Buscar

Economia Política

Prévia do material em texto

Economia Política
Introdução: Diariamente, temos que fazer escolhas do que comprar, do que abrir mão de comprar em detrimento de outro bem ou um plano futuro, enfim... tomamos decisões a todo momento nas nossas vidas. As escolhas fazem parte e elas também compõem o cerne da Economia.
Tanto indivíduos como a sociedade precisam tomar uma série de decisões econômicas, de forma a conciliar o uso dos recursos escassos com as infinitas necessidades e desejos. É importante estudar Economia para entender o mundo que nos cerca e as escolhas necessárias que fazemos e perceber o objeto do estudo da Economia.
Objetivos:
Reconhecer a importância do estudo da Economia. 
Analisar as questões econômicas fundamentais.
Aula 1- Conceitos Básicos
Tempos Modernos: Uma breve contextualização
A todo o momento somos “bombardeados” por questões econômicas nos jornais, na televisão e nas redes.
Questões como aumento de preços, desemprego, comportamento das taxas de juros, déficit governamental, vulnerabilidade externa, período de crise econômica ou de crescimento dentre outros, são temas que fazem parte da nossa rotina e são discutidos por cidadãos comuns.
Outras questões que a Economia estuda e que afetam o consumidor, assalariado, empresário etc.:
Como controlar a inflação?
Como fazer a Economia crescer mais?
O que foi a crise econômica mundial? Ela já acabou?
Qual o problema do aumento da importação de produtos chineses?
Por que os impostos são tão altos no Brasil?
O que é uma reforma fiscal?
Por que a renda no Brasil é muito concentrada?
O estudo da Economia nos ajuda a despertar o interesse por esses assuntos e a tentar formular respostas para essas e outras perguntas.
A importância de estudar Economia
O conhecimento de Economia é muito útil no dia a dia. É tão útil, que vários desses dados você já tem e não se deu conta disso.
Vejamos um exemplo do nosso material didático (p. 11): seu time de futebol, que tem uma grande torcida, vai ter um jogo decisivo no sábado. Você vai deixar para comprar o ingresso, no próprio sábado, um pouco antes da partida?
Claro que não! Pois, nesse caso, você vai comprar de cambista e pagar muito caro.
O cambista vende caro porque, a essa altura, não há mais ingressos disponíveis nas bilheterias, mas ainda tem pessoas querendo comprar. Dito de outra forma:
Os cambistas sabem disso e por isso vendem caro. Se você entende a lógica de situações desse tipo, você conhece os princípios básicos da chamada lei da oferta e da demanda.
Foi a “escola da vida” que te ensinou, não foi um curso de Economia.
Ensinou, e você aprendeu, por que é algo útil no dia a dia. Mas a “escola da vida” não ensina tudo, caso contrário ninguém estudaria, nem faria faculdade. Vejamos agora um tipo de situação em que o conhecimento de Economia é importante.
Suponha que você queira comprar uma televisão nova e existam duas opções, a vista ou em 24 vezes com juros de 2% ao mês, mas com uma prestação baixa. Suponha também que a inflação seja de 0,5% ao mês e a caderneta de poupança renda 0,6% ao mês. A maioria das pessoas optaria por pagar a prazo, afinal a prestação é baixa e cabe bem no salário. Essa solução é a mais cômoda, mas não é a melhor.
Você estará pagando de juros o equivalente a 4 vezes o valor da inflação e durante 24 meses! Não é necessário fazer cálculos para confirmar, é evidente que, nesse caso, “o barato sai caro”.
Para chegar a essa conclusão você comparou a taxa de juros com a taxa de inflação e o rendimento da caderneta de poupança, e (implicitamente) confrontou o preço à vista com o preço a prazo. Com noções de Economia é mais fácil fazer esse tipo de raciocínio.
O objeto de estudo da Economia
Mas o que trata a Economia? 
Qual o objeto de estudo da Economia?
A definição mais conhecida de Economia é: “uma ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade escolhem empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e os grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas da melhor maneira possível” (BRAGA; VASCONCELLOS, 2011).
Nessa definição, temos vários conceitos importantes: recursos produtivos, escolha, escassez, necessidades, distribuição.
Para satisfazer o maior número dessas necessidades, a sociedade conta com recursos ou fatores de produção como:
Esses recursos, no entanto, são bastante limitados e, assim, nem todas as necessidades podem simultaneamente ser satisfeitas.
Desejos de consumo da sociedade
Como já foi dito, o objetivo principal da atividade econômica é o de atender as necessidades humanas. Hoje, pelos novos conceitos e realidades, pode-se ampliar esse entendimento para as necessidades do planeta (sustentabilidade). 
Objetivando apenas em nós, seres humanos, as necessidades representam os desejos de consumo da sociedade.
Observa-se que são ilimitadas e diversificadas. De um modo geral, quando as necessidades básicas (alimentação, moradia, vestuário) são atendidas, o indivíduo passa a ter outras como educação, lazer, melhoria do seu padrão de vida (maior casa, melhores roupas, automóvel etc.).
Uma vez atendidas plenamente as necessidades ditas materiais, o indivíduo passa a sentir outro tipo de necessidade: a estima dos amigos, o reconhecimento e a aceitação do grupo social que frequenta, necessidade de status e assim por diante.
É fato que toda ciência possui sua própria terminologia, e a Ciência Econômica não é diferente.
Por esse motivo, para que você já possa ir se familiarizando e conseguindo mais facilidade nas leituras dos textos, apresentamos, a seguir, alguns dos conceitos mais frequentes encontrados na literatura econômica.
As questões econômicas fundamentais, escassez e necessidades
A escassez dos recursos ou fatores de produção e as necessidades ilimitadas da sociedade geram os chamados “problemas econômicos fundamentais”:
A sociedade terá que escolher, dentro do leque de possibilidades de produção, quais os produtos a serem produzidos e em que quantidades.
A sociedade terá que escolher quais os recursos ou fatores de produção serão utilizados para gerar os produtos e que tecnologia utilizar.
A sociedade deverá decidir o mercado consumidor se pretende atingir
Como já foi dito, essas questões só existem porque há escassez e necessidades a serem atendidas.
Estamos tratando aqui apenas dos bens econômicos, que são aqueles que são relativamente escassos e precisam ser produzidos e, portanto, não são abundantes e oferecidos gratuitamente pela natureza, como é o caso dos bens livres (ex.: ar, água, luz solar etc.) As necessidades vão definir o tamanho do mercado consumidor de um produto.”
O modo como as sociedades tentam resolver os problemas econômicos fundamentais dependendo da forma que cada país organiza sua economia, ou seja, do sistema econômico.
Um sistema econômico pode ser definido da seguinte maneira:
“Forma política, social e econômica pela qual está organizada a sociedade. É um particular sistema de organização da produção, distribuição e consumo de todos os bens e serviços que as pessoas utilizam buscando uma melhoria no padrão de vida e no bem-estar”.
Problemas econômicos fundamentais
A escassez dos recursos ou fatores de produção e as necessidades ilimitadas da sociedade geram os chamados “problemas econômicos fundamentais”:
Grupos de sistemas econômicos
De forma geral, os sistemas econômicos podem ser classificados em dois grandes grupos.
Nos dois sistemas, ocorrem as trocas econômicas que são vantajosas para os agentes econômicos perante a escassez de recursos porque possibilitam a divisão e a especialização da produção, da distribuição, da comercialização e do consumo em uma organização econômica.
Nesta aula você:
Estudou a questão fundamental da Ciência Econômica que é a escassez dos fatores de produção;
Identificou a classificação dos sistemas econômicos.
Aula 2- Fatores de Produção e Agentes Econômicos
Introdução:
Pela existência da escassez dos fatores ourecursos de produção, a produção total de um país tem um limite máximo, ou seja, há uma produção potencial quando todos os recursos disponíveis estão empregados. Precisamos de um modelo que de forma simplificada, mas suficientemente exata, represente esses dilemas na alocação de recursos, incorporando, necessariamente as noções de eficiência e de crescimento em um sentido econômico. 
A curva de possibilidades de produção é que nos permite conhecer e operar, em bases simplificadas, um modelo que retrate essas condições, e o custo de oportunidade, ou custo da escolha, ou custo alternativo.
Para entender o funcionamento do sistema econômico há necessidade de analisar os fluxos reais e monetários assim como os agentes econômicos e os fatores de produção.
Fatores ou recursos de Produção
Na primeira aula, abordamos superficialmente o conceito de fatores de produção. Agora, chegou o momento de nos determos um pouco mais sobre esse tema. Como vimos, consideram-se fatores de produção os meios disponíveis para se gerar os produtos que a sociedade necessita.
Sua principal característica é a escassez, no sentido de que, na maioria das vezes, são limitados em quantidade. Esse é, sem dúvida, o cerne da questão econômica: a escassez dos fatores de produção.
Outra característica é a versatilidade, significando que um mesmo fator de produção possui a capacidade de poder ser utilizado em vários processos produtivos. Isso fica demonstrado, por exemplo, ao observarmos que um mesmo trator pode ser utilizado...
Custo de Oportunidade
Vimos, na aula anterior, que a Economia é uma ciência que lida com escolhas, pois devemos decidir quais desejos serão atendidos com a utilização de quais recursos.
Sempre que escolhemos produzir determinado bem devemos abrir mão de recursos que poderiam ser empregados na produção de outros bens, significando o custo de oportunidade na produção de um bem.
Curva de Possibilidades de Produção
 - Deslocamento “para fora”
O custo de oportunidade não é o ganho relativo a uma escolha, nem ao custo da produção do que foi escolhido, mas corresponde ao que se deixou de ter ou ao sacrifício do que se deixou de produzir ao se fazer determinada escolha.
Esse dilema nas escolhas é representado pela Curva de Possibilidades de Produção (ou Curva de Transformação da Produção). A curva é um bom exemplo de um modelo utilizado para, de forma simplificada, representar a realidade. Essa curva, que é uma representação simplificada de uma economia, é sempre côncava e, em cada eixo, há um produto.
A área delimitada pela curva é a de possibilidades de produção para aquela economia em relação aos dois produtos, que são os únicos produzidos, no caso alimentos (em toneladas) e máquinas (quantidade).
Atenção!
A área delimitada pela curva é dada pela capacidade produtiva da economia, que por sua vez depende da disponibilidade de fatores produtivos. Portanto, quanto maior a disponibilidade de fatores de produção, maior a capacidade produtiva da economia.
Isso significa que qualquer ponto além da curva é impossível de ser alcançado. A produção máxima é alcançada quando a economia está em algum ponto da borda da curva. Esse é seu limite, o limite das possibilidades de produção.
Havendo maior produtividade ou disponibilidade de fatores a curva se desloca para a direita (“para fora”). 
- Deslocamento “para dentro”
Havendo menor produtividade ou disponibilidade, o deslocamento é para a esquerda (“para dentro”).
Atenção!
A curva expressa o dilema clássico da Economia. Não há recursos para se produzir tudo o que se deseja e é necessário fazer escolhas. Sempre para se produzir mais de um produto é necessário se produzir menos de outro, até a situação limite em que toda a capacidade produtiva da economia está voltada para a produção de apenas um produto.
Exemplo
No exemplo a seguir, 9 é a quantidade máxima que pode-se produzir de máquinas, e 3 toneladas o máximo de alimentos.
Suponha que se esteja no ponto A (8 máquinas e 1 tonelada de alimentos) e se passe para o ponto B (5 máquinas e 2 toneladas de alimentos). Nesse caso, a produção de alimentos aumentou, de 1 tonelada para 2 toneladas, mas em compensação a produção de máquinas caiu de 8 para 5.
Para se produzir 1 tonelada a mais de alimentos foi necessário abrir mão de 3 máquinas. Essas 3 máquinas que deixaram de ser produzidas representam o custo de oportunidade. Portanto, custo de oportunidade é o que abre mão ao se fazer uma escolha. É o custo de uma escolha.
Note que o ponto D é impossível de ser atingido. Esse não é o caso do ponto C. Esse último ponto representa uma situação em que está produzindo menos do que se poderia, pois estamos dentro da curva e não na sua borda.
No ponto C estamos produzindo 1 tonelada de alimento, mas apenas 5 máquinas, quando poderíamos produzir 8. Isso ocorre porque, por algum motivo, não estamos utilizando todos os recursos que temos, e, portanto, estamos com recursos ociosos. Um exemplo seria a situação de desemprego. Parte da mão de obra não está trabalhando, e por isso a produção é menor do que poderia ser.
Fluxo circular de renda de produção
Atenção!
Trata-se apenas de empréstimo, com regras definidas, dos fatores produtivos e não venda desses fatores. Se fosse venda, no caso do trabalho, estaríamos no regime de escravidão e não de trabalho assalariado. O trabalhador pode, a hora que quiser, pedir demissão, e o acionista pode vender suas ações quando desejar.
A contrapartida da utilização dos fatores de produção no processo produtivo é sua remuneração. No caso do trabalho, a contrapartida são os salários, e no caso do capital são os lucros.
Supondo-se uma economia onde existam apenas famílias e empresas, os proprietários dos fatores de produção são as famílias, que emprestam esses fatores produtivos às empresas, para que elas viabilizem a produção de bens. Os agentes econômicos são, portanto, as famílias e as empresas, que são as entidades que propiciam o processo produtivo.
As famílias e as empresas interagem em dois mercados, o de fatores e o de produtos.
No mercado de fatores as famílias emprestam capital e trabalho para as empresas utilizarem na produção em troca de uma remuneração, no caso salários e lucros/dividendos. O valor da remuneração é negociado entre as partes.
No mercado de produtos as empresas vendem seus produtos às famílias que para comprá-los utilizam a renda obtida no mercado de fatores. Portanto, os dois mercados estão interligados como mostra a figura do fluxo circular.
Essa vinculação dos mercados mostra que pagar baixos salários — se por um lado diminui o custo de produção das empresas — por outro diminui seu mercado consumidor, pois as famílias ficam com menos dinheiro para gastar. Essas relações estão sintetizadas no fluxo circular, que mostra como para cada fluxo real, há uma contrapartida monetária. Afinal, a economia trata de acompanhar transações que ocorrem em valores em moeda.
Resumo da Aula
Nesta aula você:
Definiu cada um dos cinco fatores de produção;
Reconheceu a Curva de possibilidades de produção como forma de representar a capacidade máxima de produção de uma economia em certo momento;
Identificou o conceito de Custo de Oportunidade de um fator de produção;
Analisou o fluxo circular de renda e produção.

Outros materiais

Perguntas Recentes