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ASPECTOS PSICOLÓGICOS DAS RELAÇÕES HUMANAS: COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL E VIOLÊNCIA Profa Cléo Coutinho cleocoutinho@icloud.com COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL E VIOLÊNCIA cleocoutinho@icloud.com QUAL A NATUREZA DA TENDÊNCIA ANTISSOCIAL NA VIDA DO SER HUMANO? cleocoutinho@icloud.com • Designa-se por comportamento antissocial a existência de condutas e atitudes crónicas e contínuas de violência e transgressão perante os outros. COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL cleocoutinho@icloud.com Fonte de imagem: psicanalitica.com.br Fonte de imagem: faberconselheiro.blogspot.com cleocoutinho@icloud.com A AGRESSÃO EM NOSSO COTIDIANO, ESTÁ PRESENTE TANTO NA CRIANÇA, NO ADOLESCENTE, QUANTO NO ADULTO. cleocoutinho@icloud.com Segundo os critérios diagnósticos internacionais - Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-IV), observa-se que o comportamento antissocial persistente faz parte de alguns diagnósticos psiquiátricos. COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL cleocoutinho@icloud.com • O TRANSTORNO DA CONDUTA (conduct disorder) e o transtorno desafiador de oposição (oppositional defiant disorder) são categorias diagnósticas usadas para crianças e adolescentes, • O TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ANTISSOCIAL (antisocial personality disorder) aplica-se aos indivíduos com 18 anos ou mais. COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL cleocoutinho@icloud.com • De acordo com GOMIDE (2001), a definição do termo comportamento antissocial é utilizado por KASDIN e BUELA- CASAL (1998) para se referir a todo comportamento que INFRINGE REGRAS SOCIAIS ou que seja UMA AÇÃO CONTRA OS OUTROS, tais como: • comportamento agressivo, • comportamento infrator como furto, roubo, vandalismo, piromania, mentira, ausência ou fuga escolar, fuga de casa. COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL cleocoutinho@icloud.com • Geralmente são encontradas pela primeira vez na infância e adolescência. • Quando tais comportamentos não são tratados adequadamente, tendem a evoluir para o quadro de transtorno de personalidade antissocial. COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL cleocoutinho@icloud.com • Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Antissocial frequentemente não possuem empatia e tendem a ser insensíveis e cínicos e a desprezar os sentimentos, direitos e sofrimentos alheios. • Podem ter uma autoestima acentuada e arrogante (por ex., achar que um trabalho comum não está à sua altura, ou não ter uma preocupação realista com seus problemas atuais ou seu futuro), e podem ser excessivamente autossuficientes ou vaidosos. cleocoutinho@icloud.com A CULPA É DA SOCIEDADE?! cleocoutinho@icloud.com AGRESSIVIDADE A agressividade é um tipo de comportamento normal que se manifesta nos primeiros anos de vida. Na infância, a agressividade é uma forma encontrada pelas crianças para chamar a atenção para si. É uma espécie de reação que adquire quando está à frente de algum acontecimento que faz com que se sintam frágeis e inseguras. Na fase adulta, a agressividade se manifesta ainda como reação a fatos que aparentemente induzem o indivíduo à disputa e ainda a sentimentos. cleocoutinho@icloud.com AGRESSIVIDADE • A agressividade pode evoluir para delinquência e criminalidade, sendo necessário distinguir três conceitos ligados a essa questão: • Transgressão • Infração • Delinquência. cleocoutinho@icloud.com TRANSGRESSÃO O transgressor é aquele que transgride normas ou regras, sejam essas explicitas como, por exemplo, horários de refeição, sono, ir para aula, ou regras implícitas como, por exemplo, a de não se falar palavrões. Aquele que transgride essas regras, estará sujeito às consequências, dependendo do grupo ao qual está inserido, porém, vez ou outra todos nós somos transgressores. cleocoutinho@icloud.com INFRAÇÃO Todas as sociedades são regidas por leis, o infrator é aquele que cometeu um ato que vai contra alguma lei tipificada no código penal ou no sistema de leis da sociedade em que vive, portanto, sujeito a uma penalidade corresponde. cleocoutinho@icloud.com INFRAÇÃO Todos nós somos em algum momento da vida infratores, pois o fato de não atravessarmos a rua numa faixa de pedestre, por exemplo, corresponde a uma infração definida por uma lei específica, isso significa que nem sempre o indivíduo que comete uma infração é um criminoso. cleocoutinho@icloud.com DELINQUÊNCIA O delinquente é aquele que não incorporou regras ou leis, ou as incorporou de uma forma distorcida, de modo que passou a praticar diversos crimes, assumindo assim uma identidade criminosa. Uma pessoa dificilmente se torna um delinquente se antes não foi um transgressor, ou infrator, o que indica haver um uso patológico da agressividade. cleocoutinho@icloud.com DELINQUÊNCIA A quantidade e/ou qualidade de eventos de vida negativos provenientes da família vêm sendo apontadas como particularmente prejudiciais ao desenvolvimento da criança e como um dos fatores que contribui para potencialização dos casos de delinquência. cleocoutinho@icloud.com AGRESSIVIDADE A agressividade patológica aparece em alguns transtornos mentais, tais como: • o distúrbio antissocial, • transtorno desafiador opositivo, • transtorno de conduta, • além de outros cuja a agressividade também aparece como característica, e têm sido alvo de estudos epidemiológicos em todo mundo. cleocoutinho@icloud.com VIOLÊNCIA Comportamento que causa dano a outra pessoa, ser vivo ou objeto. Nega-se autonomia, integridade física ou psicológica e mesmo a vida de outro. É o uso excessivo de força, além do necessário ou esperado. cleocoutinho@icloud.com • Segundo um Relatório Mundial, sobre a Violência e Saúde, feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS), existem três tipos de violência: A Autoinfligida, Interpessoal e a Coletiva, onde suas naturezas provêm da violência física, psicológica, sexual ou Negligência/Abandono. VIOLÊNCIA cleocoutinho@icloud.com cleocoutinho@icloud.com TIPOS DE VIOLÊNCIA: VIOLÊNCIA ESTRUTURAL: negam a cidadania para alguns indivíduos ou determinados grupos de pessoas, pautados principalmente na discriminação social contra os “diferentes”. “São obstáculos institucionais que impedem ou dificultam a realização das potencialidades humanas dos discriminados, sobretudo nas áreas da educação, do emprego e da saúde” cleocoutinho@icloud.com TIPOS DE VIOLÊNCIA: VIOLÊNCIA FÍSICA: ocorre por meio de maus-tratos corporais (espancamentos, tapas, beliscões, castigos, queimaduras, etc.) ou negligência em termos de cuidados básicos. A violência, cometida neste grupo, é a mais notável por causa dos danos causados ao corpo. No entanto, é alarmante que muitas pessoas já a veem como normal e não buscam meios para superá-la . cleocoutinho@icloud.com TIPOS DE VIOLÊNCIA: VIOLÊNCIA SIMBÓLICA E PSICOLÓGICA a violência acontece por coação e intermédio da força de símbolos, situações de constrangimento ou humilhação, ameaças, agressões verbais... Também “pela exploração de fatos ou de situações; pela negação de informações ou de um bem de necessidade imediata ou irrevogável; por chantagens e pela cultura do medo, entre outras formas. cleocoutinho@icloud.com Por que esses índices aumentaram tanto nos últimos anos? VIOLÊNCIA NÃO ÉAÇÃO, NA VERDADE, É REAÇÃO VIOLÊNCIA cleocoutinho@icloud.com Fonte de imagem:ycolirios.com.br cleocoutinho@icloud.com TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO • Caracterizado por atitudes e comportamentos negativistas, opositivos, desafiadores e hostis contra figuras de autoridade como pais, familiares e professores. • É um padrão recorrente de comportamento negativista, desafiador, desobediente e hostil para com figuras de autoridade, que persiste por pelo menos 6 meses. cleocoutinho@icloud.com TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO Caracteriza pela ocorrência frequente de pelo menos quatro dos seguintes comportamentos: • perder a paciência; • discutir com adultos; • desafiar ativamente ou recusar-se a obedecer a solicitações ou regras dos adultos; • deliberadamente fazer coisas que aborrecem outras pessoas; • responsabilizar outras pessoas por seus próprios erros ou mau comportamento; • ser suscetível ou facilmente aborrecido pelos outros; • mostrar-se enraivecido e ressentido, ou • ser rancoroso ou vingativo. cleocoutinho@icloud.com • A etiologia do transtorno desafiador opositivo não está bem estabelecida, entretanto acredita-se que fatores genéticos associados a desencadeadores ambientais possam estar envolvidos. TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO cleocoutinho@icloud.com TRANSTORNO DE PERSONALIDADE é fruto de uma combinação de fatores genéticos com fatores ambientais. De fato, o ambiente familiar costuma falhar na inibição do comportamento, apresentando-se débil e fraco na tarefa do controle do impulso. Pode-se dizer que são fatores associados a este comportamento receber cuidados inadequados, viver em meio à discórdia, ser criado por pais agressivos e violentos, ter mãe com problemas de saúde mental, residir em áreas urbanas e ter nível socioeconômico baixo. cleocoutinho@icloud.com TRANSTORNO DE PERSONALIDADE HISTORICAMENTE: Insanidade sem delírio (Pinel) Insanidade Moral (Prichard) Delinquência Nata (Lombroso) Psicopatia (Koch) Sociopatia (Lykken) cleocoutinho@icloud.com PSICOPATIA x SOCIOPATIA cleocoutinho@icloud.com MAPEAMENTO DAS EMOÇÕES Indivíduos normais e psicopatas comunitários foram submetidos ao teste Bateria de Emoções Morais (BEM) enquanto eram colhidas imagens de seu cérebro por meio de ressonância magnética funcional. cleocoutinho@icloud.com Quando uma pessoa normal (à esq.) faz julgamentos morais, ativam-se as áreas pré-frontais (laranja e roxo), responsáveis pelos aspectos cognitivos - frios e racionais - do julgamento. Também são ativados o hipotálamo (azul), relacionado às emoções básicas, como raiva e medo, e o lobo temporal anterior (vermelho), ligado às emoções morais, tipicamente humanas. Resultados preliminares mostram que, no cérebro do psicopata (à dir.), diminui sensivelmente a ativação das áreas relacionadas tanto às emoções primárias (azul) quanto às morais (vermelho) e aumenta a atividade nas áreas pré-frontais (laranja e roxo), ligadas aos circuitos cognitivos, de razão pura. MAPEAMENTO DAS EMOÇÕES cleocoutinho@icloud.com Imagens PET do cérebro de uma pessoa normal (esquerda), um assassino com história de privação na infância (centro) e um assassino sem história de privação (direita). As áreas em vermelho e amarelo mostram uma atividade metabólica mais alta, e em preto e azul, uma atividade metabólica mais baixa. O cérebro de um sociopata (direita) tem uma atividade muito baixa em muitas áreas Fonte: Imagens de Adrian Raine, University of Southern California, Los Angeles, USA MAPEAMENTO DAS EMOÇÕES cleocoutinho@icloud.com PSICOPATIA • Descrita pela primeira vez em 1941 pelo psiquiatra americano Hervey M. Cleckley, do Medical College da Geórgia, a psicopatia consiste num conjunto de comportamentos e traços de personalidade específicos. Encantadoras à primeira vista, essas pessoas geralmente causam boa impressão e são tidas como “normais” pelos que as conhecem superficialmente. cleocoutinho@icloud.com Equipamento de Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) obtém imagens seccionais do cérebro vivo, usando cores para representar os diferentes graus de atividade. As imagens funcionais do cérebro, tais como as da imagem acima produzida por PET (positron emission tomography), têm sido usadas para corroborar a existência de anomalias neurológicas no lobo frontal dos sociopatas. cleocoutinho@icloud.com PSICOPATIA • Especialistas garantem que a maioria dos psicopatas é homem, mas os motivos para esta desproporção entre os sexos são desconhecidos. cleocoutinho@icloud.com PSICOPATIA O instrumento mais usado entre os especialistas para diagnosticar a psicopatia é o teste Psychopathy checklist- revised (PCL-R), desenvolvido pelo psicólogo canadense Robert D. Hare, da Universidade da Colúmbia Britânica. O método inclui uma entrevista padronizada com os pacientes e o levantamento do seu histórico pessoal, inclusive dos antecedentes criminais. cleocoutinho@icloud.com PSICOPATIA • O PCL-R revela três grandes grupos de características que geralmente aparecem sobrepostas, mas podem ser analisadas separadamente: deficiências de caráter (como sentimento de superioridade e megalomania), ausência de culpa ou empatia e comportamentos impulsivos ou criminosos (incluindo promiscuidade sexual e prática de furtos). cleocoutinho@icloud.com PSICOPATIA Pode-se observar características de psicopatia desde a infância até a vida adulta. • Mentiras frequentes (às vezes o tempo todo); • Crueldade com animais, coleguinhas, irmãos etc.; • Condutas desafiadoras às figuras de autoridade (pais, professores etc.); • Impulsividade e irresponsabilidade; • Baixíssima tolerância à frustração com acessos de irritabilidade ou fúria quando são contrariados; cleocoutinho@icloud.com PSICOPATIA • Tendência a culpar os outros por seus erros cometidos; • Preocupação excessiva com seus próprios interesses; • Insensibilidade ou frieza emocional; • Ausência de culpa ou remorso; • Falta de empatia ou preocupação pelos sentimentos alheios; • Falta de constrangimento ou vergonha quando pegos mentindo ou em flagrante; • Dificuldades em manter amizades; • Permanência fora de casa até tarde da noite, mesmo com a proibição dos pais. Muitas vezes podem fugir e levar dias sem aparecer em casa; • Faltas constantes na escola sem justificativas ou no trabalho (quando mais velhos); cleocoutinho@icloud.com PSICOPATIA • Violação às regras sociais que se constituem em atos de vandalismo como destruição de propriedades alheias ou danos ao patrimônio público; • Participação em fraudes (falsificação de documentos), roubos ou assaltos; • Sexualidade exacerbada, muitas vezes levando outras crianças ao sexo forçado; • Introdução precoce no mundo das drogas ou do álcool; • Nos casos mais graves, podem cometer homicídio. cleocoutinho@icloud.com PSICOPATIA As características elucidadas anteriormente são apenas genéricas e que o diagnóstico exato só pode ser firmado por especialistas no assunto. Além do mais, é preciso estar para a frequência e a intensidade com as quais estas características se manifestam. A psicopatia não tem cura, é um transtorno da personalidade e não uma fase de alterações comportamentais momentâneas. Segundo o DSM-IV-TR a psicopatia tem um curso crônico, no entanto pode tornar-semenos evidente à medida que o indivíduo envelhece, particularmente a partir dos 40 anos de idade. cleocoutinho@icloud.com • “Ninguém nasce psicopata. Nasce com tendências para a psicopatia. A psicopatia não é uma categoria descritiva, como ser homem ou mulher, estar vivo ou morto. É uma medida, como altura ou peso, que varia para mais ou para menos” (Robert D. Hare). cleocoutinho@icloud.com Foi desenvolvida a partir das 16 características que definem o perfil do psicopata, de Cleckley, objetivando operacionalizar o constructo psicopatia. O PCL-R foi projetado para avaliar de maneira segura e objetiva o grau de periculosidade e de readaptabilidade à vida comunitária de condenados, tendo os países que instituíram este instrumento apresentado considerável índice de redução da reincidência criminal. A ESCALA PCL- R (PSYCHOPATHY CHECKLIST REVISED) cleocoutinho@icloud.com • A avaliação consta de 20 itens, que são pontuados de 0 a 2, conforme a adaptação do indivíduo a determinado traço. Divide-se em 2 fatores: • EGOÍSMO, INDIFERENÇA E AUSÊNCIA DE REMORSO • INSTABILIDADE CRÔNICA, ESTILO DE VIDA DESVIANTE E ANTISSOCIAL cleocoutinho@icloud.com FATOR 1: EGOÍSMO, INDIFERENÇA E AUSÊNCIA DE REMORSO medido pelos ITENS: - Loquacidade/Charme Superficial; - Superestima; - Mentira patológica; - Vigarice/Manipulação; - Ausência de remorso ou culpa; - Insensibilidade afetivo-emocional; - Indiferença/Falta de empatia e - Incapacidade em aceitar responsabilidade pelos próprios atos. cleocoutinho@icloud.com FATOR 2: INSTABILIDADE CRÔNICA, ESTILO DE VIDA DESVIANTE E ANTISSOCIAL • medido pelos ITENS: - Necessidade de estimulação/Tendência ao tédio; - Estilo de vida parasitário; - Descontroles comportamentais; - Transtornos de conduta na infância; - Ausência de metas realistas a longo prazo; - Impulsividade; - Irresponsabilidade; - Delinquência juvenil e - Revogação da liberdade condicional. cleocoutinho@icloud.com Material de Aplicação: • 1 Manual, • 1 Caderno de Pontuação, • 2 Protocolos de Interpretação e • 2 Roteiros para Entrevistas e Informações Aplicação: Individual cleocoutinho@icloud.com LOBOTOMIA cleocoutinho@icloud.com cleocoutinho@icloud.com cleocoutinho@icloud.com cleocoutinho@icloud.com REFERÊNCIAS REGRA, J. (2002). A agressividade infantil. Em Silvares, E.F.M. (org): Estudos de caso em Psicologia clínica comportamental infantil. Vol II. Campinas: Ed. Papirus. Psicopatas. Disponível em:<http://psicopatasss.blogspot.com.br/2009/11/cerebro -do-psicopata-cerebros-doentes.html PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO – PROFA CLÉO COUTINHO cleocoutinho@icloud.com
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