adulto se desenvolve do intestino delgado do homem. Diagnóstico de Teníase e Cisticercose CISTICERCOSE *Taenia solium: -Suíno: *Exame post mortem no matadouro através do exame da carcaça. -Homem: *Exames sorológicos, raio x (cisticerco calcificado), tomografia, etc.. *Taenia saginata -Bovinos: *Exame post mortem no matadouro através do exame da carcaça. *Mais difícil a detecção pois a infecção maciça é mais rara. TENÍASE Ramificações Dicotomicas Ventosas *Taenia solium -Homem: *Exame de fezes. Os ovos são bem característicos das tênias. *Taenia saginata -Homem *Exame de fezes. Os ovos são bem característicos das tênias. Epidemiologia da Teníase e Cisticercose -A teníase é uma doença cosmopolita, estando ligadas ao consumo de carne de bovino e suíno. -Com relação à cisticercose animal, nos suínos as infecções são mais maciças pois uma vez que os proglotes são imóveis e permanecem nas fezes em alta concentração, permitindo ao animal ingerir uma maior quantidade de ovos. Tal fato facilita a identificação do Cysticercus cellulosae na carcaça do animal abatido. -Fatores de Risco que quando presentes podem determinara ocorrência da doença ou da infecção: *Tipo de Criação � Em criações tecnificadas com melhores condições de higiene (manejo de dejetos) os animais são menos acometidos pela cisticercose. *Hábitos Alimentares � Em regiões onde as comidas são feitas com carne de bovinos e suínos mal cozidas, é observada uma maior prevalência de teníase na população humana. *Condições Higiênicas da População � Pode determinar a auto infecção externa (coprofagia), a contaminação de nascentes, rios e culturas (irrigação c/ água contaminada ou uso de dejetos como fertilizante). A ingestão de verduras mal lavadas, contendo ovos de tênias é a principal forma de contaminação da cisticercose em humanos. * Abate Clandestino � Sem inspeção sanitária post mortem. Tratamento da Teníase e da Cisticercose -Homem: *A teníase é tratada com praziquantel e nicosamida. *A cisticercose é tratada c/ medicamentos específicos dependendo do tecido acometido. Após a morte da larva e calcificação do cisticerco a remoção cirúrgica pode ser recomendada. -Animal: * Não se trata a cisticercose nos grandes animais. *Na neurocisticercose em cães, pode-se empregar o mesmo tratamento preconizado para o homem. (Taenia solium e Taenia saginata) (Cysticercus cellulosae e Cysticercus bovis) Controle da Teníase e da Cisticercose -As políticas de controle e profilaxia se baseiam principalmente no hospedeiro definitivo (Homem): * Educação sanitária da população (Higiene alimentar, higiene básica). * Saneamento básico (esgotamento de dejetos). * Diagnóstico e tratamento da teníase na população infectada. -Vigilância sanitária agindo em conjunto com a inspeção federal nos matadouros, de maneira a identificar a população de risco que possivelmente está ingerindo carne contaminada com cisticerco.FILO PLATYELMINTHES CLASSE CESTODA Sub Classe Eucestoda ORDEM CYCLOPHYLLIDEA FAMÍLIA TAENIIDAE Echinococcus granulosus / Cisto Hidático PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: -Este parasita tem com hospedeiro definitivo o cão onde causa a doença denominada Equinococose. -Os hospedeiros intermediários (vertebrados) podem ser os ovinos, caprinos, bovinos, suínos, camelos e acidentalmente o homem onde a metacestoda do tipo “Cisto Hidático” irá causar uma doença conhecida por Hidatidose. -O parasito adulto é encontrado no intestino delgado do hospedeiro definitivo no qual causa a Equinococose. -A Metacestoda é representada por uma estrutura denominada Cisto hidático que é encontrada encistada nos tecidos do hospedeiro intermediário. Os tecidos mais acometidos são fígado (80%), pulmão (15%) e eventualmente rim, baço, músculos e cérebro (5%). -A hidatidose humana é um problema sério na saúde pública. Os cistos hidáticos que podem assumir grandes dimensões crescem vagarosamente, de modo que as lesões por ele provocadas apenas são percebidas após vários anos de infecção. Há uma referência sobre um cisto hidático contendo 50 litros de líquido. Tais cistos podem comprimir órgãos vitais, comprometendo a sua função ou podem até mesmo se romper liberando substâncias internas altamente alergênicas, levando o HI a um choque anafilático. -A doença é cosmopolita, porém apresenta maior prevalência na região Sul (ovinos). MORFOLOGIA: PARASITA ADULTO: *Possuem de 3 a 6 proglotes apenas, medindo de 4 a 6 mm de comprimento. *O escólex apresenta um rostelo não retrátil, armado de acúleos. (Parasito Adulto) *A primeira proglote é imatura e não apresenta esboço dos órgãos reprodutivos. A segunda é madura e apresenta os órgãos genitais desenvolvidos. A terceira (grávida), que corresponde a 1/3 ou ½ do comprimento total do estróbilo encontra-se repleta de ovos (500 a 800 ovos). CISTO HIDÁTICO: *No local de fixação no corpo do HI, o embrião irá crescer progressivamente até se transformar em uma vesícula de 5 a 10 cm de diâmetro conhecida por cisto hidático (metacestoda). O cisto hidático cresce aproximadamente 1 a 5 cm por ano, podendo chegar ao tamanho de uma bola de futebol de salão. *Depois de completamente desenvolvido o cisto hidático apresenta a seguinte estrutura: 1) Membrana Adventícia: É uma reação tecidual do órgão parasitado à presença da larva. É a estrutura de posição mais externa e tem espessura variável, podendo medir 1 mm. 2) Membrana Anista: É secretada pela membrana mais externa do cisto (membrana prolígera); tem aspecto homogêneo leitoso e funciona como uma barreira defensiva às defesas do hospedeiro. Apresenta estrutura variável, podendo medir, em média, 0,5 mm. 3) Membrana Prolígera ou Camada Germinativa: É a membrana responsável pela proliferação do parasito. É extremamente fina e delicada, reveste internamente todo o cisto e origina as vesículas prolígeras. CISTO HIDÁTICO Membrana Prolígera Membrana Anista Membrana Adventícia Protoescólex Vesícula Prolígera 4) Vesícula Prolígera: Mede cerca de 1mm de diâmetro, tem a mesma estrutura da membrana prolígera e dá origem, internamente, de 2 a 50 escólex (protoescólex). 5) Protoescólex: Tem aspecto ovóide. Apresenta-se invaginado dentro de uma pequena vesícula e possui 4 ventosas e um rostelo armado de ganchos. 6) Areia Hidática: Formada por escólex isolados e por fragmentos da membrana prolígera. Um cm3 dessa areia pode conter cerca de 400.000 protoescólex. Cada protoescólex irá originar um novo parasita. CICLO BIOLÓGICO: -O ciclo é semelhante ao da Taenia solium e Taenia saginata. -Parasita adulto no intestino delgado do cão � proglotes grávidas nas fezes � ovino, caprino, bovinos, homem, etc.. (HI) ingerem os ovos embrionados � formação da metacestoda (Cisto Hidático) no tecido dos HI� o HD (cão) ingere a carne do HI contendo a metacestoda � adulto se desenvolve do intestino delgado do homem. -Dos cistos hidáticos produzido uma grande proporção é infértil (sem protoescólex). Nos ovinos apenas 9% dos cistos são estéreis, ao contrário dos bovinos (90%) e suínos (20%). SINTOMAS E PATOGENIA: EQUINOCOCOSE: -Os parasitas presentes no ID normalmente não causam sintomas nos animais. -Em infestações maciças pode causar excesso de salivação HIDATIDOSE: -Nos animais domésticos a hidatidose hepática é normalmente assintomática, pois o crescimento do cisto é muito demorado e os animais normalmente são abatidos antes. -No Homem possui grande importância na saúde pública: *Disfunção hepática e de outros órgãos dependendo da localização dos cistos. Ciclo Biológico de Echinococcus granulosus Ovos nas fezes HI ingere os ovos Parasita adulto Hidátide HI HI morre HD ingere a carne contaminada do HI HD *Patogenia da doença: •Compressão mecânica de órgãos vizinhos •Reação anafilática devido ao rompimento do cisto c/ liberação de substâncias alergênicas presentes no líquido hidático. EPIDEMIOLOGIA: -O parasita é cosmopolita, porém no Brasil, ocorre com maior freqüência na região Sul e também nos estados de SP, MG, GO, MT, MA e BA. -O ciclo mais importante ocorre entre o cão de pastoreio e o ovino, principalmente no Sul do Brasil. -No sul da América do Sul é onde se observa a maior prevalência de hidatidose no mundo. O RS apresenta a maior taxa do Brasil. -A prevalência de hidatidose nos animais (HI) é de 25,30% em ovinos; 16,8% em bovinos e 6,39% em suínos. A hidatidose humana está altamente ligada a hábitos culturais com prevalência de até 20% em certos locais na China. -Em MG a prevalência de hidatidose bovina é de 6,44%. -Os ovinos são considerados os HI mais importantes por serem mais susceptíveis e por apresentarem maior contato com os cães (Hospedeiro Definitivo). DIAGNÓSTICO: EQUINOCOCOSE: -A necropsia com demonstração do parasito no intestino delgado é o método de diagnóstico mais conclusivo. -O exame de fezes é pouco conclusivo, pois os ovos de todos os pertencentes da família Taenidae são semelhantes. HIDATIDOSE: -Nos animais o diagnóstico da hidatidose é feito através da necropsia. -No homem pode-se fazer exames sorológicos, raio-x (cisto hidático), tomografia computadorizada , etc... TRATAMENTO: -Nos cães (HD) usa-se praziquantel a 5 mg/ Kg. -Nos HI o BDZ é usado em humanos. Muitas vezes o tratamento cirúrgico é preconizado. PROFILAXIA E CONTROLE: -Enterrar as fezes dos cães contaminados. -Educação sanitária da população. -Tratamento dos cães parasitados. -Inspeção em abatedores e destino adequado das carcaças e vísceras dos HI com hidatidose. -Evitar fornecer carne crua aos animais. Taenia hydatigena / Cysticercus tenuicollis PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: -Este parasita tem com hospedeiro definitivo os cães e outros carnívoros silvestres. Os hospedeiros intermediários (vertebrados) são ruminantes e suínos. -O parasita adulto é encontrado no intestino delgado do hospedeiro definitivo (cão). -A larva metacestoda denominada Cysticercus tenuicollis aloja-se no fígado, peritôneo e na pleura (mais raro) dos hospedeiros intermediário. -O Cysticercus tenuicollis pode atingir o tamanho de uma bola de tênis. MORFOLOGIA: -O adulto mede de 0,75 a 5 m de comprimento (média de 1m). -Possui escólex com rostelo armado com 2 fileiras de ganchos (acúleos). -Possui o pescoço com largura equivalente ao escólex. -O Cysticercus tenuicollis é constituído por uma vesícula que pode medir cerca de 8 cm de diâmetro. CICLO BIOLÓGICO: -Parasita adulto no intestino delgado dos cãesou canídeos silvestres (HD) � proglotes grávidas nas fezes � ruminantes ou suínos (HI) ingerem os ovos embrionados � formação da metacestoda (Cysticercus tenuicollis) no tecido do HI (fígado, peritôneo, pleura e pericárdio)� o HD (canídeos) ingerem a carne do HI contendo o cisticerco � adulto se desenvolve do intestino delgado do canídeo. PATOGENIA: -O verme adulto, como ocorre entre os outros tenídeos, é pouco patogênico para o hospedeiro definitivo, podendo causar desconforto abdominal em infestações maciças. -Com relação ao Cysticercus tenuicullis, quando se aloja no peritôneo é pouco patogênico. Porém, pode causar lesão séria no parênquima hepático denominada hepatite cisticercosa, quando a metacestoda se fixa neste órgão. Taenia taeniformis / Cysticercus fasciolaris PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: -Este parasita tem com hospedeiro definitivo os gatos no qual o parasito adulto encontra-se no intestino delgado. -Os hospedeiros intermediários (vertebrados) são camundongos e outros roedores que albergam as larvas metacestoda do tipo Cysticercus fasciolaris no parênquima hepático. Cysticercus tenuicollis Taenia hydatigena MORFOLOGIA: -O adulto mede de 30 a 60 cm de comprimento. -Possui escólex com rostelo pouco desenvolvido com duas fileiras de 26 a 52 ganchos (acúleos). -Possui proglotes imbricados e em forma de trapézio. -O Cysticercus fasciolaris mede de 3 a 20 mm de comprimento e apresenta uma escólex, seguido por uma porção longa e segmentada à semelhança de um estróbilo, terminando em uma vesícula pequena. Apresenta-se no interior de uma vesícula grande, resultante da reação dos tecidos parasitados. CICLO BIOLÓGICO: -Parasita adulto no intestino delgado dos gatos (HD) � proglotes grávidas nas fezes � roedores (HI) ingerem os ovos embrionados � formação da metacestoda (Cysticercus fasciolaris) no tecido do HI (fígado)� o HD ingerem a carne do HI contendo o cisticerco � adulto se desenvolve do intestino delgado do gato. FILO PLATYELMINTHES CLASSE CESTODA Sub Classe Eucestoda ORDEM CYCLOPHYLLIDEA FAMÍLIA : DAVAINEIDAE PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: -Caracteriza-se por apresentar escólex com rostelo armado de pequenos e numerosos acúleos. -Alguns parasitos pertencentes a esta família também apresentam ventosas armadas de acúleos. -Normalmente são parasitas de aves domésticas e silvestres. -Desenvolve-se por ciclo indireto como os demais cestódeos. A metacestoda que se desenvolve nos tecidos do HI é do tipo “Larva Cisticercóide” ou “Cisticercóide”, apenas. -Os HI, na maioria das vezes, são artrópodes invertebrados. PRINCIPAIS GÊNEROS DE INTERESSE MÉDICO-VETERINÁRIO: Gênero Davainea Davainea proglotina Gênero Raillietina Raillietina tetragona Raillietina schinobothrida Raillietina cesticillus GÊNERO Davainea Davainea proglotina PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: -O parasito adulto é encontrado no duodeno de aves domésticas e pombos (HD). -Os HI são lesmas de vários gêneros nos quais irá ocorrer a formação da metacestoda do tipo larva cisticercóide (semelhante ao cisticerco, porém sem líquido – larva seca). -Cestoda mais patogênico para as aves sendo encontrado no mundo inteiro. MORFOLOGIA: -É relativamente pequeno, medindo de 0,5 a 4,0 mm de comprimento. -Escólex com rostelo armado de aproximadamente 80 acúleos. As ventosas também contêm acúleos em toda a sua extensão. -Estróbilo constituído por 4 a 9 proglotes. -Poros genitais alternados regularmente. -As proglotes grávidas são ativas como ocorre com a Taenia saginata. CICLO BIOLÓGICO -Apenas uma proglote grávida é eliminada por dia junto com as fezes do HD (galinha). -As proglotes no meio exterior irão se movimentar, eliminando os ovos por onde elas passam � Os ovos são ingeridos pelos HI (lesmas) � liberação do embrião no tubo digestivo dos HI � Formação da larva cisticercóide no tecido do corpo do HI (3 semanas). -O HD se contamina pela ingestão da lesma (HI) contendo a larva cisticercóide � Evaginação da larva cisticercóide que irá se fixar na mucosa intestinal e originará um parasito adulto através da germinação de proglotes. O crescimento ocorre a partir do colo ou pescoço do parasito fixado. Atingindo a maturidade sexual, o parasita está pronto para iniciar o ciclo. -PPP é de 15 dias. 4. PATOGENIA E SINTOMAS -Espécie de cestódeo de maior patogenicidade para as galinhas, podendo causar 50% de mortalidade em algumas criações. -No HD, o adulto irá penetrar profundamente na mucosa duodenal, provocando erosão � inflamação e às vezes hemorragias � anemia. -Sinais Clínicos: penugem opaca, movimentos lentos, redução no ganho de peso, edema, dificuldade respiratória, paralisia nas patas e morte. GÊNERO Raillietina PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO GÊNERO -O parasita adulto é encontrado no Intestino Delgado de várias espécies de de aves (HD). -Os HI são artrópodes invertebrados (formigas, coleópteros e moscas) nos quais se desenvolve a “Larva Cisticercóide”. Isto torna o controle difícil, pois o HI penetra facilmente no local de criação das aves (HD). -Estróbilos formados de vária proglotes em forma de trapézio -Pode ou não apresentar rostelo c/ pequenos e inúmeros acúleos. -Possuem cápsulas ovígeras contendo 6 a 18 ovos. -As espécies de Railietina sp. parasitos de aves domésticas são frequentemente encontradas em galinhas caipiras, apesar de ocorrerem também em criações tecnificadas. PRINCIPAIS ESPÉCIES DE INTERESSE MÉDICO-VETERINÁRIO: (a). Raillietina tetragona -É um Cestódeo cosmopolita. -Parasita adulto encontrado no ID de galinhas. -Os Hospedeiros Intermediários são as formigas e moscas nas quais se desenvolve as “Larvas Cisticercóides”. -Quando adulto, o parasita pode medir até 25 cm de comprimento.. -Poro genital unilateral. -Rostelo contendo 100 acúleos dispostos em 2 fileiras. -Ventosas ovais armadas com 8 a 10 fileiras de pequenos acúleos. -Cápsulas ovígeras com 6-12 ovos. (b). Raillietina schinobothrida -Comumente confundido com a Raillietina tetragona uma vez que possuem tamanho, forma e biologia semelhantes. -Parasito adulto encontrado no ID de galinhas. -Os Hospedeiros Intermediários são as formigas e moscas nas quais se desenvolve as “Larvas Cisticercóides”. -Rostelos armado com 200 acúleos dispostos em duas fileiras. -Ventosas circulares armadas com 8 a 10 fileiras de acúleos significativamente mais largos que os encontrados nas ventosas da espécie Raillietina tetragona. (c). Raillietina cesticullus -É um Cestódeo cosmopolita sendo a espécie mais comumente encontrada. -Parasita adulto encontrado no ID de galinhas. -Os Hospedeiros Intermediários são coleópteros (Besouros), baratas e moscas nos quais se desenvolve as “Larvas Cisticercóides”. -Possui tamanho médio de 4 cm, podendo atingir até 13 cm. -Escólex largo e sem pescoço. -Rostelos armados com 300-500 acúleos. -As ventosas não possuem acúleos. -Cápsula ovígera com apenas 1 ovo. CICLO BIOLÓGICO: -Adulto no intestino delgado das galinhas (HD) irá liberar a proglote grávida no lúmem intestinal que é expelida junto com as fezes � Os Hospedeiros Intermediários (artrópodes invertebrados) irão se infectar pela ingestão dos ovos liberados após a desintegração da cápsula ovígera e da proglote grávida � liberação do embrião no tubo digestivo dos HI � Formação da larva cisticercóide nos tecidos do corpo do HI. -O HD se contamina pela ingestão dos HI contendo a larva cisticercóide � Evaginação da larva cisticercóide que iráse fixar na mucosa intestinal e originará um parasito adulto através da germinação de proglotes. O crescimento ocorre a partir do colo ou pescoço do parasito fixado. Atingindo a maturidade sexual, o cestódeo está pronto para iniciar o ciclo. -PPP médio de 3 a 4 semanas Raillietina tetragona Raillietina schinobothrida Raillietina cesticullus PATOGENIA E SINTOMAS: -Parasito adulto se enterra profundamente na mucosa duodenal, formando nódulos na parede do intestino que são perceptíveis pelo lado externo. -Aves parasitadas apresentam ganho de peso reduzido. FILO PLATYELMINTHES CLASSE CESTODA Sub Classe Eucestoda ORDEM CYCLOPHYLLIDEA FAMÍLIA: DILEPIDIDAE PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: -Possuem escólex com rostelo armado de acúleos. As ventosas podem ou não possuírem acúleos, dependendo da espécie em questão. -Os adultos são encontrados parasitando certas espécies de mamíferos (HD). -Os Hospedeiros Intermediários são artrópodes invertebrados nos quais se desenvolve as metacestodas do tipo “Larva Cisticercóide”. -Desenvolve-se normalmente por ciclo indireto. -Possuem cápsula ovígera. HD Ovos liberados nas fezes Parasita adulto Ingestão dos ovos pelo HI HI Ingestão do HI pelo HD. ovo Parasito Adulto PRINCIPAIS ESPÉCIES DE INTERESSE MÉDICO-VETERINÁRIO: Gênero Dipylidium Gênero Amoebotaenia Dipylidium caninum Amoebotaenia cuneata Dipylidium caninum: PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: -Verme adulto comumente encontrado no ID de cães (+ importante) e gatos (HD). Ocasionalmente pode parasitar o homem. -Os HI nos quais se desenvolve as metacestodas do tipo “Larva Cisticercóide”, são pulgas de cães e gatos (Ctenocephalides felis; C. canis), piolhos (Trichidectis) e pulgas que parasitam o homem (Pulex irritans). -É um parasito cosmopolita que possui alta prevalência entre os cães. MORFOLOGIA: -Mede de 15 a 20 cm de comprimento, podendo chegar a 60 cm. -Rostelo retrátil c/ 4 fileiras de pequenos acúleos. -Ventosas sem acúleos. -Genitália dupla com poro genital bilateral. -Proglotes grávidas ativas, semelhantes a semente de abóbora. Nas fezes são frequentemente confundidas com larvas de moscas. -Cápsulas ovígeras nas proglotes grávidas contendo aproximadamente 20 ovos. CICLO BIOLÓGICO: -Proglotes grávidas dos parasitos são eliminadas junto com as fezes do HD (cão ou gato) ou saem através do ânus por movimentos próprios � No ambiente os ovos são liberados das proglotes e ingeridos pelos HI (larvas de pulgas) � No tubo digestivo do HI, a larva é liberada do embrióforo, penetra na parede intestinal e se transforma em larva cisticercóide nos tecidos. -O Hospedeiro Definitivo se infecta quando ingere o HI contendo a larva cisticercóide � parasita adulto no ID do hospedeiro definitivo (HD). -O PPP é de aproximadamente 2 meses. PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA: -É aparentemente pouco patogênico para cães e gatos. -Em caso de infestação maciça o parasito pode provocar irritação da mucosa intestinal � enterite hemorrágica � sangue nas fezes. -Irritação na região perianal (migração das proglotes) causando coceira e inquietação. DIAGNÓSTICO: -Exame de fezes (encontro das proglotes grávidas nas fezes ou presas na região peri-anal do Hospedeiro Definitivo). Cápsula ovígera repleta de ovos são liberadas após a desintegração da proglotide Meio Ambiente Ovos Meio Ambiente Embrião Ingestão dos ovos pelo HI (larva da pulga) e formação da metacestoda nos tecidos do HI adulto Contaminação do HD (cães, gatos, homem) pela ingestão do HI contando a larva Cisticercóide (Metacestoda) Intestino Delgado do HD (cães, gatos e Homem) Parasito adulto no ID do HD CONTROLE: -Anti-helmíntico deve ser administrado nos animais parasitados. -Controle de pulgas e piolhos (HI) nos animais. -Controle de pulgas e piolhos (HI) no ambiente. Amoebotaenia cuneata PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: -Parasito adulto encontrado no duodeno de galinhas (HD), muito frequente em algumas regiões do Brasil. -Os HI são minhocas de diversas espécies, nas quais se desenvolvem as larvas cisticercóides. -Apenas em infecções altas é considerada patogênica. MORFOLOGIA: -Possui uma forma grosseiramente triangular. Parasita de pequeno porte (2-4 mm x 1 mm). -Ventosas proeminentes e sem acúleos, rostelo retrátil c/ 12-14 acúleos. -Estróbilo formado por 20 proglotes (+ largas do que compridas). -Genitália simples c/ poros genitais alternados. CICLO BIOLÓGICO: -Adulto no duodeno das galinhas (HD) irá liberar a proglote grávida no lúmem intestinal que é expelida junto com as fezes � Os Hospedeiros Intermediários (minhocas) irão se infectar pela ingestão dos ovos liberados após a desintegração da cápsula ovígera e da proglote grávida � liberação do embrião no tubo digestivo dos HI � Formação da larva cisticercóide nos tecidos do corpo do HI. -O HD se contamina pela ingestão das minhocas (HI) contendo a larva cisticercóide � Evaginação da larva cisticercóide que irá se fixar na mucosa intestinal e originará um parasito adulto através da germinação de proglotes. O crescimento ocorre a partir do colo ou pescoço do parasito fixado. Atingindo a maturidade sexual, o cestódeo está pronto para iniciar o ciclo. -PPP médio de 15 a 30 dias. PATOGENIA: -O adulto no duodeno do hospedeiro definitivo é normalmente apatogênico. -Em infestações maciças pode provocar enterites. FILO PLATYELMINTHES CLASSE CESTODA ORDEM CYCLOPHYLLIDEA FAMÍLIA: ANOPLOCEPHALIDAE PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: -Os cestódeos pertencentes a esta família são desprovidos de rostelos e de acúleos. -Possuem proglotes mais largas do que compridas com poro genital lateral. -Apresentam testículos numerosos e úteros transversais que podem ou não ser substituídos por cápsulas ovígeras. -Desenvolve-se por ciclo indireto. -Os adultos são parasitos de mamíferos, aves e répteis (HD). Geralmente são pouco patogênicos para os seus hospedeiros. -Os Hospedeiros Intermediários são ácaros das famílias Oribatidae e Psocidae que se localizam nas gramíneas e forrageiras. PRINCIPAIS ESPÉCIES DE INTERESSE MÉDICO-VETERINÁRIO: Gênero Espécie HD HI Anoplocephala Anoplocephala magna Anoplocephala perfoliata Equídeos Ácaros Oribatídeos Paranoplocephala Paranoplocephala mamillana Equídeos Ácaros Oribatídeos Moniezia Moniezia expansa Moniezia benedeni Ruminantes Ácaros Oribatídeos CICLO BIOLÓGICO GERAL PARA A FAMÍLIA ANOPLOCEPHALIDAE: -Os adultos se localizam no aparelho digestivo dos Hospedeiros Definitivos (Equídeos ou Ruminantes) de onde eliminam as proglotes grávidas junto com as fezes dos animais. -Os ovos que são libertados pela desintegração da proglote, são ingeridos por ácaros oribatídeos de vários gêneros (Hospedeiros Intermediários) que vivem nas pastagens. Nos ácaros, a larva se libera do ovo, e se desenvolve para larva metacestoda do tipo “Larva Cisticercóide”, entre 2 a 6 meses. -Os Hospedeiros Definitivos se infectam ingerindo, acidentalmente, os ácaros oribatídeos infectados, misturados às gramíneas ou outras plantas forrageiras. -O PPP é variável sendo em média de 4 a 6 semanas. Anoplocephala magna: PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: -Parasito adulto encontrado no intestino delgado e raramente estômago de equídeos. -Os Hospedeiros Intermediários são ácaros oribatídeos que ocorrem na vegetação. -É provavelmente a mais patogênica de todas as espécies causando,
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