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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES PENAIS DA COMARCA DE MACEIO-ALAGOAS. Processo nº. xxx RECORRENTE: ERALDO ERALDO, devidamente qualificado nos autos em epígrafe, por seu advogado e procurador, que a esta subscreve nos autos supramencionados, com E-MAIL: RODRIGO@HOTMAIL.COM, endereço profissional em XXX, onde recebe notificações e intimações, com fundamentos no Art. 197, Lei de Execucoes Penais, não se aquiescendo com a respeitável decisão que negou o pedido de progressão de regime, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência interpor, tempestivamente, o presente: AGRAVO EM EXECUÇÃO Requer que o presente recurso seja recebido e encaminhado a superior instância para o devido processamento e julgamento, com os fatos e fundamentos anexos. Nestes Termos, Pede deferimento. MACEIÓL, AL, 01 de DEZEMBRO de 2017. Advogado OAB/XX Nº xxx. Xxx DOS FATOS Julgado em sentença penal condenatória, Em 24 de novembro de 2017, já sucedido o trânsito em julgado, pela prática do crime de associação ao tráfico, Art. 35 da Lei 11.343/06, o Recorrente foi sentenciado a cumprir 06 anos de reclusão em regime semiaberto. No subsequente mês, o Senhor Eraldo vem a sofrer nova condenação, desta vez pela prática de crime de Ameaça Art. 147 do CP (anterior ao crime de associação ao tráfico), sendo-lhe aplicada somente uma pena de multa. Após cumprir 01 ano da pena aplicada pelo crime de associação, o defensor público que defende os interesses de Eraldo apresentou requerimento de progressão de regime, destacando que o apenado não sofreu sanção disciplinar alguma. A supracitada súplica de progressão de regime foi indeferida, com nosso singelo respeito, de forma equivocada sob os seguintes fundamentos: Que crime de associação para o tráfico é crime hediondo; O apenado é reincidente, diante da nova condenação pela prática de crime de ameaça; O requisito objetivo para a progressão de regime seria o cumprimento de 3/5 da pena aplicada e, caso ele não fosse reincidente, seria de 2/5, períodos esses ainda não ultrapassados; Em relação ao requisito subjetivo, é indispensável a realização de exame criminológico, diante da gravidade dos crimes de associação para o tráfico em geral. Requeremos que respeitável decisão seja reformada pelos motivos de fato e direito a seguir elencados, pois convicto diante das arguições impetradas dos fatos de direito abaixo descritos, o autor roga judicialmente a reformulação da decisão assim pretendendo que seus pleitos não sejam ignorados por este Poder Judiciário. DO DIREITO Diante das seguintes arguições donde foi negado o pedido, contrapomos com sobriedade cada elemento elencado. A) O crime de associação para o tráfico é crime hediondo; Realçamos que deverá ser apartado que o delito praticado por Eraldo não tem natureza de crime hediondo, tendo em vista que nem em nossa suprema Carta Magna e nem mesmo a Lei nº 8.072/90 (Lei de Crimes Hediondos) tenham equiparado o crime de tráfico a crimes hediondos bem como a supracitada Lei não faz menção ao delito de associação ao tráfico. Por óbvio, o delito de associação ao tráfico não possui natureza hedionda. B) o apenado é reincidente, diante da nova condenação pela prática de crime de ameaça; Certamente que não há que se falar em reincidência, tendo em vista que a condenação pela prática do crime de ameaça ocorreu após o trânsito em julgado da decisão que condenou Lucas pela prática do crime de associação para o tráfico. De acordo com o Art. 63 do Código Penal, configura-se a reincidência quando o agente vem a ser condenado pela prática de crime cometido após condenação anterior, com trânsito em julgado, pela prática de delito anterior. Portanto, não há que se falar em reincidência. C) o requisito objetivo para a progressão de regime seria o cumprimento de 3/5 da pena aplicada e, caso ele não fosse reincidente, seria de 2/5, períodos esses ainda não ultrapassados; O fato de o Art. 44, parágrafo único, da Lei nº11.343/06 exigir para a concessão do livramento condicional o cumprimento de mais de 2/3 da pena não tem o condão de transformar o crime de associação para o tráfico em hediondo, de modo que o livramento exige o cumprimento de 2/3 da pena, enquanto que para progressão de regime basta o cumprimento de 1/6 da pena aplicada. d) em relação ao requisito subjetivo, é indispensável a realização de exame criminológico, diante da gravidade dos crimes de associação para o tráfico em geral. Por fim, com toda reverência, replicamos a decisão do ilustre magistrado em relação ao requisito subjetivo, que, segundo a decisão questionada, exigiria a realização de exame criminológico. Desde a Lei nº 10.792/03 que não mais existe obrigatoriedade da realização de exame criminológico para obtenção de progressão de regime, bastando o atestado de bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento. Certo é que não existe vedação à requisição de realização de exame criminológico para análise de eventual progressão de regime ou livramento condicional. DOS PEDIDOS Por todas estas razões expostas requer: a) o conhecimento e provimento do presente Agravo em Execução, uma vez atendidos todos os pressupostos exigidos à sua espécie; b) a reforma da decisão agravada com o objetivo de tornar nula a Decisão anterior; e) a progressão do Recorrente para um regime menos gravoso. Nestes Termos, Pede deferimento. XXX/XX, 01 de dezembro de 2017. Advogado OAB/XX Nº xxx. Xxx
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