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Plano de convergência da contabilidade Pública 3

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O PROFISSIONAL CONTÁBIL DIANTE DA CONVERGÊNCIA 
DAS NORMAS CONTÁBEIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
 A Contabilidade, por ser considerada uma ciência social, sofre grandes 
influências dos aspectos culturais, históricos, políticos e econômicos do ambiente 
em que atua, influenciando nas práticas contábeis de cada país (NIYAMA; SILVA, 
2008). 
Niyama (2007) afirma que a Contabilidade é considerada a linguagem dos 
negócios e diante dos mercados globalizados é utilizada como ferramenta no 
processo de tomada de decisões em nível internacional. Porém, essa linguagem é 
divergente entre os países uma vez que possuem práticas contábeis próprias e 
diferentes entre si. 
A Contabilidade está diante de novos desafios causados pelas constantes 
mudanças no cenário econômico mundial onde a economia globalizada, o 
desenvolvimento do mercado de capitais internacional e o aumento dos 
investimentos estrangeiros geram a necessidade de utilização de normas e 
procedimentos que contribuam para reduzir as diferenças das informações contábeis 
entre os países (NETO; DIAS; PINHEIRO, 2009). 
 Iudícibus e Marion (2002) complementam afirmando que o atual cenário de 
globalização em que as empresas estão inseridas representa desafios e 
oportunidades de desenvolvimento tanto para o conhecimento contábil como para os 
contadores, sendo uma das tendências para a evolução da Contabilidade a 
harmonização dos princípios contábeis diante dos mercados internacionalizados. 
Dessa forma, a fim de minimizar as divergências internacionais e facilitar a 
comunicação e comparação das informações contábeis, existe um consenso entre 
os diversos envolvidos para uma harmonização dos procedimentos contábeis 
(NIYAMA, 2007). Portanto, entende-se por harmonização contábil o processo que 
busca um acordo entre os padrões contábeis internacionais mediante um conjunto 
comum de princípios preservando as particularidades de cada país. Atualmente tal 
processo também é conhecido pelo termo convergência (VILLELA, 2007). 
Diante desse contexto, a presente pesquisa questiona: Qual a percepção do 
profissional contábil dos municípios de xxxx e xxxxx xxxxxx sobre a Convergência 
das Normas Contábeis? 
 3 
Considerando o problema de pesquisa proposto, o objetivo geral desse 
estudo é identificar qual a percepção do profissional contábil dos municípios de xxxx 
e xxxxx xxxxxx sobre a Convergência das Normas Contábeis. 
Especificamente, pretende-se: 
- Identificar o nível de conhecimento dos profissionais contábeis sobre o 
assunto; 
- Verificar quais mudanças poderão ocorrer nos procedimentos da prática 
profissional diante da convergência das normas contábeis. 
De acordo com Villela (2007) o constante aumento do número de pesquisas e 
publicações sobre a Harmonização Contábil Internacional vem confirmar a grande 
discussão sobre o assunto que chama cada vez mais a atenção dos profissionais e 
acadêmicos do Brasil. 
Essa afirmação ressalta a importância em desenvolver a presente pesquisa 
tendo em vista que se refere a um tema atual e que representa um desafio para o 
cenário contábil. Dentro desse contexto, trata-se de um assunto relevante, pois 
representa uma etapa no processo de evolução da Contabilidade que gera 
mudanças na prática contábil exigindo do profissional adequação aos novos 
procedimentos. 
Girotto (2007) ressalta a necessidade do contabilista e demais profissionais 
da área contábil estarem preparados para as mudanças que estão por vir, bem 
como os envolvidos no âmbito de formação acadêmica. 
O fator motivador dessa pesquisa se refere ao fato de ser um assunto ainda 
novo, despertando o interesse das pesquisadoras em adquirir um conhecimento 
maior sobre o tema. Dessa forma, esse estudo poderá ser utilizado como ferramenta 
multiplicadora de conhecimento sobre o assunto abordado, tendo em vista que o 
meio acadêmico deve estar em consonância com as mudanças ocorridas na 
Contabilidade, preparando adequadamente os futuros profissionais contábeis para o 
mercado. 
Em relação à metodologia, a pesquisa se caracteriza quanto aos objetivos 
como descritiva e quanto aos procedimentos de coleta de dados como bibliográfica e 
de levantamento. O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário 
aplicado aos profissionais contábeis que exercem suas atividades nos escritórios de 
contabilidade dos municípios de xxxx e xxxxx xxxxxx - XX. 
 
 4 
2 A PROFISSÃO CONTÁBIL 
 
 
2.1 A ATUAÇÃO DO CONTABILISTA 
 
 
Sendo o patrimônio das entidades o objeto de estudo da Contabilidade 
enquanto ciência, o contabilista é o profissional responsável pelos registros dos fatos 
que originam os demonstrativos e os relatórios contábeis que apresentam o histórico 
econômico-financeiro das empresas (FORTES, 2001). 
 Segundo Martins et al. (1997), por sua formação profissional, o contabilista 
pode ser classificado em duas categorias: Contador, aquele que obtém o título de 
Bacharel em Ciências Contábeis através de nível superior ou Técnico em 
Contabilidade, formado através do nível médio. 
Fortes (2001) complementa que, para o exercício da profissão, tanto o 
contador como o técnico em contabilidade precisam estar devidamente registrados 
no Conselho Regional de Contabilidade – CRC do estado de origem. 
De acordo com a Resolução do Conselho Federal de Contabilidade – CFC 
(BRASIL, 1983) nº 560/83, no Art. 2°, o contabilista pode exercer, dentre outras 
funções, a de analista, assessor, auditor, consultor, controller, educador, escriturador 
contábil ou fiscal, perito e professor na condição de profissional liberal, de 
empregado, de servidor público ou sócio de qualquer tipo de sociedade. 
Atualmente o mercado de trabalho para o contador é um dos mais 
promissores em decorrência, principalmente, da exigência das empresas em 
aprimorar o controle e planejamento dos negócios. Assim o contador deve agregar 
às capacidades técnicas comportamentos éticos, prudentes e íntegros (IUDÍCIBUS 
et al., 1998). 
Marion (2003) afirma que novas tendências estão surgindo para o profissional 
contábil como o Investigador Contábil, a Contabilidade Ecológica, a Contabilidade 
Estratégica, a Auditoria Ambiental e a Contabilidade Prospectiva. Além dessas, 
Autran e Coelho (2004) apontam também a área pública como alternativa no 
crescente campo de atuação do contabilista, principalmente a partir da Lei de 
Responsabilidade Fiscal, que exige do poder público, profissionais contábeis 
 5 
responsáveis em atender as obrigatoriedades quanto à movimentação dos recursos 
públicos. 
Diante desse contexto, percebe-se, portanto, o constante crescimento da 
classe contábil brasileira bem como sua evolução e reconhecimento por parte da 
sociedade (FORTES, 2001). 
 
 
2.2 A IMPORTÂNCIA DO CONTABILISTA 
 
 
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) através da Deliberação nº 29, de 
05-02-86 (BRASIL, 1986), considera a Contabilidade como sendo “um sistema de 
informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e 
análises de natureza econômica, física e de produtividade, com relação à entidade 
objeto de contabilização.” 
A Contabilidade pode ser considerada como uma importante ferramenta de 
auxílio para a administração da empresa por ser a responsável pelas informações 
econômicas e financeiras, oferecendo melhor sustentação para uma boa tomada de 
decisão (MARION, 2005). 
Segundo Autran e Coelho (2004) somente através da contabilidade se torna 
possível obter as informações da empresa ao longo do tempo. Através de ações 
passadas se torna possível planejar o futuro. Dessa forma, além de controlaro 
patrimônio da empresa, a contabilidade também oferece subsídios para seu 
planejamento através de informações confiáveis, consistentes e claras. 
O contabilista exerce papel de grande relevância no que se refere à 
informação, um bem considerado importante no mundo dos negócios e que serve de 
base para todas as decisões da empresa. De fato, é função do profissional contábil, 
fornecer aos usuários da contabilidade informações de acordo com suas 
necessidades (MARTINS et al., 1997). 
Marion (2005) esclarece que os usuários da Contabilidade são pessoas 
físicas ou jurídicas, podendo ser classificados como usuários internos (funcionários, 
administradores, diretores) ou externos (acionistas, fornecedores, instituições 
financeiras, governo). 
 6 
Dentre as diversas atividades do contador, produzir e gerenciar informações 
aos usuários é considerada como sendo tarefa básica, não devendo se limitar 
apenas a atender as exigências do fisco (IUDÍCIBUS; MARION, 2002). 
Sá (2009) afirma que a função contábil é cada vez mais significativa e 
necessária para a humanidade. Sua principal importância é orientar as organizações 
na conquista da eficácia constante, sendo papel do profissional contábil direcionar 
os negócios para a prosperidade a partir da teoria científica. Informar, simplesmente, 
pode ser tarefa de um sistema de informação manuseado por qualquer pessoa, 
porém, explicar e orientar requer conhecimento científico do profissional da área. 
De acordo com Autran e Coelho (2004), é obrigado por lei que toda empresa 
possua os serviços de um contabilista. No cenário atual, esse profissional não deve 
se restringir apenas aos números. As empresas esperam que este profissional tenha 
capacidade de orientá-las em diversas situações não se limitando somente em 
satisfazer as exigências do fisco. 
Dessa forma, percebe-se que, apesar do seu contato com os números, a 
contabilidade é considerada uma ciência social pela sua responsabilidade em 
divulgar informações de qualidade e credibilidade sobre o patrimônio das empresas 
(AUTRAN; COELHO, 2004). Iudícibus e Marion (2002) compartilham dessa idéia 
quando afirmam que o contador possui um papel social de grande importância ao 
informar à sociedade sobre a gestão dos recursos das empresas. 
Merlo (2006, p.11) considera a contabilidade uma “atividade moderna e 
necessária”. Sendo assim, é importante que o profissional contábil esteja atento às 
necessidades da sociedade de modo a atendê-las com comprometimento, 
seriedade, agilidade, objetividade e com visão para os negócios. 
 
 
2.3 O PERFIL DO PROFISSIONAL CONTÁBIL NA ATUALIDADE 
 
 
No decorrer dos tempos, o desenvolvimento da profissão contábil esteve 
ligado ao crescimento comercial. Antigamente, o contador geral se encarregava pela 
área pública, enquanto a contabilidade das empresas era de responsabilidade dos 
chamados guarda-livros. Normalmente esse profissional, responsável pela 
escrituração dos livros mercantis, tinha como principal função o registro de 
 7 
transações já ocorridas, além de muitos cálculos em meio a documentos e livros de 
capa preta (AUTRAN; COELHO, 2004). 
 A função do profissional contábil sempre esteve e estará vinculada às 
necessidades da sociedade que evoluem a partir do desenvolvimento dos negócios 
empresariais (MERLO, 2006). 
 Marion (2005) ressalta que a profissão contábil está passando por um 
momento de transição onde a fase mecânica foi substituída pela técnica e, 
atualmente, pela fase da informação. No mercado atual, dificilmente o contabilista 
conseguirá sobreviver no papel do antigo escriturador ou guarda-livros. Dessa 
forma, o profissional contábil deve estar em constante evolução apresentando 
atributos importantes para o exercício da profissão. 
Sá (2002) complementa ao afirmar que o profissional da Contabilidade deve 
possuir a função de orientar ao invés de simplesmente registrar os fatos ocorridos, 
oferecendo opiniões e direcionamento sobre os negócios da empresa. 
De acordo com Marion (2005), o contador deve ser um tradutor de 
informações, sendo capaz de interpretá-las e associá-las ao processo de tomada de 
decisão. A função moderna do contabilista é de um consultor sobre os negócios da 
empresa (SÁ, 2002). 
Sá (2009) afirma ainda, que o perfil do contador atual se baseia nos 
conhecimentos científicos e tecnológicos, tornando-o capaz de entender as 
demonstrações e direcionar o caminho a ser seguido pela empresa. 
Diante desse contexto, Merlo (2006) apresenta uma comparação entre as 
exigências do profissional contábil de ontem, de hoje e do amanhã: 
ONTEM HOJE AMANHÃ 
Baixa competitividade Competitivo Alta Competitividade 
Comércio tradicional Relações comerciais 
complexas 
Globalização/ 
Desregulamentação 
Ênfase na escrituração Ênfase no registro Ênfase nos negócios 
Ensino comercial Ensino técnico Ensino de gestão 
Busca pela padronização Padronização legal Adaptação aos negócios 
Pouco envolvimento nos negócios Acompanhamento da gestão Proposição de soluções 
Baixa complexidade das operações Operações complexas Operações virtuais 
Não-utilização da TI Uso intensivo da TI Business Inteligence 
Luta pelo reconhecimento Profissão reconhecida Profissão fundamental 
Quadro 01: Comparação entre as exigências do profissional contábil 
Fonte: Merlo (2006, p. 11) 
 8 
Muitos autores afirmavam que a Contabilidade seria a profissão do futuro. Já 
na primeira década do século XXI percebe-se que a profissão contábil está 
passando por várias mudanças, tornando-se mais confiável, consistente e valorizada 
pelo mercado (NOSSA, 2010). 
Para Abrantes (2010) os principais fatores que influenciaram nas mudanças 
da profissão são o aquecimento da economia e o aumento da participação das 
empresas brasileiras no mercado internacional. Tais mudanças revolucionaram a 
demanda por esses profissionais que, a partir de agora, devem apresentar um perfil 
mais estratégico e com visão para os negócios. 
Nossa (2010) ressalta que as mudanças na profissão têm como foco tanto a 
Tecnologia da Informação (Sistema Público de Escrituração Digital - SPED, Sistema 
Integrado de Informações sobre Operações Interestaduais com Mercadorias - 
SINTEGRA, Nota Fiscal Eletrônica - NF-e) como a internacionalização das normas 
contábeis. 
Diante desse contexto, para que o contabilista alcance êxito em sua carreira, 
a qualificação profissional é condição indispensável, tornando-o capaz de 
acompanhar a evolução dos negócios que se encontra em constante mutação 
(MERLO, 2006). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9 
3 A EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE 
 
 
3.1 A ORIGEM 
 
 
Apesar de alguns pesquisadores declararem que os primeiros indícios da 
existência da Contabilidade tem seus registros por volta de 4.000 anos a.C., não é 
possível afirmar com precisão a época de seu surgimento (FAVERO et al., 2006). 
Pode-se, entretanto, afirmar que a Contabilidade é tão antiga quanto a 
existência da humanidade, visto que seu surgimento ocorreu de forma rudimentar 
antes mesmo da moeda, da escrita e do número (IUDÍCIBUS; MARION, 2002). 
No livro de Jó, o mais antigo da bíblia, é possível perceber os registros de sua 
riqueza, tendo em vista que era um homem muito rico e, portanto, tinha necessidade 
de apurar e controlar seus bens. Dessa forma, entende-se que a Contabilidade 
surgiu a partir da necessidade do proprietário da riqueza em avaliar e controlar seu 
patrimônio (MARION, 2005). 
Diante da necessidade de controlar seu patrimônio, o homem primitivo 
utilizava desenhos em paredes de cavernas e tábuas de pedra classificando 
quantitativa e qualitativamente os seusbens (MARQUES, 2006). 
 Iudícibus e Marion (2002) classificam esse momento em que o patrimônio 
existente era registrado através de figuras e desenhos como sendo a fase empírica 
da Contabilidade. 
 Percebe-se que a evolução contábil ocorreu lentamente até o surgimento da 
moeda, pois, até então, os registros se limitavam ao inventário físico, sem avaliação 
monetária. À medida que as atividades se desenvolveram, o homem precisou 
aprimorar suas ferramentas de avaliação da riqueza (IUDÍCIBUS, 2006). 
 A partir do momento em que o homem utilizou alguma forma de controlar 
seus bens, conheceu a Contabilidade, que desde então vem se desenvolvendo com 
a finalidade de proporcionar um gerenciamento adequado à riqueza patrimonial 
(MARQUES, 2006). 
 
 
 10 
3.2 O DESENVOLVIMENTO 
 
 
Analisando a evolução da Contabilidade, verifica-se que seu desenvolvimento 
sempre esteve vinculado às mudanças nas relações mercantis, econômicas e 
sociais (FAVERO et al, 2006). 
No início, antes de ser considerada ciência, a Contabilidade era entendida 
como um sistema de escrituração por partidas dobradas, tendo seus registros 
iniciais por volta de 1299-1300 e, mais tarde, em 1340, na cidade de Gênova, de 
forma mais completa. Não é possível afirmar quem desenvolveu, inicialmente, o 
método das partidas dobradas, mas, sem dúvida, foi a partir da obra de Luca Pacioli 
que esse método teve grande destaque (IUDÍCIBUS; MARTINS; CARVALHO, 2005). 
O livro Summa de arithmetica, geométrica, proportioni et proportionalitá, de 
Pacioli, embora seja uma obra matemática, possui uma parte explicando o sistema 
de escrituração pelo método de partidas dobradas, demonstrando a base para os 
lançamentos contábeis. Embora tenha sido escrito há mais de 500 anos, suas 
citações são consideradas importantes ainda nos dias de hoje (HENDRIKSEN; 
BREDA, 1999). 
Segundo Iudícibus e Marion (2002) a obra do Frei Luca Pacioli, publicada em 
1494, que destacava o método das partidas dobradas com os termos de débito e 
crédito, é considerada a primeira literatura de relevância para a Contabilidade, 
representando o início do pensamento científico contábil. 
A partir do século XIII a Contabilidade teve um crescimento significativo na 
Europa em decorrência do desenvolvimento mercantil. Foi nesse período que surgiu 
a escola italiana (européia) de Contabilidade que se espalhou por toda a Europa 
exercendo influência em praticamente todo o mundo até o início do século XX 
(FAVERO et al, 2006). 
Marion (2005) considera que a Contabilidade alcançou sua maturidade entre 
os séculos XIII e XVI, época caracterizada pelo comércio com as Índias, 
Renascimento e Mercantilismo, inclusive a obra sobre Contabilidade do frei Luca 
Pacioli. Dessa forma, teve início a escola italiana de Contabilidade. 
Até o século XVI, a Contabilidade tinha como principal objetivo a produção de 
informações para o proprietário da empresa que, geralmente, tinha um único dono. 
Nessa época, não se percebia diferença entre os negócios pessoais e empresarias 
 11 
de um proprietário, não havendo padrões uniformes para divulgação de suas contas. 
Não se conhecia também os conceitos de exercício contábil e empresa em 
funcionamento. Visto que os empreendimentos tinham curta duração, o resultado 
era calculado ao final de sua realização (HENDRIKSEN; BREDA, 1999). 
Marques (2006) menciona que no final do século XVI iniciou-se o período Pré-
Científico, onde o empirismo, até então base para a Contabilidade, foi sendo 
substituído pelas primeiras doutrinas contábeis. 
No que se refere ao processo de evolução contábil, Iudícibus, Martins e 
Carvalho (2005), afirmam que a Contabilidade partiu de um sistema de escrituração 
evoluindo, lentamente, até se tornar ciência. Esse momento foi impulsionado pela 
necessidade de acompanhar o progresso patrimonial das entidades (“espírito 
capitalista”), iniciando-se no século XII, fortalecendo-se no século XIII até o início do 
século XIX, aprimorando suas técnicas de escrituração. Somente no século XIX que 
o conhecimento contábil adota uma postura científica, deixando a simples 
escrituração para assumir procedimentos que acompanhem a evolução do 
patrimônio. 
Iudícibus (2006) concorda com tal afirmação quando menciona que no século 
XIX tem início o período, considerado por muitos, como científico, onde se percebe 
os primeiros sinais de que a teoria se desenvolve de acordo com as necessidades 
reais da sociedade. È nesse momento também que a escola italiana vai perdendo o 
domínio contábil que exercia sobre os demais países. 
A Contabilidade sofreu grandes influências com o advento da Revolução 
Industrial, no final do século XIX e início do século XX, principalmente nos Estados 
Unidos e na Inglaterra. Com a expansão das indústrias, surgiu a necessidade de 
informações sobre os custos de produção e avaliação de estoques, bem como o 
cálculo da depreciação, surgindo a Contabilidade de Custos. Além disso, diante da 
exigência de grandes quantias de capital, surgiram as sociedades por ações, sendo 
necessária a separação de investidor e administrador. Isso contribuiu para a 
expansão das informações contábeis que passaram a ser fornecidas também aos 
acionistas, investidores, credores e governo (HENDRIKSEN; BREDA, 1999). 
No início do século XX as teorias e práticas contábeis norte-americanas foram 
fortemente impulsionadas pelo surgimento das grandes corporações, crescimento do 
mercado de capitais e acelerado ritmo de desenvolvimento econômico no país 
(IUDÍCIBUS, 2006). 
 12 
Segundo Iudícibus e Marion (2002) nessa época a Escola Norte-americana foi 
alcançando destaque no cenário contábil internacional assumindo o domínio, até 
então, exercido pela Escola Européia (italiana). Diante desse contexto, os autores 
apresentam alguns motivos que ocasionaram tal mudança: 
Algumas razões da Queda da Escola 
Européia (especificamente italiana) 
Algumas razões da Ascensão da Escola 
Norte-americana 
1. Excessivo Culto à Personalidade: 
grandes mestres e pensadores da contabilidade 
ganharam tanto notoriedade que passaram a ser 
vistos como “oráculos” da verdade contábil. 
1. Ênfase ao Usuário da Informação Contábil: 
a Contabilidade é apresentada como algo útil 
para a tomada de decisões, evitando-se 
endeusar demasiadamente a contabilidade; 
atender os usuários é o grande objetivo. 
2. Ênfase a uma Contabilidade Teórica: as 
mentes privilegiadas produziam trabalhos 
excessivamente teóricos, difundindo-se idéias 
com pouca aplicação prática. 
2. Ênfase à Contabilidade Aplicada: 
principalmente à Contabilidade Gerencial. Ao 
contrário dos europeus, não havia uma 
preocupação com a teoria das contas, ou querer 
provar que a Contabilidade é uma ciência. 
3. Pouca importância à Auditoria: 
principalmente na legislação italiana, o grau de 
confiabilidade e a importância da auditagem não 
eram enfatizados. 
3. Bastante Importância à Auditoria: como 
herança dos ingleses e transparência para os 
investidores das Sociedades Anônimas (e outros 
usuários) nos relatórios contábeis, a auditoria é 
muito enfatizada. 
4. Queda do nível das principais faculdades: 
principalmente as faculdades italianas, 
superpovoadas de alunos. 
4. Universidades em busca de qualidade: 
grandes quantias para as pesquisas no campo 
contábil, o professor em dedicação exclusiva, o 
aluno em período integral valoriza o ensino nos 
Estados Unidos. 
Quadro 02: Comparação de duas escolas 
Fonte: Iudícibus e Marion (2002, p.36) 
 
 Marion (2005) ressalta que a Contabilidade nos Estados Unidos adquiriu 
maior relevância principalmente após a crise de 1929, formando a Escola Contábil 
americana predominante na atualidade.Favero et al. (2006) destaca a importância da escola norte-americana, através 
do Instituto Americano de Contadores Públicos, para o desenvolvimento dos 
Princípios Contábeis e, consequentemente, da própria Contabilidade. Além disso, 
outro fator que merece destaque segundo os autores, é a mudança na forma de 
gerar a informação contábil, que até então tinha como foco a Contabilidade 
Financeira. A partir desse momento, a escola norte-americana se volta, também, 
para o usuário interno, fornecendo-lhe informações confiáveis para o processo de 
tomada de decisão, proporcionando condições para o surgimento da Contabilidade 
Gerencial. 
 
 
 
 13 
3.3 A CONTABILIDADE NO BRASIL 
 
 
De acordo com Iudícibus (2006) foi a escola italiana que exerceu, 
inicialmente, influência sobre a contabilidade brasileira. Em 1902, foi criada a Escola 
de Comércio Álvares Penteado, a primeira especializada no ensino da contabilidade. 
Com o surgimento das empresas anglo-americanas e da Faculdade de 
Economia e Administração da Universidade de São Paulo – FEA/USP (1946), 
percebe-se a introdução da Escola Contábil Americana no país (MARION, 2005). 
Iudícibus (2006) complementa que através do curso de Ciências Contábeis e 
Atuariais (USP) surgiu, efetivamente, o primeiro centro de pesquisa na área contábil 
de acordo com o modelo norte-americano. Com isso, artigos científicos e teses 
acadêmicas de qualidade passaram a ser desenvolvidas por professores que se 
dedicavam ao ensino e à pesquisa. 
Marion (2005) destaca que o domínio da escola americana de contabilidade 
se tornou mais significativo a partir da década de 70 com o lançamento do livro 
Contabilidade Introdutória, desenvolvido por uma equipe de professores da 
FEA/USP. Tal domínio se tornou ainda mais nítido com a divulgação da Circular n° 
179/72 do Banco Central e, posteriormente, com a Lei n° 6.404/76 – Lei que 
regulamentava as Sociedades Anônimas. 
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), o Instituto dos Auditores 
Independentes do Brasil (IBRACON) e a Comissão de Valores Imobiliários (CVM) 
são as entidades que exercem, tradicionalmente, maior influência no meio contábil, 
emitindo pronunciamentos que contribuem para o desenvolvimento da contabilidade 
no país. Além desses o Banco Central e a Receita Federal também atuam na 
legislação contábil (IUDÍCIBUS, 2002). 
No que se refere às perspectivas contábeis no Brasil, Iudícibus (2006) afirma 
que é possível um progresso constante e equilibrado, capaz de solidificar a 
contabilidade brasileira, sendo necessário para tanto, concretização de alguns 
pontos importantes: continuidade no trabalho de pesquisa sobre os princípios 
contábeis através dos órgãos representantes da classe contábil; formação adequada 
para os técnicos de Contabilidade por meio de bons cursos de Ciências Contábeis; 
dedicação das instituições, principalmente as universidades, à pesquisa contábil, 
treinando e atualizando seu corpo docente. 
 14 
3.4 O FUTURO DA CONTABILIDADE 
 
 
Observando o contexto histórico da Contabilidade, percebe-se que sua 
evolução sempre ocorreu em função do desenvolvimento da humanidade, bem 
como o que se refere ao progresso dos negócios e das relações comerciais 
(MERLO, 2006). 
Todavia, a partir da análise de sua evolução, é desafiador relatar com 
precisão o que é a Contabilidade e, principalmente, o que será do seu futuro, sendo 
que o que está por vir representa um mistério para o cenário mundial (IUDÍCIBUS; 
MARTINS; CARVALHO, 2005). 
Para Iudícibus e Marion (2002), acima de qualquer previsão do que possa vir 
a ser da Contabilidade, deve-se observar o desenvolvimento da sociedade de modo 
a atender as necessidades dos usuários com informações úteis para tomada de 
decisão. 
Sabe-se, entretanto, que no mundo moderno internacionalizado, 
caracterizado pela era da informação, a informática está revolucionando as relações 
comerciais e a Contabilidade, enquanto ciência inserida nesse contexto está 
passando por uma reestruturação (MARQUES, 2006). O autor afirma ainda que os 
pesquisadores da Contabilidade moderna defendem a idéia de tornar os princípios e 
métodos contábeis universais entre os países. Essa tendência de padronização das 
normas contábeis predominará num futuro muito próximo. 
Embora a Contabilidade seja considerada, em seu estágio atual, como uma 
importante e eficiente ferramenta de gestão de recursos econômicos e financeiros, 
acredita-se que essa ciência irá evoluir ainda mais. Porém, a direção e a extensão 
dessa evolução dependerão de fatores institucionais, econômicos e sociais 
(IUDÍCIBUS; MARTINS; CARVALHO, 2005). 
Muito sabiamente, os autores concluem tal pensamento afirmando que 
“querer, assim, prognosticar o que a Contabilidade possa vir a ser é querer prever o 
que a sociedade humana será, no futuro”. (IUDÍCIBUS; MARTINS; CARVALHO, 
2005, p.18). 
 A partir do contexto histórico apresentado, é possível ilustrar a evolução da 
Contabilidade através de uma linha do tempo destacando os principais 
acontecimentos no decorrer do seu desenvolvimento: 
20 
 15 
 
 ???... 
 
 
Figura 01: Linha do tempo – evolução da contabilidade 
Fonte: Elaborada pelas autoras 
 
Legenda: 
 
 Surgimento da Contabilidade por volta de 4.000 anos A.C.: controle do 
patrimônio através de desenhos (forma rudimentar); 
 
 Registros iniciais do sistema de escrituração por partidas dobradas em torno 
de 1299-1300; 
 
 Publicação do livro Summa de arithmetica, geométrica, proportioni et 
proportionalitá do frei Luca Pacioli, em 1494, onde o método das partidas dobradas 
alcançou destaque; 
 
 Surgimento da Escola Italiana (Européia) de Contabilidade a partir do século 
XIII; 
 
 Início do período pré-científico no final do século XVI; 
 
 No século XIX o conhecimento contábil adota uma postura científica; 
 
 A Contabilidade de Custos surge a partir das influências da Revolução 
Industrial; 
 
 A partir do século XX a contabilidade norte-americana adquire relevância no 
cenário contábil, predominando na atualidade. Surge a Contabilidade Gerencial; 
 
 No século XXI se intensifica a tendência de harmonização das normas 
contábeis brasileiras ao padrão internacional; 
 
???... “prognosticar o que a Contabilidade possa vir a ser é querer prever o que a 
sociedade humana será, no futuro”. (IUDÍCIBUS; MARTINS; CARVALHO, 2005, p. 
18). 
 
 
 
 16 
3.5 O PROCESSO DE CONVERGÊNCIA DAS NORMAS CONTÁBEIS AO 
PADRÃO INTERNACIONAL 
 
 
A Contabilidade enquanto ciência social está sujeita às grandes influências do 
ambiente em que atua, sendo que as práticas contábeis são fortemente afetadas 
pelos valores culturais, tradição histórica, estrutura política, econômica e social. 
Dessa forma, os sistemas contábeis se diferenciam de acordo com o conjunto de 
leis, filosofias, procedimentos e objetivos de cada país (NIYAMA, 2007). 
Diante de tais diferenças, percebe-se a existência de critérios divergentes e 
próprios para reconhecer e mensurar um mesmo fato. Assim, a ausência de 
uniformidade das normas e procedimentos contábeis compromete a 
comparabilidade das informações apresentadas através das demonstrações 
financeiras (AVELINO et al., 2010). 
De acordo com Niyama e Silva (2008), a expansão das relações comerciais e 
internacionais no cenário globalizado, a necessidade de investimento e o avanço 
tecnológico que permite fácil acesso à informação, exige uma linguagem em comum 
entre os países estabelecendo padrões contábeis uniformes. 
Leite (2002) afirma que diante da globalização dos mercados torna-se 
inevitável a padronizaçãocontábil entre os países, de modo que sejam utilizadas 
normas transparentes e comparáveis em todo o mundo. 
A harmonização das normas contábeis se faz necessária tendo em vista que, 
diante da mundialização dos mercados, os negócios não estão mais restritos apenas 
aos limites de um país. Considerando que as multinacionais estão inseridas nesse 
contexto, é importante ressaltar que a participação dessas empresas a nível 
internacional vai além de transações somente com suas filiais, mas envolve também 
os investimentos através da disponibilidade de ações a serem negociadas em bolsa 
de valores de todo o mundo (SANTOS et al., 2010). 
Visando facilitar a comunicação e comparabilidade das informações, 
minimizando as diferenças entre os países, existe um conjunto de esforços para que 
os procedimentos contábeis sejam harmonizados (NIYAMA, 2007). 
Portanto a harmonização contábil pode ser entendida como o processo pelo 
qual diversos países, a partir de um consenso, buscam a compatibilidade das 
 17 
normas contábeis preservando as particularidades e características de cada região 
(SILVA; MADEIRA; ASSIS, 2004). 
Niyama (2007) concorda com tal pensamento ao afirmar que a harmonização 
visa à reconciliação dos procedimentos contábeis entre os países, respeitando suas 
peculiaridades, de modo que as informações sejam melhor interpretadas e 
compreendidas. 
Diante da utilização de diferentes nomenclaturas ao abordar tal processo, 
alguns autores esclarecem a relação existente entre elas. Niyama e Silva (2008) 
estabelecem um vínculo entre os termos padronização e harmonização. Contudo, a 
padronização possui caráter mais amplo e impositivo, enquanto a harmonização 
está associada à adequação das normas a nível internacional permitindo 
comparação. Atualmente, utiliza-se também o termo convergência, que transmite a 
idéia de que o processo está se direcionando a um ponto em comum. 
Para Lemes e Silva (2007) a harmonização refere-se ao alinhamento, 
consistência e coerência das normas e práticas contábeis enquanto a convergência 
visa eliminar as diferenças entre as normas emitidas pelos diversos órgãos 
contábeis que a partir de 2002, com o Projeto de Convergência FASB - Financial 
Accounting Standards Board X IASB – International Accounting Board, direcionaram 
o foco para a convergência ao invés da harmonização. 
Girotto (2008) apresenta alguns pontos favoráveis para a convergência às 
normas internacionais, dentre eles, a necessidade das empresas que possuem 
operações no exterior e que precisam apresentar informações às suas 
controladoras. Além disso, a convergência assegura transparência e confiabilidade 
às práticas e procedimentos contábeis e oferece sustentação de normas contábeis 
de alta qualidade na evidenciação de informações sobre a situação patrimonial e 
financeira das empresas. 
Complementando a idéia, Niyama e Silva (2008) apontam outros benefícios 
que podem ser percebidos com o advento da harmonização contábil. Através desse 
processo, a divulgação das informações deverá seguir um padrão de acordo com a 
norma estabelecida, fazendo com que os usuários tenham acesso às mesmas 
informações. Tal situação possibilita aos interessados a análise e comparação de 
dados entre as empresas, evitando, assim, a chamada “assimetria da informação”. 
Outro fator de considerável importância é que, ao padronizar normas e 
procedimentos, pode-se reduzir o custo de transação e de pesquisa. Por fim, apesar 
 18 
da padronização não ter como objetivo a redução ou eliminação do risco do mercado 
de capitais é possível reduzir ou eliminar a incerteza do investidor mediante 
informações adequadas e confiáveis ao analisar uma empresa. 
 
 
3.5.1 Panorama Mundial do Processo de Convergência 
 
 
 Diversos organismos internacionais estão envolvidos no processo que busca 
a harmonização da Contabilidade entre os países (NIYAMA, 2007). 
 Neto, Dias e Pinheiro (2009) destacam o empenho do International 
Accounting Board (IASB), do International Federation of Accounting (IFAC), do 
International Organizational of Securities Commission (IOSCO), das Nações Unidas, 
da União Européia e do Financial Accounting Standards Board (FASB) na promoção 
e adoção das normas contábeis internacionais em todo o mundo. 
 O IASB (International Accounting Standard Board), sucessor do IASC 
(International Accounting Standards Committee), é o órgão que tem papel de grande 
importância no processo de harmonização, sendo uma de suas atribuições a 
promoção da convergência das normas contábeis a nível internacional. Composto 
por membros de vários países, o IASB é um organismo independente que tem como 
competência o desenvolvimento de normas compreensíveis e de alta qualidade 
através de informações que vão de encontro aos padrões da contabilidade (LEMES; 
SILVA, 2007). 
 Baseado na constituição do IASB, Niyama e Silva (2008) apresentam como 
sendo os objetivos desse organismo: o desenvolvimento de um conjunto uniforme de 
normas contábeis utilizadas na elaboração e apresentação das demonstrações 
contábeis, a nível mundial, utilizando informações de alta qualidade, comparáveis e 
transparentes que auxiliem na tomada de decisões econômicas; a promoção e 
aplicação de forma rígida dessas normas; e, a promoção da convergência das 
normas contábeis ao padrão internacional. 
 Niyama e Silva (2008) esclarecem que os pronunciamentos emitidos pelo 
IASB não possuem caráter obrigatório, mas podem ser considerados como uma 
recomendação e referência que auxilia na interpretação das informações contábeis. 
 19 
Portanto, o IASB tem função normatizadora, emitindo normas internacionais 
de contabilidade através do padrão IFRS - International Financial Reporting 
Standards (CALIXTO, 2010). 
As normas internacionais de contabilidade recebiam o nome de IAS 
(International Accounting Standards) e, atualmente, são conhecidas como IFRS. 
Emitidas pelo IASB, essas normas são pronunciamentos baseados em princípios e 
não em regras específicas (IFRS, 2008). 
Em 2002, a União Européia adotou uma medida que representou um marco 
no processo de convergência aos padrões internacionais. Tal decisão se refere à 
obrigatoriedade, a partir de 2005, das empresas de capital aberto sediadas em seus 
países membros a apresentarem suas demonstrações contábeis consolidadas 
conforme as normas internacionais de contabilidade do IASB (CALIXTO, 2010). 
Além desse acontecimento, Niyama e Silva (2008) destacam que o IASB se 
tornou o único órgão a emitir Normas Internacionais de Contabilidade a partir da 
iniciativa dos Estados Unidos de aderirem ao processo de convergência de suas 
normas, publicadas pelo FASB, ao padrão IFRS. 
No cenário atual, vários países já adotaram as normas internacionais de 
Contabilidade emitidas pelo IASB. Outros países, no entanto, buscam medidas para 
a adoção de tais normas (IFRS, 2008). 
A situação desses países quanto à adoção do padrão IFRS pode ser ilustrada 
da seguinte forma: 
 20 
 
 Figura 02: Estágio Atual dos IFRS’s no mundo 
 Fonte: http://www.iasb.org.br 
 
 Países que requerem ou permitem o IFRS para as empresas locais 
 
 Países que estão buscando convergência com os IFRS’s 
 
 Países sem plano de adoção formalizado 
 
São grandes as expectativas em relação à adoção do IFRS, tendo em vista 
as importantes mudanças que passam a ocorrer no âmbito dos negócios, 
principalmente a utilização de uma única linguagem contábil entre os diversos 
países (CALIXTO, 2010). 
 A harmonização das normas contábeis deve ser percebida como um processo 
natural resultante do amadurecimento das relações sociais e comerciais, devendo 
ser realizada sem imposição e de formaa não contrariar a Contabilidade enquanto 
ciência (JUNIOR; MEIRELLES, 2009). 
 
 
 
 
 
 21 
3.5.2 O Processo de Convergência no Brasil 
 
 
O Brasil vem participando do desenvolvimento da contabilidade no cenário 
mundial a caminho da convergência para as normas do IASB buscando minimizar as 
diferenças internacionais (LEMES; SILVA, 2007). 
Langoni (2010) considera que a contabilidade brasileira está passando por 
uma grande revolução diante, principalmente, das mudanças trazidas pela 
convergência das normas brasileiras ao padrão internacional. 
 Órgãos como o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e a Comissão de 
Valores Mobiliários (CVM) buscam incorporar o país nesse processo de 
harmonização contábil (NETO; DIAS; PINHEIRO, 2009). 
Dessa forma, foi criado em setembro de 2005 o Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis (CPC) com o objetivo de emitir pronunciamentos de acordo com as 
Normas Internacionais visando agilidade no processo de convergência (LEMES; 
SILVA, 2007). 
Segundo Girotto (2007), o CPC, criado através da Resolução do Conselho 
Federal de Contabilidade (CFC) nº 1.055/05, é formado por membros da Associação 
Brasileira das Companhias Abertas (ABRASCA), Associação dos Analistas e 
Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (APIMEC), Bolsa de Valores 
de São Paulo (BOVESPA), Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e 
Financeiras (FIPECAFI), Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON) 
e o CFC, representando uma das ações mais efetivas no processo de convergência. 
De acordo com o Comitê de Pronunciamento Contábeis (CPC, 2010) além 
dessas entidades, também são convidados a participar de suas reuniões 
representantes da CVM, Banco Central do Brasil (BACEN), Secretaria da Receita 
Federal (SRF) e Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). 
O Conselho Federal de Contabilidade, por meio da Resolução nº 1.055/05, no 
Art. 3°, define como o objetivo do CPC: 
 
o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre 
procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa 
natureza, para permitir a emissão de norma pela entidade reguladora 
brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de 
produção levando sempre em conta a convergência da Contabilidade 
Brasileira aos padrões internacionais (BRASIL, 2005, p. 3). 
 22 
Somente a partir de 2008, com a promulgação da Lei nº 11.638/07 iniciou-se 
de maneira efetiva no Brasil o processo de convergência ao padrão contábil 
internacional (NETO; DIAS; PINHEIRO, 2009). 
Girotto (2008) considera a Lei nº 11.638/07 uma importante conquista para a 
contabilidade brasileira, trazendo uma série de mudanças que possibilita ao Brasil a 
adoção ao padrão contábil internacional. 
Assim, a Lei nº 11.638/07 alterou de forma significativa as disposições da Lei 
nº 6.404/76 no que se refere à escrituração e elaboração das demonstrações 
financeiras para as sociedades ou conjunto de sociedades de grande porte, não 
somente as constituídas por ações (COSTA; CAMPOS; AMARAL, 2009). 
Desde então, estão sendo emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis vários CPC’s. Segue abaixo a posição atual dos pronunciamentos 
técnicos já emitidos: 
CPC 01 Redução ao Valor Recuperável de Ativos 
CPC 02 Efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e conversão de demonstrações contábeis 
CPC 03 Demonstração dos Fluxos de Caixa 
CPC 04 Ativo Intangível 
CPC 05 Divulgação sobre Partes Relacionadas 
CPC 06 Operações de Arrendamento Mercantil 
CPC 07 Subvenção e Assistência Governamentais 
CPC 08 Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários 
CPC 09 Demonstração do Valor Adicionado 
CPC 10 Pagamento Baseado em Ações 
CPC 11 Contratos de Seguros 
CPC 12 Ajustes a Valor Presente 
CPC 13 Adoção Inicial da Lei nº 11.638/07 e da Medida Provisória nº 449/08 
CPC 14 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação 
CPC 15 Combinação de Negócios 
CPC 16 Estoques 
CPC 17 Contratos de Construção 
CPC 18 Investimento em Coligada e em Controlada 
CPC 19 Investimento em Empreendimento Controlado em Conjunto (Joint Venture) 
CPC 20 Custos de Empréstimos 
CPC 21 Demonstração Intermediária 
CPC 22 Informações por Segmento 
CPC 23 Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro 
CPC 24 Evento Subseqüente 
 23 
CPC 25 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes 
CPC 26 Apresentação das Demonstrações Contábeis 
CPC 27 Ativo Imobilizado 
CPC 28 Propriedade para Investimento 
CPC 29 Ativo Biológico e Produto Agrícola 
CPC 30 Receitas 
CPC 31 Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada 
CPC 32 Tributos sobre o Lucro 
CPC 33 Benefícios a Empregados 
CPC 35 Demonstrações Separadas 
CPC 36 Demonstrações Consolidadas 
CPC 37 Adoção Inicial das Normas Internacionais de Contabilidade 
CPC 38 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração 
CPC 39 Instrumentos Financeiros: Apresentação 
CPC 40 Instrumentos Financeiros: Evidenciação 
CPC 41 Resultado por Ação 
CPC 43 Adoção Inicial dos Pronunciamentos Técnicos CPC 15 a 40 
CPC PME Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas 
Quadro 03: Relação dos CPC’s 
Fonte: CPC (2010) 
 
Com isso, as companhias abertas e outras empresas de grande porte tiveram 
que observar tais pronunciamentos para elaboração das demonstrações contábeis 
dos exercícios encerrados a partir de dezembro de 2008 (NETO; DIAS; PINHEIRO, 
2009). 
Niyama e Silva (2008) afirmam que as Normas Internacionais de 
Contabilidade passarão a ser efetivamente adotadas a partir do exercício findo de 
2010. De acordo com o Comunicado do BACEN nº 14.298/06 e Instrução da CVM nº 
457/07, as instituições financeiras e companhias abertas deverão adotar o padrão 
IFRS ao elaborar e divulgar suas demonstrações financeiras consolidadas. 
Percebe-se, entretanto, que a aplicação de tais normas não se limitará às 
empresas de grande porte. Jinzenji (2008) já afirmava que a aplicação da norma 
legal não ficaria restrita às companhias e empresas de grande porte, apesar de estar 
direcionada a elas. Visto que as pequenas e médias empresas predominam na 
economia brasileira, se torna necessário também desenvolver a convergência para 
essas empresas. 
 24 
Em consonância com tal previsão, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis 
emitiu o “CPC PME” direcionado às pequenas e médias empresas, impondo o 
cumprimento das novas regras contábeis (SÁ, 2010). 
 
 
3.5.3 Profissional Contábil X Convergência 
 
 
Diante do contexto apresentado, percebe-se que novos desafios estão a 
caminho, sendo necessário que pesquisadores, estudiosos, profissionais e usuários 
da Contabilidade assumam com compromisso e responsabilidade seu papel no 
processo de harmonização das normas contábeis (SANTOS et al., 2010). 
O Brasil passa por uma etapa de adaptação e requer profissionais 
preparados, sendo indispensável para tanto, o conhecimento das normas 
internacionais (COSTA; CAMPOS; AMARAL, 2009). 
As exigências para o contador diante desse processo, vão além da 
capacitação para se adequar às novas regras contábeis. Faz-se necessário uma 
mudança de postura de modo a alcançar uma maior valorização profissional. 
Aqueles que não acompanharem essa evolução da ciência contábil, serão em pouco 
tempo, excluídos do mercado de trabalho (LANGONI, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 25 
4 METODOLOGIA DE PESQUISA 
 
 
Andrade (2003) afirma que a metodologia consiste em descrever os métodos 
utilizados para alcançar o conhecimento. 
De acordo com Gil (2002) pesquisa pode ser entendidacomo um processo 
pelo qual busca-se informações para solucionar o problema proposto através de 
procedimentos científicos de aspecto racional e sistêmico. Dessa forma, a presente 
pesquisa procurou descobrir a postura e a percepção do profissional contábil acerca 
do processo de Convergência das Normas Contábeis Brasileiras ao padrão 
Internacional. 
Conforme Marconi e Lakatos (2003) a população ou universo de uma 
pesquisa é constituído pelo conjunto de elementos que serão pesquisados tendo 
pelo menos uma característica em comum. A população dessa pesquisa é composta 
pelos profissionais contábeis que exercem suas atividades em escritórios de 
contabilidade nos municípios de xxxx e xxxxx xxxxxx - XX. Como se trata de uma 
população pequena foi possível considerá-la em sua totalidade. 
A relação dos escritórios de contabilidade onde se realizou o estudo foi obtida 
por meio de contato via e-mail com a Coordenadora do Setor de Registro do CRC-
ES, totalizando 16 escritórios (ANEXO 01). Participaram da pesquisa os profissionais 
responsáveis por cada escritório e aqueles indicados por eles. 
A presente pesquisa é classificada, quanto aos objetivos, como descritiva, 
pois, de acordo com Gil (2002), esse tipo de pesquisa procura verificar as opiniões e 
atitudes de determinada população, bem como descrever as características de um 
grupo ou fenômeno. Sendo assim, a pesquisa buscou descrever as características 
que indicam a percepção do profissional contábil diante do processo de 
Convergência das Normas Contábeis. 
Gil (2002) caracteriza a pesquisa bibliográfica como sendo desenvolvida a 
partir de material existente. Dessa forma, quanto aos procedimentos de coleta de 
dados, a referida pesquisa se classifica como bibliográfica pois foram utilizados 
livros, revistas, informativos, artigos científicos e sites especializados sobre o 
assunto abordado. 
 26 
Ainda quanto aos procedimentos, foi utilizada a pesquisa de levantamento. Gil 
(2002) afirma que essa pesquisa busca conhecer o comportamento de determinado 
grupo através de informações obtidas pela interrogação direta. 
Portanto, a pesquisa é considerada como sendo de levantamento pois 
procurou-se obter junto aos profissionais contábeis informações que atendessem os 
objetivos propostos. 
O instrumento de coleta de dados utilizado nos levantamentos da presente 
pesquisa foi o questionário que, segundo Marconi e Lakatos (2003), consiste em um 
conjunto de perguntas a serem respondidas por escrito sem a presença do 
entrevistador. 
O questionário, deve ser testado antes de sua utilização através do pré-teste. 
O pré-teste deve ser aplicado à uma população que possua características similares 
àquela que será pesquisada procurando identificar possíveis falhas como 
incompreensão das perguntas por parte do entrevistado, distorções e desvios de 
respostas, utilização de vocabulário inadequado e ordem das perguntas (GIL, 2002; 
MARCONI; LAKATOS, 2003; SILVA; SILVEIRA, 2008). 
O pré-teste foi aplicado para sete pessoas que atuam em escritórios de 
contabilidade localizados nas cidades de xxxx e xxxxx. Obteve-se um bom resultado 
mas, foi necessário fazer alguns ajustes em perguntas e opções de resposta. 
A partir de então, aplicou-se efetivamente o instrumento de coleta de dados 
da pesquisa, tendo sido distribuídos o total de 21 questionários aos profissionais que 
exercem suas atividades em escritórios de contabilidade dos municípios de xxxx e 
xxxxx xxxxxx. O questionário foi entregue pelas pesquisadoras durante o mês de 
outubro de 2010 através de visita aos escritórios relacionados pelo CRC-ES 
(ANEXO 01). Foi concedido um prazo de 7 dias para que os profissionais 
respondessem o questionário. Em xxxxx xxxxxx, foram recolhidos pelas próprias 
pesquisadoras enquanto que no município de xxxx, por pessoas devidamente 
orientadas para realização dessa tarefa. 
Dentre os 21 questionários distribuídos, 17 retornaram e 4 não foram 
devolvidos, mesmo sendo concedido um prazo maior para devolução. 
Os dados coletados na pesquisa foram analisados, utilizando-se a média 
aritmética (P/T*100) para apuração dos resultados. 
 
 
 27 
5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS 
 
 
 A seguir, serão apresentados os resultados da pesquisa que procurou 
identificar a percepção do profissional contábil diante da convergência das normas 
contábeis brasileiras ao padrão internacional. O questionário utilizado encontra-se 
ao final do trabalho (APÊNDICE A). 
As respostas em que o percentual total ultrapassa 100%, se justifica pelo fato 
do respondente ter optado por mais de uma alternativa. 
Inicialmente, a fim de traçar o perfil dos respondentes, foi perguntado sobre o 
seu município de atuação. Verificou-se que 64,71% dos participantes da pesquisa 
exercem suas atividades em escritórios de contabilidade localizados em xxxx, 
enquanto 35,29%, atuam na cidade de xxxxx xxxxxx. 
Em seguida perguntou-se sobre o tempo de atuação como contabilista. As 
respostas estão demonstradas na TAB. 01: 
 TABELA 01: Tempo de atuação dos participantes da pesquisa 
TEMPO DE ATUAÇÃO % DE RESPONDENTES 
Até 5 anos 0% 
Entre 5 e 10 anos 5,88% 
Entre 10 e 15 anos 23,53% 
Há mais de 15 anos 70,59% 
 Fonte: Dados obtidos na pesquisa 
 
Observa-se que a maioria dos contabilistas, representado por 70,59%, atuam 
há mais de 15 anos no mercado, sendo que nenhum dos participantes, ou seja, 0%, 
exercem suas atividades há menos de 5 anos. 
Quando se procurou identificar a formação profissional dos contabilistas, foi 
verificado que 58,82% dos respondentes são Técnicos em Contabilidade e 41,18% 
possuem formação acadêmica como Bacharel em Contabilidade. 
Os resultados chamam a atenção pelo fato do maior percentual dos 
respondentes possuírem apenas a formação de técnico em contabilidade. Nota-se 
que, apesar da maioria dos contabilistas estarem atuando no mercado por um tempo 
considerável (conforme apresenta a TAB. 01), esses profissionais limitaram sua 
formação ao curso técnico. 
 28 
Iudícibus (2006) afirma que para um progresso equilibrado da Contabilidade 
faz-se necessário, dentre outros fatores, que os técnicos em Contabilidade procurem 
bons cursos de Ciências Contábeis a fim de adquirirem uma formação completa. 
Corroborando com a citação de Iudícibus, espera-se que os profissionais 
atuantes busquem formação superior para se qualificarem e se prepararem para as 
mudanças contábeis a fim de atenderem a demanda do mercado. 
Tratando-se especificamente da convergência das normas contábeis, 
procurou-se saber, de uma forma geral, se os contabilistas possuíam algum 
conhecimento sobre o processo. A grande maioria (82,35%) disse que sim, 
enquanto somente 17,65% responderam que não. 
Com o intuito de verificar se os participantes da pesquisa conhecem, 
efetivamente, o processo de convergência das normas contábeis, foram 
disponibilizadas 7 alternativas relacionadas ao assunto, procurando identificar o 
nível de conhecimento dos respondentes de acordo com a quantidade de opções 
escolhidas. Para tanto, as pesquisadoras adotaram o seguinte critério: 
 Quando os respondentes marcaram entre 01 e 03 opções, o nível 
de conhecimento considerado foi baixo. 
 Quando os respondentes marcaram entre 04 e 05 opções, o nível 
de conhecimento considerado foi médio. 
 Quando os respondentes marcaram entre 06 e 07 opções, o nível 
de conhecimento considerado foi alto. 
 
De acordo com as respostas obtidas, atingiram-se os seguintes percentuais: 
35,30% dos respondentes possuem nível alto de conhecimento sobre o assunto, 
enquanto os participantes com nível baixo e médio possuem o mesmo percentual, 
ambos com 29,41%,conforme demonstra o GRAF. 01: 
 29 
5,88%
29,41% 29,41%
35,30%
Não Respondeu Nível Baixo Nível Médio Nível Alto
 
 Gráfico 01: Nível de conhecimento sobre o processo de convergência 
 Fonte: Dados obtidos na pesquisa 
 
Observando o GRAF. 01, percebe-se que, embora o maior percentual 
(35,30%) esteja relacionado ao nível alto de conhecimento, este não se apresenta 
de forma expressiva em relação aos demais, podendo indicar que, 
proporcionalmente, os respondentes possuem apenas algum conhecimento sobre o 
assunto. O fato do processo de convergência ainda estar em andamento e a todo o 
momento serem disponibilizadas novas informações pode justificar os números 
encontrados. 
Marion (2005) afirma que o profissional contábil deve estar em constante 
evolução apresentando atributos importantes para o exercício da profissão. 
Dessa forma, Costa, Campos e Amaral (2009) alertam que, diante da fase de 
adaptação que a contabilidade brasileira está passando, exige-se profissionais 
capacitados, sendo indispensável o amplo conhecimento sobre as normas 
internacionais de contabilidade. 
Diante desse contexto, a expectativa é de que os profissionais contábeis se 
atualizem constantemente, buscando novas informações para atuar de forma 
competitiva e adequada às novas exigências. 
Considerando que a partir das mudanças trazidas pela Lei nº 11.638/07 a 
contabilidade brasileira iniciou, efetivamente, o processo de convergência ao padrão 
 30 
contábil internacional, buscou-se saber se os participantes da pesquisa estão 
cientes das alterações provocadas por essa Lei. Para tanto, foram mencionadas 
algumas situações onde os respondentes deveriam indicar se a sua ocorrência se 
deu antes ou após a promulgação da Lei 11.638/07. Os resultados estão 
demonstrados no QUADRO 04: 
 
CERTO 
 
ERRADO 
NÃO 
RESPONDEU 
Obrigatoriedade de apresentação da Demonstração de 
Fluxo de Caixa (DFC) e Demonstração do Valor 
Adicionado (DVA) para as companhias abertas. 
 
76,47% 
 
0,0% 
 
23,53% 
Classificação das contas do Ativo e do Passivo nos 
grupos “Circulante” e “Não Circulante”. 
 
76,47% 
 
5,88% 
 
17,65% 
O Ativo Permanente é composto pelos subgrupos 
“investimento, Imobilizado e Diferido” 
 
88,24% 
 
0,0% 
 
11,76% 
Obrigatoriedade para as pequenas e médias empresas 
quanto à elaboração das seguintes demonstrações 
financeiras: Demonstração das Mutações do 
Patrimônio Líquido e Demonstração do Fluxo de 
Caixa, acompanhadas de Notas Explicativas 
 
 
 
 
52,94% 
 
 
 
17,65% 
 
 
 
29,41% 
No balanço as contas do Ativo serão registradas nos 
grupos Ativo Circulante, Realizável a Longo Prazo e 
Permanente, enquanto as contas do Passivo serão 
classificadas nos grupos Passivo Circulante, Exigível a 
Longo Prazo, Resultados de Exercícios Futuros e 
Patrimônio Líquido 
 
 
 
64,70% 
 
 
 
17,65% 
 
 
 
17,65% 
Mudança nos critérios de avaliação dos elementos do 
Ativo e do Passivo 
 
70,59% 
 
5,88% 
 
23,53% 
Exclusão do Ativo Diferido e criação do Ativo Intangível 
76,47% 
 
0,0% 
 
23,53% 
Obrigatoriedade de divulgação da Demonstração de 
Origem e Aplicação de Recursos (DOAR) para as 
companhias abertas. 
 
52,94% 
 
29,41% 
 
17,65% 
Adequação da obrigatoriedade de apresentação das 
Demonstrações Financeiras às Micro e Pequenas 
Empresas. 
 
23,53% 
 
41,18% 
 
35,29% 
Quadro 04: Conhecimento dos respondentes sobre as alterações da Lei 11.638/07 
Fonte: Dados obtidos na pesquisa 
 
 31 
Ao observar o QUADRO 04, nota-se que, dentre as afirmativas propostas, 
somente em uma delas o percentual de erros e dos que não responderam superou o 
número de acertos. Dessa forma, verificam-se percentuais consideráveis de 
respostas corretas na maioria das alternativas comprovando que os participantes da 
pesquisa conhecem bem a Lei 11.638/07. 
Entretanto, percebe-se que os menores percentuais de acertos estão 
relacionados, na maior parte, às afirmativas que tratam da divulgação das 
Demonstrações Financeiras o que indica que, apesar de terem um bom 
conhecimento sobre a Lei, os respondentes não dominam especificamente esse 
assunto. 
Um ponto a se considerar é que, em algumas situações, o percentual de 
alternativas sem respostas se apresenta de forma significativa, o que evidencia a 
falta de conhecimento por parte de alguns respondentes. 
Analisando os resultados dessa questão de um modo geral, é evidente o 
predomínio das respostas corretas, obtendo-se 64,71% de acertos, 13,07% de erros 
e 22,22% de alternativas não respondidas. Sendo assim, pode-se afirmar que, 
embora a Lei 11.638/07 seja relativamente recente, os profissionais contábeis 
entrevistados entendem do assunto possuindo um conhecimento satisfatório. 
Vale destacar que os percentuais positivos dessa questão são mais 
expressivos que os da questão anterior, que trata do nível de conhecimento sobre o 
processo de convergência. Essa situação permite entender que os respondentes 
possuem um entendimento maior sobre a Lei 11.638/07 quando comparado à 
convergência como um todo. 
Procurou-se conhecer como os participantes da pesquisa avaliam as 
alterações decorrentes do processo de convergência das normas contábeis em 
relação à prática contábil. Essas mudanças foram consideradas como muito 
importantes por 52,94% dos profissionais contábeis e importantes por 41,18%, 
sendo que nenhum dos respondentes as consideram como pouco importante e 
5,88% não responderam à questão. 
Vale ressaltar que os resultados dessa pesquisa encontram-se em 
conformidade com o que apresenta a literatura no que diz respeito à importância da 
convergência contábil para a contabilidade como um todo. 
Quando perguntado sobre a percepção dos profissionais contábeis em 
relação às mudanças ocorridas na prática contábil diante das alterações da Lei 
 32 
11.638/07 e dos pronunciamentos do CPC, verificou-se os seguintes dados 
apresentados no GRAF. 02: 
58,82% 58,82%
23,53%
58,82%
17,65%
94,12%
Valorizou mais a
profissão contábil
Aumentou as
responsabilidades
do profissional
contábil
trouxe benefícios
para a atuação do
profissional contábil
Assegura
transparência e
confiabilidade às
práticas contábeis
Dificultou os
trabalhos do
profissional contábil
Representa uma
etapa no processo
de evolução da
contabilidade
 
 Gráfico 02: Percepção dos profissionais contábeis em relação à Lei e ao CPC 
 Fonte: Dados obtidos na pesquisa 
 
 De acordo com o GRAF. 02, somente 17,65% dos respondentes percebem 
que as mudanças dificultaram os trabalhos desenvolvidos pelo profissional; a grande 
maioria, representada por 94,12%, considera que essas alterações representam 
uma etapa no processo de evolução da Contabilidade. 
 Merlo (2006) afirma que a evolução da Contabilidade sempre esteve 
associada ao desenvolvimento da humanidade, às novas formas de negócios e ao 
aperfeiçoamento das relações comerciais, de modo a atender as demandas da 
sociedade. 
 Sendo assim, Niyama e Silva (2008, p. 32) ressaltam que “a 
internacionalização da Contabilidade é o resultado direto da internacionalização do 
ambiente político e econômico.” 
 Entende-se, portanto, que a Contabilidade, enquanto ciência social continuará 
evoluindo enquanto houver evolução da humanidade, de modo a atender as 
necessidades de seus usuários. 
 33 
 De acordo com Junior e Meirelles (2009) a classe contábil espera que através 
da harmonização das normas de Contabilidade se alcance maior confiabilidadee 
transparência diante dos seus diversos usuários, a partir de informações contábeis 
mais seguras. Tal situação também foi percebida por 58,82% dos participantes da 
pesquisa que apontaram as mudanças como forma de assegurar transparência e 
confiabilidade às práticas contábeis. 
Vale ressaltar que 58,82% dos respondentes também percebem as 
mudanças como um momento de valorização da profissão contábil, o que é 
confirmado por Nossa (2010) ao mencionar que as mudanças pelas quais a 
profissão contábil está passando diante da internacionalização da Contabilidade, 
está ocasionando mais credibilidade e valorização à profissão. 
É importante que os contabilistas percebam que essas mudanças somente 
irão valorizar a profissão se os profissionais adotarem uma postura dinâmica, 
estando preparados para atuar de acordo com as perspectivas do mercado. 
 Foi perguntado aos participantes da pesquisa o seu conhecimento sobre a 
que tipo de empresa se aplica as mudanças decorrentes do processo de 
convergência das normas contábeis. O GRAF. 03 apresenta as respostas: 
11,76% 11,76%
0,00%
76,47%
11,76%
Somente às
Companhias Abertas
Somente às
Empresas de
Grande Porte
Somente às
Pequenas e Médias
Empresas
Adequação a todos
os tipos de empresa
Não Respondeu 
 
 Gráfico 03: Aplicabilidade das mudanças quanto ao porte das empresas 
 Fonte: Dados obtidos na pesquisa 
 
 34 
A Lei nº 11.638, publicada em dezembro de 2007, normatiza a elaboração e 
divulgação das Demonstrações Financeiras para as Companhias Abertas e 
Empresas de Grande Porte (receita bruta anual de R$300.000.000,00 e/ou ativo total 
superior a R$ 240.000.000,00), seguindo os critérios que permitem a adequação aos 
padrões internacionais de contabilidade (BRASIL, 2007). 
A Resolução do CFC nº 1.152/09, aprova a Norma Brasileira de Contabilidade 
NBC T 19.41 que trata da Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas. Essa 
norma dispõe sobre as Demonstrações Contábeis para as empresas de pequeno e 
médio porte (PME`s), representadas pelas sociedades fechadas, sociedades que 
não possuem obrigação de prestação pública de suas contas ou ainda aquelas que 
não se enquadram nos dispositivos da Lei nº 11.638/07 (BRASIL, 2009). 
A partir dessas afirmações, entende-se que as novas práticas contábeis 
adotadas no Brasil em função do processo de convergência, afetam todos os tipos 
de empresas. Portanto, todas deverão se adequar às mudanças observando a 
aplicabilidade das normas de acordo com a classificação de seu porte. 
Diante desses esclarecimentos, percebe-se que a maior parte dos 
profissionais contábeis tem conhecimento sobre a aplicabilidade da convergência 
contábil, pois 76,47% responderam corretamente à questão ao afirmarem que as 
mudanças deverão ser adequadas a todos os tipos de empresa. 
 Foi solicitado que os respondentes avaliassem o seu conhecimento sobre as 
modificações ocasionadas pelo processo de convergência das normas contábeis. Os 
percentuais obtidos estão demonstrados no GRAF. 04: 
 35 
17,65%
23,53%
29,41%
23,53%
5,88%
Sente-se
preparado e
seguro
Possui certo
conhecimento,
porém insuficiente
para atuação
segura
Possui noção
sobre o assunto,
necessitando
qualificação para
dominá-lo
Sente-se
despreparado, com
pouco domínio
Não Respondeu
 
 Gráfico 04: Avaliação dos respondentes sobre seu conhecimento do assunto 
 Fonte: Dados obtidos na pesquisa 
 
Analisando o GRAF. 04, nota-se que somente 17,65% dos participantes da 
pesquisa sentem-se preparados e seguros para atuar, sendo considerado um 
percentual muito pequeno. Um total de 29,41% afirma que possuem apenas uma 
noção sobre o assunto, necessitando de qualificação para dominá-lo, enquanto 
23,53% confessaram que se sentem, realmente, despreparados. 
Baseado nesses resultados nota-se que os próprios profissionais que 
participaram da pesquisa admitem não possuir conhecimento suficiente para 
dominar o assunto. Portanto, esses profissionais ainda não estão totalmente 
preparados para atuar com segurança diante das mudanças trazidas pelo processo 
de convergência. 
Os dados obtidos nessa auto-avaliação podem justificar os resultados 
encontrados na questão onde se procurou medir o nível de conhecimento dos 
profissionais quanto ao processo de convergência pelo fato de não se ter alcançado 
percentuais expressivos que pudesse caracterizar um alto nível de conhecimento 
por parte da maioria dos respondentes. 
Fortes (2009) ressalta que nos dias de hoje a profissão contábil requer 
constante estudo a fim de que o contador se atualize diante das novas normas e 
exigências do mercado. 
 36 
Quando perguntado se os respondentes já participaram de algum curso de 
aperfeiçoamento ou qualificação sobre a convergência contábil, 58,82% disseram 
que não e 35,30% afirmaram que sim; 5,88% não responderam à questão. Para as 
resposta positivas, foi deixado um espaço onde os profissionais contábeis deveriam 
citar o curso ou a empresa que o concedeu. Foram mencionados os seguintes 
cursos/empresas: Lucro Real e alterações (Capital S/A), Seminário na UFES, Curso 
IOB, Datacempro, Palestras pelo CRC e FIPECAFI. 
Langoni (2010) alerta sobre a necessidade de capacitação e de uma nova 
postura do profissional contábil para se adequar às novas normas, sendo que, 
aqueles que não se prepararem, serão excluídos do mercado. 
Espera-se, portanto, que os profissionais contábeis procurem se qualificar 
sobre o processo de convergência contábil, tendo em vista que se trata de um 
importante requisito para uma atuação em consonância com as atuais exigências do 
mercado. 
Ainda sobre a capacitação dos profissionais quanto ao assunto, perguntou-se 
de que forma o Conselho Regional de Contabilidade (CRC-ES) tem participado 
nessa preparação, conforme apresenta o GRAF. 05: 
47,06%
5,88%
0,00%
29,41%
0,00%
41,18%
17,65%
Promovendo
Palestras
Cursos
gratuitos
Cursos on-line Cursos pagos CRC
itinerante
Informativo no
site CRC-ES
Não obteve
apoio do
CRC-ES
 
 Gráfico 05: Participação do CRC-ES na preparação dos profissionais contábeis 
 Fonte: Dados obtidos na pesquisa 
 
 37 
Observando o GRAF. 05, verifica-se que 41,18% dos participantes da 
pesquisa afirmam ter recebido apoio do CRC-ES através de Informativos 
disponibilizados no site e 47,06% disseram que o Conselho contribui na preparação 
promovendo palestras. É interessante ressaltar que 17,65% dos respondentes 
alegam que não receberam apoio do CRC-ES sobre o assunto. 
Analisando os resultados obtidos, percebe-se certa incoerência quando 
alguns dos participantes informam não ter recebido suporte do Conselho enquanto 
outros, representado pela maioria das respostas, dizem que o auxílio ocorre por 
meio de informativo no site, sendo um meio de comunicação acessível a todos. 
Dessa forma, entende-se que alguns profissionais não conhecem ou não utilizam as 
ferramentas disponibilizadas pelo órgão a fim de divulgar informações. 
Foi deixado um espaço em aberto para que os profissionais contábeis 
apontassem que tipo de mudanças eles visualizam, efetivamente, nas práticas 
contábeis em virtude do processo de convergência. As respostas obtidas foram: 
harmonização dos procedimentos contábeis, maior transparência nas 
demonstrações contábeis, adequação no plano de contas e na elaboração e 
divulgação das demonstrações financeiras, confiabilidade e segurança nos serviços 
contábeis. 
Do total dos questionários aplicados, pouco mais da metade, ou seja, 52,94%, 
tiveram essa questão respondida, sendo que 47,06% não registraram sua opinião. 
Dentre os que responderam,percebe-se que a maior parte das respostas está 
relacionada ao processo de convergência como um todo e não às mudanças que 
ocorrerão de fato nas práticas contábeis. Essa situação pode ser justificada pela 
falta de conhecimento ou insegurança sobre a prática desse assunto. 
Por fim, foi solicitada a opinião dos participantes da pesquisa sobre a 
perspectiva em relação à profissão contábil X convergência. Os profissionais 
responderam que a profissão se tornará mais complexa, porém, mais valorizada; 
que o processo representa um desafio para a profissão e que será necessário 
constante estudo de modo que profissional esteja capacitado para se manter no 
mercado. 
 
 
 
 38 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
A pesquisa realizada respondeu os objetivos inicialmente propostos pelas 
pesquisadoras uma vez que foi possível analisar a percepção dos profissionais em 
relação ao processo de convergência contábil, bem como mensurar o conhecimento 
que têm acerca do assunto, além de verificar suas perspectivas em relação às 
práticas contábeis. 
Verificou-se que os profissionais contábeis percebem o processo de 
convergência como sendo importante para a prática contábil e consideram que as 
mudanças trazidas por tal processo representam uma etapa no processo de 
evolução da contabilidade valorizando a profissão, aumentando as 
responsabilidades do profissional, além de assegurar transparência e confiabilidade 
às práticas contábeis. 
Em relação ao conhecimento dos profissionais contábeis sobre o assunto, 
identificou-se que 35,30% possuem alto nível, seguidos de 29,41% com nível médio. 
Entende-se que os profissionais conhecem o assunto. Além disso, foi possível 
perceber que a maioria dos profissionais possui um conhecimento que pode ser 
considerado satisfatório em relação à Lei nº 11.638/07 e 11.941/09 e a aplicabilidade 
da convergência quanto ao porte das empresas. 
Foi possível constatar, de uma forma geral, que a maioria dos participantes 
da pesquisa detém um bom conhecimento teórico sobre a convergência contábil, 
porém, percebe-se a falta de conhecimento sobre a prática profissional do assunto. 
Dessa forma, faz-se necessária a capacitação desses profissionais no que se refere 
à prática, para uma atuação segura e condizente com as exigências do mercado. 
Por se tratar de um assunto atual e de grande relevância para a 
Contabilidade, ainda há muito que se discutir sobre o tema, oportunizando novos 
estudos em outros municípios, bem como, abrangendo uma área maior para 
realização da pesquisa. Outra oportunidade de pesquisa seria verificar de que forma 
as mudanças ocorridas na Contabilidade, a partir da convergência das normas 
contábeis, pode contribuir para o gerenciamento das empresas. 
 
 
 39 
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