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* * Crioterapia Prof. Fabrício Costa * * Crioterapia Pode ser definida como a terapia pelo frio ou terapia fria, abrange uma quantidade de técnicas específicas que utilizam o frio nas formas líquidas (água), sólidas (gelo) e gasosas (gases). É a aplicação terapêutica de qualquer substância ao corpo, resultando numa retirada de calor corporal e por meio disso rebaixando a temperatura tecidual (levando ao frio). O principal objetivo da crioterapia é o de retirar o calor temporal. * * Crioterapia A magnitude desses efeitos está relacionada com a temperatura da modalidade, a duração do tratamento e a superfície exposta ao tratamento. Para obter os benefícios dessa terapia fria, a temperatura deve cair para aproximadamente 13,8ºC para que ocorra redução ideal do fluxo sangüíneo local, e para cerca de 14,4ºC para que ocorra analgesia, sabendo-se que a temperatura corporal (pele) é de 36 à 37ºC. * * Crioterapia Zero absoluto – ausência de agitação molecular. No corpo humano: aplicação geralmente local, desencadeando uma série de reações bem específicas que dependem do local, intensidade e tempo de aplicação do recurso. * * Mecanismos de ação Efeitos fisiológicos do frio (locais): Diminui o espasmo muscular (Relaxamento); Efeitos inflamatórios (redução da inflamação), (redução do edema); Efeitos metabólicos (redução do metabolismo); Efeitos circulatórios (VC – Vasoconstrição); Anestesia (redução da dor), pela inibição das fibras de dor (condução nervosa). * * Mecanismos de ação Tensão muscular e velocidade de condução nervosa: Para facilitar contração voluntária – aplicações curtas (até 2 min) favorecem contração voluntária em pacientes com parestesia central – retardo da condução nervosa em nervos termossensíveis. Para diminuir espasticidade – aplicações longas (de até 30 min) estimula a diminuição do tônus muscular por vias simpáticas. * * Em que momento da lesão usar o frio? * * Em que momento da lesão usar o frio? Utilizar o frio nos primeiros 5 (cinco) minutos do pós-trauma para obtermos todos os resultados da terapia fria (crioterapia). No período, imediatamente, após a lesão, o frio reduz o metabolismo celular fazendo com que as células sobrevivam ao período de hipóxia causado pelos danos vasculares. Como resultado da ação do frio, teremos menos tecidos lesados, hematoma menor, e as reparações são feitas em uma área menor e mais precocemente. * * Em que momento da lesão usar o frio? O efeito mais benéfico da aplicação do frio durante uma lesão aguda é a redução da necessidade de oxigênio na área sob tratamento. Um ambiente frio diminui a taxa metabólica celular, conseqüentemente reduz a quantidade de oxigênio necessário para sobrevivência das células. Durante um tratamento de 20 minutos, o metabolismo celular é reduzido em 19%. Ao diminuir o número de células destruídas pela falta de oxigênio, limita-se o grau de lesão decorrente de hipóxia secundária. Uma vez que menos células sofrem danos decorrentes de hipóxia secundária, uma quantidade menor de mediadores inflamatórios é liberada na área, contendo a área da lesão. * * Métodos de aplicação Criomassagem Utilizada para breves aplicações em áreas delimitadas. Aplicação em pontos gatilho, fibromialgia, tendinite, lombalgia, resposta à flacidez mm... Pode-se usar formato “picolé” ou copo com gelo Tempo: de 3 a 10 min, ou com sensação de hipoestesia (ou cianose) * * Criocinesioterapia e Crioalongamento Trata-se de uma combinação de aplicações de frio para causar hipoestesia à área do corpo lesionadas combinada com exercícios ativo, graduado e progressivo. Pode ser usada para qualquer lesão músculo esquelética. A Criocinesioterapia permite que a reabilitação comece muito antes do que a Termoterapia tradicional e pode reduzir o tempo de reabilitação em dias e até mesmo em semana. Embora seja eficaz para tratar entorses articulares agudas, não é o melhor. Nas distensões musculares agudas as distensões devem ser alongadas passivamente nos estágios iniciais da reabilitação. (Chamado Crioalongamento - Frio e Alongamento Passivo). * * Criocinesioterapia e Crioalongamento Na Criocinesioterapia a aplicação do frio é para diminuir a dor e uma realização de exercícios ativos livre de dor. A Criocinesiologia tem um dispositivo de segurança: a dor durante a hipoestesia induzida pelo frio indica que o exercício está forte e deve ser diminuído. Vantagens: * Permite a realização de exercícios antes do que o tratamento convencional; * Retarda a atrofia muscular e as inibições neurais; * Reduz o edema pela ação da drenagem muscular; * Tratamento barato. Desvantagens: * Gelo é muito doloroso; * * Métodos de aplicação Bolsa de gelo Bolsas plásticas ou de borracha com água gelada e gelo triturado. Utilizadas com proteção de toalha seca Sessão – 5 a 15 min. Em casos de espasticidade – em torno de 30 min Cold packs – bolsas de gel de silício, ideais para serem aplicadas em áreas disformes A temperatura do pacote está em torno de 1ºc a 3ºc aproximadamente. Dentro desta técnica de aplicação utilizamos outra, muito usado no cuidado imediato das lesões agudas no esporte conhecido como técnica do Gelo, Compressão e Elevação (PRICE). Além dos efeitos da crioterapia temos os efeitos da elevação e compressão. * * Métodos de aplicação Compressa Fria e Panqueca Fria Para se preparar uma panqueca fria devemos molhar uma toalha em água fria e adicionar, dentro da toalha, gelo moído e dobramos em forma de uma panqueca. O tempo médio de aplicação 20 a 30 minutos. Na compressa fria molhamos uma toalha em água fria e dobramos em forma de uma compressa. A temperatura varia de 0º - 4ºc, sendo que a primeira toalha 30’’ e as demais 3’ a 4’. A panqueca fria é mais eficiente que a compressa fria, mas, mesmo assim, o seu efeito terapêutico, para reduzir a temperatura de um tecido, é muito limitado. * * Métodos de aplicação Imersão Imersão em água gelada ou com gelo Temperatura entre 15 e 18ºC (não – que 13º) Tempo da sessão – 5 a 20 minutos Freqüentemente retirar membro do paciente para controle e prevenção de sensações desagradáveis * * Métodos de aplicação Spray Técnica usada para obter intenso e rápido resfriamento através de líquido de evaporação rápida Sensação de frio intenso ou queimação Precauções e cuidados em sua utilização * * Indicações Dor aguda ou crônica; Trauma ou inflamação aguda Queimaduras de pequeno grau, pequenas e superficiais; Edema e dor pós-cirúrgica; Uso em conjunto com exercícios de reabilitação; Espasticidade acompanhada de lesão do sistema nervoso central; Nevralgia; Bursites; capsulites; entorses; síndrome discal. * * Contra-indicações Vasculopatias e insuficiência circulatória Neoplasias Alterações sensitivas Crianças e idosos Alterações mentais Insuficiência nos vasos ou alterações vasomotoras alteradas (Raynauld, diabetes, alcoólatras, angiítes) Crioglobulinemia – isquemia e gangrena (lúpus) Urina com hemoglobina (lise de hemácias pelo frio) * * Crioglobulinas São proteínas séricas anormais que se precipitam a baixas temperaturas laboratoriais (4ºC) e se redissolvem após serem aquecidas. A sua presença no sangue (crioglobulinemia) é usualmente associada com doença imunológica, porém pode também ocorrer sem imunopatologia conhecida. Se os pacientes com crioglobulinemia forem submetidos ao frio, eles podem sentir sintomas semelhantes ao de Raynaud (dor, cianose e frieza de dedos e artelhos), que tipicamente resultam de precipitação de crioglobulinas em partes mais frias do corpo. * * Considerações finais Nas primeiras 24 a 48 horas após o trauma é, geralmente, aplicado a crioterapia. A razão para tal uso inclui a uma diminuição no índice metabólico e assim levaria a uma diminuição da lesão hipóxica secundária. A escolha da crioterapia tem se baseadoem grande parte em evidências empíricas. A reação secundária é a resposta do corpo ao tecido lesado (lesão primária) e promove mais danos ao tecido. Na verdade, essa reação secundária envolve as células da periferia da lesão traumática primária. A hipotermia reduz as necessidades celulares de energia, diminuindo, assim, à necessidade de O2 para o tecido. Quanto mais profundo o resfriamento de um organismo, mais profunda é a depressão do seu metabolismo.
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