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RESUMO CAPITULO POR GISELE...

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CURRICULO UTOPIA E PÓS MODERNIDADE
Antonio Flávio B. Moreira discute ao longo do capítulo a repercussão do pós-
modernismo no discurso curricular. E devido a essas influências, algumas
características da literatura pós-moderna começam a repetir nos textos de currículos:
o abandono das grandes narrativas; a descrença em uma consciência unitária,
homogênea, centrada; a rejeição da ideia de utopia; a preocupação com a linguagem e
com a subjetividade; a visão de que todo o discurso está saturado de poder; a
celebração da diferença.
 O autor inicialmente explica o significado da palavra currículo nas diferentes
sociedades, o currículo era instrumento tanto para desenvolver os processos de
conservação, transformação e renovação dos conhecimentos historicamente
acumulados, como para socializar as crianças e os jovens segundo valores tidos como
desejáveis.
Segundo o autor, existem várias concepções da palavra currículo,
conhecimento escolar e experiência de aprendizagem são os sentidos mais usados da
palavra no âmbito escolar.
1. Curriculo como conhecimento escolar (sentido tradicional): o conhecimento
tratado pedagogicamente e didaticamente pela escola e que deve ser aprendido e
aplicado pelo aluno. Para tanto, o que deve conter nesse currículo? Como organizar
esse currículo?
2. Curriculo como experiência de aprendizagem (sentido a partir do séc XVIII
diante das mudanças): o conjunto de experiências a serem vividas pelo estudante sob
a orientação da escola, devido às diferenças sociais, culturais, políticas e etc. Para
isso, como selecionar as experiências a serem oferecidas? Como organizá-las
relacionando-as aos interesses e ao desenvolvimento do aluno?
As experiências de aprendizagem do aluno, tinha maior valor que o conteúdo
estipulado pela escola. Porém com a influência da psicologia no âmbito pedagógico
na primeira década deste século, fez com que novas definições fossem dadas a ideia
de currículo, nesta perspectiva, currículo era visto como um plano a ser seguido.
Sendo assim, as questões para quem seguia esta idéia eram: O que deve conter um
plano curricular? Como formulá-lo?
Com o passar das décadas de 70, 80 e 90, a educação passou por algumas
reformas e com isso buscou uma junção do conteúdo e a natureza do conhecimento,
surgindo uma abordagem mais critica das questões curriculares diante da relação do
sujeito-objeto e a superação do caráter técnico-prescritivo até então dominante.
Os estudiosos do campo do currículo passaram por várias concepções e
sentidos da palavra currículo. Estudos estes marcados pela influência do pensamento
pós-modernismo que assinala um conjunto de mudanças que estão reconstituindo os
mapas social, cultural e geográfico do mundo ao mesmo tempo que produzem novas
formas de crítica cultural. Uma nova visão de currículo inclui: planos e propostas (o
currículo formal), o que de fato acontece nas escolas e nas salas de aula (o currículo
em ação), bem como as regras e normas não explicitadas que governam as relações
que se estabelecem nas salas de aula (o currículo oculto). 
Sugere ainda, a visão do currículo como um campo de lutas e conflitos em
torno de símbolos e significados. O currículo oculto vem significar não só um terreno
por excelência de controle social, mas também o espaço no qual se travam lutas
ideológicas e políticas, passíveis de abrigar intervenções que visam as mudanças
sociais. A visão fragmentada da escola e do currículo a fim de manter os privilégios
de uma classe dominante vem ser substituída por uma perspectiva mais complexa. O
currículo tomou-se passível de ser concebido e interpretado como um todo
significativo, como um texto, como um instrumento privilegiado de construção de
identidades e subjetividades.
A utilização do discurso pós-moderno na teorização crítica vem sendo
questionada devido ao conceito que se dá ao pós-modernismo. Desta forma, o autor
aponta duas correntes: a primeira, pós-modernismo é o antimodernismo mostrando
ser uma completa ruptura com a modernidade; a segunda, apresenta-se como a
continuidade do modernismo procurando contestá-lo e redefiní-lo. 
Moreira defende a ideia de continuidade quando propõe o diálogo do pós-
modernismo com a teoria crítica do modernismo. Na visão do autor, a ideia de não
inteiramente contrária ao modernismo, faz com que os ideais da modernidade possam
ajudar a expandir o discurso educacional crítico.
Silva analisa as diferenças e as semelhanças existentes entre as perspetivas
modernas e pós-moderna. Diante da continuidade que se vê existir entre elas, o autor
ressalta que as ideias pós-modernas expande a análise crítica do discurso intervindo
na realidade e questiona o pensamento do currículo moderno diante do que se pensa
ser o conhecimento escolar. Por outro lado, os ideais pós modernos vem desafiar as
crenças na razão, no progresso e na ciência; não vê na cultura em massa um
instrumento de alienação e precisa ser considerada; a teorização pós moderna rejeita a
idéia de futuro que na visão moderna norteia a construção da escola e do currículo
para uma sociedade igualitária; esta visão vem descartar o conceito da ideologia
diante da ideia de uma escola como instrumento de reprodução da sociedade
capitalista para atender o sistema produtivo; não se coloca a questão da validade do
conhecimento; o pós-moderno rejeita a ideia de educação como conscientização que
que substitui a consciência ingênua por uma consciência crítica; deram validade a
todas as narrativas desenvolvendo uma visão fragmentada da vida cotidiana e dos
indivíduos.
O autor diante de um balanço das contribuições do pós modernismo deixa claro
a contribuição positiva para ampliar a visão crítica do currículo, porém, aponta alguns
pontos que devem ser analisados com cuidado: as visões fragmentadas não devem
impedir uma visão dinâmica social global; o excesso de preocupação com o discurso
(manifestação, linguagem pessoal) e a celebração das diferenças podem confundir a
ideia de estruturas sociais concretas e seus efeitos; a perda de nossas crenças em
visões totalizantes da história, que prescreviam regras de conduta política e ética para
toda a humanidade tanto pode levar o sujeito a uma posição menos imponente como
pode levá-lo a uma atitude de afronta exagerada que impossibilite a visão crítica e
transformadora na prática educacional.
Outros autores também sugerem o diálogo transformativo entre as duas
perspectivas para fins igualitários. Entretanto, enfatiza-se que para que a
comunicação das diferenças ocorra é preciso que os professores compreendam
melhor o sobre o poder, a personalidade, o currículo e como a objetividade é
defendida, ainda é preciso desenvolver uma politica de solidariedade entre os
professores criticos na busca de consenso. O propósito é estabelecer um diálogo não
para a conformidade e o acordo, mas para manter as diferenças com tolerância e
compreensão, e não eliminá-las. No ponto de vista de Giroux o pós modernismo
envolve a crença no valor da democracia e de uma cidadania crítica, porém vê a
necessidade da visão de futuro e utopia presente no currículo e na prática
educacional.
No apelo da construção de uma sociedade mais justa requer uma visão de
futuro que norteie a luta e os esforços envolvidos. Nesta perspectiva faz-se necessário
uma visão utópica sem que precise valorizar as grandes narrativas (grandes
explicações sobre o mundo) mas que seja compatível com a teorização que se vem
construindo.
Boaventura Santos chama a atenção para a criação de uma nova tendência com
uma nova psicologia, e ressalta que nada adianta inventar alternativas, seja pessoal ou
coletiva, se elas não são apropriáveis por aqueles a quem se destinam.Nesta perspectiva das construções utópicas como possíveis projeções de um
tempo, a utopia é mais que um programa de transformação social. A utopia envolve
tanto a crítica de tensões e conflitos sociais existentes como a apresentação de
possíveis alternativas à ordem vigente. O autor Boaventura vem então propor uma
nova utopia, visto que problemas fundamentais reclamam soluções fundamentais. 
Se pretende uma educação a favor de um mundo social mais justo, é preciso
orientar o trabalho pedagógico com base em uma visão de futuro. Porém não em
forma de conduta, mas sim instigando o crítico tanto a denunciar o carácter
reprodutor da escola como a oferecer princípios que norteiem uma ação pedagógica
radical.
Considerando as teorias o currículo, é possível observar a necessidade de se
aproximar o currículo das formas interdisciplinares e transdisciplinares, em que o
processo formativo deva estar conectado com o real e que o currículo deva ser
encarado como um “processo”, algo que está sempre em construção, que aproveita a
experiência prévia de vida dos alunos, utilizando-a como recurso para a para
produção de conhecimento.

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