introdução a profissão farmácia.pdf 3

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Conteúdo:
INTRODUÇÃO 
À PROFISSÃO: 
FARMÁCIA
Daikelly Braghirolli
Daniela Steffens
Liliana Rockenbach
Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052
Revisão técnica:
Letícia Hoerbe Andrighetti
Farmacêutica Industrial 
Mestre em Ciências 
B813i Braghirolli, Daikelly Iglesias
 Introdução à profissão : farmácia / Daikelly Iglesias 
 Braghirolli, Daniela Steffens, Liliana Rockenbach ; [revisão 
 técnica: Letícia Hoerbe Andrighetti]. – Porto Alegre : 
 SAGAH, 2017.
 121 p. : il. ; 15,5 x 22,5 cm.
 ISBN 978-85-9502-264-5
 1. Farmácia. 2. Farmácia – Profissão. I. Steffens, Daniela. 
 II. Rockenbach, Liliana. III. Título.
CDU 615.1
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O papel do profissional: 
Lei do exercício 
profissional e atividades 
privativas do curso
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identi� car as principais atividades farmacêuticas no exercício 
pro� ssional.
  Identi� car as principais leis que regem o exercício da pro� ssão 
farmacêutica.
  Reconhecer as principais normas que regulamentam o exercício do 
pro� ssional farmacêutico.
Introdução
O farmacêutico é um profissional da saúde responsável pela promoção 
da educação em saúde e da saúde dos indivíduos, independente da sua 
área de atuação. Este profissional tem papel crucial na sociedade devido 
ao seu conhecimento profundo a respeito dos medicamentos, do qual 
faz uso tanto para instruir médicos e pacientes, como para aprimorar 
os sistemas de produção e os sistemas de saúde visando garantir o uso 
correto dos medicamentos. O profissional farmacêutico pode atuar em 
mais de 70 áreas distintas, sendo que, em algumas, ele concorre com 
profissionais de formação diferente, como biomédicos, enquanto outras 
são exclusivas da sua classe.
Neste capítulo, você vai aprender qual é o papel do profissional far-
macêutico, a principal Lei e a norma que regulamentam o exercício do 
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profissional entre suas diversas áreas de atuação, quais são as atividades 
privativas do curso e no que consistem.
O papel do profissional farmacêutico e suas 
diversas áreas de atuação
O papel do profissional farmacêutico
Se você procurar diferentes defi nições sobre o papel do farmacêutico, encon-
trará que segundo a Organização Mundial da Saúde: “em todos os campos de 
atuação, o seu papel é assegurar a ótima terapia medicamentosa, contribuindo 
para a preparação, o fornecimento e o controle de medicamentos e produtos 
associados e fornecendo informações e aconselhamento aos que prescrevem 
ou usam produtos farmacêuticos”. 
No âmbito nacional, conforme o presidente do Conselho Federal de 
Farmácia: 
O Brasil aguarda muito do farmacêutico e reserva-lhe um papel histó-
rico. Por ser um sanitarista por excelência, com especial conhecimento 
sobre os medicamentos e sobre a terapêutica medicamentosa, pesa 
sobre ele a responsabilidade de ajudar a reverter as estimativas sombrias 
relacionadas à saúde no país. Cabe-lhe a responsabilidade de proteger 
a sociedade dos efeitos indesejáveis dos medicamentos que, quando 
usados sem a sua orientação, podem transformar-se em um tóxico letal. 
Ou simplesmente não atingir o efeito desejável. Ao servir, o farmacêutico 
cumpre o seu papel social. 
No código de ética farmacêutica (Resolução 596, de 21 de fevereiro de 
2014), você encontra a seguinte definição: “o farmacêutico é um profissional 
da saúde, cumprindo-lhe executar todas as atividades inerentes ao âmbito 
profissional farmacêutico, de modo a contribuir para a salvaguarda da saúde 
e, ainda, todas as ações de educação dirigidas à coletividade na promoção da 
saúde”. (BRASIL, 2014a).
Ao ler estas definições você logo percebe que ser farmacêutico é desafia-
dor, porque você precisa associar o conhecimento técnico-científico com sua 
aplicabilidade e ainda ser capaz de ensiná-lo tanto para o médico que prescreve 
o medicamento quanto ao cidadão leigo que fará seu uso.
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Perceba que as duas primeiras definições são mais voltadas para as áreas 
de atuação exclusivas do farmacêutico, que tratam do medicamento desde sua 
regulamentação e produção até a dispensação e uso correto. Estas ressaltam 
a principal dificuldade do farmacêutico, que é garantir a correta dispensação 
a fim de garantir o uso correto dos medicamentos e evitar a ocorrência de 
interações medicamentosas. Lembre que interações medicamentosas podem 
resultar tanto na potencialização ou na anulação do efeito de um medicamento, 
e que estas alterações de efeito ainda podem vir acompanhadas do aumento 
da intensidade dos efeitos adversos. Um estudo do Sistema Nacional de In-
formações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox/Fiocruz) registrou, só em 2011, 
cerca de 30 mil casos de intoxicação por uso de medicamentos. Embora não 
tenham identificado quais deles ocorreram por interação medicamentosa, 
em três circunstâncias específicas a possibilidade é muito extensa: pelo uso 
terapêutico errado, pela prescrição médica incorreta e por automedicação.
Contudo, sabemos que o farmacêutico pode atuar em diversas outras áreas, 
como análises clínicas, indústria de cosméticos, indústria de alimentos, entre 
outras. Estas são melhor compreendidas na definição do código de ética farma-
cêutico, que deixa claro que independente da atividade exercida o profissional 
de farmácia deve sempre atuar de forma a assegurar e promover a saúde. 
As áreas de atuação do profissional farmacêutico
O profi ssional farmacêutico atua em locais, como: Hospitais públicos e priva-
dos, Indústrias de medicamentos, cosméticos ou alimentos, Laboratórios de 
análises clínicas, Institutos de pesquisa, Vigilância Sanitária, Saúde Pública, 
Drogarias, Farmácias de manipulação.
São mais de 70 áreas de atuação, algumas exclusivas do profissional far-
macêutico enquanto em outras o farmacêutico concorre com profissionais 
como químicos e biomédicos. 
No geral, como farmacêutico, você terá possibilidade de atuar em seis moda-
lidades básicas: Fármacos e Medicamentos, Análises Clínicas e Toxicológicas, 
Alimentos, Educação, Saúde Pública e Práticas Integrativas e Complementares. 
A primeira e a quinta modalidade são exclusivas do farmacêutico e veremos 
mais detalhadamente ao longo deste capítulo. 
Nos Laboratórios de Análises Clínicas e toxicológicas, privados ou pú-
blicos, o farmacêutico divide espaço com biomédicos. Sendo responsável 
pela execução de exames clínico-laboratoriais que auxiliam no diagnóstico 
de doenças. Pode também controlar e identificar a presença de compostos 
tóxicos no ambiente, nos alimentos e nos próprios medicamentos. Há ainda 
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a toxicologia ocupacional, que trata do ajuste dos ambientes de trabalho às 
funções do trabalhador e a toxicologia desportiva, isto é, avaliação de doping 
de atletas e animais e ainda a toxicologia investigativa, perícia.
Na área de alimentos, indústria de produtos alimentícios e de bebidas, o 
farmacêutico compete pelas vagas com engenheiros de alimentos e engenheiros 
químicos. As atividades são principalmente no controle de qualidade micro-
biológica, físico-química e sensorial de óleos vegetais comestíveis, de leite e 
derivados e de produtos que podem promover a saúde. Além do aprimoramento 
dos produtos já existentes e desenvolvimento de novos produtos.
O farmacêutico Jesus Norberto Gomes (1891-1963) criou, no início dos anos 1920, em 
São Luis, Maranhão, o Guaraná-Jesus. Uma bebida produzida do extrato de guaraná, 
cafeína, teofilina e teobromina. O objetivo de Jesusera desenvolver um medicamento 
para indisposições estomacais, mas o resultado foi uma bebida de sabor adocicado, 
com coloração rósea, aroma lembrando tutti-frutti com traços de cravo e canela. 
Inicialmente, a bebida fez sucesso entre seus familiares e passou a ser comercializada 
em sua farmácia. Jesus chegou a construir um forte mercado no Nordeste, especial-
mente no Maranhão. Posteriormente, a marca chegou a pertencer à Antarctica, mas 
atualmente pertence à Coca-Cola. 
A fórmula da Coca-Cola também foi criada por um farmacêutico, John Smith Pem-
berton, em 1886.
Para seguir a carreira acadêmica, o graduando em farmácia pode iniciar na 
pesquisa básica e aplicada das instituições de estudo e pesquisa como aluno 
de iniciação científica. Depois de formado, segue a formação com mestrado 
e doutorado, podendo posteriormente atuar em universidades e centros de 
pesquisa públicos ou particulares, dentro dos diversos campos que a profissão 
oferece, podendo ou não competir com profissionais de formação distinta.
Entre as práticas Integrativas e Complementares, estão a acupuntura e a 
estética, em que o profissional também divide espaço com biomédicos. Para 
atuar nessas áreas você precisa de um curso de pós-graduação complementar 
à formação universitária.
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Regulamentação do exercício profissional
No centro da regulamentação da atuação do farmacêutico você encontra a 
Lei número 13.021, de 8 de agosto de 2014, que dispõe sobre o exercício e 
a fi scalização das atividades farmacêuticas (BRASIL, 2014b). Além dela, 
temos a Resolução número 596, de 21 de fevereiro de 2014, que dispõe sobre 
o Código de Ética Farmacêutica, o Código de Processo Ético e estabelece as 
infrações e as regras de aplicação das sanções disciplinares. (BRASIL, 2014a).
Na Lei 13.021, o parágrafo segundo dispõe que: 
Entende-se por assistência farmacêutica o conjunto de ações e de serviços 
que visem a assegurar a assistência terapêutica integral e a promoção, 
a proteção e a recuperação da saúde nos estabelecimentos públicos e 
privados que desempenhem atividades farmacêuticas, tendo o medi-
camento como insumo essencial e visando ao seu acesso e ao seu uso 
racional. (BRASIL, 2014b). 
Perceba que a assistência farmacêutica é o conjunto de ações relacionadas 
ao medicamento e não confunda com atenção farmacêutica. Atenção farmacêu-
tica é uma área que vem crescendo muito, trata-se do conjunto de ações para 
acompanhar e orientar o paciente quanto ao uso correto dos medicamentos. 
O artigo terceiro define: 
Farmácia é uma unidade de prestação de serviços destinada a prestar 
assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária indivi-
dual e coletiva, na qual se processe a manipulação e/ou dispensação de 
medicamentos magistrais, oficinais, farmacopeicos ou industrializados, 
cosméticos, insumos farmacêuticos, produtos farmacêuticos e correlatos. 
Parágrafo único. As farmácias serão classificadas segundo sua natureza 
como: 
I – farmácia sem manipulação ou drogaria: estabelecimento de dis-
pensação e comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos 
e correlatos em suas embalagens originais; 
II – farmácia com manipulação: estabelecimento de manipulação de 
fórmulas magistrais e oficinais, de comércio de drogas, medicamentos, 
insumos farmacêuticos e correlatos, compreendendo o de dispensação 
e o de atendimento privativo de unidade hospitalar ou de qualquer outra 
equivalente de assistência médica. (BRASIL, 2014b).
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Então, drogaria é o estabelecimento que dispensa e comercializa medica-
mentos, insumos e correlatos industrializados. Já a farmácia é o estabelecimento 
onde há manipulação e dispensação de medicamentos, insumos farmacêuticos 
e correlatos. Portanto, o termo farmácia de manipulação é uma redundância, 
mas para fins de diferenciação, uma vez que as drogarias são popularmente 
também chamadas de farmácias, o termo é bastante utilizado.
Além disso, apesar de não se enquadrarem em nenhuma das definições 
citadas, a respeito dos tipos de produtos que podem ser dispensados em dro-
garias e farmácias, atualmente produtos de conveniência, como refrigerantes, 
picolés, balas, entre outros podem ser vendidos em farmácias.
Esta Lei também dispõe que é responsabilidade do setor público assegurar 
assistência farmacêutica; que as farmácias de qualquer natureza requerem, 
obrigatoriamente, para seu funcionamento, a responsabilidade e a assistência 
técnica de farmacêutico habilitado, e determina quais as condições necessárias 
para o funcionamento de farmácias, além da autorização e do licenciamento 
da autoridade competente. 
Quando você for farmacêutico e estiver trabalhando numa farmácia, lembre-
-se que a responsabilidade legal do estabelecimento é seu, e que por Lei sua 
decisão deve sobrepor-se a do dono do estabelecimento. Os artigos 10 e 11 
garantem isso, determinando respectivamente, que: o farmacêutico e o proprie-
tário dos estabelecimentos farmacêuticos agirão sempre solidariamente, reali-
zando todos os esforços para promover o uso racional de medicamentos. Além 
disso, o proprietário da farmácia não poderá desautorizar ou desconsiderar as 
orientações técnicas emitidas pelo farmacêutico. Também é responsabilidade 
do estabelecimento farmacêutico fornecer condições adequadas ao perfeito 
desenvolvimento das atividades profissionais do farmacêutico. 
 No que diz respeito aos deveres do profissional, é obrigação do farmacêutico: 
I. notificar os profissionais de saúde e os órgãos sanitários competentes, 
bem como o laboratório industrial, efeitos colaterais, reações adversas, 
intoxicações, voluntárias ou não, e a farmacodependência observados 
e registrados na prática da farmacovigilância; 
II. organizar e manter cadastro atualizado com dados técnico-científicos 
das drogas, fármacos e medicamentos disponíveis na farmácia; 
III. proceder ao acompanhamento farmacoterapêutico de pacientes, inter-
nados ou não, em estabelecimentos hospitalares ou ambulatoriais, de 
natureza pública ou privada; 
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IV. estabelecer protocolos de vigilância farmacológica de medicamentos, 
produtos farmacêuticos e correlatos, visando assegurar seu uso racio-
nalizado, segurança e eficácia terapêutica; 
V. estabelecer o perfil farmacoterapêutico no acompanhamento sistemático 
do paciente, mediante elaboração, preenchimento e interpretação de 
fichas farmacoterapêuticas; 
VI. prestar orientação farmacêutica, com vistas a esclarecer ao paciente 
a relação benefício e risco, conservação e utilização de fármacos e 
medicamentos inerentes à terapia, bem como suas interações medica-
mentosas e a importância do seu correto manuseio. 
 E ainda, cabe ao farmacêutico, observar os aspectos técnicos e legais do 
receituário na dispensação de medicamentos, ou seja, certificar-se de que o 
paciente está com o tipo de receita correspondente ao medicamento prescrito e 
que ela está corretamente preenchida, a fim de garantir a eficácia e a segurança 
da terapêutica prescrita. 
Sempre que possível estabeleça um diálogo com o paciente. Muitas vezes, as pessoas 
conversam e tiram dúvidas com o farmacêutico e não com o médico, certifique-se 
de que ele comunicou ao médico todos os medicamentos dos quais faz uso. Seu 
objetivo não é substituir o médico, mas garantir que o paciente está com a prescrição 
adequada, que não existem interações medicamentosas, e que ele fará o uso correto 
do medicamento. 
Por fim, a Lei 13.021 veta ao fiscal farmacêutico exercer outras ativida-
des profissionais de farmacêutico, ser responsável técnico ou proprietário 
ou participarda sociedade em estabelecimentos farmacêuticos (BRASIL, 
2014b). Dessa forma, evita-se que o profissional use da sua condição de fiscal 
para beneficiar o próprio estabelecimento.
É importante que você leia o código de ética da sua profissão e tenha cons-
ciência das suas funções, direitos, deveres e proibições. Este código determina 
que o farmacêutico atuará com respeito à vida humana, ao meio ambiente e à 
liberdade de consciência com a dimensão ética constantemente presente em 
todos os seus atos. Os artigos sétimo, oitavo e nono são de extrema importância:
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Art. 7° – O farmacêutico deve manter atualizados os seus conhe-
cimentos técnicos e científicos para aprimorar, de forma contínua, o 
desempenho de sua atividade profissional. 
Art. 8º – A profissão farmacêutica, em qualquer circunstância, não 
pode ser exercida sobrepondo-se à promoção, prevenção e recuperação 
da saúde e com fins meramente comerciais. 
Art. 9º – O trabalho do farmacêutico deve ser exercido com autonomia 
técnica e sem a inadequada interferência de terceiros, tampouco com 
objetivo meramente de lucro, finalidade política, religiosa ou outra forma 
de exploração em desfavor da sociedade.
Entre os direitos do farmacêutico ressalta-se:
  exercer sua profissão sem qualquer discriminação;
  interagir com o prescritor quando necessário;
  ser fiscalizado no âmbito profissional e sanitário, obrigatoriamente 
por farmacêutico; 
  negar-se a realizar atos farmacêuticos que sejam contrários aos ditames 
da ciência, da ética e da técnica;
  ter acesso a todas as informações técnicas relacionadas ao seu local de 
trabalho e ao pleno exercício da profissão.
Entre os deveres do farmacêutico ressalta-se:
  respeitar o direito do usuário de decidir sobre o seu tratamento;
  o farmacêutico deve comunicar previamente ao Conselho Regional 
de Farmácia, o afastamento temporário das atividades profissionais 
pelas quais detém responsabilidade técnica, quando não houver outro 
farmacêutico que, legalmente, o substitua.
§ 1º – Na hipótese de afastamento por motivo de doença, acidente 
pessoal, óbito familiar ou por outro imprevisível, que requeira avaliação 
pelo Conselho Regional de Farmácia, a comunicação formal e documen-
tada deverá ocorrer em 5 (cinco) dias úteis após o fato. 
§ 2º – Quando o afastamento ocorrer por motivo de férias, congressos, 
cursos de aperfeiçoamento, atividades administrativas ou outras previa-
mente agendadas, a comunicação ao Conselho Regional de Farmácia 
deverá ocorrer com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas.
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Entre as proibições, ressalta-se:
  participar de qualquer tipo de experiência com fins bélicos, raciais ou 
eugênicos, bem como de pesquisa não aprovada por Comitê de Ética 
em Pesquisa/Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CEP/CONEP) 
ou Comissão de Ética no Uso de Animais;
  exercer simultaneamente a Medicina; 
  exercer atividade farmacêutica com fundamento em procedimento não 
reconhecido pelo Conselho Federal de Farmácia.
Dessa forma, o código de ética descreve direitos, deveres e proibições a 
fim de garantir que a prática do profissional farmacêutico seja sempre ética 
e voltada à promoção da saúde.
Toda atividade do profissional farmacêutico é regu-
lada. Além dessas normas que você viu aqui, existem 
diversas outras Leis, Decretos, Portarias, Resoluções 
que definem, por exemplo, as boas práticas de 
manipulação de medicamentos, boas práticas de 
produção de medicamentos, a vigilância sanitária a 
que ficam sujeitos os produtos farmacêuticos. Toda 
a legislação pertinente você encontra no site do 
Conselho Federal de Farmácia, disponível em:
https://goo.gl/d5ZCqh
Atividades exclusivas do farmacêutico
Você já conheceu sucintamente as atividades com as quais o farmacêutico 
divide a área de atuação com profi ssionais de outra formação, agora você irá 
conhecer melhor as áreas exclusivamente farmacêuticas.
As áreas restritas ao farmacêutico são aquelas voltadas à produção, distri-
buição, dispensação e às políticas públicas e fiscalização de medicamentos.
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A produção de medicamentos alopáticos, homeopáticos e fitoterápicos, 
ocorre em indústrias de medicamentos e farmácias de manipulação. Na indús-
tria farmacêutica o profissional poderá atuar em diversas etapas da produção, 
as principais são:
  Produção: o farmacêutico que atua no setor de produção de medica-
mentos de uma indústria é responsável pelo cumprimento das boas 
práticas de produção de medicamentos, assim, ele é responsável por 
todo o processo produtivo. Além disso, este profissional também deve 
buscar constantemente a otimização do processo produtivo.
  Controle de Qualidade: neste setor, o farmacêutico é responsável pelo 
controle de qualidade dos insumos, como as embalagens das matérias-
-primas, incluindo água, ambiente, produtos intermediários e bem como 
o produto final. Os ensaios exigidos são realizados seguindo compêndios 
oficiais e na ausência destes por métodos analíticos validados e mantendo 
os registros das análises efetuadas. 
  Garantia da qualidade: o farmacêutico responsável pelo sistema de 
garantia de qualidade deve exercer suas funções a fim de garantir que 
os equipamentos e instalações correspondam à qualidade pretendida 
do produto. Ou seja, este setor é responsável por garantir a qualidade 
de todo processo produtivo, bem como do produto final. Para isso, 
exerce diversas atividades, desde a validação dos fornecedores, pas-
sando pela coordenação e planejamento de programas de treinamento 
em Boas Práticas de Fabricação, para capacitar os colaboradores dos 
diversos setores até acompanhar e investigar as reclamações recebidas 
sobre desvios da qualidade dos produtos e propor e estabelecer ações 
preventivas e corretivas sobre os desvios de qualidade.
  Pesquisa e desenvolvimento: é responsável pelo aprimoramento e 
desenvolvimento de novos produtos. Atua planejando novos produtos, 
desde a formulação até a embalagem adequada.
  Regulatório: o farmacêutico atuante nesta área é responsável por manter 
toda a documentação da empresa e dos produtos em dia, de acordo com 
as Leis vigentes. Para isso, ele precisa acompanhar constantemente as 
atualizações das legislações no Diário Oficial da União. Também é 
responsável pelo layout da embalagem e conteúdo da bula dos produtos.
  SAC (Serviço de atendimento ao cliente): responsável por responder 
ao consumidor com base em referências legais e/ou bibliográficas, 
manter o registro das reclamações, avisar o setor responsável no caso 
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de desvio de qualidade, investigar possíveis causas desse desvio, bem 
como propor soluções e cuidar do recolhimento do produto.
  Área comercial: o farmacêutico pode atuar nesta área através de repre-
sentação dos produtos junto à área médica, ou treinando os representan-
tes da empresa, já que possui todo o conhecimento técnico dos produtos.
Na distribuição, o farmacêutico é responsável por definir o plano de 
distribuição e transporte para os clientes de acordo com as Boas Práticas de 
Distribuição e Transporte. Também realiza todos os processos de devolução 
do mercado necessários. 
Para saber mais sobre as diversas atividades e funções do farmacêutico na Indústria de 
medicamentos, leia a Resolução 448, de 24 de outubro de 2006, do Conselho Federal 
de Farmácia que regula as atribuições do farmacêutico na indústria e importação de 
produtos para a saúde. (BRASIL, 2006).
Na farmácia demanipulação, o farmacêutico é responsável pela produção 
de cápsulas de medicamentos alopáticos, fitoterápicos e homeopáticos; cremes, 
loções, xampus, sabonetes, entre outros. Além da produção, as farmácias de 
manipulação têm também a parte de dispensação.
A dispensação é realizada em farmácias privadas ou públicas (postos) e 
hospitais.
As farmácias comerciais, sem manipulação ou drogarias, tratam da correta 
dispensação e comercialização dos medicamentos industrializados, como já 
vimos anteriormente. 
Todos os tipos de farmácia (Figura 1) envolvem dispensação, contudo, 
algumas tratam somente da comercialização e dispensação, por exemplo, 
as drogarias e farmácias públicas, enquanto outras envolvem a produção/
manipulação além da dispensação, como é o caso das farmácias hospitalares 
onde há o preparo de soluções parenterais e drogas antineoplásicas.
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O farmacêutico que atua como diretor técnico de farmácia hospitalar deve 
cumprir e fazer cumprir todas as regras profissionais e sanitárias em relação às 
atividades de hospital: organizar, supervisionar, acompanhar e orientar todos 
os setores que compõem os serviços da farmácia hospitalar, garantindo que o 
produto ou serviço tenha qualidade assegurada para o cuidado do paciente.
A farmácia hospitalar responsabiliza-se por todo o ciclo do medicamento, 
desde sua seleção (ativos e fornecedores), armazenamento, controles, até o 
último momento, a dispensa e o uso pelo paciente. Em alguns hospitais, a 
dispensação já é feita em rounds de discussão com equipes multidisciplinares. 
A atuação do farmacêutico hospitalar é muito abrangente, uma vez que ele é 
responsável pela orientação aos pacientes internos e ambulatoriais de diversos 
setores, até a orientação na hora da alta do paciente, buscando cooperar na 
efetividade do tratamento e redução dos custos. 
Na área de Saúde Pública, devido a sua formação, o farmacêutico é um 
ótimo vigilante epidemiológico e sanitarista, que pode oferecer maiores con-
dições para o tratamento de doenças e preservação da saúde. No setor da 
farmacoepidemiologia, o farmacêutico presta valiosa colaboração atuando 
nas seguintes áreas: 
  Farmacovigilância
  Estudos de Utilização de Medicamentos
Figura 1. Os diversos tipos de farmácia em que a atuação é exclusiva do farmacêutico.
Fonte: Paraná (2015, p. 18).
Farmácia Hospitalar
(Nutrição Parenteral;
Manipulação de drogas
antineoplásicas)
Farmácia 
Comunitária
(Comercial – drograria)
Farmácia 
Alternativa
(Terapia 
ortomolecular, 
�oral e aromaterapia)
Farmácia 
Fitoterápica
(Ervanaria)
Farmácia 
Nuclear
(radiofármacos)
Farmácia 
Oncológica
Farmácia 
Geriátrica
Farmácia 
Pediátrica
Farmácia 
Veterinária
Farmácia 
Dermatológica
(Dermofarmácia,
saúde estética)
Farmácia 
Odontológica
Farmácia com
Manipulação
Farmácia Pública
(Popular, Municipal,
Filantrópica, 
ONG)
Farmácia 
Oftálmica
Farmácia 
AntroposóficaFarmácia Homeopática
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  Farmacoeconomia
  Centros de Informação de Medicamentos.
Também pode atuar na saúde ambiental, controle de vetores e pragas ur-
banas, epidemiologia genética e participar de outras atividades de vigilância 
sanitária, trazendo uma contribuição relevante para a melhoria da saúde no país. 
Na parte de fiscalização e regulamentação o farmacêutico pode atuar 
dentro dos órgãos responsáveis por tais atividades como: ANVISA, Conselho 
Federal de Farmácia e os Conselhos Regionais.
1. Segundo Monteiro Lobato “O 
farmacêutico representa o órgão 
de ligação entre a medicina e 
a humanidade sofredora”. Essa 
frase deixa claro o papel do 
farmacêutico como profissional da 
saúde, que de maneira ampla é:
a) Promover a saúde da população 
por meio da correta dispensação 
dos medicamentos.
b) Garantir que a produção 
de medicamentos siga as 
boas práticas de produção 
determinadas pela ANVISA.
c) Garantir que o paciente obtenha 
a medicação sem se preocupar 
se ele sabe como usá-la.
d) Promover eventos que visem 
atividades em que a população 
conheça os perigos das 
interações medicamentosas.
e) Atuar com excelência e ética em 
todas as atividades inerentes ao 
profissional da área, promovendo 
tanto a educação em saúde 
como a saúde da população.
2. A lei do exercício profissional 
farmacêutico garante que:
a) Assistência farmacêutica 
e atenção farmacêutica 
são sinônimos.
b) Drogarias são farmácias que 
fazem a manipulação/ produção 
e dispensação de medicamentos.
c) É dever do farmacêutico prestar 
orientação farmacêutica, com 
o objetivo de esclarecer ao 
paciente a relação benefício 
e risco da utilização de 
medicamentos, bem como as 
interações medicamentosas e 
a importância do uso correto.
d) Se a drogaria tiver o 
licenciamento não precisa ter 
farmacêutico presente durante 
todo o tempo de funcionamento.
e) Não garante o direito do 
farmacêutico de contatar o 
prescritor quando necessário.
3. Dentre as diversas áreas em que 
os farmacêuticos podem atuar, 
algumas são privativas deste 
profissional, enquanto em outras 
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BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. Resolução n. 448, de 24 de outubro de 2006. Regula 
as atribuições do farmacêutico na indústria e importação de produtos para a saúde, 
respeitadas as atividades afins com outras profissões. Brasília, DF, 2006. Disponível em: 
<http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/448.pdf>. Acesso em: 14 set. 2017.
BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. Resolução n. 596, de 121de fevereiro de 2014. 
Dispõe sobre o Código de Ética Farmacêutica, o Código de Processo Ético e esta-
belece as infrações e as regras de aplicação das sanções disciplinares. Brasília, DF, 
2014a. Disponível em: <http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/596.pdf>. 
Acesso em: 14 set. 2017.
BRASIL. Lei n. 13.021, de 8 de agosto de 2014. Dispõe sobre o exercício e a fiscalização 
das atividades farmacêuticas. Brasília, DF, 2014b. Disponível em: <http://www.pla-
nalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13021.htm>. Acesso em: 14 set. 2017.
há concorrência com profissionais 
de outras áreas como: biomédicos 
e químicos. É uma área de atuação 
privativa do farmacêutico:
a) Indústria de medicamentos.
b) Indústria de cosméticos.
c) Laboratório de análises clínicas.
d) Acupuntura.
e) Clínicas estéticas.
4. De acordo com a Lei do 
exercício profissional, Lei 13.021, 
a responsabilidade de assegurar 
assistência farmacêutica 
para a população é:
a) De cada estabelecimento que 
trabalha com medicamentos.
b) Das farmácias e drogarias.
c) Do Setor público.
d) Do farmacêutico.
e) Do Setor público e dos 
estabelecimentos que trabalham 
com medicamentos.
5. Conforme a Lei do exercício 
profissional, de quem é: A) 
a responsabilidade sobre a 
farmácia ou drogaria (quem 
responde legalmente sobre 
a venda dos medicamentos)? 
B) a responsabilidade de dar 
as condições adequadas 
para o desenvolvimento das 
atividades do farmacêutico 
nestes estabelecimentos?
a) A) Do farmacêutico.
B) Do farmacêutico.
b) A) Do farmacêutico.
B) Do estabelecimento/dono(s).
c) Responsabilidade de ambos: 
estabelecimento e dono(s).
d) A) Do estabelecimento.
B) Do farmacêutico.
e) A) Do farmacêutico.
B) Do farmacêutico e do 
estabelecimento.
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PARANÁ. Conselho Regional de Farmácia. Conhecendo a profissão farmacêutica. Curi-
tiba: CRF-PR, 2015. 
Leituras recomendadas
BOVO, F.; WISNIEWKI, P.; MORSKEI, M. L. M.Atenção farmacêutica: papel do farma-
cêutico na promoção da saúde. Biosaúde, Londrina, v. 11, n. 1, p. 43-56, jan./jun. 2009.
BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. Legislação. 2008. Disponível em: <http://www.
cff.org.br/pagina.php?id=5&menu=5&titulo=Legisla%C3%A7%C3%A3o>. Acesso 
em: 14 set. 2017.
BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. Resolução n. 467, de 28 de novembro de 2007. 
Define, regulamenta e estabelece as atribuições e competências do farmacêutico 
na manipulação de medicamentos e de outros produtos farmacêuticos. Brasília, 
DF, 2007. Disponível em: <http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/467.pdf>. 
Acesso em: 14 set. 2017.
BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. Resolução n. 539, de 22 de outubro de 2010. 
Dispõe sobre o exercício profissional e as atribuições privativas e afins do farmacêu-
tico nos Órgãos de Vigilância Sanitária, e dá outras providências. Brasília, DF, 2010. 
Disponível em: <https://portal.crfsp.org.br/cf/Arquivos/Res_%20539-010.pdf>. Acesso 
em: 14 set. 2017.
CASTRO, C. Interação medicamentosa: entenda os riscos de se medicar sem orienta-
ção. 19 fev. 2015. Disponível em: <https://portal.fiocruz.br/pt-br/content/interacao-
-medicamentosa-entenda-os-riscos-de-medicar-se-sem-orientacao>. Acesso em: 
24 ago. 2017.
FARMÁCIA É. [2016]. Disponível em: <http://farmaciae.blogspot.com.br/>. Acesso 
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SANTOS, S. J. O papel social do farmacêutico. 13 mar. 2009. Disponível em: <http://
www.cff.org.br/noticia.php?id=182&titulo=O+papel+social+do+farmac%C3%AAu
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WORLD HEALTH ORGANIZATION. The role of the pharmacist in health care system. 
2014. Publicação formal da Organização Mundial da Saúde–Nova Deli, Índia, 1988 
e Tóquio, Japão 1993. 
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